segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CAPÍTULO 23 - TODA FORMA DE AMOR - Ultimo capítulo (MARATONA)

“E a gente vive junto e a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta e conhece a dor
Consideramos justa toda forma de amor...”

As duas primeiras semanas após o nascimento do Charlie foram por assim dizer as semanas dos olhares. Sim, eles se comiam com os olhos.
No 7º dia, após o parto Demi começou o projeto voltar à antiga forma. Afinal seu noivo insistia em casar e queria que sua noite de núpcias coincidisse com o fim do resguardo. Ela só casava quando estivesse esculpida num vestido de noiva. Até aí tudo bem, o problema consistia no personal trainer que Beth Bolivatto arranjou, um tal de Santoro. No momento em que o “homem músculos muito bem definidos” atravessou a porta de entrada da casa do casal, a paz de espírito de Joseph Bolivatto acabou. Seu primeiro impulso foi matar a criaturinha que diziam ser sua irmã, mas para isso teria que sair e deixar sua mulher sozinha com aquele sujeito e isso definitivamente não aconteceria. Nem em mil anos. Por isso todo dia às dezesseis horas Joseph Bolivatto largava tudo o que estava fazendo, pegava o filho nos braços e ia assistir à sessão de exercícios da futura esposa e a versão moderna do Conan.
A terceira semana de resguardo foi a semana da “pegação”. Exatamente no terceiro dia eles começaram com carícias inocentes, que em pouco tempo já não eram tão inocentes assim. Teriam ido um pouco mais longe se o eficiente filhinho não acordasse fazendo o maior escândalo...
No sexto dia daquela semana acordaram ainda decididos que estava na hora de pedir ajuda profissional para cuidar do Charlie, ambos estavam cansados de virar a noite e frustrados com as constantes interrupções.
— Ok, Charles, esse tipo de coisa não se faz, se você quer um aliado para te ajudar quando estiver na adolescência, me ajuda aí, para de jogar água no meu brinquedo, ok? — dizia Joseph ao filho, enquanto trocava sua fralda. Demi estava no banho e ele decidiu que era hora de ter uma conversa de homem para homem com o guri. — Papai te ama, mas poxa, papai também ama a mamãe e quer mostrar isso para ela.
Charles olhava para o pai concentrado, apenas balançando seus bracinhos e pernas. Parecia beber cada palavra que este dizia.
— Vamos fazer um acordo: se deixar a gente terminar o que começamos, quando você for adolescente eu, libero o carro e enrolo sua mãe, por que acredite aquela criatura é ciumenta e se depender dela é capaz de você morrer virgem... — e terminando de fechar a roupinha do menino, ele deu uma parada e o encarou. — não vai colaborar não é? — perguntou com uma expressão de desânimo.
Charles abriu seus grandes e expressivos olhos verdes, numa expressão de surpresa e então um sorriso infantil transformou suas feições. Joseph sorriu junto, quem podia se zangar com aquela criatura?
— Você está rindo do papai, sujeito? — perguntou com um sorriso de orelha a orelha — olha que minha meta é devolver sempre três vezes o que me fazem. Vai pensando na sua adolescência desde já. Eu vou tornar ela um tormento. — disse para a criança que estava seria outra vez — é para ter medo mesmo. — O menino voltou a sorrir outra vez balançando braços e pernas. — Ótimo, mais um para mandar em mim e eu achar o máximo. — falou com resignação — Tal mãe, tal filho...
E mais uma vez o bebê sorriu como se concordasse com o pai.
O último dia de resguardo amanheceu ensolarado. Um dia perfeito para um casamento. Beth Bolivatto sequestrou a amiga e cunhada logo nas primeiras horas do dia. E deixou uma lista de instruções para o irmão. O fraque dele chegaria ao final do dia. A própria Beth viria no final do dia verificar tudo.
Charlie acordou de mau humor. Ficou choramingando um bom tempo. A babá já não sabia o que fazer. O garoto deixou bem claro que não estava feliz com a ausência da mãe. Agora dormia tranquilamente sobre o peito desnudo do pai. Tinha sido banhado e alimentado por Vera, mas ainda assim fez questão de deixar claro que sabia que ela não era sua mãe.
Oh, que menino difícil de agradar!
De repente o celular começou a vibrar sobre o travesseiro ao lado deles. Joseph sorriu ao olhar o visor.
— Vem Demi, o dia de noiva não é um dia onde ela deve ficar incomunicável?
— Onde está meu filho?
Não era só o Charlie que estava de mau humor. O Bolivatto ficou com pena do pessoal do SPA.
— Agora ele está dormindo. Antes estava fazendo terrorismo com a pobre da Vera.
— Ele chorou muito?
— Aquele choro de manha, que faz a gente trazer ele para a cama no meio da noite. E você, como está?
— Com saudade de vocês. Por mim eu fazia tudo aí mesmo, mas você sabe como é a Beth.
— Sei, mas seja boazinha com a minha irmã que eu serei bonzinho com você mais tarde.
— Hum, sinto que você está com péssimas intenções para comigo, senhor Bolivatto...
— Após nosso casamento eu te mostro o tamanho das minhas intenções.
— Nossa, estou até como medo.
— Você? Com medo das minhas intenções? — Ele gargalhou.

