The Fault In Our Stars
Quando
cheguei à minha casa, mamãe estava dobrando minhas roupas lavadas enquanto
assistia a um programa de TV chamado The View. Contei para ela que as tulipas,
o artista holandês e todo o resto eram porque o Joseph estava usando o Desejo
dele para me levar a Amsterdã.
—
Isso é um exagero — ela disse, balançando a cabeça negativamente. — Não podemos
aceitar algo assim de um garoto praticamente desconhecido.
—
Ele não é desconhecido. Ele é, tranquilamente, meu segundo melhor amigo.
—
Depois da Miley?
—
Depois de você — eu disse.
Era
verdade, mas falei aquilo mais porque queria ir a Amsterdã.
—
Vou consultar a médica — ela disse, depois de alguns instantes.
* *
*
A
Dra. Maria disse que eu não poderia ir a Amsterdã sem a companhia de um adulto
que estivesse familiarizado com o meu caso, o que mais ou menos queria dizer ou
a minha mamãe ou a própria médica. (Meu pai entendia o funcionamento do meu
câncer da mesma forma que eu: do jeito vago e superficial que as pessoas
entendem como funcionam os circuitos elétricos e as marés. Mas minha mãe sabia
mais a respeito do carcinoma diferenciado de tireoide em adolescentes que
muitos oncologistas.)
—
Então você vai comigo — falei. — Os Gênios vão bancar tudo. Os Gênios são
cheios da grana.
—
Mas seu pai… — ela disse. — Ele sentiria nossa falta. Não seria justo com ele.
Seu pai não pode se ausentar do trabalho.
—
Tá brincando? Você não acha que o papai iria adorar passar alguns dias vendo
programas de TV que não envolvessem aspirantes a modelos, pedindo pizza todas
as noites e usando toalhas de papel como prato para não precisar lavar a louça?
Mamãe
riu. Até que enfim ela começou a se animar, e digitou tarefas no celular: precisaria
ligar para os pais do Joe e falar com os Gênios sobre minhas necessidades
médicas, e eles já reservaram o hotel?, e quais são os melhores guias
turísticos sobre Amsterdã?, e nós deveríamos fazer uma pesquisa se só vamos
passar três dias lá, e daí por diante. Eu estava com um pouco de dor de cabeça,
então engoli duas cápsulas de Advil e resolvi tirar um cochilo.
Mas
acabei ficando só deitada na cama, repassando na mente o filme completo do
piquenique com o Joseph. Não conseguia parar de pensar naquele breve momento em
que fiquei completamente tensa, quando ele me tocou. Por algum motivo, aquele
gesto suave e íntimo me pareceu errado. Achei que talvez tivesse sido pelo
jeito orquestrado como as coisas aconteceram: o Joseph foi incrível, mas tinha
exagerado em tudo no piquenique, culminando nos sanduíches metaforicamente
ressonantes, mas horrorosos, e no monólogo memorizado que impedia um diálogo. O
clima era todo Romântico, mas não romântico.
Mas
a verdade é que eu nunca quis que ele me beijasse, não do jeito que se espera
que uma pessoa deseje essas coisas. Quer dizer, ele era lindo. Eu me sentia
atraída por ele. Pensava nele daquele jeito, pegando emprestada uma expressão
do vocabulário pré-adolescente. Mas o toque de verdade, o toque realizado…
parecia que estava tudo errado.
Aí
comecei a ter medo de ter que ficar com ele para ir a Amsterdã, o que não é o
tipo de coisa que você quer ficar pensando, porque: (a) o fato de eu querer
beijar o Joe não deveria estar nem em questão, e (b) beijar alguém para
conseguir uma viagem de graça é algo perigosamente próximo da prostituição
total e irrestrita, e devo confessar que, embora eu não me considerasse uma
pessoa particularmente angelical, nunca pensei que meu primeiro ato sexual
seria prostitucional.
