“E a gente vive
junto e a gente se dá bem
Não desejamos mal
a quase ninguém
E a gente vai à
luta e conhece a dor
Consideramos
justa toda forma de amor...”
As duas primeiras
semanas após o nascimento do Charlie foram por assim dizer as semanas dos
olhares. Sim, eles se comiam com os olhos.
No 7º dia, após o
parto Demi começou o projeto voltar à antiga forma. Afinal seu noivo insistia
em casar e queria que sua noite de núpcias coincidisse com o fim do resguardo. Ela
só casava quando estivesse esculpida num vestido de noiva. Até aí tudo bem, o
problema consistia no personal trainer que Beth Bolivatto arranjou, um tal de
Santoro. No momento em que o “homem músculos muito bem definidos” atravessou a
porta de entrada da casa do casal, a paz de espírito de Joseph Bolivatto
acabou. Seu primeiro impulso foi matar a criaturinha que diziam ser sua irmã,
mas para isso teria que sair e deixar sua mulher sozinha com aquele sujeito e
isso definitivamente não aconteceria. Nem em mil anos. Por isso todo dia às
dezesseis horas Joseph Bolivatto largava tudo o que estava fazendo, pegava o
filho nos braços e ia assistir à sessão de exercícios da futura esposa e a
versão moderna do Conan.
A terceira semana
de resguardo foi a semana da “pegação”. Exatamente no terceiro dia eles
começaram com carícias inocentes, que em pouco tempo já não eram tão inocentes
assim. Teriam ido um pouco mais longe se o eficiente filhinho não acordasse
fazendo o maior escândalo...
No sexto dia
daquela semana acordaram ainda decididos que estava na hora de pedir ajuda
profissional para cuidar do Charlie, ambos estavam cansados de virar a noite e frustrados
com as constantes interrupções.
— Ok, Charles,
esse tipo de coisa não se faz, se você quer um aliado para te ajudar quando
estiver na adolescência, me ajuda aí, para de jogar água no meu brinquedo, ok?
— dizia Joseph ao filho, enquanto trocava sua fralda. Demi estava no banho e
ele decidiu que era hora de ter uma conversa de homem para homem com o guri. —
Papai te ama, mas poxa, papai também ama a mamãe e quer mostrar isso para ela.
Charles olhava
para o pai concentrado, apenas balançando seus bracinhos e pernas. Parecia
beber cada palavra que este dizia.
— Vamos fazer um
acordo: se deixar a gente terminar o que começamos, quando você for adolescente
eu, libero o carro e enrolo sua mãe, por que acredite aquela criatura é
ciumenta e se depender dela é capaz de você morrer virgem... — e terminando de
fechar a roupinha do menino, ele deu uma parada e o encarou. — não vai
colaborar não é? — perguntou com uma expressão de desânimo.
Charles abriu
seus grandes e expressivos olhos verdes, numa expressão de surpresa e então um
sorriso infantil transformou suas feições. Joseph sorriu junto, quem podia se
zangar com aquela criatura?
— Você está rindo
do papai, sujeito? — perguntou com um sorriso de orelha a orelha — olha que
minha meta é devolver sempre três vezes o que me fazem. Vai pensando na sua adolescência
desde já. Eu vou tornar ela um tormento. — disse para a criança que estava
seria outra vez — é para ter medo mesmo. — O menino voltou a sorrir outra vez
balançando braços e pernas. — Ótimo, mais um para mandar em mim e eu achar o
máximo. — falou com resignação — Tal mãe, tal filho...
E mais uma vez o
bebê sorriu como se concordasse com o pai.
O último dia de
resguardo amanheceu ensolarado. Um dia perfeito para um casamento. Beth
Bolivatto sequestrou a amiga e cunhada logo nas primeiras horas do dia. E
deixou uma lista de instruções para o irmão. O fraque dele chegaria ao final do
dia. A própria Beth viria no final do dia verificar tudo.
