quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Easy - Capítulo 11

— Muitas de vocês provavelmente estão convencidas de que sem arma, você não tem esperança contra um homem agressivo. — Ralph falou do lado oposto do lugar onde Don e Joseph, se encaravam. O resto de nós nos espalhamos pela extremidade do tapete, preparadas para ver o que quer que estejam a ponto de fazer. Lucas ainda não tinha reconhecido a minha presença.
— A verdade é: vocês têm várias armas à sua disposição, e nós vamos lhes mostrar como utilizá-las para sua maior vantagem. Grande, quero dizer que o Don aqui será o assaltante, e Joseph, com todo esse cabelo bonito, será a vítima.
Risadas se espalharam de várias garotas que estavam próximas a Joseph quando ele prendeu os lábios juntos em uma bem humorada irritação e tirou seu cabelo escuro de seu rosto.
— Suas armas são suas mãos, pés, joelhos e cotovelos, e sua cabeça, e eu não me refiro ao que está apenas dentro, embora isso também venha ao jogo. Sua testa e nuca, quando entram em contato com algumas áreas suscetíveis do seu atacante, podem deixá-lo vendo estrelas.  
Usando Don como exemplo, ele apontou para os pontos vulneráveis óbvios (Sim, Selena assobiou quando ele indicou a virilha), e então as áreas menos óbvias, como o peito do pé e o antebraço.
Ralph anunciou os movimentos que Joseph usou para se defender enquanto Don atacava várias vezes em golpes coreografados, o tempo decorrido foi para demonstrar claramente o que eles estavam fazendo. Eu me senti desesperançosa, por incrível que pareça, enquanto assistia a eles. O corpo musculoso de Lucas foi treinado para executar aqueles bloqueios e golpes, para absorver bofetadas de um atacante. Eu assisti ele chutar a bunda de Buck, quando eu mal poderia expulsá-lo tempo suficiente para gritar, para deixar algum dano.
— O objetivo aqui é não bater no cara. — Ralph sorriu para o resmungo decepcionado de Selena. — Nosso objetivo é te dar tempo para escapar. Dar o fora é o seu objetivo.
Nós nos dividimos em pares para praticar bloqueios de pulso e desvio de golpes. Os três instrutores circularam a sala, dando auxílio e reposicionando. Eu estava aliviada quando Don caminhou para ver Selena e eu enquanto estávamos revezando tapas em câmera lenta.
— Mantenha seus olhos no atacante. — Ele me lembrou. Se virou para Selena. — Ponha mais entusiasmo nesse ataque. Ela pode bloqueá-la.
Eu fiquei chocada quando descobri que ele estava certo. Selena quase me atingiu pela segunda vez porque eu estava tão surpresa que eu tinha completamente bloqueado seu primeiro golpe.
Don acenou.
— Bom trabalho!
Nós sorrimos estupidamente uma para a outra e trocamos a posição de atacante e vítima.
— Então quando chegamos aos chutes? — Selena perguntou.
Don balançou a cabeça e acenou.
— Eu juro, há sempre um em toda aula. Chutes serão os próximos. — Ele apontou para ela. — E eu vou fazer se você está de acordo de ser Joseph para isso.
Ela colocou um rosto inocente.
— Nós não vamos todos usar aquela roupa do homem Michelin?
— Sim... Mas aquela proteção não bloqueia tudo.
— Heh heh. — Selena disse, e Don levantou uma sobrancelha para ela.
Olhei em volta durante o exercício, observando Joseph com uma dupla de garotas.
— Assim? — Uma delas perguntou, piscando para ele como se soubesse que a posição de sua mão estivesse errada.
— Não... — Ele virou a palma dela e ajustou seu cotovelo. — Assim. — Sua voz era quase inaudível com todos os socos, bloqueios e risos escandalosos para uma sala grande. Mesmo assim, eu senti suas palavras como suaves carícias em minhas costas.
Eu mal conseguia conectar esse cara, seu cabelo despenteado, suas tatuagens, a pura sexualidade na forma em que andava e no baixo tom de sua voz, com Jace, um engenheiro sênior que disse ou escreveu que meu ex era um idiota e me provocou com uma orquestra de estudantes de 14 anos se apaixonando por mim. Enquanto me ajudava a passar em uma aula que eu teria falhado sem ele.
Eu estava atraída por ele todo, cada lado incongruente com o outro. Mas o ele todo também era um mentiroso. O fato que nosso professor o chamou por um diferente nome do que o Assistente Chefe da Polícia era perplexo também. O prefácio de seu e-mail oficial era JMaxfield. Não ajuda.
Ele olhou para cima e me pegou encarando-o, e pela primeira vez naquela manhã, nenhum de nós desviou o olhar até Selena dizer:
— D... Presta atenção! Apenas tente me atingir. — Eu quebrei o olhar e me virei para ela. Ela se moveu para me encarar, suas costas para Joseph, e rolou os olhos. — O conceito de se fazer de difícil completamente escapou de você? — Sussurrou. — Deixe. Ele. Caçar.
— Não estou mais jogando esse jogo.
Ela olhou por cima do ombro e voltou.
— Amiga, eu não acho que ele saiba disso.
Encolhi os ombros.
Nós praticamos posições defensivas e ataques simples de mão, e embora eu me sentisse boba no começo, Selena e eu estávamos pouco tempo depois gritando: “Não!” Juntamente com os nossos colegas, e empurrando a parte carnuda da palma de nossas mãos para o outro nos queixos ou batendo um punho (muito lentamente) para baixo um no nariz da outra.
— A última coisa de hoje será defesa no chão. Nós iremos assistir Don e Joseph ilustrar a primeira posição de defesa, e então cada par venha pegar um tapete e vamos circular enquanto vocês praticam.
Joseph ficou com o rosto para baixo no tapete e Don se ajoelhou por cima dele, segurando-o com seu peso. Meu coração disparou e minha respiração ficou irregular, apenas assistindo. Eu não queria estar nessa posição novamente. Eu não conseguiria na frente dos alunos. Eu não conseguiria na frente de Joseph.
Selena desenrolou seu pulso com os dedos e pegou minha mão.
— D, você tem que fazer isso. Você será o atacante primeiro. Ficará tudo bem.
Balancei a cabeça.
— Eu não quero! É muito parecido com... — Engoli.
— É exatamente por isso que você tem que fazê-lo. — Antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, ela apertou minha mão. — Ei, me ajuda a fazer isso, tudo bem? E então veremos como você se sente.
Acenei.
— Tudo bem.
Ajudei Selena, mas eu podia me fazer de vítima apenas uma vez. Eu fiz os movimentos, e desacomodei ela facilmente. Como uma ex-líder de torcida, Selena era forte, mas ela não era Buck. Eu não tinha esperança que esse movimento fosse deslocar alguém com seu tamanho e força.
Eu não podia olhar para Joseph, não durante esse exercício final, e não com o que aconteceu.

