sábado, 29 de junho de 2013

Capítulo 16 – Não, Obrigada (Parte 2/2)

— Oi, Demi. É bom te ver de novo — Kevin sorriu.
Joseph pôs a mão no meu joelho e olhei para baixo, depois para ele. Ao notar minha expressão, ele tirou a mão e entrelaçou os dedos no colo.
— Oh-oh. Problemas no paraíso? — Kevin perguntou.
— Cala a boca, Kev — resmungou Joseph.
O clima na sala ficou alterado e senti todos os olhos em mim, esperando por uma explicação. Sorri, nervosa, e peguei a mão de Joseph.
— Nós só estamos cansados. Trabalhamos a noite toda na preparação da comida — falei, apoiando a cabeça no ombro dele.
Ele olhou para baixo, para nossas mãos, e apertou a minha, franzindo um pouco as sobrancelhas.
— Falando em cansaço, estou exausta — eu disse baixinho. — Vou para cama, baby. — Olhei para todos os outros. — Boa noite, pessoal.
— Boa noite, filha — disse Paul.
Os irmãos de Joseph me deram boa noite, e subi as escadas.
— Também vou dormir ouvi-o dizer.
— Aposto que vai — disse Trenton, provocando-o.
— Maldito sortudo — resmungou Tyler.
— Ei, não vamos falar da irmã de vocês desse jeito — Paul avisou.
Senti meu estômago se contorcer. A única família de verdade que eu tivera em anos foram os pais de Selena, e, embora eles sempre tivessem cuidado de mim com verdadeira bondade, eram pais emprestados. Aqueles seis homens barulhentos, desbocados e adoráveis lá embaixo tinham me recebido de braços abertos, e amanhã eu diria adeus a eles pela última vez.
Joseph segurou a porta do quarto antes que se fechasse e ficou parado onde estava.
— Quer que eu espere no corredor enquanto você se troca?
— Vou tomar uma ducha e me visto no banheiro.
Ele esfregou a nuca.
— Tudo bem. Vou fazer uma cama pra mim então.
Assenti e fui para o banheiro. Lavei-me com força no chuveiro detonado, concentrando-me nas manchas de água e nos restos de sabão para lutar contra o medo que eu sentia tanto pela noite quanto pela manhã que eu tinha pela frente. Quando voltei para o quarto, Joseph jogava um travesseiro no chão em sua cama improvisada. Ele me deu um sorriso fraco antes de ir tomar banho.
Fui para a cama, puxando as cobertas até o peito, tentando ignorar os cobertores no chão. Quando Joseph voltou, ficou olhando para eles com a mesma tristeza que eu senti. Depois apagou a luz, aconchegando-se no travesseiro.
Fiquei em silêncio por alguns minutos e então o ouvi soltar um longo e triste suspiro.
— Essa é nossa última noite juntos, não é?
Esperei um instante, tentando pensar na coisa certa a dizer.
— Não quero brigar, Joe. Só vamos dormir, tá?
Ao ouvi-lo se mexer, me virei de lado para olhar para ele, pressionando a bochecha no travesseiro. Ele apoiou a cabeça na mão e ficou me encarando, olhando fundo nos meus olhos.
— Eu te amo.
Observei-o por um momento.
— Você prometeu.
— Eu prometi que isso não era um esquema para voltarmos a ficar juntos. Não era mesmo. — Ele estendeu a mão para encostar na minha. — Mas, se isso significasse estar com você de novo, não posso dizer que não consideraria a possibilidade.
— Eu me importo com você. Não quero que você se magoe, mas eu devia ter seguido meu instinto desde o começo. A gente nunca teria dado certo.
— Mas você me amava de verdade, não é?
Pressionei os lábios um no outro.
— Ainda amo.
Os olhos dele ganharam brilho e ele apertou minha mão.
— Posso te pedir um favor?
— Eu estou no meio da última coisa que você me pediu para fazer — falei com um sorriso forçado.
As feições dele estavam firmes, sem se incomodar com a minha expressão.
— Se realmente chegou o fim... se você realmente não quer mais nada comigo... me deixa te abraçar hoje?
— Não acho uma boa ideia, Joe.
Ele apertou a mão sobre a minha.
— Por favor. Não consigo dormir sabendo que você está a meio outro de mim e que nunca mais vou ter essa chance.
Encarei os olhos desesperados dele por um instante e depois franzi a testa.
— Não vou transar com você.
Ele balançou a cabeça.
— Não é isso que estou pedindo.
Fiquei olhando o quarto sob a luz difusa, pensando nas consequências, me perguntando se eu conseguiria dizer não a Joseph se ele mudasse de ideia. Fechei os olhos com força e então me afastei da beirada da cama virando o cobertor. Ele subiu na cama comigo e rapidamente me abraçou com força. Seu peito nu subia e descia com a respiração irregular e me amaldiçoei por me sentir tão em paz encostada em sua pele.
— Vou sentir falta disso — falei.