Mas,
no fim das contas, ele não tinha tentado me beijar; ele só encostou no meu
rosto, o que não é nem nada sexual. Não foi um gesto programado para provocar
excitação, mas com certeza foi um movimento calculado, porque o Joseph Jonas
não era de improvisar. Então qual era exatamente a intenção dele? E por que eu
resisti? Em algum momento, percebi que estava Mileyzando o encontro, então
resolvi mandar uma mensagem de texto para a Miley e pedir um conselho. Ela me
ligou imediatamente.
—
Estou com um problema com um garoto — falei.
—
DELÍCIA — Miley exclamou.
Contei
tudo a ela, incluindo os detalhes do momento constrangedor no qual ele tocou
meu rosto, deixando de fora apenas Amsterdã e o nome do Joseph.
—
Tem certeza de que ele é um gato? — ela perguntou quando terminei.
—
Absoluta — respondi.
—
Do tipo atlético?
—
É. Ele jogava basquete na North Central.
—
Uau. Como você conheceu ele?
—
Naquele Grupo de Apoio medonho.
—
Ahn — Miley falou. — Só por curiosidade, quantas pernas esse cara tem?
—
Tipo, uma inteira e um pedacinho da outra — respondi, sorrindo.
Os
jogadores de basquete eram famosos em Indiana, e ainda que a Miley não
frequentasse a North Central, sua capacidade de estabelecer conexões sociais
era infinita.
—
Joseph Jonas — ela disse.
—
Talvez?
—
Ai, meu Deus. Já vi o Joseph em festas. As coisas que eu faria com aquele cara.
Quer dizer, não agora que sei que está interessada nele. Mas, meu Deus do céu,
eu montaria naquele pônei perneta e daria uma volta inteira no curral.
—
Miley — falei.
—
Foi mal. Você acha que precisaria ficar por cima?
—
Miley — repeti.
—
Sobre o que estávamos falando mesmo? Certo, você e o Joseph Jonas. Quem sabe…
você é gay?
—
Acho que não. Quer dizer, eu gosto dele.
—
Ele tem mãos feias? Às vezes, pessoas bonitas têm mãos feias.
—
Não. As mãos dele são, tipo, incríveis.
—
Humm — ela disse.
—
Humm — falei.
Depois
de um segundo, Miley prosseguiu:
—
Você se lembra do Liam? Ele terminou comigo na semana passada porque resolveu
que no fundo havia algo fundamentalmente incompatível entre nós e que
acabaríamos nos magoando se continuássemos com o relacionamento. Ele chamou
aquilo de término preventivo do namoro. Então, pode ser que você tenha algum
pressentimento de que haja algo fundamentalmente incompatível entre vocês e
esteja prevenindo a prevenção.
—
Humm — falei.
—
Só estou pensando alto aqui.
—
Sinto muito pelo Liam.
—
Ah, eu já superei, amada. Foram necessários uma caixa de cookies de chocolate
com menta e quarenta minutos para esquecer aquele garoto.
Eu
ri.
—
Bem, obrigada, Miley.
—
Na eventualidade de você ficar com ele, quero todos os detalhes picantes.
—
Mas é claro — eu disse, e aí a Miley me mandou um beijo estalado e eu
completei: — Tchau.
E
ela desligou.
* *
*
Enquanto escutava a Miley
falando, me dei conta de que eu não tinha um pressentimento de que iria
magoá-lo. Eu tinha um “pós-sentimento”.
Peguei
o laptop e dei uma busca em Caroline Mathers. As semelhanças físicas eram
impressionantes: o mesmo rosto quadrado, o mesmo nariz, aproximadamente a mesma
compleição física. Mas os olhos dela eram azuis (os meus castanhos) e a cor da
pele dela era mais morena, e tal.