***

— Tem certeza que não quer ir? Eu poderia te usar para me impedir de utilizar aqueles movimentos que aprendemos essa manhã com Nick, se ele tiver bolas para aparecer nesta festa.
Olhei para cima, do romance que estava lendo, porque Jace ainda não tinha me enviado o projeto de economia de volta (engraçado como eu continuava a pensar sobre ele em termos de Joseph e Jace), e eu fui estranhamente pega no trabalho de casa. Minha colega de quarto nunca tinha entendido minha compulsão para ler quando eu tinha tempo livre, especialmente se haviam eventos sociais no campus para se ocupar.
— Não, Selena, eu realmente não quero ir para uma coisa de irmandade, acredite ou não. Sem mencionar o fato de que ninguém estaria feliz em me ver lá.
Com as mãos no quadril ela se inclinou para mim.
— Você está provavelmente certa. Mas você está indo comigo na Festa de Fraternidade daqui algumas semanas, certo? As vadias não tem nada a dizer sobre eu levar você, então, aplica-se as regras da fraternidade, adicional de bebidas e gatas são bem vindos.
— Aww, que doce e de modo algum humilhante.
Ela riu enquanto ela colocava seus saltos plataforma.
— Eu sei, tá? São um bando de idiotas. — Seu sorriso falhou. — Sério, eu poderia usar uma proteção entre eu e Nick esta noite. Não que ele vá, você sabe, me incomodar. Mas eu conheço algumas garotas que estavam apenas esperando que eu saísse do caminho. Elas estarão nele como carrapatos em um cachorro do campo, e eu realmente não quero ver isso.
Eu acenei.
— Eu entendo, e eca para esse visual... Embora seja revoltantemente apropriado. Você não pode simplesmente pular esse negócio da Fraternidade? Você poderia estar com gripe Asiática. Ou Malária. Eu confirmo.
Jogando seu cabelo por cima do ombro, agarrou a bolsa e caminhou para a porta como uma modelo de passarela, sem um leve balançar.
— Não. É um grande negócio. Além disso, terei que encarar isso alguma vez. E ainda, eu já confirmei nós duas. E eu tenho algumas semanas para me preparar mentalmente. — Abriu a porta. — Nós vamos fazer compras poderosas depois do intervalo. Farei aquele babaca morder sua própria mão essa noite, maldição.
Enquanto a porta se fechava, meu celular indicou um novo SMS.

***

Joseph: Você ainda quer ver o desenho?
Eu: Sim.
Joseph: Esta noite?
Eu: Tudo bem.
Joseph: Eu estarei fora de seu dormitório em 10 minutos? Coloque seu cabelo para trás e use algo quente.
Eu: Você não está trazendo para cá?
Joseph: Eu estou levando você até ele. A menos que você não queira.
Eu: Vou descer, mas preciso de 15 minutos.
Joseph: Vou esperar. Sem pressa.