Joseph beijou meus cabelos e me puxou para junto de si. Ele parecia incapaz de ficar perto o bastante de mim. Enterrou o rosto no meu pescoço e descansei a mão confortavelmente em suas costas, embora estivesse com o coração tão partido quanto ele. Ele inspirou com dificuldade e encostou a testa no meu pescoço, fazendo pressão com os dedos nas minhas costas. Por mais infelizes que estivéssemos na última noite da aposta, dessa vez era muito, muito pior.
— Eu... acho que não consigo fazer isso, Joseph.
Ele me puxou com mais força para junto de si e senti a primeira lágrima cair do meu olho e escorrer pela minha têmpora.
— Não consigo fazer isso — falei, cerrando com força os olhos.
— Então não faça — ele me disse, com a boca encostada na minha pele. — Me dá mais uma chance.
Tentei me afastar dele, mas sua pegada era tão firme que impedia qualquer possibilidade de fuga. Cobri o rosto com ambas as mãos enquanto meus soluços nos chacoalhavam. Ele olhou para mim com olhos pesados e úmidos. Com seus dedos grandes e macios, puxou as mãos que cobriam meu rosto e beijou a palma de uma delas. Inspirei, vacilante, enquanto ele olhava para os meus lábios e voltava a me olhar nos olhos.
— Eu nunca vou amar alguém como amo você, Beija-Flor.
Funguei e pus a mão no rosto dele.
— Eu não posso.
— Eu sei — ele disse, com a voz partida. — Eu nunca acreditei que era bom o bastante pra você.
Meu rosto ficou enrugado e balancei a cabeça.
— Não é só você, Joe. Não somos bons um para o outro.
Ele balançou a cabeça, querendo dizer alguma coisa, mas pensou melhor e não falou nada. Depois de inspirar longa e profundamente, descansou a cabeça no meu peito. Quando os números verdes no relógio marcaram onze horas, a respiração dele finalmente ficou mais lenta e regular. Meus olhos ficaram pesados, e pisquei algumas vezes antes de pegar no sono.

***

— Ai! — gritei, puxando a mão do fogão e automaticamente levando-a à boca.
— Você está bem, Flor? — Joseph me perguntou, arrastando os pés no chão e enfiando uma camiseta pela cabeça. — Cacete! O chão está congelando!
Abafei uma risadinha enquanto o observava pular de um pé para o outro até que as solas se acostumassem ao piso frio.
O sol mal tinha acabado de surgir por entre as persianas e todos os Jonas, exceto um, estavam dormindo profundamente. Empurrei a antiga forma de estanho mais para o fundo do forno e depois o fechei, virando-me para resfriar os dedos debaixo da torneira.
— Pode voltar pra cama. Eu só tinha que colocar o peru no forno.
— Você vem? — ele me perguntou, envolvendo o peito com os braços para se proteger do frio.
— Vou.
— Vai na frente — disse ele, apontando para a escada.
Joseph arrancou a camiseta quando enfiamos as pernas sob as cobertas puxando o cobertor até o pescoço. Ele me apertou forte enquanto tremíamos de frio, esperando o corpo se aquecer no pequeno espaço entre nossa pele e as cobertas.
Senti seus lábios nos meus cabelos, e depois os movimentos em sua garganta enquanto ele falava.
— Olha, Flor. Está nevando.
Eu me virei para olhar pela janela. Os flocos brancos só eram visíveis sob o brilho do poste da rua.
— Parece Natal. — falei com a pele finalmente aquecida encostada na dele.
Joseph suspirou e eu me virei para ver a expressão em seu rosto.
— Que foi?
— Você não vai estar aqui no Natal.
— Eu estou aqui agora.
Ele levantou um dos cantos da boca e se inclinou para beijar meus lábios. Eu recuei e balancei a cabeça.
— Joe...
Ele me pegou com mais força e abaixou o queixo, com determinação nos olhos castanhos.
— Tenho menos de vinte e quatro horas com você, Flor .Vou te beijar. Vou te beijar muito hoje. O dia inteiro. Em todas as oportunidades eu tiver. Se você quiser que eu pare é só falar, mas, até você fazer isso, vou fazer cada segundo do meu último dia com você valer a pena.
— Joseph...
Pensei por um instante e cheguei à conclusão de que ele não tinha nenhuma ilusão quanto ao que aconteceria quando me levasse de volta para casa. Eu tinha ido até ali para fingir, e, por mais difícil que fosse para nós dois depois, eu não queria lhe dizer não.
Quando ele percebeu que eu estava encarando seus lábios, o canto de sua boca se ergueu de novo, e ele se abaixou para pressionar a boca macia na minha. O começo foi doce e inocente, mas, no momento em que seus lábios se abriram, acariciei a língua dele com a minha. Seu corpo ficou instantaneamente tenso, e ele inspirou fundo pelo nariz, pressionando o corpo no meu. Deixei meu joelho cair para o lado enquanto ele vinha para cima de mim, sem nunca tirar a boca da minha.