Charlie acordou
de mau humor. Ficou choramingando um bom tempo. A babá já não sabia o que
fazer. O garoto deixou bem claro que não estava feliz com a ausência da mãe. Agora
dormia tranquilamente sobre o peito desnudo do pai. Tinha sido banhado e
alimentado por Vera, mas ainda assim fez questão de deixar claro que sabia que
ela não era sua mãe.
Oh, que menino difícil
de agradar!
De repente o
celular começou a vibrar sobre o travesseiro ao lado deles. Joseph sorriu ao
olhar o visor.
— Vem Demi, o dia
de noiva não é um dia onde ela deve ficar incomunicável?
— Onde está meu
filho?
Não era só o
Charlie que estava de mau humor. O Bolivatto ficou com pena do pessoal do SPA.
— Agora ele está
dormindo. Antes estava fazendo terrorismo com a pobre da Vera.
— Ele chorou
muito?
— Aquele choro de
manha, que faz a gente trazer ele para a cama no meio da noite. E você, como
está?
— Com saudade de
vocês. Por mim eu fazia tudo aí mesmo, mas você sabe como é a Beth.
— Sei, mas seja
boazinha com a minha irmã que eu serei bonzinho com você mais tarde.
— Hum, sinto que
você está com péssimas intenções para comigo, senhor Bolivatto...
— Após nosso
casamento eu te mostro o tamanho das minhas intenções.
— Nossa, estou
até como medo.
— Você? Com medo
das minhas intenções? — Ele gargalhou.
Demi ligou mais
três vezes naquela mesma manhã antes que o Jackson aparecesse.
— A Beth mandou
arrumar a Vera e o Charlie e mandá-los para o SPA antes que ela mate a Demi...
Demi estava
nervosa. Desceu da limusine apoiando-se na mão que o Carlos lhe estendeu. Ela
estava muito feliz. E um pouco triste ao mesmo tempo. Seu mundo havia se
transformado em apenas um ano. Naquele dia em especial estava sentindo muita
falta dos pais. Como gostaria de dividir com eles aquele dia.
Carlos se
aproximou e lhe beijou a testa. E a abraçou, como sempre acontecia, ela se encaixou
perfeitamente no vão de seu pescoço. Seus lábios rosados pelo batom tocaram o colarinho
da camisa do sogro.
— Bem vinda à
família, filha.
Ela precisou
controlar as lágrimas. Definitivamente ela amava aquele cara. Tinha tanto a lhe
agradecer. Se não a tivesse convencido a sequestrar seu filho, ela nunca estaria
ali.
— Eu te amo
sabia?
Ele sorriu
emocionado.
— Eu sei moça,
mas eu já sou casado, então vai ter que se contentar com meu filho.
Ela apenas
sacudiu a cabeça com um sorriso indulgente nos lábios. Ajeitou o vestido, um
justíssimo tomara que caia que valorizava seus novos e temporários seios. E a
cintura esguia reconquistada com a grande ajuda do Santoro. Olhou para as
escadarias da igreja. Seu futuro a chamava e de repente se dava conta que não
era mais a pessoa que fora há tão pouco tempo trás. Estava mais forte e
decidida que nunca.
Joseph olhava
para futura esposa com o coração transbordando de alegria. Agradecia todos os
dias por tê-la em sua vida.
— Cara, essa sua
Tarja-preta é realmente uma coisa de louco.
— Nicholas, eu já
mandei você parar de colocar apelidos na minha mulher. Eu posso esquecer que
gosto de você vivo e contar para ela...
— Você não teria
coragem...
— Isso é um
desafio?
A marcha nupcial
iniciou-se assim que Demetria colocou os pés no corredor. No altar estavam
esperando por ela os dois homens de sua vida: Joseph Bolivatto e o filho em
seus braços. As lágrimas que ela tentava impedir a pouco começaram a escorrer.
Quando ficou diante do noivo, inclinou-se e beijou o filho, que estava vestido
numa espécie de terninho.
Depois beijou o
futuro marido.
— Ainda dá tempo
fugir. — ele brincou — se ficar com a gente, vai ser pra sempre.
— Ótimo, porque
se você tentar fugir, eu te pego e o mantenho em cárcere privado.
— Promete?
— Prometo.
