quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Capítulo 21 - APENAS MAIS UMA DE AMOR


“Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido”

Depois de três dias infernais, eles voltaram para casa. Eles... Por que Joseph Bolivatto não deixou o hospital desde o momento em que Demetria entrou. Ele foi o terror dos médicos e enfermeiros. Exigindo informações, cuidados para sua mulher e afins. O primeiro dia foi o mais angustiante. Há muitos anos não chorava, mas quando ouviu as palavras pré-eclâmpsia, ele se assustou. Não sabia o que era. Mas com aquele nome não era coisa boa.
— Bem, ela vai ficar no hospital até a pressão se normalizar. Depois vai ter que seguir rigorosas recomendações. Isso significa repouso absoluto, dieta entre outras coisas, mas não se preocupe tanto, embora seja um problema sério, com acompanhamento tudo se resolve.
Ele ficou digerindo as informações do médico, e finalmente teve coragem de perguntar: isso tem algo a ver com o excesso de sexo?
— Não senhor Bolivatto, isso não tem nada a ver com sexo.
Ele ainda insistiu:
— Mas quando eu falo em sexo, quero dizer muito sexo.— falou muito constrangido sem olhar para o médico.
— Eu entendi sua colocação senhor Bolivatto. Agora perceba: o sexo não faz mal ao bebê a menos que vocês tentem alguma posição complicada que possa gerar acidentes. A pressão alta na gravidez é apenas algo que acontece. Algumas mulheres têm; outras não. Embora a situação seja bem delicada e isso torne a gravidez de risco, seguindo direitinho as recomendações, a situação pode ser contornada. Ela precisa de repouso. E tranquilidade. Arranje alguém de confiança para tomar conta dela ou contrate uma enfermeira. De qualquer jeito, ela deve pedir licença do trabalho.
— Sim, senhor. Vamos seguir cada recomendação.
— Ótimo. Sua noiva vai dormir até amanhã...
— Eu não vou sair de perto dela.
O médico sorriu.
— Eu imaginei isso. O quarto tem uma cama para acompanhante. Uma enfermeira lhe entregará um jogo de cama.
— Obrigado.
Ele saiu do consultório atordoado. Seu pai o aguardava no corredor. Não falaram. Carlos o acolheu num abraço poderoso. Desses que dizem à gente que tudo vai ficar bem. Um abraço de pai.
— É sério?
— Sim, pré-eclâmpsia.
— O que é isso?
— Pressão alta. Tem riscos...
— Mas vai dar tudo certo. Nossa menina é guerreira.
— Eu sei...
Mas não pôde conter as lágrimas que vieram a seus olhos. Não se incomodou em chorar diante do pai. Apenas aceitou mais um abraço seu.
— Eu vou dar um tempo do trabalho. Pelo menos nesses primeiros dias. Depois pretendo me organizar para trabalhar em casa. A Demi já anda ranzinza, agora então, ficando presa dentro de casa vai ser pior.
— Não vai. — falou Carlos com segurança. — a Demi exagera, mas quando o assunto é serio, ela simplesmente se adapta a situação. Ela vai levar tudo numa boa.
— Eu não sei...
— Eu sei.
A estada no hospital foi relativamente tranquila. Quando todos foram embora, ele pegou o notebook que pedira para Beth trazer e acessara a internet. Numa pesquisa rápida, descobriu que eclampsia era a principal causa de morte materna. Chorou o resto da noite, como um bebê.
Demi acordou no dia seguinte. Vê-la daquele jeito o deixou com o coração partido. Explicou a situação, do jeito que lhe foi explicado pelo médico, para não assustá-la. A única pergunta da moça após tudo foi:
— O bebê está bem?
— Sim.
— Ótimo, depois a gente cuida do resto.
Os dois dias seguintes foram surreais. As visitas e os presentes para Demi chegavam continuamente, a ponto de o médico reclamar. O humor da mulher estava inusitadamente melhor. Sua expressão tinha uma leveza que confundia o noivo. Na volta para casa ela agia como se estivesse voltando de umas férias. Ele ficou com receio de contar que ia contratar uma enfermeira. Mas ela reagiu bem ao anúncio. Seu espanto foi tão grande que Demetria percebeu.
— É para o bem do bebê certo? Então eu topo. Sei que é exagero de sua parte, mas se isso vai garantir a saúde do bebê e seu sossego, por mim tudo bem. Mas vou logo lhe avisando que quem escolhe a criatura sou eu. Nada de farda, todo homem tem fetiche por roupa de enfermeira... E quero uma senhora de meia idade...
E as exigências sucederam. No final, uma senhora baixinha e gordinha com cara de vovó chamada Vera, foi à escolhida. Seu trabalho basicamente era entreter Demi, já que o notoriamente assustado Joseph Bolivatto não conseguia nem sorrir. Acordava no meio da noite para observar seu sono. Enquanto o namorado estava cada vez mais calado e depressivo, uma nova Demetria Lovato surgia: calma, descontraída, de bem com a vida, atenciosa e obediente. Estava rigorosamente dentro da dieta. Não reclamava do tempo que precisava ficar de repouso, nem da comida sem gosto. Passava horas tentando travar algum tipo de conversa com o companheiro.
Eles agora trocavam experiência, conversavam sobre a infância adolescência, mas Demi nunca conseguia tirar aquela expressão do rosto dele. Ao menor gemido ou resmungo seu, ele aparecia ao seu lado, com uma cara assustada, perguntando se estava bem. Após um mês, sua pressão estava quase normalizada, mas ao contrário do que esperava, Joseph Bolivatto continuava com aquele seu jeito tristonho pelos cantos. Sua expressão apenas se modificava nas raras ocasiões em que expressava desejo por ela. Isso acontecia quando Demi trocava de roupa em sua frente, ou começava a falar o que faria com ele quando pudessem voltar a transar. Era obvio que apesar de fazer o máximo para se controlar, ele já estava subindo pelas paredes.
Mas o sujeito aceitava sua ajuda? Não.
Foi quando Demetria Lovato em uma de suas conversas com o seu terapeuta decidiu que o noivo precisava de um tratamento de choque. Uma manhã o filho de Carlos acordou cedo. Ele não sabia ao certo o que o despertara, mas quando tentara se mexer, nada. Abriu os olhos e se viu amarrado a cama. Uma sensação de déjà vu o acometeu.
— Demi...
— Bom dia amor. — cumprimentou ela toda animada.
— O quê...?
Ela sorriu.
— Bem, segundo minha recente experiência, tristeza e mau humor significa falta de sexo. Por isso decidi acabar com os seus.
— Demi, você não pode...
— Eu sei, eu não posso me esforçar muito. Calma eu também quero muito esse bebê.
Não vou fazer nada estúpido... Quer dizer nada muito estúpido...
— Demi, me solta.
— Joseph, se você me contrariar, eu posso ficar nervosa. Então facilita, tá?
— O que você vai fazer?
— Matar as saudades do Joe Jr.
Ele gemeu. Que mais poderia fazer?
Deitando a seu lado ela pediu:
— Dá próxima vez espero contar com sua ajuda. Essa posição é muito incomoda. Tenha pena do meu barrigão.
Ele não conseguiu disfarça seu surpreso contentamento.
— Quando o bebê nascer vai ter a lei do retorno...
Naquele mesmo dia, Demetria aplicou mais um pouco da terapia no noivo. Mais tarde quando estavam na cama, ela tirou um caderninho do criado mudo e fez uma anotação. Dias se passaram e o Bolivatto viu a noiva repetir aquilo várias vezes.
— O que é isso que você tanto anota? — perguntou certa manhã.
— Contabilizando minha generosidade para com você... Só me preparando para a lei do retorno.
Ele riu. Uma risada de verdade em muito tempo.
— Você é louca...
— Mas você me ama.
— Desesperadamente. — Ele confirmou. — E eu prometo recompensar sua generosidade, eu vou realizar qualquer um desejo seu. Não importa o que você me pedir, eu faço.
Diante dessa promessa a mulher não conseguiu conter um arrepio. Se antes já queria que essa criança nascesse, agora a situação era bem pior.
— Ai meu Deus! — Demi exclamou, antes de pegar o caderninho outra vez e recomeçar a escrever.
— Eu nem vou perguntar o que você está escrevendo...
— Melhor não perguntar mesmo.
As coisas se acalmaram depois disso. A recuperação de Demi era óbvia, apesar de sua pressão às vezes oscilar. Joseph trabalhava por vídeo conferência e finalmente tinha tranquilidade para produzir alguma coisa. No final da tarde, sempre levava a namorada para passeios ao ar livre. Um dia, quando estavam sentados num parquinho, observando as crianças brincarem ele comentou:
— Você ficou muito tranquila apesar de tudo.
— Era preciso que um dos dois ficasse.
O rapaz ficou sem graça.
— Eu me apavorei...
— Eu sei.
— Eu deveria ser forte, mas...
— A gente tem que dividir Joseph. Claro, eu vou sempre surtar muito mais que você, mas você também tem o direito. E eu prometo tentar não surtar junto. Precisamos fazer uma escala de revezamento.
O sorriso dele ainda era triste.
— Tudo bem a gente faz isso, mas eu preciso saber: quando você vai me tornar um homem honesto?
Ela parou um pouco e pensou:
— A gente já teria casado se o bebê da Beth não fosse apressado.
— Sei disso. Mas está tudo sossegado agora...
— Nem pense nisso. Quando olhar para as nossas fotos de casamento no futuro, eu espero não ser confundida com uma mesa ornamentada.
— Para com isso, você está linda.
— É por que você me vê assim. Mas essa fala mansa não vai me convencer não, eu caso quando ficar gostosa dentro do vestido de noiva.


