domingo, 1 de dezembro de 2013

Capítulo 2 e 3 – The Rocker That Holds Me

Configurar e testar o som eram coisas em que eu não podia ajudar. Então, em vez disso, eu lidei com as coisas nos bastidores. Assegurei-me que o buffet de jantar estava pronto para que os meus caras pudessem comer antes de tocarem mais tarde esta noite. Então percorri a minha lista de coisas a fazer para preparar tudo ao grupo de fãs nos bastidores.
A maioria era do sexo feminino, todas esperando entrar na cama de pelo menos um membro dos Asas do Demônio. Eu odiava todas e cada uma delas, mas simplesmente lhes dava olhares desdenhosos e frios. Elas me odiavam também, porque todo mundo que era um fã dos Asas do Demônio sabia que eu era a única mulher que importaria para qualquer um dos membros da banda.
Assegurei-me que os fãs nos bastidores ficavam em sua área designada com segurança a observá-los como falcões - nunca se sabe quando pretendiam infiltrar-se no vestiário para uma rapidinha, ou pior, ficar famosos por matar um famoso roqueiro, enquanto me certificava que meus rapazes estavam atendidos. Fiquei aliviada por encontrá-los todos comendo em seu camarim. Mesmo Drake, mas ele me fez balançar a cabeça quando vi que em vez de um refrigerante ou até mesmo água ele estava bebendo sua garrafa habitual de Jack Daniels.
Peguei a garrafa dele, coloquei uma garrafa de água fria em suas mãos e me virei para ver se alguém precisava de alguma coisa. Quando acabaram de comer eu joguei seus pratos no lixo e me certifiquei que tinham água ou Gatorade em suas mãos. Eles precisavam se hidratar porque um concerto sempre era cansativo. Especialmente Joe que estaria correndo ao redor do palco cantando.
Olho de uns para os outros, avaliando a beleza pura e masculina de cada um deles. Drake e Shane com seu longo cabelo escuro e grandes olhos azuis cinzentos. Os irmãos eram lindos com suas fortes características faciais e corpos que eram ambos definidos e cobertos de tatuagens. Nick com a cabeça careca e aqueles grandes olhos castanhos que mudavam com suas emoções. Ele era grande, músculos salientes em todo o lugar e fazendo alguns se perguntarem como ele era capaz de lidar com a bateria tão bem por causa de sua massa.
Por apenas um segundo a mais eu deixei meus olhos permanecerem em Joe. Com sua voz que comia uma mulher de dentro para fora e os olhos castanho-esverdeados meio escondidos atrás de uma cortina de cílios grossos e escuros, não havia muitas mulheres que seriam capazes de dizer que Joseph Jonas não afetava sua libido, mesmo marginalmente. Com músculos definidos, um rosto que fez os deuses chorarem no dia em que nasceu, e tão alto quanto os seus irmãos da banda, ele tinha todas as fãs seguindo os Asas do Demônio quer seja por amor, luxúria ou inveja.
— Então, qual é hoje à noite? Loira, morena ou ruiva? — Eu perguntei com uma sobrancelha levantada e apenas uma sugestão de um sorriso nos lábios.
Shane sorriu para mim do sofá onde estava esparramado.
— Eu vou pegar uma de cada.
Revirei os olhos para ele. Dos quatro, Shane era o maior prostituto. Um de cada sabor para ele era pouco.
— Bem, há muito por onde escolher. Loiras mais do que tudo, como sempre. Por favor, fiquem seguros. — Atirei a Drake um olhar significativo. — Você tem proteção?
— Demi! — Havia um rubor verdadeiro em suas bochechas. Eu apenas mantive meus olhos sobre ele e levantei uma sobrancelha. Por fim, ele desviou o olhar. — Eu tenho preservativos. — Ele murmurou.
Os outros apenas riram. Eu ignorei enquanto me virei para a porta.
— Vocês têm uma entrevista às nove da manhã. Arranjei tudo para usarmos a sala de conferências no hotel. Então, por favor, expulsem suas vadias de seus quartos antes de eu bater em suas portas. — Eu sabia que tinha que lhes dar esta aula agora, porque depois do show eu não imaginava que iria vê-los novamente até de manhã. — Drake, não me faça lavá-lo de manhã. Tire o cheiro de bebida e vagabunda mais cedo.