Joseph não perdeu tempo e tirou minha roupa e, quando não havia mais nenhum tecido entre nós, ele se agarrou às videiras de ferro da cabeceira da cama e, em um rápido movimento, estava dentro de mim. Mordi o lábio com força, abafando o grito que teimava em sair pela garganta. Ele gemeu com a boca encostada na minha, e pressionei os pés no colchão, me ancorando para que pudesse erguer o quadril e alcançar o dele.
Com uma das mãos no ferro da cama e a outra na minha nuca, ele me penetrava repetidas vezes, e minhas pernas tremiam com seus movimentos firmes e determinados. Sua boca buscava a minha e eu podia sentir a vibração de seus profundos gemidos em meu peito, enquanto ele mantinha a promessa de fazer com que o nosso último dia juntos fosse memorável. Eu poderia passar mil anos tentando bloquear aquele momento da memória, e ele ainda arderia em minha mente.
Uma hora tinha se passado quando fechei os olhos com força, e cada nervo meu estava concentrado nos tremores do meu ventre. Joseph prendeu a respiração quando me penetrou pela última vez. Caí de encontro ao colchão, completamente exaurida. O peito dele subia e descia com sua respiração profunda. Ele estava sem fala e pingando de suor.
Ouvi vozes lá embaixo e cobri a boca, dando risadinhas por causa de nosso comportamento impróprio. Joseph se virou e ficou analisando o meu rosto com seus ternos olhos castanhos.
—Você disse que só ia me beijar — falei, com um largo sorriso no rosto. Enquanto eu estava ali deitada, encostada em sua pele desnuda e vendo o amor incondicional em seus olhos, deixei de lado a decepção, a raiva e minha determinação teimosa. Eu o amava e, não importavam quais fossem meus motivos para viver sem ele, eu sabia que não era isso que eu queria. Mesmo que eu não tivesse mudado de ideia, era impossível para nós dois ficarmos afastados um do outro.
— Por que a gente não fica na cama o dia inteiro? — ele sorriu.
— Eu vim aqui para cozinhar, lembra?
— Não, você veio aqui para me ajudar a fazer isso daqui a oito horas.
Pus a mão no rosto dele; a urgência de pôr fim ao nosso sofrimento tinha se tornado intolerável. Quando eu dissesse a ele que tinha mudado de ideia e que as coisas voltariam ao normal, não teríamos que passar o dia fingindo. Poderíamos passar o dia comemorando em vez de fingir.
— Joseph, acho que a gente...
— Não fala nada. Não quero pensar nisso até que seja inevitável.
Ele se levantou e vestiu a cueca, caminhando até onde estava mm mala. Jogou minhas roupas na cama e depois colocou a camiseta.
— Quero me lembrar do dia de hoje como um dia bom.
Preparei ovos para o café da manhã e sanduíches para o almoço e, quando o jogo teve início, comecei a preparar o jantar. Joseph ficou atrás de mim em todas as oportunidades, envolvendo minha cintura com os braços e colando os lábios no meu pescoço. Eu me peguei olhando de relance para o relógio, ansiosa para conseguir ficar um momento sozinha com ele e lhe contar sobre a minha decisão. Estava louca para ver o olhar em seu rosto e para recomeçarmos de onde havíamos parado.
O dia foi repleto de risadas, conversas e reclamações de Tyler e as constantes demonstrações de afeto de Joseph.
— Vão para o quarto, Joseph! Meu Deus! — Tyler resmungou.
— Você está adquirindo um terrível tom de verde — disse Kevin, provocando o irmão.
— É porque eles estão me dando náuseas. Não estou com ciúme babaca — Tyler respondeu com desdém.
— Deixe os dois em paz, Ty — disse Paul ao filho em tom de aviso.
Quando nos sentamos para jantar, Paul insistiu que Joseph cortasse o peru. Sorri enquanto ele se levantava, orgulhoso, para atender ao pedido do pai. Fiquei um pouco nervosa até que choveram elogios. Na hora em que servi a torta, não havia mais um pedaço de comida na mesa.
— Será que fiz comida suficiente? — dei risada.
Paul sorriu, puxando o garfo para se preparar para a sobremesa.
— Você fez bastante, Demi. A gente só quis se esbaldar até o próximo a menos que você queira fazer tudo isso de novo no Natal. Você é uma Jonas agora. Te espero em todos os feriados, e não é para cozinhar.
Olhei de relance para Joseph, cujo sorriso tinha se desvanecido, e meu coração se afundou no peito. Eu tinha que contar logo para ele.
— Obrigada, Paul.
— Não diz isso pra ela, pai — falou Trenton —Ela tem que cozinhar sim. Eu não comia assim desde que tinha cinco anos.
Eu me senti em casa, sentada em volta de uma mesa cheia de homens se reclinavam na cadeira, esfregando a barriga cheia. Fui tomada pela emoção quando me pus a imaginar o Natal, a Páscoa e todos os outros feriados que eu passaria àquela mesa. Meu único desejo era fazer parte daquela família bagunceira e barulhenta que eu adorava.
Quando a torta acabou, os irmãos de Joseph começaram a limpar a mesa e os gêmeos foram lavar a louça.