Milhares
de pessoas — literalmente milhares — tinham deixado mensagens de condolências
para ela. Era uma lista infinita de pessoas que sentiam sua falta, tantas que
levei uma hora clicando na barra lateral para passar dos posts que diziam: É
uma pena que você tenha morrido, até chegar aos que confessavam: Estou rezando
por você. Caroline tinha morrido havia um ano de câncer cerebral. Consegui
acessar algumas fotos dela. O Joseph estava em várias das mais antigas:
apontando para a cicatriz chanfrada que atravessava a cabeça raspada dela e
fazendo um sinal de positivo com o polegar da outra mão; de braços dados com
ela no playground do Hospital Memorial, de costas para a câmera; beijando a
Caroline enquanto ela segurava a câmera à frente deles, só deixando à mostra
seus narizes e os olhos fechados.
As
fotos que tinham sido postadas mais recentemente eram todas da Caroline de
antes, quando ainda era saudável, carregadas para sua página pelos amigos
depois de sua morte: uma menina linda, os quadris largos e curvilíneos, o
cabelo liso e preto caindo no rosto. Minha versão saudável se parecia muito
pouco com a versão saudável dela. Mas nossas versões cancerosas poderiam muito
bem ter sido irmãs. Não me admira que ele tenha ficado me olhando, vidrado, na
primeira vez que me viu.
Cliquei
várias vezes em um dos posts, escrito dois meses atrás, nove depois de sua
morte, por um dos amigos dela. Todos
sentimos muito sua falta. É uma dor que não passa. Parece que fomos todos
feridos durante a sua batalha, Caroline. Saudades. Te amo.
Depois
de um tempo, mamãe e papai me chamaram para jantar. Fechei o computador e me
levantei, mas não consegui tirar aquele post da cabeça, e por algum motivo ele
me deixou nervosa e sem fome.
Fiquei
pensando no ombro que doía e, além disso, a dor de cabeça ainda não havia
passado, mas talvez fosse só porque eu tinha ficado pensando numa garota que
morreu de câncer no cérebro. Comecei a tentar me convencer a
compartimentalizar, para me concentrar ali na mesa redonda (sem dúvida de um
diâmetro muito grande para três pessoas e definitivamente grande demais para
duas) com aquele brócolis empapado e um hambúrguer de feijão-preto que nem todo
o ketchup do mundo conseguiria tornar suculento. Falei para mim mesma que
imaginar uma metástase no cérebro ou no ombro não afetaria a realidade
invisível que estava rolando dentro mim, e que, portanto, tais pensamentos eram
instantes desperdiçados numa vida composta de um conjunto, por definição,
finito de tais instantes. Até cheguei a repetir mentalmente que eu deveria viver
o melhor da minha vida hoje.
Fiquei
tentando entender durante horas e horas por que uma coisa escrita por um total
desconhecido na Internet para uma outra (e falecida) desconhecida estava me
incomodando tanto e me deixando com medo de que houvesse algo no meu cérebro —
que de fato doía, embora eu soubesse por anos de experiência que a dor é um
instrumento de diagnóstico obtuso e inespecífico.
E
porque nenhum terremoto havia ocorrido em Papua-Nova Guiné naquele dia, meus
pais estavam hiperconcentrados em mim, com isso, não consegui disfarçar a
torrente de ansiedade.
—
Está tudo bem? — mamãe me perguntou enquanto eu comia.
—
A-hã — respondi. Dei uma mordida no hambúrguer. Engoli. Tentei dizer algo que
uma pessoa normal cujo cérebro não estivesse mergulhado em pânico diria. — Tem
brócolis nesses hambúrgueres?
—
Um pouquinho — papai disse. — Legal isso de você talvez ir a Amsterdã.
—
É — falei.
Tentei
tirar a palavra feridos da cabeça, o que, obviamente, era uma forma de pensar
nela.
—
Demetria — mamãe disse. — Onde você está com a cabeça?
—
Só estou pensando — falei.
—
Está vendo coelhinhos na lua — meu pai disse, sorrindo.
—
Eu não estou vendo coelhinho nenhum, não estou apaixonada pelo Joe Jonas nem
por ninguém — respondi, defensivamente demais.
