quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Prelúdio + Capítulo 1 - The Rocker That Holds Me

Estava chovendo. Eu amo a chuva, mas não os trovões e relâmpagos. As luzes piscando não são tão más como o trovão irado. Isso me lembra da mamãe quando ela estava com raiva, sob efeito de drogas, bebidas e homens. Hoje eu ganhei uma dose dupla porque há uma tempestade lá fora, e meu monstro de mãe está em uma de suas crises de raiva.
Eu tinha esperança e pedi a Deus para que ela fosse dormir como normalmente fazia. Mas Deus não estava ouvindo hoje. Parece que Deus não ouvia nada do que eu pedia a ele. Estou começando a me perguntar se ele sequer existe, como o pregador que para de vez em quando diz. Mamãe amaldiçoa muito a Deus, então eu acho que ela acredita nele.
A chuva encharcava através de minha camiseta fina e leggings. Eu escapei para fora da janela do meu quarto logo que mamãe terminou comigo. Os pingos de chuva lavaram minhas lágrimas e o sangue dos muitos cortes que mamãe deixou depois que ela veio atrás de mim com uma vara e os punhos. A água fria arde em meus vergões inchados e corpo machucado, mas eu estava habituada à dor.
Assim que meus pés descalços tocaram do lado de fora da minha janela do nosso trailer, corri através da pequena seção de grama que separa o trailer onde eu vivo do que Joe chama de lar. Rezo para que sua mãe não tenha decidido limpar seu quarto, que ela não tenha trancado a janela que ele sempre deixa aberta para mim, apenas no caso de ser necessário.
Quando subo no balde de cinco litros que eu uso como uma escada, deixo escapar um gemido quando descubro que, sim, a mãe de Joe tinha limpado seu quarto. A janela estava trancada. Começo a tremer agora, porque a chuva era fria e eu não tinha sapatos nem casaco, e agora também nenhum lugar quente para ir. Eu sabia que era inútil tentar um dos trailers dos outros vizinhos. O pai de Nick está em casa e eu nunca iria para lá quando havia a chance do Sr. Thornton me encontrar. O trailer de Drake e Shane só tem uma janela pequena que é muito alta para os meus pés pequenos alcançarem a menos que um deles me ajude.
Um pequeno soluço me escapa e eu empurro o meu cabelo molhado e emaranhado para longe do meu rosto, arfando quando eu toco a minha bochecha inchada. Mamãe era uma profissional em bater no meu rosto. E hoje ela tinha estado no seu melhor, principalmente considerando a quantidade de drogas e bebida que ela tomou.
Houve um ruído do outro lado do gramado pequeno. Minha mãe tinha voltado para a segunda rodada e descobriu que eu fugi. Com o coração acelerado eu fiz a única coisa em que podia pensar. Afastei a placa de metal que ligava o trailer de Joe ao chão. Empurrei e empurrei, cortando as palmas das mãos enquanto eu fazia isso. Mas, finalmente, com um gemido de triunfo consegui afastá-la para trás o suficiente para conseguir rastejar debaixo do trailer.
Quando consigo deslizar para lá coloco o metal de volta no lugar. Engulo um grito quando recuo e minha mão toca o esqueleto de um rato. Eu limpo a minha mão em minhas leggings encharcadas e então coloco meus braços em torno de meus joelhos para não entrar em contato com o rato novamente. Minha cabeça se inclina para trás contra a parede e eu fecho meus olhos, rezando para que minha mãe não pense em me procurar aqui...
Devo ter adormecido. Quando acordo, ouço Joe e Nick chamando meu nome. Ambos parecem frenéticos. — Demetria? — Joe estava próximo, do outro lado do metal. — Demi?
Eu alcanço o metal e afasto-o o suficiente para olhar para fora. Eles não me notam no começo. Joe está de pé com Nick, ambos em suas camisas da banda que eles me deixaram ajudar a desenhar. Nick tinha suas baquetas na mão esquerda, enquanto a outra estava fechada em um punho. Joe parecia preocupado. — Ela não teria ido longe.
— Essa puta! Se eu não achasse que eles iriam levar Demetria de nós eu chamaria a polícia. — Nick resmunga.
— Mas eles vão, Nick. E então ela estaria em um lugar pior do que ela já está. Pelo menos aqui podemos cuidar dela. — Joe diz.
É a mesma conversa que eles têm sempre depois de cada surra. Se eles chamarem a polícia, em seguida, os serviços sociais me levariam para longe. Não é seguro em um orfanato mais do que é com minha mãe. Talvez até pior. Tenho sete anos e eu entendo o que isso significa. Joe e os outros me explicaram mais de uma vez.
Afasto o metal um pouco mais e começo a rastejar para fora. Meu corpo está rígido e machucado. Há lama endurecida nos cortes deixados pela vara e por ficar escondida em um espaço tão apertado. Estou inchada e dolorida. E eu já podia sentir a ardência no fundo da minha garganta que dizia que eu ia ter uma dor de garganta. De repente, braços fortes estão me puxando para fora. Assim que meus pés são colocados no chão sou puxada para os braços fortes de Joe.
— Porra! — Nick exclama.
— Cale-se, Nick. — Joe diz com seus braços apertados em torno de mim. Eu posso ver as rodas girando em sua mente. Ele está querendo saber onde me levar, para me esconder. Ouço riso vindo de meu trailer - minha mãe deve estar com mais um de seus namorados, e há o som da televisão vindo do trailer dele - se sua mãe me ver assim ela vai chamar a polícia ela mesma - nenhum é uma opção.
— Meu pai se foi. — Nick já está caminhando em direção a seu trailer. — Vamos, Joe!
Quando eles finalmente me colocam no quarto de Não, estou tremendo. Estou com frio, tanto frio e tudo está doendo muito. — Nós temos que aquecê-la. — Joe diz. — Comece a esquentar a água para que eu possa dar-lhe um banho.
Nick não diz nada quando ele sai do quarto e ouço água se ligar do cômodo ao lado. Joe coloca-me de pé e começa a puxar a minha camiseta ainda molhada. Eu não protesto com ele enquanto puxa minha legging para baixo junto com minha calcinha. Ele suga uma respiração profunda quando vê os hematomas, os cortes profundos nas pernas, braços, costas e na minha barriga.
— Eu sinto muito, Demetria. — Ele sussurra. — Sinto muito.
Eu não digo nada, porque não entendo por que ele está arrependido. Ele não me bateu. Isso não foi culpa dele. Eu podia ser apenas uma menina pequena, mas sabia que ele não pode sempre me proteger. Ele tem uma banda e hoje sua banda tocou em uma festa para algumas pessoas de sua escola. Eu gostaria que ele pudesse ter me levado, mas sei que uma criança de sete anos em uma festa de escola não é uma boa ideia. Shane tentou explicar-me, e eu tenho quase certeza que entendo as razões.
— Joe! — Nick chamou do banheiro. — Eu não tenho certeza se isso é muito quente ou não. Venha aqui e confira.
Joe me leva pela mão até o banheiro e, em seguida, se curva para sentir a temperatura da água. — Isso deve ser bom. — Ele me levanta e me coloca na água.
Eu choramingo quando a água toca meus cortes. Dói, mas o calor da água é bom em meus pés frios. Logo paro de tremer. Joe lava-me, tentando ser gentil enquanto ele limpa os ferimentos no meu corpo. Sua mandíbula está apertada e eu acho que há lágrimas em seus olhos.
Mais tarde, depois do meu cabelo estar lavado e cheirar bem, ele me levanta da água e me envolve em uma toalha. Nick segura uma caixa de Band-Aids com princesinhas que ele sabe que eu gosto. Mas há também um tubo de pomada em sua outra mão e eu balanço minha cabeça. — Não. Isso dói.
Joe esfrega a toalha sobre o meu corpo molhado, ainda tentando ser gentil. Alguns dos cortes estão sangrando de novo e dói quando a toalha esfrega entre eles. Quando ele termina, ele pega a pomada de mim e eu me afasto. — Não, Joe. — Eu choramingo. — Não quero isso.
— Eu sei, Demetria. Eu sei que dói. Mas você não quer que eles infeccionem, não é? — Ele está piscando muito e acho que ele está tentando não chorar. — Se eles infeccionarem você terá que ir ao médico e levar uma injeção.
Essa é a palavra mágica. Eu odeio injeções! Eu odeio médicos! Então, eu me sento na pequena pia e deixo-o colocar pomada em cima de mim, tentando não choramingar porque dói. Quando ele termina, o tubo está quase vazio. Nick ajuda a colocar os Band-Aids. Depois de colocar cada um, eles beijam o local, para expulsar a dor e dizem o de costume. — Fique bem.
Nick coloca uma de suas camisas em mim. Mas ela é tão grande que eles têm de dar um nó para que eu não tropece nela quando ando. Quando eu estou coberta, Joe me levanta e me leva de volta para o quarto de Nick. Eles me colocam na cama pequena contra a parede e dobram um lençol que cheira a Nick em torno de mim.
Shane e Drake entram no quarto. Shane tem um saco do Wal-Mart e ele tira uma caixa de remédio. Eles me dão uma grande dose de Tylenol e depois me alimentam. Drake tinha parado no McDonalds e me comprou um Happy Meal de nuggets de frango. Meu estômago ronca e eu percebo que não comi nada desde o dia anterior.
Meu estômago dói depois da primeira mordida. Eu sento e seguro minha barriga até que a dor passa e então eu devoro o resto do nuggets e batatas fritas. Eu não bebo a sprite que eles me deram até depois de eu ter comido. O gosto é bom. Finalmente eu pego o meu brinquedo, um pequeno bicho de pelúcia com cabelo maluco e uma camiseta. Eu o mantenho perto do meu peito, enquanto Joe escova os emaranhados no meu cabelo úmido. Machuca, porque não foi escovado em um tempo, mas eu não reclamo e ele tenta ser gentil.
Enquanto a escova desliza no meu cabelo meus olhos começam a ficar pesados. Logo eu estou dormindo...