Eu corri pelo quarto como uma pessoa insana, tirando meus pijamas de flanela e colocando um sutiã limpo e calcinhas da limpa-mas-não-arrumada pilha da lavanderia. Roupas quentes... Suéter? Não. Jeans. Pretas da UGG. O suave suéter safira que fazia Selena dizer: Isso faz com que seus olhos se destaquem. Depois de escovar os dentes, escovei o cabelo e amarrei na nuca, embora não soubesse o porquê.
Agarrando minha jaqueta preta de lã no caminho para a porta, eu deixei o prédio pela saída principal. Não tinha ido às escadas desde que Buck me pegou lá, mesmo quando significava passos a mais.
Joseph estava no meio-fio, inclinando-se contra uma moto, braços cruzados em seu peito. Junto com suas conhecidas botas e jeans, ele usava uma jaqueta marrom escura que fazia seu cabelo parecer negro. Me observando com aqueles olhos luminosos, seu olhar não vacilou de mim, não importava a distração de sábado à noite com barulhos de moradores indo e vindo. Ele não escondeu a varredura de cima a baixo sem pressa que deixou parte de mim derretida e desejando que me tocasse como havia me tocado no quarto.
Engolindo o caroço em minha garganta, eu lembrei da sua trapaça numa tentativa falha de apagar o desejo se espalhando em mim como lava, em câmera lenta, pesada e quente. Meu medo sobre sua moto ajudou a amenizar algum grau. Eu nunca tinha estado em uma antes, e não podia dizer se tinha alguma vez querido mudar o fato. Quando eu andei para ele, ele segurou um capacete extra.
— Acho que essa é a razão pela orientação sobre o cabelo. — Eu disse, pegando o capacete e examinando-o hesitante.
— Você poderá soltar quando chegarmos ao meu lugar se quiser. Eu não sabia se você queria colocá-lo por baixo do capacete... Ou deixar solto e deixá-lo todo emaranhado do passeio.
Balancei a cabeça, pensando se precisava desfazer as tiras completamente ou apenas afrouxá-las.
— Nunca esteve em uma moto antes?
Do canto dos meus olhos, eu vi Rona e Olivia saírem do prédio atrás de um grupo de garotos. As duas garotas pararam e encararam Joseph, e então para mim, enquanto eu fingia não notá-las.
— Hum. Não...
— Me deixe te ajudar com isso, então.
Depois, eu coloquei a alça da minha bolsa por cima da cabeça e posicionei-a cruzando meu peito, ele pegou o capacete e colocou em minha cabeça, fixando a tira embaixo do meu queixo.
Senti-me uma boneca que balança a cabeça.
Uma vez que estávamos com capacetes e na moto, coloquei meus braços em volta dele e uni minhas mãos em seu abdômen, maravilhada com o quão firme era.
— Segure-se. — Ele disse, empurrando o suporte de apoio lateral. Sua sugestão foi desnecessária enquanto o motor rugia com vida, eu tinha um aperto mortal em seu torso, minha frente inteira pressionada seguramente contra suas costas, meu queixo encolhido e meus olhos pressionaram fechados. Eu tentei imaginar que estava em uma montanha russa, perfeitamente a salvo e presa em um carrinho ao invés de me empurrando pelas ruas em frágeis 227 kg ou então de metal e borracha, esperando que uma SUV com um bêbado não furasse o sinal vermelho e nos pegasse.
A corrida para sua casa, um apartamento em cima de uma garagem, levou menos de 10 minutos. Minhas mãos estavam dormentes com a combinação de agarrar uma com a outra e o ar frio de novembro correndo por elas. Enquanto as esfregava juntas, ele estacionou a moto na sessão pavimentada entre a garagem e as escadas abertas antes de se virar para pegar minhas mãos na dele, uma de cada vez, e massageá-las.
— Eu devia ter te lembrado de usar luvas. — Eu tirei minha mão da dele e apontei para a casa não muito longe dali. — Seus pais moram ali?
— Não. — Ele se virou para subir a escada de madeira e eu o segui. — Eu aluguei o apartamento.
Ele abriu a porta para um enorme estúdio com parede, mas sem porta, definindo o que eu assumi ser o quarto no canto direito. Uma pequena cozinha aberta estava na esquerda, um banheiro entre os dois. No sofá, um grande gato laranja malhado me observou com uma felina característica de indiferença antes de descer e seguir para a porta.
— Esse é o Francis. — Joseph abriu a porta e o gato caminhou preguiçosamente para fora, parando para limpar uma pata.
Eu ri, me movendo para o centro do aposento.
— Francis? Ele parece mais como... Max. Ou talvez King.
Ele fechou e trancou a porta, o fantasma de um sorriso levantando o canto da boca.
— Confie em mim, ele é superior o suficiente sem o nome masculino.
Ele tirou sua jaqueta enquanto cruzava o quarto em minha direção, e eu o encarei, começando a desabotoar minha jaqueta.
— Nomes são importantes. — disse.
Ele acenou, deixando cair seus olhos em meus dedos.
— Sim. — Eu empurrei os botões grandes demais através dos buracos lentamente, de cima para baixo, como se não houvesse nada debaixo. Deslizando seus polegares por dentro da gola, ele puxou a jaqueta de meus ombros, seus polegares escovando os braços do meu suéter.
— Macio.
— É cashmere. — Minha voz estava quase sem fôlego, e embora eu quisesse seguir com meu discurso sobre nomes, queria pressioná-lo para saber por que ele estava me enganando, não conseguia jorrar as palavras da minha garganta.
O casaco caiu pelas pontas dos meus dedos e ele se virou, colocando-o em cima de sua jaqueta.
— Eu tinha um motivo escondido para trazê-la aqui.
Eu pisquei.
— É mesmo?
Fazendo uma careta, pegou minhas mãos.