— Eu faço isso — falei, me levantando.
Paul balançou a cabeça em negativa.
— Não faz, não. Os meninos podem cuidar disso. Você vai descansar no sofá com o Joseph. Vocês já trabalharam duro, filha.
Os gêmeos ficaram jogando água um no outro, e Trenton soltou um palavrão quando escorregou em uma poça e derrubou um prato. Kevin xingou os irmãos e foi pegar a vassoura e a pá para recolher os cacos de vidro. Paul deu uns tapinhas no ombro dos filhos e depois me abraçou antes de se retirar para dormir.
Joseph pôs minhas pernas no colo e tirou meus sapatos, massageando a sola dos meus pés com os polegares. Reclinei a cabeça e suspirei.
— Esse foi o melhor Dia de Ação de Graças que tivemos desde minha mãe morreu.
Ergui a cabeça para ver a expressão dele. Joseph estava sorrindo, havia uma pontinha de tristeza naquele sorriso.
— Estou feliz por estar aqui para presenciar isso.
A expressão dele se alterou e me preparei para o que ele estava preste a dizer. Meu coração socava no peito, na esperança de que ele me pedisse para voltar, para que eu pudesse dizer “sim”. Las Vegas parecia um passado distante, agora que eu estava no lar da minha nova família.
— Eu estou diferente. Não sei o que aconteceu comigo em Vegas. Aquele não era eu. Fiquei obcecado pensando em tudo que poderíamos comprar com aquele dinheiro. Eu não vi como você ficou magoada por querer te levar de volta para aquilo, mas no fundo eu acho que sabia. Eu fiz por merecer você ter me largado. Mereci todo o sono que perdi e toda a dor que senti. Eu precisava de tudo aquilo para me dar conta de quanto preciso de você, e do que estou disposto a fazer para te manter na minha vida.
Mordi o lábio, impaciente para chegar a parte em que eu diria “sim”. Eu queria que ele me levasse de volta para o apartamento, para passarmos o resto da noite comemorando. Eu mal podia esperar para relaxar no sofá novo com Totó, assistindo a filmes e rindo, como costumávamos fazer.
— Você disse que não quer mais nada comigo, e eu aceito isso. Sou uma pessoa diferente desde que te conheci. Eu mudei... para melhor. Mais não importa quanto eu me esforce, parece que não consigo fazer as coisa direito com você. Nós éramos amigos primeiro, e eu não posso te perde Beija-Flor. Eu sempre vou te amar, mas, se não consigo te fazer feliz, não faz muito sentido tentar ter você de volta. Não consigo me imaginar com nenhuma outra pessoa, mas vou ficar feliz contanto que a gente continue amigos.
— Você quer que a gente seja amigos? — perguntei, as palavras ardendo em minha boca.
— Eu quero que você seja feliz. E farei o que for preciso para que isso aconteça.
Minhas entranhas se contorceram ao ouvir essas palavras, e fique surpresa ao perceber como era forte aquela dor. Ele estava desistindo de mim, exatamente quando eu não queria isso. Eu podia ter falado a ele que havia mudado de ideia e ele teria voltado atrás em tudo que acabara de dizer, mas eu sabia que não era justo para nenhum de nós continuar juntos logo quando ele havia se libertado.
Sorri para lutar contra as lágrimas.
— Aposto cinquenta paus que você vai me agradecer por isso quando conhecer sua futura esposa.
Joseph juntou as sobrancelhas numa expressão triste.
— Essa é uma aposta fácil. A única mulher com quem algum dia eu casaria acabou de partir o meu coração.
Não consegui forçar um sorriso depois dessa. Limpei os olhos e me levantei.
— Acho que já está na hora de você me levar pra casa.
— Ah, vamos, Beija-Flor. Desculpa, não teve graça.
— Não é isso, Joe. Eu só estou cansada e pronta pra ir pra casa.
Ele inspirou com dificuldade e, concordando, se levantou. Despedimos-nos dos irmãos dele e pedi a Trenton que mandasse “tchau” para Paul por mim. Joseph estava parado na porta com nossas malas enquanto todos combinavam de voltar no Natal. Mantive o sorriso no rosto até passar pela porta e sair dali.
Quando Joseph me acompanhou no caminho até o Morgan, seu rosto ainda tinha um ar triste, mas o tormento não estava mais lá. No fim das contas, o fim de semana não tinha sido uma armação para tentar me reconquistar. Tinha sido um encerramento.
Ele se inclinou para me beijar no rosto e segurou a porta, mantendo-a aberta, esperando que eu entrasse.
— Obrigado por hoje. Você não sabe como deixou minha família feliz.
Parei no começo da escada.
— Você vai contar a eles amanhã, não vai?
Ele olhou para o estacionamento e depois para mim.
— Tenho certeza que eles já sabem. Você não é a única que consegue fazer cara de paisagem, Beija-Flor.
Fiquei encarando Joseph, chocada, e, pela primeira vez desde que nos conhecíamos, ele foi embora sem olhar para trás.