Capítulo 1

Abro os olhos no instante em que o ônibus para. Fazendo careta eu me jogo para fora do sofá e olho para fora. O ônibus da turnê está parado no estacionamento do hotel. Outro ônibus carregado com toda a tripulação e dois caminhões param logo em seguida, com todo o equipamento de palco e da banda. Eu quero muito tomar um banho e dormir uma noite inteira, mas ainda tenho muitas coisas para fazer.
Eu ando de pé na parte de trás do ônibus para acordar os outros. Drake está esparramado em seu estômago na cama de baixo. Ele tem uma garrafa de Jack Daniels na mão, meio vazia. Acima dele, Shane esta roncando, seu baixo apertado contra o peito. Contra a outra parede Nick está falando em seu sono, murmurando sobre algum 'filho da puta'.
Suspirando, eu aperto seu ombro primeiro. — Nick. — Tenho que me aproximar de seu ouvido e gritar seu nome. Todos eles têm sono pesado, mas Nick é sempre o pior. — Nick! Vamos. Vamos dormir em uma cama de verdade.
Nick boceja e pisca para abrir os olhos. — Demi?
Eu sorrio para ele. — Quem mais? — Beijo seu rosto e dou um puxão no seu braço. — Levante-se. Chegamos. — Quando ele se senta eu passo para Shane. Tudo o que tenho que fazer é pegar o baixo dele. Ele aperta seus braços ao redor dele e se senta. — Estou acordado. — Ele resmunga.
— Drake. — Eu pego a garrafa de Jack de sua mão e coloco a tampa. Suas costas estão nuas e a tatuagem da banda deles, Asas do Demônio, em suas costas flexiona quando eu o acordo. — Ugh. Você precisa de um banho. — Eu quase vomito com o cheiro da bebida em seu hálito quando ele se vira e me puxa para baixo contra ele. — Levante-se, bêbado.
Ele beija minha bochecha antes de me soltar e eu levanto, caminhando para o final do ônibus. — Vocês se vistam. Depois que eu acordar Joe vou pegar a chave dos nossos quartos... Não volte a dormir Nick! — Eu chamo, sabendo que ele estava pensando em fazer exatamente isso. — Eu tenho um balde de água gelada com o seu nome se você dormir.
Ele murmura maldições para mim, mas eu só sorrio.
A televisão está ligada. Eu a desligo e caio no sofá ao lado de Joe. Ele não está vestido nada além de sua cueca. Eu não paro para cobiçar seu peito duro e abdômen definido. Eu já fiz isso muitas vezes antes. Em vez disso, coloco minha mão sobre sua boca e aperto seu nariz. Leva alguns segundos antes que ele se sacuda e me empurre. — Cadela! — Ele resmunga, mas me ajuda a levantar do chão, onde eu caí.
Rindo eu me levanto e pego a sua camiseta de Asas do Demônio. — Dormiu bem?
— Só adormeci algumas horas atrás. — Ele pega a camisa que eu lhe ofereci e desliza-a sobre sua cabeça. — Tenho muito em minha mente. Canções tentando sair, mas que continuam ficando trancadas no meu cérebro.
— Eu tive um sonho. — Falo.
Ele endurece, sabendo que meus sonhos nunca são agradáveis. — Você está bem? — Ele pergunta, pegando a minha mão e me puxando para o seu colo. — Quer falar sobre isso?
Suavemente ele penteia os dedos pelo meu cabelo. Eu fecho meus olhos e enterro meu rosto em seu pescoço. Deus ele cheira tão bem! — Como sempre vocês estavam cuidando de mim. Foi uma das vezes em que minha mãe usou uma vara em mim.
Braços fortes se apertam em torno de mim. Seus dedos apertados no meu cabelo machucam um pouco, mas eu não protesto. — Odeio aquela vadia. — Ele murmura. — Espero que ela esteja apodrecendo no inferno.
Eu não poderia concordar mais. Minha mãe morreu de uma overdose de drogas há seis anos. Dizer que eu lamentei sua morte seria um exagero total. Tudo o que eu senti quando encontrei o seu corpo frio quando cheguei da escola naquele dia foi um alívio enorme. Eu tinha quinze anos, mas estava livre da doença que era minha mãe.
— Eu preciso de café. — Joe levanta comigo ainda em seus braços.
Eu aperto-o junto a mim mais um segundo, então, solto. — Eu vou me assegurar que você consiga um. — Falo por cima do meu ombro enquanto avanço para a frente do ônibus.
— Não é o seu trabalho fazê-lo! — Ele grita atrás de mim.
Mas era. Toda minha vida eles tomaram conta de mim. Mesmo quando eles me deixaram depois de assinarem um contrato há dez anos, eles ainda tinham tomado conta de mim. Me enviavam dinheiro e presentes. Certificavam-se de que alguém me verificava todos os dias. Eles haviam estado em turnê, fazendo todas as coisas que os roqueiros fazem, mas eles ainda me chamavam todos os dias. O celular que eles me deram era a minha linha da vida para eles. Eu era capaz de ligar, mandar e-mail, mensagem, ou qualquer outra coisa que eu queria ou precisava para que pudesse falar com eles todos os dias.
Então, quando minha mãe morreu eles tinham voltado, largando tudo logo que eu tinha chamado Joe. Eles cuidaram do funeral. Então, quando os serviços sociais tentaram me levar embora eles avançaram e disseram que eu era deles. Me levaram para longe de todas as trevas do parque de traileres onde todos crescemos. Eles me compraram um laptop, organizaram tudo para eu ter aulas on-line para que pudesse completar minha educação da parte de trás de um ônibus da turnê.