— Eu quero te mostrar algo, mas eu não quero que você pire. — Ele suspirou. — Essa manhã, a última coisa, a defesa no chão... — Ele me olhava de perto, e eu tentei olhar para outro lugar, qualquer lugar fora de seus olhos, porque meu rosto estava queimando, humilhada, mas eu não conseguia tirar meus olhos dos dele. — Eu sei que você não acreditou que isso iria funcionar. Eu quero mostrar que vai.
— O que quer dizer com me mostrar?
Suas mãos apertaram as minhas.
— Eu quero te ensinar exatamente como executar. Aqui. Com mais ninguém olhando.
Foi a réplica da posição em si, mas também o pensamento de que ele me observava que tinha sido tão enervante essa manhã, mas ele não podia saber disso.
— Confie em mim, Demetria. Vai funcionar. Você me deixará te mostrar?
Eu acenei.
Ele me direcionou para o centro do espaço no chão, me puxou para baixo de joelhos ao seu lado.
— Deite-se de barriga para baixo. — Coração batendo forte, eu obedeci. — A maioria dos homens não tem treinamento de artes marciais e tudo isso, então eles não serão capazes de realizar os movimentos corretamente. E mesmo aqueles que fizerem não estarão esperando o que você irá fazer. Lembre-se do que Ralph disse, a chave é fugir. — Eu acenei, minha bochecha no carpete, meu coração batendo contra o chão. — Você se lembra dos movimentos? — Balancei a cabeça, fechando os olhos. — Está tudo bem. Eu poderia dizer que você estava pirando na aula. A sua amiga fez a coisa certa, não forçando você. Eu não quero forçá-la, também. Eu só quero te ajudar a sentir o controle.
Tomei uma profunda inspiração.
— Tudo bem.
— Se você se encontrar nesta posição, você irá querer fazer esses movimentos automaticamente, sem perder tempo ou energia tentando afastá-lo.
Eu endureci enquanto ele sem avisar usou o nome de Buck¹.
— O que?
— Era o seu nome. Buck.
O ouvi inalar, como se estivesse tentando manter o controle.
— Eu me lembrarei disso. — Ficou em silêncio por um momento. — O primeiro movimento parece contraproducente porque não fornece alavanca. Mas aí que está a coisa, você está tirando a alavanca dele. Escolha o lado que você quer rolar, e coloque este braço reto e para fora, como se você estivesse de pé e alcançando o teto. — Coloquei meu braço esquerdo pra cima como ele havia dito. — Bom. Agora, com seu outro braço, você dá a si mesma uma alavanca, e você já tira o equilíbrio precário dele. Palma aberta no chão, cotovelo para cima. Empurra pra baixo e role para o seu lado, projetando ele para longe. — Eu segui suas instruções, fáceis para fazer sem peso algum em cima de mim. — Podemos tentar? Eu empurrarei seus ombros para baixo e usarei o meu peso para segurá-la. Se você tiver um problema, apenas diga e eu estou fora. Tudo bem?
Lutei contra o pânico.
— Tudo bem.
Sua sutileza enquanto se ajoelhava por cima de mim, segurando meus ombros para o chão, era tão contrária à violência de Buck que eu quase chorei. Ele se abaixou sobre mim, sua respiração em minha orelha.
— Braço esticado. — Eu obedeci. — Palma estendida, e empurre forte, e role para seu lado. — Eu fiz como ele disse, e ele caiu para fora. — Perfeito. Vamos tentar novamente.
Nós fizemos os movimentos de novo, e de novo, e de novo, e cada vez ele estava mais forte e difícil de deslocar, mas ainda, eu o jogava, toda vez. Até eu erradamente empurrar com meus quadris, tentando levantar.
Ele exalou duramente.
— Isso não funcionará, Demetria, embora seja uma resposta natural para algo não desejado em cima de você. A única forma segura de expulsar um homem nesta posição é rolando para o lado. Eu sou muito forte para você me empurrar pra cima. Você tem que lutar com essa tendência.
Finalmente, tentamos com mais realidade do que qualquer outro momento. Ele me impulsionou pra baixo, e meu braço disparou para cima e para fora, mas eu tive dificuldade em libertar minha mão para alavancar. Finalmente, eu troquei de braço e consegui colocar minha outra palma no chão, impulsionei e rolei, jogando-o fora e para o lado.
— Merda! — Ele riu, me encarando enquanto estávamos no chão. — Você trocou de lado comigo!
Eu sorri para seu elogio, e seu olhar moveu para os meus lábios.
— Essa é a parte onde você levanta e corre como o inferno. — Sua voz era rouca.
— Mas ele não vai me perseguir?
Ficamos deitados em nossos lados, dois pés de tapete entre nós, nenhum fazendo movimento para levantar.
Ele acenou.
— Ele deve. Mas a maioria desses caras não quer desafiar a presa. Apenas poucos irão atrás de você, se você correr gritando.
— Ah.
Ele se esticou, pegando minha mão.
— Era suposto que eu lhe mostrasse o desenho, eu acho.
— Então não parecerá como se você tivesse me trazido sob completas falsas pretensões?
Seus olhos brilharam e minha respiração parou.
— Eu realmente quero que você veja o desenho, mas eu admito que isso é secundário para o que acabamos de fazer. Você se sente mais confiante agora, isso deve funcionar?
— Sim.
Ele se inclinou para cima em seu cotovelo, fechando a distância entre nós, impulsionando sua mão contra meu cabelo, movendo-a para cima para segurar meu rosto.
— Eu tinha outro motivo oculto para trazê-la aqui. — Inclinando-se lentamente, seus lábios se encontraram com os meus e o fogo, que tinha se tornado brasa desde que ele tinha deixado meu quarto na semana anterior, flamejou. Eu abri minha boca e sua língua pressionou para dentro, encontrou-se com a minha e a tomou. Virando sua cabeça, ele moveu sua boca sobre a minha, sugando meu lábio inferior, acariciando-o com sua língua e libertando-o para dar atenção ao de cima. Sua língua passou pelo espaço sensível acima dos meus dentes superiores e eu ofeguei.
E então suas mãos começaram a se mover.