~*~

Comentem, amores (:

Answer:

Demetria Devone Lovato: Foi lindo mesmo!! ;-; hahaha Postei, beijos :*

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Capítulo 16 – Não, Obrigada (Parte 1/2)

Fiquei fazendo desenhos no meu caderno, quadrados dentro de quadrados, conectando uns aos outros para formar caixas rudimentares em 3D. Dez minutos antes de a aula começar, a sala ainda estava vazia. Minha vida estava começando a entrar nos eixos de novo, mas precisei de alguns minutos para me preparar psicologicamente para estar cercada de pessoas que não fossem Finch e Selena.
— Só porque não estamos mais namorando, não quer dizer que você não pode usar a pulseira que te dei — disse Parker, assim que se sentou ao meu lado.
— Venho querendo te perguntar se você quer que eu devolva.
Ele sorriu, inclinando-se na minha direção para desenhar um laço em uma das caixas no meu caderno.
— Foi presente, Dems. Não dou presentes com condições.
A professora Ballard ligou o retroprojetor enquanto se sentava à frente da classe, depois ficou remexendo nos papéis em sua mesa abarrotada. A sala de repente ficou alvoroçada com conversas, que ecoavam pelas grandes janelas molhadas de chuva.
— Ouvi dizer que você e o Joseph terminaram faz umas semanas. — Parker ergueu uma das mãos ao ver minha expressão de impaciência — Não é da minha conta. É só que você parece tão triste, e eu queria te dize que sinto muito.
— Obrigada — murmurei, virando uma página em branco no caderno.
— E também quero pedir desculpas pelo meu comportamento. O que eu fiz foi... grosseiro. Eu só estava com raiva e descontei em você. Não foi justo, e eu peço desculpas.
— Não estou interessada em namorar, Parker — falei em tom de aviso. Ele deu uma risada abafada.
— Não estou tentando me aproveitar da situação. Nós ainda somos amigos, e quero ter certeza que está tudo bem com você.
— Estou bem.
— Você vai voltar pra casa no feriado de Ação de Graças?
— Vou pra casa da Selena. Geralmente janto na casa dela no Dia de Ação de Graças.
Ele começou a falar alguma coisa, mas a professora Ballard iniciou a aula. O assunto do Dia de Ação de Graças me fez pensarem meus planos anteriores de ajudar Joseph com o peru. Pensei em como teria sido, e me peguei preocupada com o fato de que eles acabariam pedindo pizza de novo. Uma sensação de angústia tomou conta de mim, mas a afastei imediatamente, fazendo o meu melhor para me concentrar em cada palavra dita pela professora.
Depois da aula, fiquei vermelha quando vi Joseph vir do estacionamento quase correndo na minha direção. Ele estava com a barba feita, vestia um moletom com capuz e seu boné vermelho predileto de beisebol, abaixando a cabeça para se proteger da chuva.
— A gente se vê depois do intervalo, Dems — disse Parker, encostando a mão de leve nas minhas costas.
Esperei por um olhar cheio de raiva de Joseph, mas ele nem pareceu notar a presença de Parker enquanto se aproximava.
— Oi, Flor.
Dei um sorriso meio sem graça, e ele enfiou as mãos no bolso da frente do moletom.
— O Nicholas me disse que você vai com ele e com a Sel para Wichita amanhã.
— É.
— Você vai passar o feriado inteiro na casa da Selena?
Dei de ombros, tentando parecer casual.
— Sou muito chegada aos pais dela.
— E a sua mãe?
— Ela vive bêbada, Joseph. Nem vai saber que é Ação de Graças.
De repente ele ficou nervoso, e meu estômago se contorceu com a possibilidade de um segundo quebra-pau em público. Um trovão rugiu sobre nós, e Joseph ergueu a cabeça, apertando os olhos enquanto grandes gotas de chuva caíam em seu rosto.
— Preciso te pedir um favor — ele me disse. — Vem cá.
Ele me puxou para debaixo do toldo mais próximo e consenti, tentando evitar outra cena.
— Que tipo de favor? — perguntei, desconfiada.
— Meu... hum... — Ele alternou o peso do corpo, se apoiando ora em uma perna, ora em outra. — Meu pai e os caras estão esperando você na quinta-feira.
— Joseph! — falei, em tom de queixa.
Ele olhou para baixo.
— Você disse que ia.
— Eu sei, mas... é um pouco sem sentido agora, você não acha?
Ele pareceu não se incomodar.
— Você disse que ia.
— A gente ainda estava junto quando concordei em ir pra casa do seu pai. Você sabia que agora eu não iria.
—Eu não sabia e, de qualquer forma, agora é tarde demais, O Kevin já está vindo de avião pra cá, e o Tyler tirou folga no trabalho. Todo mundo está ansioso pra te ver.
Eu me encolhi, torcendo as mechas molhadas dos cabelos em volta do dedo.
—Eles iam vir de qualquer forma, não iam?