Meus caras nunca iam me deixar de novo.
E eu lhes devia. Por sempre cuidarem de mim, por me pegarem, e me ajudarem a superar, salvarem a minha sanidade, me alimentarem, comprarem roupas para mim, me amarem... Muitas pessoas não fariam isso. Mas Joe, Drake, Shane, e Nick eram diferentes. Eles me viram quando eu tinha cinco anos, me colocaram sob suas asas escuras, me protegeram, mesmo que fossem dez anos mais velhos do que eu. Esses caras eram minha família e era minha vez de cuidar deles.
Então eu cuidava de tudo. Eles queriam café, eu arranjava café. Se Drake precisava de uma nova garrafa de uísque de 50 anos que era impossível encontrar, então eu me certificava que ele conseguia. Eu cuidava de tudo, desde reservas de hotel até as mulheres... Sim, eu havia me tornado uma profissional em me livrar de qualquer mulher que havia ultrapassado a sua data de validade. Normalmente, isso era na manhã seguinte.
Duas horas depois, eu tinha todos os quatro rapazes em seus quartos. Eu passei um tempo extra no quarto de Drake para me certificar de que ele tomava um banho e escovava os dentes. Dei-lhe em um par de cuecas limpas e coloquei-o na cama. Quando cheguei ao meu próprio quarto, eu estava exausta. Minha própria ducha foi rápida e eu estava dormindo antes mesmo de bater a cabeça no travesseiro.
— Demi!
Nick batendo na minha porta do quarto despertou-me algumas horas mais tarde. Olhei para o relógio, vi que era hora de ir para o Centro Cívico para preparar para o show de hoje e pulei para fora da cama. Abri a porta para Nick antes que ele a arrancasse. Ele entrou quando eu estava tirando a minha camiseta de dormir.
— Está se sentindo bem, Demi? — Ele perguntou, sem sequer se preocupar em virar a cabeça quando coloquei o meu sutiã e puxei uma camiseta dos Asas do Demônio sobre a minha cabeça. — Você nunca dorme demais.
Na verdade, já fazia um tempo que eu me sentia cansada. Mas não ia dizer isso a ele. Ele iria dizer aos outros e eles iam se unir para cuidar de mim, me forçando a ir ao médico. Eu odiava médicos! — Só tive uma noite difícil na noite passada. — Disse me desculpando. — Pesadelos.
Coloquei uma calcinha limpa e depois vesti um par de jeans apertados. Botas até ao joelho com saltos de três polegadas e eu estava pronta. Eu puxei meu cabelo bagunçado em um rabo de cavalo, não me incomodando com maquiagem, e me virei para encontrá-lo ainda franzindo a testa para mim. — Eu estou bem, Nick. — Dei-lhe um abraço apertado, então fiquei na ponta dos pés para beijar sua bochecha. — Relaxa. — Levantei a mão e esfreguei-a sobre a sua cabeça careca. Ele gostava de mantê-la lisa. Era sexy como o inferno e todo mundo queria esfregar sua cabeça. Ele só gostava quando eu fazia isso embora.
— Eu acho que preciso de férias. — Ele murmurou enquanto me seguia para fora do quarto. — Talvez devêssemos ir para casa por um tempo.
Eu atirei-lhe um olhar por cima do meu ombro enquanto apertei o botão para chamar o elevador.
— E onde é a casa? Estamos vivendo em um ônibus há seis anos.
— Joe estava falando sobre a compra de uma casa. Mas nós não conseguimos decidir sobre onde queremos que seja. Drake sugeriu Califórnia, Shane quer Boston. — Ele deu de ombros quando entrou no elevador comigo. — O que você acha?
Honestamente, eu não sabia o que pensar. Eu os seguiria para qualquer lugar, contanto que todos nós estivéssemos juntos, eu não poderia me importar menos. Mas não esperava que eles estivessem prontos para se estabelecer, no entanto, mesmo se todos nós estávamos ficando cansados de toda a movimentação. — Eu nunca pensei sobre isso. — Digo a ele.
— Bem, você precisa pensar. Queremos saber onde você quer viver. Você sabe que onde quer que você vá nós iremos também.
Suas palavras aqueceram meu coração e eu o abracei com força. Ele deu um beijo no topo da minha cabeça e saiu do elevador no andar térreo. Joe, Drake, e Shane já estavam nos esperando. Cada um deles deu-me olhares preocupados, mas apenas passei por eles para a limusine esperando lá fora.

sábado, 23 de novembro de 2013

Repostagem das sinopses das próximas histórias


- Simplesmente Demi

Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Demi. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Demi agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Joe. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Joe, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Joe não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. 


- The Rocker That Holds Me  (Mini-fic)     

Fazer turnê com quatro roqueiros é uma coisa de sonhos...