Feridos.
Tipo, Caroline Mathers era uma bomba, e quando ela explodiu todo mundo em volta
foi atingido pelos estilhaços.
Papai
me perguntou se eu estava fazendo algum trabalho para a escola.
—
Tenho um dever de casa de álgebra bastante complexo — respondi.
—
Tão complexo que eu não conseguiria de jeito nenhum explicar para um leigo.
—
E como está o seu amigo Nicholas?
—
Cego — respondi.
—
Você está agindo como uma aborrecente hoje — mamãe disse, e parecia incomodada
com aquilo.
—
Não é isso o que você queria, mãe? Que eu assumisse minha adolescência?
—
Bem, não era necessariamente desse tipo de adolescência que eu estava falando,
mas é claro que seu pai e eu estamos felizes em ver você se tornando uma jovem
mulher, fazendo amigos, namorando.
—
Eu não estou namorando — falei. — Eu não quero namorar ninguém. É uma péssima
ideia e uma grande perda de tempo…
—
Querida — minha mãe disse. — Qual é o problema?
—
Eu sou tipo. Tipo. Sou tipo uma granada, mãe. Eu sou uma granada e, em algum
momento, vou explodir, e gostaria de diminuir a quantidade de vítimas, tá? — Meu
pai inclinou a cabeça um pouquinho para o lado, como se fosse um cachorrinho
que acabou de ser repreendido. — Eu sou uma granada — repeti. — Só quero ficar
longe das pessoas, ler livros, pensar e ficar com vocês dois, porque não há
nada que eu possa fazer para não ferir vocês; vocês estão envolvidos demais,
por isso me deixem fazer isso, tá? Não estou deprimida. Não preciso sair mais.
E não posso ser uma adolescente normal porque sou uma granada.
—
Demetria — papai disse, e então ficou com um nó na garganta.
Ele
chorava muito, meu pai.
—
Vou para meu quarto ler um pouco, tá? Estou bem. Estou bem, de verdade; só
quero ir ler um pouco.
Comecei
folheando o livro que me mandaram ler na escola, mas nós morávamos numa casa de
paredes extremamente finas e, por isso, pude ouvir a maior parte da conversa
sussurrada que se seguiu. Meu pai dizendo: “Isso acaba comigo”, e minha mãe falando:
“Isso é tudo o que ela não precisa ouvir”, e meu pai continuando: “Sinto muito,
mas…”, e minha mãe retrucando: “Você não é grato?”, e ele respondendo: “Meu
Deus, claro que sou grato”. Fiquei tentando me concentrar na história, mas não
conseguia parar de prestar atenção nos dois.
Aí
liguei o computador para ouvir um pouco de música, e com o grupo preferido do
Joseph, o The Hectic Glow, como trilha sonora, voltei para as páginas de
homenagens a Caroline Mathers, lendo sobre como sua luta foi heroica, e como
ela fazia falta, e como estava num lugar melhor, e como viveria para sempre na
memória deles, e como todos os que a conheceram — todos — estavam arrasados por
perdê-la.
Talvez
o normal fosse eu odiar a Caroline Mathers, ou sei lá o quê, por ter sido
namorada do Joseph, mas eu não a odiava. Não dava para distinguir claramente
como ela era através daquelas homenagens, mas não parecia haver muito o que
odiar — ela parecia ter sido, acima de tudo, uma doente profissional, como eu,
o que me deixou com medo de que, quando eu morresse, eles não tivessem mais
nada a dizer sobre mim exceto que lutei heroicamente, como se a única coisa que
eu tivesse feito na vida fosse Ter Câncer.
De
qualquer forma, depois de um tempo, comecei a ler as pequenas atualizações
sobre o estado da Caroline Mathers, que na maior parte foram escritas por seus
pais, na verdade, porque acho que o tumor cerebral dela era do tipo que
transforma você em outra pessoa antes de fazer você deixar de ser uma pessoa.