— Jesus, Demi! — Ele me chamou. — Por que você está pegando no meu pé hoje?
Parei na porta e me virei para encará-lo.
— Apenas faça, Drake.
Ele murmurou alguma coisa baixinho e me senti um pouco mal por tratá-lo de modo tão mesquinho. Mas ele era um homem crescido e frequentemente eu tinha que dar-lhe banho porque ele estava demasiado bêbado ou de ressaca para fazer isso sozinho.
O show estava quase acabando quando senti meu telefone vibrar. Puxei-o para fora do meu bolso de trás e vi que era o empresário dos Asas do Demônio. O cara me amava porque eu cuidava de todas as coisas que ele deveria cuidar. Enquanto isso, ele estava em casa dormindo em sua cama bem grande, e eu estava aqui rebentando minha bunda pelos meus rapazes.
— O que você quer? — Eu estalei quando coloquei o telefone no ouvido, andando para longe do palco para que pudesse ouvi-lo sobre a banda.
Rich Branson riu, me fazendo querer dar um tapa em seu rosto bonito.
— Quem mijou nos seus cheerios?
— Eu estou em um estado de espírito fodido. — O informei, não certa de porque estava sendo uma vadia esta noite. Mas ele devia estar acostumado com a minha atitude. Odeio esse cara! — O que você quer?
— O de sempre. Dominar o mundo. Bilhões de dólares. E uma banda que me faz ficar bem... eu tenho vários desse último. — Revirei os olhos. Os Asas do Demônio eram a sua melhor banda. Eles mais do que o faziam parecer bem. Eles faziam as pessoas pensarem que ele era um gênio por 'descobri-los'. — Joe disse que queria aproveitar o verão de folga. Estou apenas deixando você saber que eu adiei a turnê OutroMundo¹/Asas do Demônio para setembro.
Isso me surpreendeu. Joe não tinha mencionado nada sobre tomar o verão de folga. Por que ele não me disse? Eu atirei um olhar atrás de mim, desejando poder exigir algumas respostas de Joe agora. Mas isso teria que esperar. Como a turnê de verão estava sendo adiada só tínhamos que viajar mais algumas semanas para terminar de percorrer a Costa do Golfo.
— Tudo bem. — Eu disse. — Mande-me o novo itinerário. Vou me certificar de que tudo é cuidado.
— Eu sei que você vai. É por isso que eu te amo tanto, princesa. Você faz minha vida tão fácil.
Cerrei os dentes.
— Não me chame de princesa. — Eu praticamente gritei com ele e terminei a chamada. Eu realmente não gostava desse babaca. E detestava ser chamada de princesa. O filho da puta sabia disso, mas ainda assim fazia questão de me chamar desse jeito a cada oportunidade disponível.
A voz de Joe no palco me tirou do meu ódio por Rich e eu voltei minha atenção de volta para os meus rapazes. A voz de Joe estava deixando a população feminina louca. A mistura de rouquidão com cascalho e sedução era uma carícia para aquele lugar escuro entre as pernas de uma mulher. Eu não era nem perto de imune a ela e encontrei-me deixando o meu desejo por ele mostrar enquanto ficava lá assistindo a banda.
Quando um dos técnicos de som esbarrou em mim por acidente eu rapidamente saí da minha neblina de desejo e me ocupei. Eu não podia deixar ninguém ver como Joe me afetava. Eu sabia que ele não se sentia da mesma maneira. Para ele e o resto dos caras eu era como sua irmã mais nova. Eles dariam a vida por mim, assim como eu faria por eles...
E quando se tratava de Joe eu era apenas a menina que ele passou os últimos 17 anos de sua vida cuidando. Eu ignorava meus sentimentos, porque sabia que eu não era o que ele queria. Sua felicidade era mais importante do que a minha.
Com lábios trêmulos eu me certifiquei de não ouvi-lo cantar mais naquela noite.
_________