Pelo menos é isso o que as pessoas me dizem. Para mim, esses quatro roqueiros são a minha família. Eles cuidaram de mim a partir do momento que eu tinha cinco anos de idade. Protegeram-me de minha mãe e de seus ataques de bêbada e viciada em drogas. Quando eles ficaram famosos continuaram a cuidar de mim. E quando a monstra (minha mãe) morreu, eles assumiram como meus guardiões.
Nos seis anos desde que isso aconteceu, eu tenho cuidado dos quatro homens que significam tudo para mim. Cuido deles da mesma forma que uma vez eles tomaram conta de mim. Eu lido com todo o trabalho sujo nos bastidores de uma vida de roqueiros. Não é sempre bonita. Às vezes chega malditamente perto de repugnante, especialmente quando eu tenho que me livrar de seus casos de uma noite. Ugh!
Cuidar deles não me incomoda embora. Quero dizer, não é como se estivesse apaixonada por um deles. Isso seria uma loucura. Me apaixonar por um roqueiro... NÃO é inteligente!
Ok, então eu não sou inteligente. Eu amo meus rapazes, e um deles meio que segura meu coração em sua grande mão de roqueiro. Mas eu estou lidando. Tenho sido capaz de manter isso como o meu pequeno segredo por anos.
Não estou, no entanto, lidando com esse micróbio que eu pareço ter apanhado. Isso me assusta como o inferno. Eu odeio médicos, mas de repente estou mais preocupada em descobrir o que está errado comigo do que com o que o médico podia fazer para mim.
Quando recebo os meus resultados do teste a minha vida nunca mais será a mesma...

 >>> Divulgação: Jemi - Uma Proposta Ousada <<<

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Epílogo (MARATONA)

“E quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
E te mudou a direção...”

O dia ainda não havia amanhecido, mas isso não tardaria a acontecer. Demetria estava acordada. Um ano antes, isso também estava acontecendo. Sempre via o dia amanhecer. Mas diferente de antes, ela não estava acordada por que estava tão triste e solitária que não conseguia dormir. Agora ela não conseguia dormir por que estava feliz demais para isso. E o motivo de tudo isso ressonava nu a seu lado. Joseph Bolivatto tinha iluminado e trazido calor a sua existência. Transformado toda sua tristeza em alegria. Ela nunca imaginara amar tanto e ser amada de volta. Olhou para a aliança em seu dedo. Beth havia lhe dito que fora feita sob encomenda. Retirou do dedo e leu a inscrição.
“Eternamente Minha”
— Sim, Joseph, só sua... E do Charles, por enquanto.
Lembrou-se do seu marrentinho com saudades. Mal podia esperar para ir buscá-lo. Tinha certeza que a Vera com toda sua competência não estava sendo páreo para aquela criaturinha intransigente.
Enquanto ponderava sobre aquela situação, percebeu Joseph ainda de olhos fechados a procurando. Sua mão tateou a cama até achá-la. Então puxou o corpo da esposa contra o seu e enterrou o rosto em seus cabelos. Demetria Bolivatto sorriu e pensou consigo mesma que não havia mulher mais satisfeita que ela nesse mundo.
No dia seguinte, partiram em lua de mel. Aquela não seria uma lua de mel normal, seria uma lua de mel a quatro, mas por outro lado normalidade nunca fora uma característica marcante daquele casal. É claro que algemas e outros apetrechos ficaram em casa. Os gritos também tiveram que ficar limitados ao sexo ao ar livre, ou quando a adorável babá do seu garoto se trancava no quarto com ele. No último dia daquelas duas semanas maravilhosas, ela sugeriu ir com o bebê para o prédio principal do hotel para que os dois tivessem privacidade no chalé.
A mãe do garoto ficou dividida entre deixá-lo ir e ter sexo animal com o marido, ou curtir seu filhinho mais um pouco, afinal que tipo de mãe abandona seu filhinho por interesses próprios? Principalmente interesses sexuais?!
— Se você deixá-lo ir, eu prometo que não vai se arrepender...
Uma mãe que adorava sexo.
Sua mente em segundos foi preenchida por cenas das coisas que seu marido podia fazer com ela.
— Vou arrumar as coisas do Charlie...
Joseph sorriu e pegou o filho. Sentiria falta dele também nas horas seguintes.
— Cuida da Vera, ok? Ela é boazinha e não merece seu mau humor.
Charles olhou para o pai com sua costumeira expressão compenetrado.
— É sério. Você precisa agir como homem...
A frase ficou perdida no ar quando percebeu o que estava fazendo, mesmo que brincando. Estava errado. Lembrou-se de quantas vezes o pai discursou sobre as responsabilidades de homem da casa. O quanto esse discurso singelo lhe pesou. Não que fosse deixar o filho crescer sem responsabilidades, apenas precisava não lhe colocar responsabilidades de adulto.
— A primeira vez que me vi como adulto, foi a primeira vez que carreguei minha avó no colo. Eu tinha 16 anos então e ela era tão frágil... — Começou a contar ao filho em tom de confidência — Ela estava sentada no chão da cozinha chorando. Não conseguiu se levantar sozinha. Naquela noite eu a coloquei na cama, dei seus remédios e deitei a seu lado.
Olhou para o filho, que ainda adotava aquela expressão atenta e curiosa, testa franzida, balançando inquietamente seus bracinhos e pernas.
— Ali do lado dela, eu fiquei pensando na vida. Lembrando-me das vezes em que ela me carregou quando eu era criança. Dela deitando ao meu lado para me colocar para dormir... Era um o ciclo da vida se concretizando: ela cuidou de mim e daquele momento em diante eu cuidei dela... E me transformei num adulto aos 16 anos...
— Você foi a luz da vida dela, Joseph.
O comentário da senhora Bolivatto pegou o marido desprevenido.
Não dividia aquelas coisas com ninguém, mas gostava daquelas “conversas” com o filho, era natural se abrir com ele. Talvez por que a criança não entendesse suas confidências.
Sorriu sem graça para a esposa.
— Seu pai me disse isso tantas vezes... Em meio a tudo ela teve você.
— Eu sei...
— Não, não sabe. Você consegue ser luz na vida das pessoas. Tem um senso de lealdade, responsabilidade... Raros. Se nosso filho for metade do homem que você é, eu serei uma mãe realizada.
O rapaz ficou sem graça. Não era bom em receber elogios. Com um sorriso meigo, Demetria inclinou-se e beijou o rosto do marido.
— Agora deixa eu me despedir do meu marrentinho. — E apanhando a criança, foi logo recomendando — Não seja muito cruel com a Vera... Ela é uma boa babá. Você precisa deixá-la dormir um pouquinho. A mamãe não pretende dormir muito hoje, mas eu prometo que amanhã sou toda sua. Mesmo que passe o dia cochilando, vou cochilar agarrada a você, ok?
Algum tempo depois o casal voltava de mãos dadas para a cabana, após deixarem a babá e o filho bem acomodado no hotel. Demetria tinha o coração pesado. Joseph também, mas seria só por uma noite. Não demorou muito para que a preocupação fosse esquecida numa luta desenfreada contra as roupas. Horas mais tarde Demetria estremeceu. O marido estava surpreendentemente mais romântico naquela noite. E não se inibia em expressar.
— Isso. — beijou-lhe o queixo — é por ter sido forte quando eu me desesperei. — Ele sussurrou com a sua voz rouca — Isso. — beijou-lhe a nuca — é por ter voltado para mim depois do parto de nosso filho... Isso é por ter me dado o Charlie. — beijou-lhe na testa.
— E isso. — Ele beijou sofregamente seus lábios. — é porque eu te amo desesperadamente...
Ainda sonolenta pelas últimas aventuras Demetria Bolivatto, pensou na vida maravilhosa que teria ao lado daquele homem... E no último momento antes de cair na inconsciência provocada pelo prazer, lembrou-se que em casa havia um caderninho, cheios de possibilidades aguardando por eles... Quem disse que os sonhos e fantasias não podiam se tornar realidade?