— Nem todos. Faz anos que a gente não se reúne mais no Dia de Ação de Graças. Todos eles fizeram um esforço, já que prometi uma refeição de verdade pra eles. Não temos uma mulher na cozinha desde que minha mãe morreu e...
—Isso nem é machista nem nada.
Ele inclinou a cabeça para o lado.
—Não foi isso que eu quis dizer, Flor, poxa! Todos nós queremos você lá. É isso que estou dizendo.
— Você não contou pra eles sobre a gente, não é? — desferi as palavras no tom mais acusador que consegui usar.
Ele ficou inquieto por um instante e fez que não com a cabeça.
— Meu pai me perguntaria o motivo, e não estou preparado pra conversar com ele sobre isso. Ia ser um sermão interminável. Por favor, vamos, Flor.
— Tenho que colocar o peru no forno às seis da manhã. A gente teria que sair daqui lá pelas cinco...
— Ou a gente pode dormir lá.
Subitamente ergui as sobrancelhas.
— De jeito nenhum! Já é ruim o suficiente precisar mentir pra sua família e fingir que ainda estamos juntos.
— Você está agindo como se eu tivesse pedido pra você atear fogo em si mesma.
— Você devia ter contado pra eles!
— Eu vou contar. Depois do Dia de Ação de Graças... eu conto.
Suspirei, desviando o olhar.
— Se você jurar que isso não é nenhum esquema pra tentar me fazer voltar com você, eu vou.
Ele assentiu.
— Eu juro.
Embora Joseph estivesse tentando ocultar, eu vi uma centelha em seus olhos. Pressionei os lábios para não sorrir.
— Vejo você às cinco.
Ele se inclinou para beijar o meu rosto, deixando os lábios por um tempinho em minha pele.
— Valeu, Beija-Flor.
Selena e Nicholas me encontraram na porta do refeitório e entramos juntos. Puxei com força o garfo e a faca do porta-talheres e larguei o prato na bandeja.
— O que é que você tem, Demi? — ela me perguntou.
— Não vou viajar com vocês amanhã.
Nicholas ficou boquiaberto.
— Você vai pra casa dos Jonas?
Os olhos de Selena se voltaram como dardos na direção dos meus.
—Você o quê?
Suspirei e entreguei minha carteirinha de estudante ao caixa.
— Eu prometi ao Joe que iria quando a gente estava no avião, e ele disse pra família inteira que eu estaria lá.
— Em defesa dele — Nicholas falou —, ele realmente não achou que vocês iam terminar. Ele achou que você ia acabar voltando. E já era tarde demais quando ele se tocou que você não estava de brincadeira.
— Isso é bobagem, Nick, e você sabe disso — falou Selena, borbulhando de raiva. —Você não precisa ir se não quiser, Demi.
Ela estava certa. Eu tinha escolha, mas não poderia fazer Joseph. Nem mesmo se o odiasse. E eu não o odiava.
— Se eu não for, ele vai ter que explicar pra eles por que não apareci, e não quero estragar o Dia de Ação de Graças deles. Todos estão vindo pra casa porque acham que vou estar lá.
Nicholas abriu um sorriso.
—Eles gostam mesmo de você, Demi. O Paul ficou falando de você para o meu pai outro dia.
— Que ótimo — murmurei.
— A Demi está certa — ele disse — Se ela não for, o Paul vai o dia inteiro enchendo o saco do Joe. Não tem por que estragar o dia deles.
Selena colocou o braço em volta dos meus ombros.
— Você ainda pode vir com a gente. Você não está mais com ele e não precisa continuar salvando a pele dele.
— Eu sei, Sel, mas é a coisa certa a fazer.

***

O sol se refletia nos prédios lá fora, e eu estava parada na frente do espelho passando a escova nos cabelos, enquanto tentava descobrir como conseguiria fingir ainda estar com Joseph.
— É só um dia, Demi. Você consegue lidar com isso — falei para o espelho.
Fingir nunca foi um problema para mim. O que me preocupava era o que aconteceria enquanto estivéssemos fingindo. Quando Joseph me deixasse em casa depois do jantar, eu teria que tomar uma decisão. Decisão essa que seria distorcida por uma falsa sensação de felicidade que passaríamos para a família dele.
Toc, toc.
Eu me virei e olhei para a porta. Kara não tinha voltado para o quarto a noite toda. Eu sabia que Selena e Nicholas já tinham pegado a estrada e não conseguia imaginar quem era. Coloquei a escova sobre a mesa e abri a porta.
—Joseph?—falei baixinho.
— Você está pronta?
Ergui uma sobrancelha
— Pronta pra quê?
— Você disse para vir te buscar às cinco.
Cruzei os braços sobre o peito.
— Eu quis dizer cinco da manhã!
— Ah — ele disse, parecendo desapontado. — Acho que vou ter que ligar para o meu pai pra avisar que não vamos passar a noite lá então.
— Joseph! — reclamei.
— Eu peguei o carro do Nick pra gente não ter que levar as malas na moto. Tem um quarto sobrando em que você pode dormir. Nós podemos ver um filme ou...