¹ Outra banda.  

Capítulo 3

Eu nunca fui uma fã de vômito. Limpei mais da minha parte ao longo dos anos. Da minha mãe, principalmente, e nos últimos anos tem sido o dos caras – de Drake normalmente. Mas o meu próprio? Eu só tive que fazer isso algumas vezes na minha vida.
Esta manhã foi um desses momentos.
Eu soube que não ia conseguir conter assim que me virei na cama. Meu estômago me deu um aviso de dois segundos antes de eu estar tentando saltar da cama. Alcancei o fim do colchão antes de expulsar toda a escassa refeição que me forcei a comer no dia anterior. O cheiro é pior do que a visão.
Assim que consigo um pequeno freio no meu reflexo de vômito vou para o banheiro para que possa terminar. Meu cabelo fica no meu caminho e acabo vomitando um pouco nele antes que eu possa empurrá-lo para fora do meu rosto. O cheiro me enoja e eu vomito até ficar arfando. Lágrimas rolam pelo meu rosto, minha testa está suada, e meu estômago ainda está rolando.
Rezo a todos os deuses que conheço e imploro por misericórdia. Nenhuma vem. Em vez disso eu tenho que me esforçar para levantar em pernas bambas e mantenho minha boca debaixo da torneira até que eu tenha o gosto de bile na maior parte fora da minha boca. Eu quero um chuveiro, mas tenho que limpar a bagunça no quarto antes que eu possa fazer isso.
Quando eu finalmente entro no chuveiro me sinto um pouco melhor. Mas estou atrasada por isso tenho que deixar meu cabelo molhado e correr para vestir algumas roupas antes de acordar os caras.
Eu não estou surpresa ao descobrir que Shane ainda está coberto em meninas quando abro a porta do quarto de hotel. O intenso cheiro de sexo no quarto faz o meu estômago protestar, mas eu engulo a bile subindo e arrasto-o para fora sob as três meninas. Pego seu cabelo em meus punhos e puxo até que ele esteja em seus pés.
— Cai na porra do chuveiro! — Eu comando, não com vontade de ter de lidar com vadias após a manhã que já tinha tido. — Eu dou a seu maldito irmão uma palestra sobre essa merda, mas é com você que eu tenho que lidar essa manhã.
— Demi! — Ele protesta quando eu o empurro para o chuveiro e ligo a água fria em plena pressão. — Foda-se!
— Esteja lá embaixo em dez minutos. — Eu digo para ele antes de bater a porta do banheiro atrás de mim. As vadias sobre a cama estão acordando e eu dou-lhes olhares enojados. — Peguem suas merdas e saiam. Vocês têm dois minutos antes de a segurança jogar vocês para fora, vestidas ou nuas. Eu não dou a mínima.
Nick ainda está dormindo quando eu entro em seu quarto. O cheiro de sexo ainda permanece no quarto, mas ele está sozinho em sua cama. Eu nem sequer tento despertá-lo com suavidade. Apenas encho um copo com água e despejo-o em sua cabeça.
— Estou acordado. Estou acordado. — Ele engasga.
— Bom. — Eu estalo e deixo-o para ficar pronto.
Fico surpresa ao descobrir que Joe já está acordado. Quando eu coloco o meu cartão-chave em sua porta ela se abre. Ele já está vestido. Seu cabelo grosso já está arrumado e tudo mais. Como sempre a visão dele me faz doer em lugares que eu não deveria estar doendo. Ele me dá uma carranca preocupada.
— Demi? Sentindo-se bem, menina?
O movimento fez-me tonta e meu estômago ainda está protestando. Mas eu não estou com vontade de discutir com ele. Se ele souber que eu estou doente, vai insistir na minha ida a um médico. Não vai acontecer!
— Obrigada por estar acordado. — Murmurei.
— D... — Ele para quando me viro para sair.
Eu o ignoro enquanto avanço para o elevador e vou um andar acima. O quarto de Drake fede a bebida, suor e sexo. Mas, felizmente, a menina - ou possivelmente até mesmo meninas, considerando o número de embalagens de preservativos no chão ao lado da cama, - se foram. Ele já está um pouco acordado quando eu ando para dentro. É claro que é porque ele está com a cabeça no vaso sanitário. O som dele vomitando faz meu próprio reflexo de vômito voltar e eu corro para a pia. Bile verde é tudo o que eu posso produzir e ligo a torneira para que eu possa engolir alguma água. Pelo menos agora eu tenho alguma coisa para libertar.
A mão suada de Drake toca as minhas costas.
— Demi? — Sua voz coaxa o meu nome e eu olho para ele, limpando o suor do meu lábio superior. — Você está bem?
Dou-lhe um sorriso fraco.
— Acho que nós dois tivemos uma manhã difícil. — Murmuro.