Quase um ano depois, Demetria acordou meio zonza. Tinha alguma coisa errada, mas ela não entendia o quê. Tentou mover-se e descobriu que suas mãos estavam algemadas a cabeceira da cama. Abriu os olhos assustada e se deparou com a visão mais perfeita do mundo:
Joseph completamente nu, segurando certo caderninho de anotações.
— Lembra-se, querida? Sempre três vezes mais tudo o que me é feito...

Bem, a vida podia ser perfeita às vezes... Para quem tem a ousadia de ir atrás do que quer. Demetria levou trinta anos para aprender isso, Joseph um pouco mais... Mas aprenderam direitinho...

Fim.
~*~

Não fiz o banner de That Rocker That Holds Me... Mas tenho o de Simplesmente Demi pronto há milênios hahahaha Vejo o que farei sobre isso essa semana e começarei a postar a nova adaptação em breve.  

Se quiserem que eu poste as sinopses dessas duas histórias de novo, comentem aí, ok?! Beijos.

CAPÍTULO 23 - TODA FORMA DE AMOR - Ultimo capítulo (MARATONA)

“E a gente vive junto e a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta e conhece a dor
Consideramos justa toda forma de amor...”

As duas primeiras semanas após o nascimento do Charlie foram por assim dizer as semanas dos olhares. Sim, eles se comiam com os olhos.
No 7º dia, após o parto Demi começou o projeto voltar à antiga forma. Afinal seu noivo insistia em casar e queria que sua noite de núpcias coincidisse com o fim do resguardo. Ela só casava quando estivesse esculpida num vestido de noiva. Até aí tudo bem, o problema consistia no personal trainer que Beth Bolivatto arranjou, um tal de Santoro. No momento em que o “homem músculos muito bem definidos” atravessou a porta de entrada da casa do casal, a paz de espírito de Joseph Bolivatto acabou. Seu primeiro impulso foi matar a criaturinha que diziam ser sua irmã, mas para isso teria que sair e deixar sua mulher sozinha com aquele sujeito e isso definitivamente não aconteceria. Nem em mil anos. Por isso todo dia às dezesseis horas Joseph Bolivatto largava tudo o que estava fazendo, pegava o filho nos braços e ia assistir à sessão de exercícios da futura esposa e a versão moderna do Conan.
A terceira semana de resguardo foi a semana da “pegação”. Exatamente no terceiro dia eles começaram com carícias inocentes, que em pouco tempo já não eram tão inocentes assim. Teriam ido um pouco mais longe se o eficiente filhinho não acordasse fazendo o maior escândalo...
No sexto dia daquela semana acordaram ainda decididos que estava na hora de pedir ajuda profissional para cuidar do Charlie, ambos estavam cansados de virar a noite e frustrados com as constantes interrupções.
— Ok, Charles, esse tipo de coisa não se faz, se você quer um aliado para te ajudar quando estiver na adolescência, me ajuda aí, para de jogar água no meu brinquedo, ok? — dizia Joseph ao filho, enquanto trocava sua fralda. Demi estava no banho e ele decidiu que era hora de ter uma conversa de homem para homem com o guri. — Papai te ama, mas poxa, papai também ama a mamãe e quer mostrar isso para ela.
Charles olhava para o pai concentrado, apenas balançando seus bracinhos e pernas. Parecia beber cada palavra que este dizia.
— Vamos fazer um acordo: se deixar a gente terminar o que começamos, quando você for adolescente eu, libero o carro e enrolo sua mãe, por que acredite aquela criatura é ciumenta e se depender dela é capaz de você morrer virgem... — e terminando de fechar a roupinha do menino, ele deu uma parada e o encarou. — não vai colaborar não é? — perguntou com uma expressão de desânimo.
Charles abriu seus grandes e expressivos olhos verdes, numa expressão de surpresa e então um sorriso infantil transformou suas feições. Joseph sorriu junto, quem podia se zangar com aquela criatura?
— Você está rindo do papai, sujeito? — perguntou com um sorriso de orelha a orelha — olha que minha meta é devolver sempre três vezes o que me fazem. Vai pensando na sua adolescência desde já. Eu vou tornar ela um tormento. — disse para a criança que estava seria outra vez — é para ter medo mesmo. — O menino voltou a sorrir outra vez balançando braços e pernas. — Ótimo, mais um para mandar em mim e eu achar o máximo. — falou com resignação — Tal mãe, tal filho...
E mais uma vez o bebê sorriu como se concordasse com o pai.
O último dia de resguardo amanheceu ensolarado. Um dia perfeito para um casamento. Beth Bolivatto sequestrou a amiga e cunhada logo nas primeiras horas do dia. E deixou uma lista de instruções para o irmão. O fraque dele chegaria ao final do dia. A própria Beth viria no final do dia verificar tudo.
Charlie acordou de mau humor. Ficou choramingando um bom tempo. A babá já não sabia o que fazer. O garoto deixou bem claro que não estava feliz com a ausência da mãe. Agora dormia tranquilamente sobre o peito desnudo do pai. Tinha sido banhado e alimentado por Vera, mas ainda assim fez questão de deixar claro que sabia que ela não era sua mãe.
Oh, que menino difícil de agradar!
De repente o celular começou a vibrar sobre o travesseiro ao lado deles. Joseph sorriu ao olhar o visor.
— Vem Demi, o dia de noiva não é um dia onde ela deve ficar incomunicável?
— Onde está meu filho?
Não era só o Charlie que estava de mau humor. O Bolivatto ficou com pena do pessoal do SPA.
— Agora ele está dormindo. Antes estava fazendo terrorismo com a pobre da Vera.
— Ele chorou muito?
— Aquele choro de manha, que faz a gente trazer ele para a cama no meio da noite. E você, como está?
— Com saudade de vocês. Por mim eu fazia tudo aí mesmo, mas você sabe como é a Beth.
— Sei, mas seja boazinha com a minha irmã que eu serei bonzinho com você mais tarde.
— Hum, sinto que você está com péssimas intenções para comigo, senhor Bolivatto...
— Após nosso casamento eu te mostro o tamanho das minhas intenções.
— Nossa, estou até como medo.
— Você? Com medo das minhas intenções? — Ele gargalhou.

