“E quando
um certo alguém
Cruzou o
teu caminho
E te mudou
a direção...”
O dia ainda não
havia amanhecido, mas isso não tardaria a acontecer. Demetria estava acordada.
Um ano antes, isso também estava acontecendo. Sempre via o dia amanhecer. Mas
diferente de antes, ela não estava acordada por que estava tão triste e
solitária que não conseguia dormir. Agora ela não conseguia dormir por que
estava feliz demais para isso. E o motivo de tudo isso ressonava nu a seu lado.
Joseph Bolivatto tinha iluminado e trazido calor a sua existência. Transformado
toda sua tristeza em alegria. Ela nunca imaginara amar tanto e ser amada de volta.
Olhou para a aliança em seu dedo. Beth havia lhe dito que fora feita sob encomenda.
Retirou do dedo e leu a inscrição.
“Eternamente
Minha”
— Sim, Joseph, só
sua... E do Charles, por enquanto.
Lembrou-se do seu
marrentinho com saudades. Mal podia esperar para ir buscá-lo. Tinha certeza que
a Vera com toda sua competência não estava sendo páreo para aquela criaturinha
intransigente.
Enquanto
ponderava sobre aquela situação, percebeu Joseph ainda de olhos fechados a procurando.
Sua mão tateou a cama até achá-la. Então puxou o corpo da esposa contra o seu e
enterrou o rosto em seus cabelos. Demetria Bolivatto sorriu e pensou consigo
mesma que não havia mulher mais satisfeita que ela nesse mundo.
No dia seguinte,
partiram em lua de mel. Aquela não seria uma lua de mel normal, seria uma lua
de mel a quatro, mas por outro lado normalidade nunca fora uma característica marcante
daquele casal. É claro que algemas e outros apetrechos ficaram em casa. Os
gritos também tiveram que ficar limitados ao sexo ao ar livre, ou quando a
adorável babá do seu garoto se trancava no quarto com ele. No último dia
daquelas duas semanas maravilhosas, ela sugeriu ir com o bebê para o prédio
principal do hotel para que os dois tivessem privacidade no chalé.
A mãe do garoto
ficou dividida entre deixá-lo ir e ter sexo animal com o marido, ou curtir seu
filhinho mais um pouco, afinal que tipo de mãe abandona seu filhinho por
interesses próprios? Principalmente interesses sexuais?!
— Se você
deixá-lo ir, eu prometo que não vai se arrepender...
Uma mãe que
adorava sexo.
Sua mente em
segundos foi preenchida por cenas das coisas que seu marido podia fazer com
ela.
— Vou arrumar as
coisas do Charlie...
Joseph sorriu e
pegou o filho. Sentiria falta dele também nas horas seguintes.
— Cuida da Vera,
ok? Ela é boazinha e não merece seu mau humor.
Charles olhou
para o pai com sua costumeira expressão compenetrado.
— É sério. Você
precisa agir como homem...
A frase ficou
perdida no ar quando percebeu o que estava fazendo, mesmo que brincando. Estava
errado. Lembrou-se de quantas vezes o pai discursou sobre as responsabilidades
de homem da casa. O quanto esse discurso singelo lhe pesou. Não que fosse deixar
o filho crescer sem responsabilidades, apenas precisava não lhe colocar responsabilidades
de adulto.
— A primeira vez
que me vi como adulto, foi a primeira vez que carreguei minha avó no colo. Eu
tinha 16 anos então e ela era tão frágil... — Começou a contar ao filho em tom
de confidência — Ela estava sentada no chão da cozinha chorando. Não conseguiu
se levantar sozinha. Naquela noite eu a coloquei na cama, dei seus remédios e
deitei a seu lado.
Olhou para o
filho, que ainda adotava aquela expressão atenta e curiosa, testa franzida, balançando
inquietamente seus bracinhos e pernas.
— Ali do lado
dela, eu fiquei pensando na vida. Lembrando-me das vezes em que ela me carregou
quando eu era criança. Dela deitando ao meu lado para me colocar para dormir...