O oitavo mês de gravidez foi mais difícil para Demi. A pressão dela deu alguns sustos neles. O médico sugeriu a possibilidade de uma cesariana se a situação persistisse, porém o novo Bolivatto foi mais rápido. Numa madrugada fez sua mãe acordar com as primeiras contrações. Eram fracas, mas foi se tornando frequentes em pouco tempo. A bolsa estourou no carro em frente à emergência do hospital. Joseph Bolivatto nunca ficou tão apavorado em sua vida.

~*~

Desculpem a demora, de novo... :(

5 comentários:

  1. ahhhhhhhhhh, que lindo =)
    o bebê vai nascer ^^ mt fofo, espero que nada aconteça à demi ..........................

    posssta logoo, bjs

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  2. Liiiiiiindo demaiiis...espero q nada aconteça com a minha Dems.... perfeito msm assim

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  3. Pode divulgar? É o blog de uma amiga, ela tinha colocado ele em hiatus e agora ta voltando!
    http://jemionelove.blogspot.com.br/

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  4. o bebê vai nascer, amo babies Jemi!!!
    a história já está proxima do fim :(
    já tem noção da proxima que vai postar? amo sua adaptaçoes e a autora de Belo Desastre vai está aqui na minha cidade fjfkdi minha prima estava comentandp sobre o livro e disse que era ozado ou seja meus pais não deixarão eu ir e nem sabem que eu já li o livro xjdk
    obrigado por divulgar, posta logo!

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