Ele geme enquanto se levanta. Ele está nu, mas nenhum de nós se importa. Eu já vi cada centímetro dos meus rapazes. Não somos tímidos sobre as partes do nosso corpo. Nenhum de nós pisca um olho quando vemos o outro nu... Ok, talvez eu pisco um olho ou dois quando vejo Joe nu, mas eu nunca iria deixá-los saber.
— Você nunca fica doente.
Eu dou de ombros.
— Estou bem. Nada para se preocupar. Tome um banho, ok? — Ele assente e me viro para ir embora. — Escove os dentes. — Lembro a ele.
Dez minutos depois, eles estão todos sentados no longo sofá na sala de conferências. Um buffet de pequeno-almoço já foi servido. Eu tento respirar pela boca para não ser dominada pelos cheiros. Normalmente eu prepararia um prato de comida e xícaras de café para eles, mas esta manhã eu não acho que eu poderia lidar com isso e não vomitar. Felizmente nenhum deles parece se importar que eu não estou cuidando de suas necessidades.
O repórter da revista Rock America já está fazendo-lhes perguntas. Magro, com óculos de lentes grossas e uma voz nasal que arrepia a minha espinha com cada palavra que sai de sua boca torcida, eu me pergunto como esse cara se tornou famoso como jornalista na comunidade rock. Provavelmente tinha um pai que era importante. Eu não estava certa e não poderia ter me importado menos. O homem quer saber o que todo mundo que é fã dos Asas do Demônio quer saber. Como eles se conheceram? Qual é o significado do nome da banda? Quais são seus planos para o verão? Quando é que vai haver um novo álbum?
Como sempre eles não responderam as primeiras duas perguntas do homem – ninguém sabe de onde vieram ou como suas vidas eram antes de ficarem famosos; principalmente como uma forma de proteger-me por causa do estilo de vida desagradável da minha mãe, mesmo que as próprias infâncias deles não tenham sido muito felizes. Mas eles entram em detalhes sobre o verão e o novo material em que Joe está trabalhando para seu próximo álbum. Uma hora depois o cara se levanta para sair. Depois de apertar a mão de todos, ele se vira para mim.
— Então, você gosta de trabalhar para os Asas do Demônio?
— Demi não é a ajuda contratada. — Nick informa o cara, algo que todos nós sabemos que ele já sabia. — A entrevista terminou. — O aviso é claro e evidente na voz do baterista e o repórter faz a sua fuga. Nick pode ser um cabeça quente, fácil de ficar com raiva às vezes e rápido para dar um soco. Eu tive de salvar seu traseiro da prisão algumas vezes por entrar em brigas.
Eu espero alguns momentos para ter certeza de que o cara se foi antes de virar para encará-los.
— Eu quero dizer que sinto muito por ser uma cadela ontem e esta manhã. — Eu lhes digo, com remorso. Não costumo agir como uma cadela para os meus rapazes. Honestamente, eu posso ser A Rainha Cadela quando tenho que ser, mas não para eles.
— Sente-se, Demi. — Nick me ordena. Quando eu apenas fico ali de pé, ele agarra minha mão e me puxa para baixo no sofá entre ele e Joe. — Nós precisamos conversar.
Eu mordo meu lábio, com medo de que eles vão me fazer ir ao médico. Ou gritar comigo. Dos dois eu acho que preferia que eles gritassem, mas qualquer um me faria chorar. Joe envolve seu braço sobre meu ombro, seus dedos brincando com as pontas do meu cabelo ainda úmido. É como um calmante e apenas estar tão perto dele me faz sentir segura e amada. 
— Demi, podemos ver que você está ficando cansada. Está tudo bem. Nós todos estamos. É por isso que vamos tirar o verão de folga.
— Eu já sabia que vocês planejavam tirar o verão de folga. — Reviro os olhos para ele. — Rich me ligou na noite passada. — Eu digo quando ele parece confuso. — Nós vamos em turnê com Axton e OutroMundo a partir de setembro.
— Fodido Rich. — Nick resmungou. — Nós queríamos fazer uma surpresa.
— De qualquer forma... Estávamos pensando em alugar uma casa em algum lugar. Mas nós pensamos que você gostaria de escolher onde. — Joe sorriu para mim, aquele sorriso que sempre faz meu coração doer por coisas que eu sei que nunca poderei ter. — Em qualquer lugar do mundo que você quiser, Demi. Escolha um lugar, encontre-nos uma casa e é aí que vamos passar o nosso verão.
Meu queixo tremeu. Fiquei aliviada que eles não estavam gritando, que Drake não tinha me delatado para os outros e eles não estavam todos insistindo que eu fosse ver um médico. Então, por que eu estava chorando, de repente?

~*~

Seja bem-vinda, Lycia Evely ;D Espero que goste da história!

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