Era um o ciclo da vida se concretizando: ela cuidou de mim e daquele momento em
diante eu cuidei dela... E me transformei num adulto aos 16 anos...
— Você foi a luz
da vida dela, Joseph.
O comentário da
senhora Bolivatto pegou o marido desprevenido.
Não dividia
aquelas coisas com ninguém, mas gostava daquelas “conversas” com o filho, era
natural se abrir com ele. Talvez por que a criança não entendesse suas
confidências.
Sorriu sem graça
para a esposa.
— Seu pai me
disse isso tantas vezes... Em meio a tudo ela teve você.
— Eu sei...
— Não, não sabe.
Você consegue ser luz na vida das pessoas. Tem um senso de lealdade,
responsabilidade... Raros. Se nosso filho for metade do homem que você é, eu
serei uma mãe realizada.
O rapaz ficou sem
graça. Não era bom em receber elogios. Com um sorriso meigo, Demetria
inclinou-se e beijou o rosto do marido.
— Agora deixa eu
me despedir do meu marrentinho. — E apanhando a criança, foi logo recomendando
— Não seja muito cruel com a Vera... Ela é uma boa babá. Você precisa deixá-la
dormir um pouquinho. A mamãe não pretende dormir muito hoje, mas eu prometo que
amanhã sou toda sua. Mesmo que passe o dia cochilando, vou cochilar agarrada a
você, ok?
Algum tempo
depois o casal voltava de mãos dadas para a cabana, após deixarem a babá e o
filho bem acomodado no hotel. Demetria tinha o coração pesado. Joseph também,
mas seria só por uma noite. Não demorou muito para que a preocupação fosse
esquecida numa luta desenfreada contra as roupas. Horas mais tarde Demetria estremeceu.
O marido estava surpreendentemente mais romântico naquela noite. E não se
inibia em expressar.
— Isso. —
beijou-lhe o queixo — é por ter sido forte quando eu me desesperei. — Ele sussurrou
com a sua voz rouca — Isso. — beijou-lhe a nuca — é por ter voltado para mim depois
do parto de nosso filho... Isso é por ter me dado o Charlie. — beijou-lhe na
testa.
— E isso. — Ele
beijou sofregamente seus lábios. — é porque eu te amo desesperadamente...
Ainda sonolenta
pelas últimas aventuras Demetria Bolivatto, pensou na vida maravilhosa que
teria ao lado daquele homem... E no último momento antes de cair na inconsciência
provocada pelo prazer, lembrou-se que em casa havia um caderninho, cheios de possibilidades
aguardando por eles... Quem disse que os sonhos e fantasias não podiam se tornar
realidade?
Quase um ano
depois, Demetria acordou meio zonza. Tinha alguma coisa errada, mas ela não
entendia o quê. Tentou mover-se e descobriu que suas mãos estavam algemadas a cabeceira
da cama. Abriu os olhos assustada e se deparou com a visão mais perfeita do
mundo:
Joseph
completamente nu, segurando certo caderninho de anotações.
— Lembra-se,
querida? Sempre três vezes mais tudo o que me é feito...
Bem, a vida podia
ser perfeita às vezes... Para quem tem a ousadia de ir atrás do que quer.
Demetria levou trinta anos para aprender isso, Joseph um pouco mais... Mas
aprenderam direitinho...
Fim.
~*~
Não fiz o banner de That Rocker That Holds Me... Mas tenho o de Simplesmente Demi pronto há milênios hahahaha Vejo o que farei sobre isso essa semana e começarei a postar a nova adaptação em breve.
Se quiserem que eu poste as sinopses dessas duas histórias de novo, comentem aí, ok?! Beijos.
Adorei a fic inteira :))
ResponderExcluirAdorei a fic, vai ser difícil eu superar seu fim :(
ResponderExcluirEu quero que postes a sinopses sim ;) Se não for muito incomodo...
Bjsss
Ameii o Fic Vou sentir Saudades
ResponderExcluirsegue lá http://jemiumapropostaousada.blogspot.com.br/ ? espero q goste, ta lindoo o final
ResponderExcluirdivulga ?
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