— Eu não vou passar a noite na casa do seu pai!
A expressão dele ficou triste.
— Tudo bem. Eu... hum... te vejo amanhã de manhã.
Ele deu um passo para trás e fechei a porta, me apoiando nela. Todas as minhas emoções se entrelaçavam em minhas entranhas, então soltei um suspiro exasperado. Com a expressão desapontada de Joseph fresca na mente, abri a porta e saí, vendo que ele estava atravessando o corredor devagar, discando ao celular.
— Joseph, espera. — Ele se virou e o olhar de esperança em seus olhos fez meu peito doer — Me dá um minuto pra colocar umas coisas na mala.
Um sorriso de alívio e gratidão se espalhou em seu rosto. Ele foi atrás de mim até o quarto e ficou olhando enquanto eu arrumava a mala.
— Eu ainda te amo, Flor.
Não ergui o olhar.
— Não começa. Não estou fazendo isso por você.
Ele inspirou com dificuldade.
— Eu sei.
Seguimos viagem em silêncio até a casa do pai dele. O carro parecia carregado de uma energia nervosa, e era difícil ficar sentada no banco de couro frio. Quando chegamos, Trenton e Paul saíram na varanda, e sorridentes. Joseph pegou nossas malas de dentro do carro, e Paul deu uns tapinhas de leve nas costas dele.
— Que bom ver você, filho. — O sorriso dele ficou ainda mais largo quando olhou para mim. — Demi Lovato. Estamos esperando ansiosamente pelo jantar amanhã. Faz muito tempo desde que... Bom, faz muito tempo.
Assenti e segui Joseph casa adentro. Paul repousou a mão na barriga protuberante e abriu um largo sorriso
— Arrumei lugar pra vocês dois no quarto de hóspedes, Joe disse que você não ia querer brigar com o gêmeo no seu quarto.
Olhei para Joseph. Era difícil observar enquanto ele lutava para encontrar as palavras.
— A Demi... hum... ela vai ficar... no quarto de hóspedes. Eu vou dormir no meu.
Trenton fez uma careta.
— Por quê? Ela tem ficado no seu apartamento, não tem?
— Não nos últimos tempos — ele disse, tentando desesperadamente evitar a verdade.
Paul e Trenton trocaram olhares de relance.
— O quarto do Kevin está sendo usado como uma espécie de deposito faz anos, então eu ia deixar ele ficar no seu quarto. Acho que pode dormir no sofá — disse Paul, olhando para as almofadas desbotadas e caindo as pedaços na sala de estar.
— Não se preocupe com isso, Paul. A gente só estava tentando manter o respeito — eu disse, colocando a mão no braço dele.
Sua risada alta ecoou pela casa, e ele deu uns tapinhas de leve na minha mão.
— Você conhece meus filhos, Demi. Devia saber que é quase impossível me ofender.
Joseph fez um sinal com a cabeça apontando para as escadas e atrás dele. Ele abriu a porta com o pé e colocou nossas malas no chão olhando para a cama e depois se virando para mim. O quarto era forrado de painéis marrons, e o carpete, da mesma cor, tinha passado da hora de ser trocado. As paredes eram de um branco sujo, com a tinta descascando em alguns lugares. Vi apenas uma moldura na parede, enquadrando uma foto de Paul com a mãe de Joseph. O casal tinha o cabelo alisado e o rosto sorridente e jovem. A foto devia ter sido tirada antes de eles terem os meninos, á que nenhum dos dois parecia ter mais de vinte anos.
— Desculpa, Flor. Vou dormir no chão.
— Ah, mas vai mesmo — falei, puxando os cabelos e prendendo-os em um rabo de cavalo. — Não acredito que deixei você me convencer a fazer isso.
Ele se sentou na cama e esfregou o rosto, frustrado.
— Isso vai ser uma puta confusão. Não sei onde eu estava com a cabeça.
— Eu sei exatamente onde você estava com a cabeça. Não sou idiota, Joseph.
Ele ergueu o olhar para mim e sorriu.
— Mas ainda assim você veio.
— Tenho que deixar tudo pronto para amanhã — falei, abrindo a porta.
Ele se levantou.
— Vou te ajudar.
Nós descascamos uma montanha de batatas, picamos verduras e legumes, colocamos o peru para descongelar e começamos a preparar a massa da torta. A primeira hora foi pra lá de desconfortável, mas, quando os gêmeos chegaram, todo mundo se reuniu na cozinha. Paul contava histórias sobre cada um de seus meninos, e demos risada das histórias sobre feriados desastrosos de Ação de Graças, quando eles tentaram fazer algo que não fosse pedir pizza.
— A Denise era uma tremenda de uma cozinheira — falou Paul, pensativo — O Joe não lembra, mas não fazia sentido tentar cozinhar depois que ela faleceu.
— Sem pressão, Demi — disse Trenton, dando uma risadinha e pegando uma cerveja na geladeira. — Vamos pegar as cartas. Quero tentar recuperar um pouco daquele dinheiro que a Demi me tirou.
Paul mexeu um dedo para o filho.
— Nada de pôquer esse fim de semana, Trent. Eu peguei o dominó, vá arrumar as peças. Nada de apostar, estou falando sério.
Trenton balançou a cabeça.
— Tudo bem, meu velho, tudo bem.
Os irmãos saíram da cozinha e Trent parou para olhar para trás.
— Vem, Joe.
— Estou ajudando a Flor
— Estou quase acabando, baby — falei. — Pode ir
Os olhos dele ganharam um ar mais terno ao ouvir minhas palavras, e ele pôs a mão no meu quadril.
— Tem certeza?
Fiz que sim, e ele se inclinou para beijar o meu rosto, dando um apertãozinho no meu quadril antes de acompanhar Trenton até a sala de jogos. Paul ficou observando seus filhos saírem, balançando a cabeça e sorrindo.
— É incrível isso que você está fazendo, Demi. Acho que você não se dá conta de como ficamos gratos por isso.
— Foi ideia do Joe. Fico feliz em poder ajudar.
Ele apoiou o corpo forte no balcão, tomando um gole de cerveja enquanto ponderava sobre as palavras que diria a seguir.
— Você e o Joseph não conversaram muito. Estão tendo problemas?
Espremi o detergente dentro da pia enquanto a enchia com água quente, tentando pensar em algo para dizer que não fosse uma mentira descarada.
— As coisas estão um pouco diferentes, eu acho.
— Foi o que pensei. Você precisa ser paciente com ele. O Joseph não se lembra muito disso, mas ele era muito chegado à mãe e, depois que a perdemos, ele nunca mais foi o mesmo. Achei que quando ele crescesse isso fosse mudar, já que ele era muito novinho quando ela faleceu. Foi difícil para todos nós, mas para o Joe... ele parou de tentar amar as pessoas depois disso. Fiquei surpreso quando ele trouxe você aqui. A forma como ele age quando está perto de você, o modo como ele te olha... soube que você era especial.
Eu sorri, mas mantive o olhar na louça.
— O Joseph vai te dar muito trabalho. Vai cometer muitos erros. Ele cresceu cercado de um bando de meninos sem mãe e com um pai velho, solitário e ranzinza. Todos nós ficamos um pouco perdidos depois que a Denise morreu, e acho que não ajudei os meninos a lidarem com isso da forma como deveria. Sei que é difícil não botar a culpa nele, mas você precisa amar o Joseph de qualquer forma, Demi. Você é a única mulher que ele já amou além da própria mãe. Não sei o que aconteceria com ele se você também o deixasse.
Engoli as lágrimas e assenti, incapaz de responder. Paul colocou a mão no meu ombro e apertou-o de leve.
— Eu nunca vi o Joseph sorrir como faz quando está com você. Espero e todos os meus meninos encontrem uma Demi na vida deles um dia.
Os passos dele foram sumindo enquanto ele atravessava o corredor, eu me agarrei à beirada da pia para recuperar o fôlego. Eu sabia que passar o feriado com Joseph e a família dele seria difícil, mas não achei que meu coração fosse ficar partido novamente. Os homens faziam piadas e riam na sala ao lado, e eu lavava e secava a louça, colocando-a no lugar. Limpei a cozinha, lavei as mãos e fui andando até a escada para ir me deitar.
Joseph me agarrou pela mão.
— É cedo, Flor. Você não vai dormir já, vai?
— O dia foi longo. Estou cansada.
— A gente estava se preparando para ver um filme. Por que você não volta aqui pra baixo e fica com a gente?
Ergui o olhar para os degraus, depois o baixei e me deparei com o riso esperançoso dele.
— Tudo bem.
Ele me levou pela mão até o sofá, e ficamos sentados juntos enquanto passavam os créditos.
— Apaga a luz, Taylor — Paul pediu.
Joseph esticou o braço atrás de mim, descansando-o nas costas do sofá. Ele estava tentando manter as aparências e me acalmar. Ele tinha o bem cuidadoso em não se aproveitar da situação, e eu me vi em conflito, ao mesmo tempo grata e decepcionada por causa disso. Sentada assim, tão perto dele, sentindo o cheiro de seu cigarro e de sua colônia era muito difícil manter distância, tanto física quanto emocionalmente. Exatamente como eu temia, minha determinação estava falhando. Eu lutava para bloquear tudo que Paul havia me dito na cozinha.
No meio do filme, a porta da frente da casa se abriu e Kevin apareceu, com as malas na mão.
— Feliz Ação de Graças — disse ele, colocando a bagagem no chão.
Paul se levantou e abraçou o filho mais velho, e todos, menos Joseph, foram cumprimentá-lo.
— Você não vai dizer “oi” para o Kevin? — sussurrei.
Ele não olhou para mim quando respondeu, observando sua família se abraçar e rir.
— Tenho só uma noite com você e não vou desperdiçar nem um segundo.

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Estou suuuuuuper cansada, e estou morrendo de dor de cabeça... eu li os comentários, mas estou com preguiça de responder haha
Posto amanhã, ok?!

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