----------------------
¹ no original “to buck him off” = afastá-lo  

~*~

Obrigada mesmo pelos comentários <3333
Se eu tiver tempo amanhã, eu posto mais. E Semana que vem, vejo se dá pra fazer a Maratona (:


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Easy - Capítulo 10

— Você vai para as sessões de tutoria? Eu estive apenas algumas vezes, mas eu não me lembro de ter te visto lá. — A voz de Benji me tirou a atenção de Joseph.
— Huh?
Ele riu enquanto eu impulsionava meu texto de Economia na mochila em meus pés, envergonhada por ter sido pega por olhar sorrateiramente para Joseph. Novamente.
— Sessões de tutoria? Quem dera eu pudesse, mas eu tenho outra aula na mesma hora. Nós trocamos e-mails, embora eu necessitasse de ajuda para recuperar, depois do meu hiato de duas semanas de sanidade.
De repente notei, se Benji estivesse presente nas aulas de instrução, quer dizer que tinha visto Jace. Também deduzi, de alguns comentários deliberados, que Benji era gay. Então ele pode não se opor a responder algo como Exatamente quão quente é o professor de economia?
— Então você esteve em algumas sessões, hein?
Ele acenou, e eu decidi começar algo mais fundamental.
— Há alguma chance do tutor ser, você sabe, gay? — Segurei meu fôlego, esperando por uma resposta.
— O que, como eu distribuindo uma pesquisa? — Ele riu quando eu pisquei, preocupada se o tinha ofendido. — Eu estou apenas brincando com você. Eu tenho muita certeza de que ele não joga no meu time. Embora se ele jogasse, ele estivesse um pouco fora da minha liga. — Ele respirou e deu um tapinha em seu estômago, o qual era feito com algo plano dado seu esforço. — Nada que algumas semanas na academia e abrindo mão do pão no fim de semana não cuide.
Revirei os olhos.
— Cale a boca!
Ele suspirou.
— Eu amo ser um garoto. Precisa perder 5 kg? Pare com o catchup por algumas semanas. Problema. Resolvido.
Nós colocamos nossas mochilas nas costas e subimos as escadas.
— Eu realmente te odeio agora.
Ele riu, mais quando meus olhos varreram o espaço entre o assento de Joseph e a porta. Ele tinha ido.
— Então, vocês estão trocando e-mails e olhares intensos na aula. Estou supondo que você é apenas uma garota ou garoto, na aula de Heller que acha o tutor quente como uma picante tamale¹, mas você pode ser a única que o sentimento é mutuo.
Ouvi suas palavras provocantes, mas nada foi registrado depois que fiz a conexão que estava bem na minha frente.
— Joseph... É o monitor?
Benji hesitou comigo, nós dois fomos empurrados por pessoas a nossa volta.
— Eu não sabia seu nome, mas sim... Que merda! — Ele me arrastou para fora da multidão. — Você não sabia que ele era o tutor? — Sorriu. — Eu acho que você vai para as aulas agora, hein? Quero dizer, tecnicamente, você está fora dos limites, mas você não é a única nesse jogo de encarar ou eu não a provocaria. — Ele inclinou seu rosto para baixo e olhou nos meus olhos. — Demetria? Que diabos?
Eu considerei os e-mails que ele me escreveu como Jace, e os olhares de Joseph, seus textos... E mais notável, o esboço e a sessão de amasso cinco dias atrás. Depois disso ele não mandou SMS. Ou e-mail. Ou me disse que era Jace!
— Eu não sei! — Como se eu precisasse mais uma maldita coisa para me fazer me sentir uma completa idiota.
— Olá, Senhorita Óbvia, eu meio que deduzi isso da sua impressionada e confusa expressão. Talvez ele pensasse que você soubesse?
Balancei a cabeça.
— Ele sabia que eu não sabia. — Franzi. — E o que você quer dizer com, estou fora dos limites?
Ele elevou um ombro.
— Meu colega de quarto tutoriou calouros de química. Tutores precisam cuidar das aulas para quem estão dando, mas eles não estão permitidos a..., você sabe, confraternizar com seus estudantes. Conflito de interesses. Não é um acordo tão grande como para GTAs ou professores, que são aconselhados contra se relacionar com qualquer aluno. Ainda, não é como se nunca tivesse acontecido. Nós somos todos humanos.
Encarei o chão.
— Eu sou uma completa ingênua? Como eu não soube?
Benji colocou um dedo em meu queixo.
— Hum. Estou tendo o distinto pressentimento de que houve alguma confraternização. — Ele suspirou com a expressão em meu rosto. — Olha, se você nunca se preocupou com as aulas de tutoria, e nenhum dos alter egos dele disse a você que ele era o mesmo cara, como você deveria saber, exatamente?
A tensão em meus ombros reduziu.
— Acho que você está certo.
— Claro que estou. Agora o que?
Minha mandíbula travou.
— Não faço ideia. Mas uma coisa tenho certeza, não estou dizendo a ele que sei.
Benji balançou sua cabeça, um braço em volta dos meus ombros enquanto nos juntamos ao fluxo de alunos.
— Quando eu me registrei para Economia, eu não tinha ideia que estaria nesse nível de reality-show de drama. É como um grande bônus.