Eram
todos mais ou menos assim: Caroline continua a ter problemas de comportamento.
Ela está sentindo muita raiva e frustração por não conseguir falar (nós também
ficamos frustrados com isso, claro, mas temos formas mais socialmente aceitáveis
de lidar com a raiva). O Joe passou a chamar a Caroline de HULK ESMAGA, o que
repercutiu entre os médicos. Nada é fácil nisso tudo para nenhum de nós, mas é
preciso levar a vida com algum humor, da melhor forma possível. Esperamos
voltar para casa na quinta-feira. Manteremos vocês informados…
Seria
desnecessário dizer, mas ela não voltou para casa na quinta-feira.
* *
*
Então
é claro que fiquei toda tensa quando ele me tocou. Estar com o Joseph era
feri-lo — inevitavelmente. E foi isso o que senti quando ele estendeu o braço:
senti como se estivesse cometendo um ato de violência contra ele, porque era
isso o que eu estava fazendo.
Resolvi
mandar uma mensagem de texto. Quis evitar uma conversa inteira a respeito.
Oi, então tá, eu não sei se você vai
entender isso, mas não posso beijar você nem nada. Não que você tenha
necessariamente tido vontade de fazer isso, mas não posso.
Quando tento olhar para você desse
jeito, tudo o que vejo são as coisas pelas quais vou fazer você passar. Isso
talvez não faça sentido para você.
De qualquer forma, sinto muito.
Ele
respondeu alguns minutos depois.
O.k.
Mandei
minha resposta.
O.k.
Ele
respondeu:
Ai, meu Deus, pare de flertar comigo!
Eu
só disse:
O.k.
Meu
celular vibrou alguns instantes depois.
Eu
estava brincando, Demetria Lovato. Eu entendo. (Mas nós dois sabemos que o.k. é
uma expressão bastante “paquerativa”. Ela está CARREGADA de sensualidade.)
Fiquei
bastante tentada a responder O.k. de novo, mas imaginei a cena dele no meu
enterro, e aquilo me ajudou a mandar a mensagem certa.
Foi mal.
* *
*
Tentei
dormir com os fones ainda no ouvido, mas aí, depois de um tempo, minha mãe e
meu pai entraram no quarto, e mamãe pegou o Azulzinho da prateleira e o
abraçou, e papai se sentou na cadeira da minha escrivaninha e, sem chorar,
disse:
—
Você não é uma granada. Não para nós. Pensar na sua morte nos deixa triste,
Demetria, mas você não é uma granada. Você é incrível. Você não tem como saber,
querida, porque nunca teve um bebê que cresceu e se tornou uma jovem leitora
genial com um interesse incidental em programas de televisão detestáveis, mas a
alegria que você nos dá é muito maior que a tristeza que sentimos com a sua
doença.
—
Tá — falei.
—
Sério — meu pai disse. — Eu não mentiria para você sobre esse assunto. Se você
nos desse mais trabalho do que merece, simplesmente jogaríamos você na rua.
—
Não somos sentimentais — mamãe acrescentou, com uma expressão impassível no
rosto. — Teríamos deixado você num orfanato com um bilhete preso em seu pijama.
Eu
ri.
—
Você não precisa ir ao Grupo de Apoio — ela continuou. — Não precisa fazer
nada. Só ir à escola. — E me entregou o urso.
—
Acho que o Azulzinho pode dormir na prateleira hoje — falei. — Você precisa
lembrar que eu tenho mais de trinta e três meios anos.
—
Fique com ele hoje.
—
Mãe — falei.
—
Ele está se sentindo solitário.
—
Ai, meu Deus, mãe! — exclamei.
Mas
peguei o raio do Azulzinho e meio que me aconcheguei a ele enquanto adormecia.
Na
verdade, eu ainda estava com um dos braços entrelaçados com o urso quando
acordei pouco depois das quatro da manhã com uma dor apocalíptica latejando no
centro inalcançável da minha cabeça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário