Fiquei fazendo desenhos no meu
caderno, quadrados dentro de quadrados, conectando uns aos outros para formar caixas rudimentares em 3D.
Dez minutos antes de a aula começar, a sala ainda estava vazia. Minha vida
estava começando a entrar nos eixos de novo, mas precisei de alguns minutos
para me preparar psicologicamente para estar cercada de pessoas que não fossem
Finch e Selena.
— Só porque não estamos mais
namorando, não quer dizer que você não pode usar a pulseira que te dei — disse
Parker, assim que se sentou ao meu lado.
— Venho querendo te perguntar
se você quer que eu devolva.
Ele sorriu, inclinando-se na
minha direção para desenhar um laço em uma das caixas no meu caderno.
— Foi presente, Dems. Não dou
presentes com condições.
A professora Ballard ligou o
retroprojetor enquanto se sentava à frente da classe, depois ficou remexendo
nos papéis em sua mesa abarrotada. A sala de repente ficou alvoroçada com
conversas, que ecoavam pelas grandes janelas molhadas de chuva.
— Ouvi dizer que você e o
Joseph terminaram faz umas semanas. — Parker ergueu uma das mãos ao ver minha
expressão de impaciência — Não é da minha conta. É só que você parece tão
triste, e eu queria te dize que sinto muito.
— Obrigada — murmurei, virando
uma página em branco no caderno.
— E também quero pedir
desculpas pelo meu comportamento. O que eu fiz foi... grosseiro. Eu só estava
com raiva e descontei em você. Não foi justo, e eu peço desculpas.
— Não estou interessada em
namorar, Parker — falei em tom de aviso. Ele deu uma risada abafada.
— Não estou tentando me
aproveitar da situação. Nós ainda somos amigos, e quero ter certeza que está
tudo bem com você.
— Estou bem.
— Você vai voltar pra casa no
feriado de Ação de Graças?
— Vou pra casa da Selena.
Geralmente janto na casa dela no Dia de Ação de Graças.
Ele começou a falar alguma
coisa, mas a professora Ballard iniciou a aula. O assunto do Dia de Ação de
Graças me fez pensarem meus planos anteriores de ajudar Joseph com o peru.
Pensei em como teria sido, e me peguei preocupada com o fato de que eles
acabariam pedindo pizza de novo. Uma sensação de angústia tomou conta de mim,
mas a afastei imediatamente, fazendo o meu melhor para me concentrar em cada
palavra dita pela professora.
Depois da aula, fiquei
vermelha quando vi Joseph vir do estacionamento quase correndo na minha
direção. Ele estava com a barba feita, vestia um moletom com capuz e seu boné
vermelho predileto de beisebol, abaixando a cabeça para se proteger da chuva.
— A gente se vê depois do
intervalo, Dems — disse Parker, encostando a mão de leve nas minhas costas.
Esperei por um olhar cheio de
raiva de Joseph, mas ele nem pareceu notar a presença de Parker enquanto se
aproximava.
— Oi, Flor.
Dei um sorriso meio sem graça,
e ele enfiou as mãos no bolso da frente do moletom.
— O Nicholas me disse que você
vai com ele e com a Sel para Wichita amanhã.
— É.
— Você vai passar o feriado
inteiro na casa da Selena?
Dei de ombros, tentando
parecer casual.
— Sou muito chegada aos pais
dela.
— E a sua mãe?
— Ela vive bêbada, Joseph. Nem
vai saber que é Ação de Graças.
De repente ele ficou nervoso,
e meu estômago se contorceu com a possibilidade de um segundo quebra-pau em
público. Um trovão rugiu sobre nós, e Joseph ergueu a cabeça, apertando os
olhos enquanto grandes gotas de chuva caíam em seu rosto.
— Preciso te pedir um favor —
ele me disse. — Vem cá.
Ele me puxou para debaixo do
toldo mais próximo e consenti, tentando evitar outra cena.
— Que tipo de favor? —
perguntei, desconfiada.
— Meu... hum... — Ele alternou
o peso do corpo, se apoiando ora em uma perna, ora em outra. — Meu pai e os
caras estão esperando você na quinta-feira.
— Joseph! — falei, em tom de
queixa.
Ele olhou para baixo.
— Você disse que ia.
— Eu sei, mas... é um pouco
sem sentido agora, você não acha?
Ele pareceu não se incomodar.
— Você disse que ia.
— A gente ainda estava junto
quando concordei em ir pra casa do seu pai. Você sabia que agora eu não iria.
—Eu não sabia e, de qualquer
forma, agora é tarde demais, O Kevin já está vindo de avião pra cá, e o Tyler
tirou folga no trabalho. Todo mundo está ansioso pra te ver.
Eu me encolhi, torcendo as
mechas molhadas dos cabelos em volta do dedo.
—Eles iam vir de qualquer
forma, não iam?
— Nem todos. Faz anos que a
gente não se reúne mais no Dia de Ação de Graças. Todos eles fizeram um
esforço, já que prometi uma refeição de verdade pra eles. Não temos uma mulher
na cozinha desde que minha mãe morreu e...
—Isso nem é machista nem nada.
Ele
inclinou a cabeça para o lado.
—Não
foi isso que eu quis dizer, Flor, poxa! Todos nós queremos você lá. É isso que
estou dizendo.
—
Você não contou pra eles sobre a gente, não é? — desferi as palavras no tom
mais acusador que consegui usar.
Ele
ficou inquieto por um instante e fez que não com a cabeça.
—
Meu pai me perguntaria o motivo, e não estou preparado pra conversar com ele
sobre isso. Ia ser um sermão interminável. Por favor, vamos, Flor.
—
Tenho que colocar o peru no forno às seis da manhã. A gente teria que sair
daqui lá pelas cinco...
—
Ou a gente pode dormir lá.
Subitamente
ergui as sobrancelhas.
—
De jeito nenhum! Já é ruim o suficiente precisar mentir pra sua família e
fingir que ainda estamos juntos.
—
Você está agindo como se eu tivesse pedido pra você atear fogo em si mesma.
—
Você devia ter contado pra eles!
—
Eu vou contar. Depois do Dia de Ação de Graças... eu conto.
Suspirei,
desviando o olhar.
—
Se você jurar que isso não é nenhum esquema pra tentar me fazer voltar com
você, eu vou.
Ele
assentiu.
—
Eu juro.
Embora
Joseph estivesse tentando ocultar, eu vi uma centelha em seus olhos. Pressionei
os lábios para não sorrir.
—
Vejo você às cinco.
Ele
se inclinou para beijar o meu rosto, deixando os lábios por um tempinho em
minha pele.
—
Valeu, Beija-Flor.
Selena
e Nicholas me encontraram na porta do refeitório e entramos juntos. Puxei com
força o garfo e a faca do porta-talheres e larguei o prato na bandeja.
—
O que é que você tem, Demi? — ela me perguntou.
—
Não vou viajar com vocês amanhã.
Nicholas
ficou boquiaberto.
—
Você vai pra casa dos Jonas?
Os
olhos de Selena se voltaram como dardos na direção dos meus.
—Você
o quê?
Suspirei e entreguei minha carteirinha de
estudante ao caixa.
— Eu prometi ao Joe que iria quando a
gente estava no avião, e ele disse pra família inteira que eu estaria lá.
— Em defesa dele — Nicholas falou —, ele
realmente não achou que vocês iam terminar. Ele achou que você ia acabar
voltando. E já era tarde demais quando ele se tocou que você não estava de
brincadeira.
— Isso é bobagem, Nick, e você sabe disso
— falou Selena, borbulhando de raiva. —Você não precisa ir se não quiser, Demi.
Ela estava certa. Eu tinha escolha, mas
não poderia fazer Joseph. Nem mesmo se o odiasse. E eu não o odiava.
— Se eu não for, ele vai ter que explicar
pra eles por que não apareci, e não quero estragar o Dia de Ação de Graças
deles. Todos estão vindo pra casa porque acham que vou estar lá.
Nicholas abriu um sorriso.
—Eles gostam mesmo de você, Demi. O Paul
ficou falando de você para o meu pai outro dia.
— Que ótimo — murmurei.
— A Demi está certa — ele disse — Se ela
não for, o Paul vai o dia inteiro enchendo o saco do Joe. Não tem por que
estragar o dia deles.
Selena colocou o braço em volta dos meus
ombros.
—
Você ainda pode vir com a gente. Você não está mais com ele e não precisa
continuar salvando a pele dele.
—
Eu sei, Sel, mas é a coisa certa a fazer.
***
O
sol se refletia nos prédios lá fora, e eu estava parada na frente do espelho
passando a escova nos cabelos, enquanto tentava descobrir como conseguiria
fingir ainda estar com Joseph.
—
É só um dia, Demi. Você consegue lidar com isso — falei para o espelho.
Fingir
nunca foi um problema para mim. O que me preocupava era o que aconteceria
enquanto estivéssemos fingindo. Quando Joseph me deixasse em casa depois do
jantar, eu teria que tomar uma decisão. Decisão essa que seria distorcida por
uma falsa sensação de felicidade que passaríamos para a família dele.
Toc, toc.
Eu me virei e olhei para a porta. Kara não
tinha voltado para o quarto a noite toda. Eu sabia que Selena e Nicholas já
tinham pegado a estrada e não conseguia imaginar quem era. Coloquei a escova
sobre a mesa e abri a porta.
—Joseph?—falei baixinho.
— Você está pronta?
Ergui uma sobrancelha
— Pronta pra quê?
— Você disse para vir te buscar às cinco.
Cruzei os braços sobre o peito.
— Eu quis dizer cinco da manhã!
— Ah — ele disse, parecendo desapontado. —
Acho que vou ter que ligar para o meu pai pra avisar que não vamos passar a
noite lá então.
— Joseph! — reclamei.
— Eu peguei o carro do Nick pra gente não
ter que levar as malas na moto. Tem um quarto sobrando em que você pode dormir.
Nós podemos ver um filme ou...
—
Eu não vou passar a noite na casa do seu pai!
A
expressão dele ficou triste.
—
Tudo bem. Eu... hum... te vejo amanhã de manhã.
Ele
deu um passo para trás e fechei a porta, me apoiando nela. Todas as minhas
emoções se entrelaçavam em minhas entranhas, então soltei um suspiro
exasperado. Com a expressão desapontada de Joseph fresca na mente, abri a porta
e saí, vendo que ele estava atravessando o corredor devagar, discando ao
celular.
—
Joseph, espera. — Ele se virou e o olhar de esperança em seus olhos fez meu
peito doer — Me dá um minuto pra colocar umas coisas na mala.
Um
sorriso de alívio e gratidão se espalhou em seu rosto. Ele foi atrás de mim até
o quarto e ficou olhando enquanto eu arrumava a mala.
—
Eu ainda te amo, Flor.
Não
ergui o olhar.
—
Não começa. Não estou fazendo isso por você.
Ele
inspirou com dificuldade.
—
Eu sei.
Seguimos
viagem em silêncio até a casa do pai dele. O carro parecia carregado de uma
energia nervosa, e era difícil ficar sentada no banco de couro frio. Quando
chegamos, Trenton e Paul saíram na varanda, e sorridentes. Joseph pegou nossas
malas de dentro do carro, e Paul deu uns tapinhas de leve nas costas dele.
—
Que bom ver você, filho. — O sorriso dele ficou ainda mais largo quando olhou
para mim. — Demi Lovato. Estamos esperando ansiosamente pelo jantar amanhã. Faz
muito tempo desde que... Bom, faz muito tempo.
Assenti
e segui Joseph casa adentro. Paul repousou a mão na barriga protuberante e
abriu um largo sorriso
—
Arrumei lugar pra vocês dois no quarto de hóspedes, Joe disse que você não ia
querer brigar com o gêmeo no seu quarto.
Olhei
para Joseph. Era difícil observar enquanto ele lutava para encontrar as
palavras.
— A Demi... hum... ela vai
ficar... no quarto de hóspedes. Eu vou dormir no meu.
Trenton fez uma careta.
— Por quê? Ela tem ficado no
seu apartamento, não tem?
— Não nos últimos tempos — ele
disse, tentando desesperadamente evitar a verdade.
Paul e Trenton trocaram
olhares de relance.
— O quarto do Kevin está sendo
usado como uma espécie de deposito faz anos, então eu ia deixar ele ficar no
seu quarto. Acho que pode dormir no sofá — disse Paul, olhando para as almofadas
desbotadas e caindo as pedaços na sala de estar.
— Não se preocupe com isso,
Paul. A gente só estava tentando manter o respeito — eu disse, colocando a mão
no braço dele.
Sua risada alta ecoou pela
casa, e ele deu uns tapinhas de leve na minha mão.
— Você conhece meus filhos,
Demi. Devia saber que é quase impossível me ofender.
Joseph fez um sinal com a
cabeça apontando para as escadas e atrás dele. Ele abriu a porta com o pé e
colocou nossas malas no chão olhando para a cama e depois se virando para mim.
O quarto era forrado de painéis marrons, e o carpete, da mesma cor, tinha
passado da hora de ser trocado. As paredes eram de um branco sujo, com a tinta
descascando em alguns lugares. Vi apenas uma moldura na parede, enquadrando uma
foto de Paul com a mãe de Joseph. O casal tinha o cabelo alisado e o rosto
sorridente e jovem. A foto devia ter sido tirada antes de eles terem os
meninos, á que nenhum dos dois parecia ter mais de vinte anos.
— Desculpa, Flor. Vou dormir
no chão.
— Ah, mas vai mesmo — falei,
puxando os cabelos e prendendo-os em um rabo de cavalo. — Não acredito que
deixei você me convencer a fazer isso.
Ele se sentou na cama e
esfregou o rosto, frustrado.
— Isso vai ser uma puta
confusão. Não sei onde eu estava com a cabeça.
—
Eu sei exatamente onde você estava com a cabeça. Não sou idiota, Joseph.
Ele
ergueu o olhar para mim e sorriu.
—
Mas ainda assim você veio.
—
Tenho que deixar tudo pronto para amanhã — falei, abrindo a porta.
Ele
se levantou.
—
Vou te ajudar.
Nós
descascamos uma montanha de batatas, picamos verduras e legumes, colocamos o
peru para descongelar e começamos a preparar a massa da torta. A primeira hora
foi pra lá de desconfortável, mas, quando os gêmeos chegaram, todo mundo se
reuniu na cozinha. Paul contava histórias sobre cada um de seus meninos, e
demos risada das histórias sobre feriados desastrosos de Ação de Graças, quando
eles tentaram fazer algo que não fosse pedir pizza.
—
A Denise era uma tremenda de uma cozinheira — falou Paul, pensativo — O Joe não
lembra, mas não fazia sentido tentar cozinhar depois que ela faleceu.
—
Sem pressão, Demi — disse Trenton, dando uma risadinha e pegando uma cerveja na
geladeira. — Vamos pegar as cartas. Quero tentar recuperar um pouco daquele
dinheiro que a Demi me tirou.
Paul
mexeu um dedo para o filho.
—
Nada de pôquer esse fim de semana, Trent. Eu peguei o dominó, vá arrumar as
peças. Nada de apostar, estou falando sério.
Trenton
balançou a cabeça.
—
Tudo bem, meu velho, tudo bem.
Os
irmãos saíram da cozinha e Trent parou para olhar para trás.
—
Vem, Joe.
—
Estou ajudando a Flor
—
Estou quase acabando, baby — falei. — Pode ir
Os
olhos dele ganharam um ar mais terno ao ouvir minhas palavras, e ele pôs a mão
no meu quadril.
—
Tem certeza?
Fiz
que sim, e ele se inclinou para beijar o meu rosto, dando um apertãozinho no
meu quadril antes de acompanhar Trenton até a sala de jogos. Paul ficou
observando seus filhos saírem, balançando a cabeça e sorrindo.
—
É incrível isso que você está fazendo, Demi. Acho que você não se dá conta de
como ficamos gratos por isso.
—
Foi ideia do Joe. Fico feliz em poder ajudar.
Ele
apoiou o corpo forte no balcão, tomando um gole de cerveja enquanto ponderava
sobre as palavras que diria a seguir.
—
Você e o Joseph não conversaram muito. Estão tendo problemas?
Espremi
o detergente dentro da pia enquanto a enchia com água quente, tentando pensar
em algo para dizer que não fosse uma mentira descarada.
—
As coisas estão um pouco diferentes, eu acho.
—
Foi o que pensei. Você precisa ser paciente com ele. O Joseph não se lembra
muito disso, mas ele era muito chegado à mãe e, depois que a perdemos, ele
nunca mais foi o mesmo. Achei que quando ele crescesse isso fosse mudar, já que
ele era muito novinho quando ela faleceu. Foi difícil para todos nós, mas para
o Joe... ele parou de tentar amar as pessoas depois disso. Fiquei surpreso
quando ele trouxe você aqui. A forma como ele age quando está perto de você, o
modo como ele te olha... soube que você era especial.
Eu
sorri, mas mantive o olhar na louça.
—
O Joseph vai te dar muito trabalho. Vai cometer muitos erros. Ele cresceu
cercado de um bando de meninos sem mãe e com um pai velho, solitário e
ranzinza. Todos nós ficamos um pouco perdidos depois que a Denise morreu, e
acho que não ajudei os meninos a lidarem com isso da forma como deveria. Sei
que é difícil não botar a culpa nele, mas você precisa amar o Joseph de
qualquer forma, Demi. Você é a única mulher que ele já amou além da própria
mãe. Não sei o que aconteceria com ele se você também o deixasse.
Engoli
as lágrimas e assenti, incapaz de responder. Paul colocou a mão no meu ombro e
apertou-o de leve.
—
Eu nunca vi o Joseph sorrir como faz quando está com você. Espero e todos os
meus meninos encontrem uma Demi na vida deles um dia.
Os
passos dele foram sumindo enquanto ele atravessava o corredor, eu me agarrei à
beirada da pia para recuperar o fôlego. Eu sabia que passar o feriado com
Joseph e a família dele seria difícil, mas não achei que meu coração fosse
ficar partido novamente. Os homens faziam piadas e riam na sala ao lado, e eu
lavava e secava a louça, colocando-a no lugar. Limpei a cozinha, lavei as mãos
e fui andando até a escada para ir me deitar.
Joseph
me agarrou pela mão.
—
É cedo, Flor. Você não vai dormir já, vai?
—
O dia foi longo. Estou cansada.
—
A gente estava se preparando para ver um filme. Por que você não volta aqui pra
baixo e fica com a gente?
Ergui
o olhar para os degraus, depois o baixei e me deparei com o riso esperançoso
dele.
—
Tudo bem.
Ele
me levou pela mão até o sofá, e ficamos sentados juntos enquanto passavam os
créditos.
—
Apaga a luz, Taylor — Paul pediu.
Joseph
esticou o braço atrás de mim, descansando-o nas costas do sofá. Ele estava
tentando manter as aparências e me acalmar. Ele tinha o bem cuidadoso em não se
aproveitar da situação, e eu me vi em conflito, ao mesmo tempo grata e
decepcionada por causa disso. Sentada assim, tão perto dele, sentindo o cheiro
de seu cigarro e de sua colônia era muito difícil manter distância, tanto
física quanto emocionalmente. Exatamente como eu temia, minha determinação
estava falhando. Eu lutava para bloquear tudo que Paul havia me dito na
cozinha.
No
meio do filme, a porta da frente da casa se abriu e Kevin apareceu, com as
malas na mão.
—
Feliz Ação de Graças — disse ele, colocando a bagagem no chão.
Paul
se levantou e abraçou o filho mais velho, e todos, menos Joseph, foram
cumprimentá-lo.
—
Você não vai dizer “oi” para o Kevin? — sussurrei.
Ele
não olhou para mim quando respondeu, observando sua família se abraçar e rir.
—
Tenho só uma noite com você e não vou desperdiçar nem um segundo.
~*~
Estou suuuuuuper cansada, e estou morrendo de dor de cabeça... eu li os comentários, mas estou com preguiça de responder haha
Posto amanhã, ok?!
Comentem <333
PERFEITO
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o que o Paul disse foi tão lindo eu quase chorei!!!
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Beijos