***

Selena: Eu inscrevi a gente nas aulas de autodefesa.
Eu: O que???
Selena: Aplicada pelo campus po-po. Sábados às 9, começa essa semana, pula o fim de semana pós Ação de Graças, então mais duas.
Eu: OK.
Selena: Nós vamos bater a merda fora dos garotos naquelas roupas grandes e gordas!!! Eu sempre quis chutar as bolas dos garotos. Agora eu posso fazer sem culpa!
Eu: Você é uma garota doente!
Selena: Culpada da acusação. J

***

Na sexta, eu não olhei na direção de Jace/Joseph. Nem uma única vez. Havia se passado uma semana desde nosso amasso universitário-proibido. Isso foi atração para ele? Que eu era o fruto proibido? Eu mostraria a ele o proibido.
Quando estávamos guardando as coisas, Benji olhou por cima do meu ombro, suas sobrancelhas se levantando contra os caracóis negros caindo por sua testa.
— Hey, Demi!
Kennedy não tinha falado comigo durante um mês, as últimas palavras entre nós envolvia um velho clichê e um livro de anotações completo que eu estava segurando. Eu respirei fundo e me virei.
— Kennedy. — Eu esperei, certa de que ele tinha uma razão para se aproximar de mim, embora eu não tivesse ideia do que fosse.
— Você está indo para casa no dia de Ação de Graças? Se você for, nós poderíamos compartilhar a carona. Você sabe, dirigir por 4 horas é um pouco monótono.
— Você quer que a gente vá... Juntos?
Ele encolheu os ombros e balançou sua cabeça para o lado com um fraco sorriso com covinhas. Kennedy, tirando seu cabelo do caminho de seus olhos, era uma visão cativante, e ele sabia malditamente bem disso. No momento, embora, meio que me irritou.
Benji limpou sua garganta e tocou meu cotovelo.
— Até segunda, Demetria.
Sorri.
— Tenha um bom fim de semana, Benjamin.
Ele piscou e bateu com força em Kennedy sem pedir desculpas.
— Qual é o problema dele? — Meu ex olhou com raiva.
— O que você realmente quer, Kennedy? — Mudei minha mochila de lugar e encarei-o, conflituosa por meus desejos contraditórios no momento. Eu queria socá-lo na cara. Eu queria cair em seus braços e acordar do pesadelo dele ter me deixando de lado.
— Eu gostaria que fôssemos amigos. Você significa muito para mim. — A gentileza em seus olhos era quase como um carinho físico. Eu o conhecia tão bem, e por tanto tempo.
Esse discurso foi muito inesperado, e cedo demais. Meus olhos lacrimejaram.
— Eu não sei se eu poderei fazer isso, Kennedy. E eu não quero ir com você para casa na próxima semana. Com licença. — Eu contornei ele e andei pelo corredor para a porta.
— Demi...
— É Demetria. — Eu disse me virando, deixando-o para trás.

***

Jace,
Estou mandando este um pouco cedo, embora é claro, eu não imagino você sentado à toa em uma sexta à noite esperando por uma corrente de projetos de economia. Mas eu estarei ocupada amanhã de manhã, então pensei em ir em frente e mandar.
Obrigada de novo por olhar antes de eu entregar.
DL

Demetria,
Apenas para mencionar, você me distraiu/salvou (temporariamente, pelo menos) de uma irritante pesquisa de um bug em algum lugar com centenas de linhas de códigos que não funcionam muito bem. Eu preferia muito mais olhar seu projeto de economia. Devolverei por volta de domingo à tarde, se não antes.
JM

Eu olhei para o J de sua assinatura, visualizando como o garoto que conheço como Joseph. Como Jace, seu flerte tinha sido sutil; como Joseph, foi público. Que jogo ele estava jogando? Eu não tinha como saber se essa situação tinha sido a primeira para ele, ou se ele frequentemente saía dos limites com suas estudantes.
A noite em que nos conhecemos, aquela horrível noite, ele sabia quem eu era. Ele tinha me chamado de Demi, o nome que ele deve ter ouvido Kennedy me chamar. Quando eu mandei o primeiro e-mail pedindo ajuda com economia, ele devia ter sabido, também, mas ele não me deu pista.
De acordo com o site da faculdade, restrições no convívio eram para proteger ou prevenir a troca de favores sexuais por notas, ou algo do tipo. Mas Jace estava me ensinando a aprender a matéria, e eu estava fazendo o trabalho. Quando eu fui à sala do Dr. Hellers por minha nota, não ocorreu algo inapropriado. Ele sabia disso. Eu sabia disso.
Mas até fraternização consensual, como Benji chamou, era teoricamente contra as regras.
Eu poderia trazer sérios problemas a Jace Maxfield. Quando ele veio ao meu quarto, eu pensei que ele era apenas outro aluno, e ele continuou com esse engano.
Ele me beijou, me tocou, e eu deixei. Eu queria que ele fizesse.
Fechei meu notebook e encarei meu celular. Nós ficamos há uma semana. Aqui, em meu quarto. E não mandou sequer um SMS desde lá. Eu queria saber o porquê.

Eu: Eu fiz algo errado?

Eu esperei vários minutos, olhando fotos no celular, muitas delas incluíam Kennedy. Imaginei se fosse fraqueza por não conseguir apagá-las, ou só queria manter a evidência do que parecia ser amor, que parecíamos estar apaixonados, mesmo que estivesse tudo terminado.

Joseph: Não. Estive ocupado. Como você está?
Eu: Eu acho que você não teve tempo de refazer os esboços.
Joseph: Na verdade, fiz um deles. Eu quero que você veja.
Eu: Eu gostaria de ver. Está pregado em sua parede?
Joseph: Sim.
Joseph: Escuta, estou saindo agora, falo com você depois?
Eu: Claro!

De acordo com seu e-mail, ele estava trabalhando no que parecia ser um enorme projeto CSE², e de acordo com seu SMS, ele estava fora em uma festa. Eu não tinha ideia do que era verdade. Eu acreditava que ele estava me ignorando... Exceto por isso: “Quero que você veja.” Eu reli a mensagem, abri meu notebook e reli o e-mail, mas não me senti nem perto de descobri-lo.
Selena veio irritada ao nosso quarto à 1 da manhã, no celular.
— Você sabe o que? Eu acho que você não respeita minha opinião em muita coisa!
Por sorte, eu estava acordada, vendo vídeos online de autodefesa. Tirando a ânsia de Selena em chutar bolas e a minha necessidade de aprender essa coisa, a última coisa que eu queria fazer de manhã era levantar e socar e chutar alguns caras com roupas fofas. Eu não podia ver como isso iria correlacionar com escapar de alguém como Buck. Se eu tivesse sido capaz de quebrar seu aperto na outra noite, pudesse chutá-lo, eu teria.
A porta fechou atrás da minha claramente irritada colega de quarto enquanto ela lançava sua bolsa na cama, chutando fora seus saltos.
— Bem, eu não posso estar com alguém que está decidido a apoiar um estuprador de merda.
Oh, Deus! Fechei o YouTube e empurrei meu notebook do meu colo.
— Sim, Nick, isso é o que realmente penso. — Ela desabotoou sua blusa branca com tanta força, que tinha certeza que iria arrancar um botão ou dois. — Ótimo. Pense o que quiser. Está acabado. — Esmurrando seu celular, ela grunhiu para ele e o atirou em sua cama antes de se virar pra mim, arrancando sua blusa. — Bem. Eu acho que está acabado!
Minha boca se abriu, me sentei, sem palavras, enquanto ela enfiava uma blusa preta por seus quadris e a chutava na direção do cesto de roupa suja. Deslizou seus braceletes de seus braços e tirou seus brincos, deixando-os na mesa cheia de jóias, cartas de tarô, pacotes de chiclete e romances.
— Selena, você acabou de terminar com Nick? Por minha causa?
Ela colocou uma blusa que caiu para o meio de suas coxas que claramente pertencia a Nick. Carrancuda, ela arrancou-a de volta por cima da cabeça, enrolou e jogou-a.
— Não. Eu terminei com Nick porque ele é um babaca cabeça oca!
— Mas...
— Demetria. — ela fez um gesto como uma policial de trânsito assinalando Pare. — Não o diga. Eu terminei com Nick porque ele provou o que era importante para ele. Irmãos antes de vagabundas. Bem, foda-se isso. Eu não vou vir em segundo para um bando de amigos idiotas, e com certeza não vou vir em segundo por um babaca que insulta todas as mulheres. Além disso... Isso nunca seria uma coisa permanente, certo? Quem faz isso na faculdade, afinal?
Ela caminhou em volta e inspecionou a gaveta do topo de seu pequeno guarda-roupas, ostensivamente procurando por uma blusa que-não-seja-de-Nick. Eu ouvi um suspiro murmurado e sabia que estava chorando. Maldito Nick! Maldito Buck! Maldito Joseph/Jace/quem diabos ele seja!