Demi ligou mais três vezes naquela mesma manhã antes que o Jackson aparecesse.
— A Beth mandou arrumar a Vera e o Charlie e mandá-los para o SPA antes que ela mate a Demi...
Demi estava nervosa. Desceu da limusine apoiando-se na mão que o Carlos lhe estendeu. Ela estava muito feliz. E um pouco triste ao mesmo tempo. Seu mundo havia se transformado em apenas um ano. Naquele dia em especial estava sentindo muita falta dos pais. Como gostaria de dividir com eles aquele dia.
Carlos se aproximou e lhe beijou a testa. E a abraçou, como sempre acontecia, ela se encaixou perfeitamente no vão de seu pescoço. Seus lábios rosados pelo batom tocaram o colarinho da camisa do sogro.
— Bem vinda à família, filha.
Ela precisou controlar as lágrimas. Definitivamente ela amava aquele cara. Tinha tanto a lhe agradecer. Se não a tivesse convencido a sequestrar seu filho, ela nunca estaria ali.
— Eu te amo sabia?
Ele sorriu emocionado.
— Eu sei moça, mas eu já sou casado, então vai ter que se contentar com meu filho.
Ela apenas sacudiu a cabeça com um sorriso indulgente nos lábios. Ajeitou o vestido, um justíssimo tomara que caia que valorizava seus novos e temporários seios. E a cintura esguia reconquistada com a grande ajuda do Santoro. Olhou para as escadarias da igreja. Seu futuro a chamava e de repente se dava conta que não era mais a pessoa que fora há tão pouco tempo trás. Estava mais forte e decidida que nunca.
Joseph olhava para futura esposa com o coração transbordando de alegria. Agradecia todos os dias por tê-la em sua vida.
— Cara, essa sua Tarja-preta é realmente uma coisa de louco.
— Nicholas, eu já mandei você parar de colocar apelidos na minha mulher. Eu posso esquecer que gosto de você vivo e contar para ela...
— Você não teria coragem...
— Isso é um desafio?
A marcha nupcial iniciou-se assim que Demetria colocou os pés no corredor. No altar estavam esperando por ela os dois homens de sua vida: Joseph Bolivatto e o filho em seus braços. As lágrimas que ela tentava impedir a pouco começaram a escorrer. Quando ficou diante do noivo, inclinou-se e beijou o filho, que estava vestido numa espécie de terninho.
Depois beijou o futuro marido.
— Ainda dá tempo fugir. — ele brincou — se ficar com a gente, vai ser pra sempre.
— Ótimo, porque se você tentar fugir, eu te pego e o mantenho em cárcere privado.
— Promete?
— Prometo.
A cerimônia passou para Demi numa névoa de felicidade.
Faltava pouco mais de um mês para seu aniversario de 31 anos. Era impossível não olhar para trás e pensar no seu último aniversário. Um dos dias mais tristes de sua vida. Sem pai, ou mãe numa casa enorme e fazia. Agora sua casa estava cheia de luz e vida. Logo o filho estaria correndo pela casa, escorregando pelo corrimão, como ela fazia com o  Wilmer e a Beth quando eram crianças.
Quando chegou a hora da troca de alianças, Beth veio pegar Charles que começou a se contorcer em seus braços não gostando nada daquilo. Henrique, se contorceu nos braços do pai, demonstrando também que não estava feliz em ver sua mãe segurando outro garoto.
Rosana rapidamente pegou o filho de Demetria e Beth foi socorrer o marido. O filho de Joseph olhou para a loira como se a medisse desconfiado, mas finalmente se acalmou abrindo um de seus raros sorrisos.
— Esse definitivamente é um Bolivatto. — sentenciou Joseph.
— O que você quer dizer com isso? — Demi perguntou contrariada.
Joseph sorriu e piscou para a noiva:
— Ele tem um excelente gosto para mulher...

A recepção foi simples e elegante. Como a cerimônia, para apenas 30 convidados, optaram por algo num salão de festa de um hotel. O mesmo hotel onde os noivos passariam a noite de núpcias. Depois veio a dança dos noivos, “uma dança a três, já que o pequeno tirano se recusava a ficar longe dos pais” e o brinde do padrinho, um Nicholas mais alegre após tanto tempo.
— Quando a gente vai subir? — perguntou Joseph enquanto ajeitava a cadeira para a esposa se sentar.
A moça se fez de ofendida:
— Joseph! Eu pretendo aproveitar minha festa de casamento...
— Eu prometo uma festa privada se você der um jeito de fugir comigo dessa chatice.
Vinte minutos depois escapavam para a suíte. Como era de praxe, a esposa foi carregada para dentro e atirada sobre a cama.
— Tem uma coisa que eu estou morrendo de vontade de fazer desde que vi você nesse vestido.
A moça sentiu um arrepio percorrê-la. Conhecendo o marido como conhecia, tinha certeza que ia ser uma coisa muito boa.
De frente para cama ele retirou as abotoadoras e colocou-as de lado. Desfez o nó da gravata borboleta e começou a abrir os botões da camisa. Ansiosa pelo que viria, a moça fez menção de retirar os sapatos.
— Não, você não tira nada. Esse é um trabalho meu.
Ela ficou úmida só de ouvi-lo falar isso. Esperou impacientemente o fim do strip-tease. Sua boca encheu-se de água ao vê-lo finalmente nu. Lentamente, ele se inclinou sobre a cama. Enfiando as mãos sob o vestido da mulher, encontrou a calcinha e a puxou para baixo lentamente.
— Na hora em que você entrou na igreja, eu me imaginei enterrado em você, com suas pernas me envolvendo ainda com as meias e sapatos. O vestido erguido e o busto solto me deixando ver e manipular seus mamilos.
Dizer o quê? Ela quase sucumbiu. Sua respiração ficou irregular no mesmo instante.
— E o que você está esperando?
— Saber se você está pronta para mim. Você está Demetria?
— Sempre. — disse ela aproximando-se dele e dando-lhe um beijo esfomeado.
— Prometo ser suave depois ok? — ele sussurrou antes de penetrá-la num só impulso.
— Joseph...
Demi o agarrou, trazendo-o para si. Começaram a se mover juntos, numa sintonia perfeita. Demi mordeu os lábios. Era tanto prazer que tinha certeza que ia perder o juízo.
— Hoje você pode gritar amor. — Joseph a lembrou. Sim, hoje eles não precisavam se conter.
Como havia prometido, Joseph abriu o busto do vestido expondo seus seios.