A cerimônia
passou para Demi numa névoa de felicidade.
Faltava pouco
mais de um mês para seu aniversario de 31 anos. Era impossível não olhar para
trás e pensar no seu último aniversário. Um dos dias mais tristes de sua vida.
Sem pai, ou mãe numa casa enorme e fazia. Agora sua casa estava cheia de luz e
vida. Logo o filho estaria correndo pela casa, escorregando pelo corrimão, como
ela fazia com o Wilmer e a Beth quando
eram crianças.
Quando chegou a
hora da troca de alianças, Beth veio pegar Charles que começou a se contorcer
em seus braços não gostando nada daquilo. Henrique, se contorceu nos braços do pai,
demonstrando também que não estava feliz em ver sua mãe segurando outro garoto.
Rosana rapidamente
pegou o filho de Demetria e Beth foi socorrer o marido. O filho de Joseph olhou
para a loira como se a medisse desconfiado, mas finalmente se acalmou abrindo
um de seus raros sorrisos.
— Esse
definitivamente é um Bolivatto. — sentenciou Joseph.
— O que você quer
dizer com isso? — Demi perguntou contrariada.
Joseph sorriu e
piscou para a noiva:
— Ele tem um
excelente gosto para mulher...
A recepção foi
simples e elegante. Como a cerimônia, para apenas 30 convidados, optaram por
algo num salão de festa de um hotel. O mesmo hotel onde os noivos passariam a noite
de núpcias. Depois veio a dança dos noivos, “uma dança a três, já que o pequeno
tirano se recusava a ficar longe dos pais” e o brinde do padrinho, um Nicholas
mais alegre após tanto tempo.
— Quando a gente
vai subir? — perguntou Joseph enquanto ajeitava a cadeira para a esposa se
sentar.
A moça se fez de
ofendida:
— Joseph! Eu
pretendo aproveitar minha festa de casamento...
— Eu prometo uma
festa privada se você der um jeito de fugir comigo dessa chatice.
Vinte minutos
depois escapavam para a suíte. Como era de praxe, a esposa foi carregada para
dentro e atirada sobre a cama.
— Tem uma coisa
que eu estou morrendo de vontade de fazer desde que vi você nesse vestido.
A moça sentiu um
arrepio percorrê-la. Conhecendo o marido como conhecia, tinha certeza que ia
ser uma coisa muito boa.
De frente para
cama ele retirou as abotoadoras e colocou-as de lado. Desfez o nó da gravata
borboleta e começou a abrir os botões da camisa. Ansiosa pelo que viria, a moça
fez menção de retirar os sapatos.
— Não, você não
tira nada. Esse é um trabalho meu.
Ela ficou úmida
só de ouvi-lo falar isso. Esperou impacientemente o fim do strip-tease. Sua
boca encheu-se de água ao vê-lo finalmente nu. Lentamente, ele se inclinou
sobre a cama. Enfiando as mãos sob o vestido da mulher, encontrou a calcinha e
a puxou para baixo lentamente.
— Na hora em que
você entrou na igreja, eu me imaginei enterrado em você, com suas pernas me
envolvendo ainda com as meias e sapatos. O vestido erguido e o busto solto me deixando
ver e manipular seus mamilos.
Dizer o quê? Ela
quase sucumbiu. Sua respiração ficou irregular no mesmo instante.
— E o que você
está esperando?
— Saber se você
está pronta para mim. Você está Demetria?
— Sempre. — disse
ela aproximando-se dele e dando-lhe um beijo esfomeado.
— Prometo ser
suave depois ok? — ele sussurrou antes de penetrá-la num só impulso.
— Joseph...
Demi o agarrou,
trazendo-o para si. Começaram a se mover juntos, numa sintonia perfeita. Demi
mordeu os lábios. Era tanto prazer que tinha certeza que ia perder o juízo.
— Hoje você pode
gritar amor. — Joseph a lembrou. Sim, hoje eles não precisavam se conter.
Como havia prometido,
Joseph abriu o busto do vestido expondo seus seios.
— Linda. — disse
antes de começar a beijá-los.
Adorei
ResponderExcluir