Demi ligou mais três vezes naquela mesma manhã antes que o Jackson aparecesse.
— A Beth mandou arrumar a Vera e o Charlie e mandá-los para o SPA antes que ela mate a Demi...
Demi estava nervosa. Desceu da limusine apoiando-se na mão que o Carlos lhe estendeu. Ela estava muito feliz. E um pouco triste ao mesmo tempo. Seu mundo havia se transformado em apenas um ano. Naquele dia em especial estava sentindo muita falta dos pais. Como gostaria de dividir com eles aquele dia.
Carlos se aproximou e lhe beijou a testa. E a abraçou, como sempre acontecia, ela se encaixou perfeitamente no vão de seu pescoço. Seus lábios rosados pelo batom tocaram o colarinho da camisa do sogro.
— Bem vinda à família, filha.
Ela precisou controlar as lágrimas. Definitivamente ela amava aquele cara. Tinha tanto a lhe agradecer. Se não a tivesse convencido a sequestrar seu filho, ela nunca estaria ali.
— Eu te amo sabia?
Ele sorriu emocionado.
— Eu sei moça, mas eu já sou casado, então vai ter que se contentar com meu filho.
Ela apenas sacudiu a cabeça com um sorriso indulgente nos lábios. Ajeitou o vestido, um justíssimo tomara que caia que valorizava seus novos e temporários seios. E a cintura esguia reconquistada com a grande ajuda do Santoro. Olhou para as escadarias da igreja. Seu futuro a chamava e de repente se dava conta que não era mais a pessoa que fora há tão pouco tempo trás. Estava mais forte e decidida que nunca.
Joseph olhava para futura esposa com o coração transbordando de alegria. Agradecia todos os dias por tê-la em sua vida.
— Cara, essa sua Tarja-preta é realmente uma coisa de louco.
— Nicholas, eu já mandei você parar de colocar apelidos na minha mulher. Eu posso esquecer que gosto de você vivo e contar para ela...
— Você não teria coragem...
— Isso é um desafio?
A marcha nupcial iniciou-se assim que Demetria colocou os pés no corredor. No altar estavam esperando por ela os dois homens de sua vida: Joseph Bolivatto e o filho em seus braços. As lágrimas que ela tentava impedir a pouco começaram a escorrer. Quando ficou diante do noivo, inclinou-se e beijou o filho, que estava vestido numa espécie de terninho.
Depois beijou o futuro marido.
— Ainda dá tempo fugir. — ele brincou — se ficar com a gente, vai ser pra sempre.
— Ótimo, porque se você tentar fugir, eu te pego e o mantenho em cárcere privado.
— Promete?
— Prometo.
A cerimônia passou para Demi numa névoa de felicidade.
Faltava pouco mais de um mês para seu aniversario de 31 anos. Era impossível não olhar para trás e pensar no seu último aniversário. Um dos dias mais tristes de sua vida. Sem pai, ou mãe numa casa enorme e fazia. Agora sua casa estava cheia de luz e vida. Logo o filho estaria correndo pela casa, escorregando pelo corrimão, como ela fazia com o  Wilmer e a Beth quando eram crianças.
Quando chegou a hora da troca de alianças, Beth veio pegar Charles que começou a se contorcer em seus braços não gostando nada daquilo. Henrique, se contorceu nos braços do pai, demonstrando também que não estava feliz em ver sua mãe segurando outro garoto.
Rosana rapidamente pegou o filho de Demetria e Beth foi socorrer o marido. O filho de Joseph olhou para a loira como se a medisse desconfiado, mas finalmente se acalmou abrindo um de seus raros sorrisos.
— Esse definitivamente é um Bolivatto. — sentenciou Joseph.
— O que você quer dizer com isso? — Demi perguntou contrariada.
Joseph sorriu e piscou para a noiva:
— Ele tem um excelente gosto para mulher...