— Linda. — disse antes de começar a beijá-los.

CAPÍTULO 22 - EU TIVE UM SONHO (MARATONA)


“E era preciso Fechar os olhos
Pra não morrer e não me
Machucar”

Caía uma fina garoa sobre cidade naquela noite. Joseph Bolivatto não sabia ao certo há quanto tempo estava ali, completamente encharcado. Depois da correria, do parto, de tudo; ele deixara o hospital e fora caminhar. Não se importando com a chuva. Não importando se o termômetro mostrava dez graus. Sentia-se anestesiado. Não conseguia expressar sentimento algum, sentir qualquer coisa. Queria apenas caminhar sem rumo absorvendo os acontecimentos. Poderia ter chorado. Isso talvez colocasse para fora todas as coisas que estavam congeladas dentro de si. Mas não o fez. Quando finalmente o choque passasse talvez o fizesse.
Se havia uma coisa que Joseph Bolivatto não sabia lidar era com a própria impotência. Não ter o poder de decisão em suas mãos era algo que o desnorteava. Sim, depois daquela noite, nunca mais teria o controle em suas mãos outra vez. Sua vida seria um eterno salto no escuro.
— Joseph.
Era seu pai. Olhou na direção da voz e o descobriu com o carro parado na calçada e a porta aberta, num convite.
— Vamos filho. Você precisa trocar de roupa, voltar para o hospital e carregar seu filho no colo.
O filho de Carlos não reagiu; então este saiu do veículo.
— Vamos, prometo que tudo vai passar...
— Mas pai...
— Eu sei filho, eu sei. Agora vamos. Tudo vai ficar bem. Eu prometo. — repetiu.
Foram para a casa de Demi, a mais próxima do hospital. Lá, por insistência do pai, Joseph tomou um banho quente e trocou de roupas.
— Eu sei que você está com medo. Sei que tudo será diferente agora, mas não precisa se preocupar tudo vai se ajeitar.
— Mas pai, sem Demi eu não posso viver. Eu não consigo...
E caiu no choro, como era de se esperar.
Carlos Bolivatto sabia exatamente o que o rapaz estava sentindo. Era meio como ver a si mesmo. E por mais reservado que Joseph fosse, ele era igual ao pai em muitos aspectos. Tanto nos positivos como nos negativos.
O homem mais jovem sempre fora um grande motivo de orgulho.
Qualquer jovem em sua posição teria escolhido o caminho mais fácil: seguir os negócios da família, administrar sua própria riqueza. Mas ele não, batalhou, construiu um nome independente do prestígio de seus parentes e deixou sua própria marca no mundo. O que mais um pai podia desejar em um filho? Mas o Bolivatto pai, “agora avô”, queria mais... Sempre quis. Queria que aquele homem capaz e dinâmico no campo profissional, também assumisse a mesma postura na sua vida amorosa.
Por anos Carlos observou o filho fazendo escolhas confortáveis. Primeiro buscando apenas sexo nas mulheres com quem se envolvia. Nunca as levava a sério, estando sempre acompanhado, mas na verdade sozinho. Depois veio a fase mulheres perfeitas. Suas namoradas eram lindas, mas pareciam encomendadas em alguma loja: loiras, bonitas, corpos esculpidos e que concordavam com qualquer coisa que ele falava. A Blanda foi a última de uma listagem reduzida. Mas nem mesmo Joseph conseguia esconder as coisas do astuto Carlos. Ele viu a princípio com simpatia a paixonite do jovem pela filha de sua secretária. Demi era uma menina adorável e tê-la como parte da família era uma possibilidade maravilhosa.
Uma noite comentou com Raquel suas suspeitas.
— Mas a Demi é apaixonada pelo Wilmer.
— Sinceramente Raquel? Joseph é um Bolivatto, e você sabe como os Bolivatto são quando querem algo: não param até conseguir.
— Convencido! — foi a resposta da esposa.
Mas para surpresa do pai, o destemido Bolivatto filho se tornava um meninote assustado diante da garota. Ele se contentava em ficar observando a distância. Sem tomar qualquer atitude. Foi a primeira vez que ele entendeu: Demetria Lovato era a fraqueza de Joseph Bolivatto.
Houve uma época em que esperou veementemente que o filho esquecesse aquela paixão. Arranjasse uma moça qualquer que tirasse aquele olhar desesperançado que trazia consigo. Era doloroso ver como ele ficava deprimido quando a moça aparecia suspirando pela casa com a irmã do rapaz por seu namorado maravilhoso. Só mesmo uma adolescente para não ver a dor que causava. O quanto uma simples palavra podia ferir. Se não gostasse da menina como a uma filha, era possível que a afastasse da convivência com sua família. Mas isso não seria justo, Demetria jamais poderia levar a culpa por algo que ela nem sabia. Embora tivesse se ressentido com a escolha do rapaz em viver distante, entendeu completamente a sua escolha. Mesmo com o coração apertado, esperou que se curasse e voltasse para casa. Mais forte.
Quando o namoro de Demi teve fim, seu maior desejo era contar ao filho, mas este cortava qualquer assunto que envolvesse o nome da moça. Bastava citá-la e ele dava um jeito de interromper a conversa. Sua maior frustração era saber que Joseph não veria com bons olhos qualquer interferência sua. Então por anos esperou silenciosamente até que surgiu a oportunidade perfeita.
A sua amizade com Demi foi se aprofundando com os anos. Quando o filho retornou, ele não entendeu por que ele não agiu. A mulher por quem era apaixonado desde a adolescência estava solteira, vulnerável e ele não tomou qualquer medida quanto a isso. Aí um dia ele descobriu tudo...
Depois da morte dos pais, Demi ficou desnorteada, vivia na mais profunda tristeza. Caia no choro por qualquer motivo. O banheiro do chefe era o seu local predileto para se esconder nessas horas. Um dia durante uma crise dessas, Carlos ficou horas sentado no chão do banheiro conversando com a moça. E quando finalmente saíram de lá, encontraram com Joseph. O olhar do rapaz foi mais eloquente que qualquer palavra: ele acreditava na conversa que rolava no escritório de Demetria tinha um caso com o patrão. Foi nesse momento que decidiu que era hora de agir...
— Eu acho que sou como a vovó. Ela amou o vovô até o dia de sua morte. — Joseph falou do nada.
— É, ela o amou.
— Eu nunca entendi como ela podia ser assim. O vovô a abandonou. Foi embora sem olhar para trás e ela chorou a falta dele todos os dias, pior ainda quando ele morreu.
— É, o amor nos torna estúpidos...
— Eu não vou saber viver sem a Demi. Nunca.
— Eu sei...
— Não! Eu... Pai se eu perder a Demi eu morro. Eu nunca em minha vida senti tanto medo como naquela sala de parto. Se fosse eu ali, acho que não sentiria metade do medo que senti... Eu daria tudo para que ela não sofresse um milímetro. Eu...
O rapaz passou as mãos no rosto num gesto de total desespero. Estava sentado a mesa da cozinha. Antes de voltar para o hospital, o Bolivatto pai decidiu preparar um café. Que estava agora esfriava intocado pelo Bolivatto filho.
— Eu sei Joseph. Para todo mundo eu e Raquel temos o casamento perfeito, mas isso não é bem verdade. O fato da Raquel não poder ter filhos sempre foi um grande problema entre nós.
O rapaz pareceu surpreso.
— Mas eu pensei que o senhor não se importasse...
— E não me importo, mas vai explicar isso a Raquel. Ela sempre entra em crise por achar que eu poderia ter arranjado uma mulher que poderia lhe dar muitos filhos. Você não faz ideia de quantas vezes ela me abandonou.
— A Raquel?
— Sim, a Raquel. Aquela cabeça dura já me fez virar noites rodando de carro pela cidade, eu já dormi do lado de fora do banheiro, na porta de entrada da casa de amiga dela, só para aquela criatura entender que eu a amo acima de tudo. Que sem ela minha vida não tem sentido.
— E conseguiu?
— Sim.
— Como?
— Sinceramente? Sexo basicamente. Palavras, presentes, surpresas... Mas no final era o sexo que resolvia. Já fizemos em tudo quanto era lugar, na rua, na chuva, de madrugada no metrô.
O filho quase riu. Mas então ficou sério outra vez.
— Sabe qual é o meu maior medo?
— Sei... Que a Demi seja igual ao meu pai. Que ela um dia acorde e diga que não te ama mais. Como ele fez com a mamãe.
O rapaz se mostrou surpreso com a precisão do pai. Este apenas sorriu.
— Eu já fui um Bolivatto paranoico. Levou anos para eu aceitar que a Raquel não ia deixar de me amar. E acredite a Demi não é como o papai. Ela te ama, ama mesmo. Assim como a Raquel me ama. Meu único consolo é que as próximas gerações não vão sofrer como a gente. Sei que foi duro ver a mamãe penar como ela penou por alguém tão egoísta, mas a nossa história é outra. Quando a Demi começar com os surtos, você já sabe: sexo como terapia. Seduza a sua mulher todos os dias, a faça saber o quanto a ama. Funcionou comigo, vai funcionar com você. Um casamento é construído no dia a dia. Construa o seu. E jamais repita o que você fez hoje.
— Eu precisava esfriar a cabeça...
— Você fugiu apavorado. Você sempre foge apavorado quando a Demi está envolvida. Não volte a fazer isso. Qualquer problema tem que ser enfrentado junto com ela.
— Mas eu...
— Sem “mas”! Juntos! Quando a Demi acordar da anestesia a primeira pessoa que ela precisa ver é você. Sei que o medo paralisa, mas não deixe que ele destrua isso o que vocês têm. Não torne o amor que você sente por ela um problema para os dois.
— Mas às vezes dói pai, dói muito amar tanto assim... Toda vez que eu penso no quão perto eu estive de perder a Demi, eu me perco...
— Então se encontre. Ela pode ser forte por vocês dois se preciso for, só não a deixe do lado de fora...

Quando Demetria Lovato abriu os olhos ela viu a cena mais linda que presenciara em sua vida: Joseph Bolivatto olhava fascinado para o amontoado de tecido que trazia em seus braços. Dois bracinhos inquietos balançavam, soltando da manta.
— Estou perdida!
O rapaz a olhou surpreso. Primeiro por notá-la acordada.
Depois por seu comentário.
— Por quê?
— Dois Bolivatto na mesma casa? Não vai haver espaço na casa para o ego de vocês. Sem falar na quantidade de vadias que eu vou ter que botar para correr.
Ele riu.
— Não se preocupe. Prometemos nos comportar... Ou melhor, eu prometo me comportar...

Quando Demi voltou para casa três dias depois, a família inteira a aguardava, Carlos, Raquel, Wilmer, Beth, Jackson e Henrique, o filho do casal. Até mesmo Nicholas havia aparecido. Infelizmente o novo e marrento Bolivatto não gostou muito de tamanha agitação em seus domínios e foi logo abrindo o berreiro. Os parentes já reconhecendo sua majestade, foram logo tratando de ir embora.
— Nossa, esse guri é eficiente. Eu nunca conseguir colocar minha família para correr tão fácil. — comentou Joseph impressionado. — Agora mano, nada de usar isso comigo. Eu sou seu pai, você tem que reconhecer minha autoridade...
Disse depositando o bebê no berço.
— Joseph, nem comece com essa história de “mano”. A gente tem que escolher o nome dessa criança. Você enrolou, não aceitou as minhas sugestões.
— Mas eu já escolhi o nome do nosso filho.
— Como assim já escolheu? Era para ser uma decisão nossa!
— Eu tenho certeza que você vai adorar a escolha.
— Sei...
Aquele sujeito queria chamar o filho de Fenício! Ônix!
Ela nem queria imaginar qual era a novidade que ele ia inventar agora.
— Acho que nosso filho deve se chamar Charles... Como seu pai.
Lágrimas vieram aos olhos da moça.
— Eu te amo sabia? — ela perguntou buscando seus lábios.
— Eu te amo mais... Eu não quero ter mais filhos. — ele falou de repente — Meu coração não suportaria passar por aquilo de novo...
— A gente conversa sobre isso daqui a uns três anos, ok?
Horas mais tarde Charles, aquele pequeno tirano acordou os pais exigindo seu alimento.
— Calma Bebê, isso dói...
— Esse é um Bolivatto, quanta voracidade...
Demi se arrepiou inteirinha diante do comentário. E olhou para o noivo sem esconder o desejo.
— Ai meu Deus! Quarenta dias de resguardo. Eu não mereço! — falou num tom bem sofrido.

— Trinta e sete dias, amor, trinta e sete.

~*~

thau aneEu não tenho certeza... Estou entre postar "Simplesmente Demi", que eu já postei a sinopse aqui antes, e "The Rocker That Holds Me", que eu também já postei a sinopse há um tempo. Que legal, eu não sabia que ela vem ao Brasil hahaha Sim, é bem "ozado" kkkkkk já leu a adaptação que eu fiz aqui no blog de Beautiful Disaster (Belo desastre)? Que tenso hahaha você tem quantos anos? Deve ser novinha pra seus pais acharem tão ruim assim. De nada ^^ bjos.