A recepção foi simples e elegante. Como a cerimônia, para apenas 30 convidados, optaram por algo num salão de festa de um hotel. O mesmo hotel onde os noivos passariam a noite de núpcias. Depois veio a dança dos noivos, “uma dança a três, já que o pequeno tirano se recusava a ficar longe dos pais” e o brinde do padrinho, um Nicholas mais alegre após tanto tempo.
— Quando a gente vai subir? — perguntou Joseph enquanto ajeitava a cadeira para a esposa se sentar.
A moça se fez de ofendida:
— Joseph! Eu pretendo aproveitar minha festa de casamento...
— Eu prometo uma festa privada se você der um jeito de fugir comigo dessa chatice.
Vinte minutos depois escapavam para a suíte. Como era de praxe, a esposa foi carregada para dentro e atirada sobre a cama.
— Tem uma coisa que eu estou morrendo de vontade de fazer desde que vi você nesse vestido.
A moça sentiu um arrepio percorrê-la. Conhecendo o marido como conhecia, tinha certeza que ia ser uma coisa muito boa.
De frente para cama ele retirou as abotoadoras e colocou-as de lado. Desfez o nó da gravata borboleta e começou a abrir os botões da camisa. Ansiosa pelo que viria, a moça fez menção de retirar os sapatos.
— Não, você não tira nada. Esse é um trabalho meu.
Ela ficou úmida só de ouvi-lo falar isso. Esperou impacientemente o fim do strip-tease. Sua boca encheu-se de água ao vê-lo finalmente nu. Lentamente, ele se inclinou sobre a cama. Enfiando as mãos sob o vestido da mulher, encontrou a calcinha e a puxou para baixo lentamente.
— Na hora em que você entrou na igreja, eu me imaginei enterrado em você, com suas pernas me envolvendo ainda com as meias e sapatos. O vestido erguido e o busto solto me deixando ver e manipular seus mamilos.
Dizer o quê? Ela quase sucumbiu. Sua respiração ficou irregular no mesmo instante.
— E o que você está esperando?
— Saber se você está pronta para mim. Você está Demetria?
— Sempre. — disse ela aproximando-se dele e dando-lhe um beijo esfomeado.
— Prometo ser suave depois ok? — ele sussurrou antes de penetrá-la num só impulso.
— Joseph...
Demi o agarrou, trazendo-o para si. Começaram a se mover juntos, numa sintonia perfeita. Demi mordeu os lábios. Era tanto prazer que tinha certeza que ia perder o juízo.
— Hoje você pode gritar amor. — Joseph a lembrou. Sim, hoje eles não precisavam se conter.
Como havia prometido, Joseph abriu o busto do vestido expondo seus seios.

— Linda. — disse antes de começar a beijá-los.

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