***

O lugar das Aulas de Autodefesa para Mulheres era uma das salas de aula do primeiro andar do prédio de atividades. Nós encontramos a sala e atirei meu copo de café no lixo do corredor, Selena bocejando depois de uma noite sem dormir, a qual eu sabia porque sua falta de descanso, agitação e fungação me mantiveram acordada.
Por volta das 4 da manhã, ela engatinhou para minha cama, se curvando em uma posição fetal contra mim enquanto eu afastava seu cabelo do rosto. Felizmente, ela tinha caído no sono quase imediatamente, e eu tinha seguido o exemplo.
— Ei. Aquele não é...? — Selena falou sem mover seus lábios, como ventríloquo. Vestido com uma calça preta de moletom e blusa preta, Joseph estava na frente da sala com dois homens mais velhos.
— Sim. — Sussurrei enquanto nós sentávamos nos nossos lugares e olhei para os pacotes de materiais do curso, cuja capa mostrava um homem atacando uma mulher que estava em posição defensiva. — Selena, eu não acho que posso fazer isso.
— Sim, você pode. — Ela reagiu, tão rápido que devia estar antecipando minha resposta.
— Bom dia, senhoritas! — O homem menor começou, silenciando qualquer protesto de mim. — Sou Ralph Watts, o Chefe Auxiliar da Polícia do campus. Esse cara de aparência fraca à minha esquerda é o Sargento Dan, e o feio é o Joseph, um dos nossos oficiais de execução de estacionamento. — Todo mundo riu, enquanto Don e Lucas eram de longe fracos e feios. — Nós estamos satisfeitos que vocês tenham aberto mão das manhãs de sábado para aumentar seu conhecimento de segurança pessoal.
Eu arrisquei um olhar para Selena quando ela me acotovelou.
— Oficial de execução de estacionamento? Jesus, quantos trabalhos ele tem? — Ela murmurou pela lateral da boca.
— Nem me fale! — Murmurei de volta. Ela nem sabia do trabalho de tutor.
— Poderia ser quente... — Ela sussurrou. — Especialmente se há um uniforme. Ou algemas.
Eu suspirei.
Olhando em volta do semicírculo de cadeiras dobráveis, eu notei que havia apenas uma dúzia de nós, um mix de estudantes, professores e pessoal da administração. A mais velha era uma mulher negra com cabelos brancos que tinha que ter a idade da minha avó. Eu disse a mim mesma que se ela poderia vir aqui e aprender como chutar a bunda de potenciais estupradores, eu também poderia.
Mesmo se Joseph estivesse do outro lado da sala, alternadamente me encarando e evitando meu olhar completamente.
Na primeira hora e meia, os princípios básicos de autodefesa foram discutidos. Ralph nos disse que 90% da autodefesa envolve redução de riscos de ataque em primeiro lugar.
— Em um mundo ideal, nós poderíamos ir para nosso trabalho sem temer ou ser assaltado. Infelizmente, esse ideal não é representação da nossa realidade.
Meu rosto queimou, eu lembrei de Joseph me censurando por andar pelo estacionamento escuro atrás da casa da fraternidade e mandando SMS, ao invés de prestar atenção à minha volta. Eu circulei 90% com tinta azul até que escureci as palavras do outro lado. Mas então eu lembrei a última coisa que ele disse naquela noite: “Não foi sua culpa.
Fomos encorajadas a propor sugestões de segurança, e escrever sobre trancar portas, andar ou se exercitar com um amigo, usar sapatos que não impeçam de correr. A sugestão de Selena de “Evitar Idiotas era popular.
— Três coisas são necessárias em um ataque: um atacante, uma vítima, e um propósito. Remova a oportunidade e você dará um grande passo em reduzir a probabilidade de assalto. — Ralph bateu as mãos juntas de uma vez. — Certo, vamos ter um pequeno intervalo, e quando nós voltarmos, será hora de dar alguns chutes na bunda que vocês garotas se escreveram para infligirem em Don e Joseph.
____________
1 - Comida típica do México, estilo pamonha.
2 - CSE ( Certificate os Secondary Education): equivalente britânico do diploma de faculdade brasileiro.     
~*~

Terei que fazer a Maratona semana que vem.
Estou realmente sem tempo pra fazer nessa...

Obrigada por comentarem, amores <33 *-*

Ah, e em breve postarei a sinopse da fic que eu quero postar pra vocês, cheia de hots, ok? kkkkkk Mas só se vocês quiserem.
E não é 50 tons - até porque eu odiei essa trilogia, em boa parte por causa da escrita da autora dele, pois é -, e nem algo sobre sado-masoquismo.
Não que não tenha algemas e... hahaha enfim. Falaremos disso depois ;)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Easy - Capítulo 9

Mais uma vez, Joseph foi abordado por uma garota no final da aula. Mas que diabos? Será que todas as garotas da nossa turma sentem a necessidade de conversar com ele? Mas em seguida, um rapaz aproximou-se ao lado dela, seu braço envolvendo em torno de seu ombro. Alarmada, eu percebi no que a minha reação visceral implicava: ciúme. Sobre um rapaz que eu mal conhecia, com quem eu tinha trocado mais saliva do que palavras.
Enquanto eu passava pelo último corredor, Joseph me deu um sorriso apertado com um elevar ligeiro de seu queixo e voltou sua atenção de volta para o casal em frente a ele. Em conflito, eu estava em partes iguais, aliviada e desapontada.
Eu pedi um conselho a Selena durante o almoço.
— Ele está segurando as malditas fichas perto. — Bebendo seu almoço típico Smoothie, ela refletia sobre as possíveis causas para a sua reserva. — É quase como... Ele está resistindo a estar atraído por você. Não me interprete mal, muitos caras ficam distantes, mas geralmente não até que eles se envolvam.
Ela me deu um olhar atento.
— Você tem certeza que nada mais aconteceu na noite de sexta-feira?
Dei um suspiro e bati na minha testa com a palma da minha mão.
— Oh, sim, eu esqueci completamente da parte onde fizemos sexo selvagem à noite toda de sexta-feira.
Ela revirou os olhos e, em seguida, suas sobrancelhas se levantaram.
— Hey. E se ele tem uma namorada?
Eu fiz uma careta. Eu não tinha pensado nisso.
— Eu acho que é possível.
Minha mente foi para uma coisa que eu não poderia dizer: E se o que aconteceu na noite em que nos conhecemos me fez parecer uma patética e tola como eu me sentia, e ele não poderia passar por isso? Aqueles minutos aterrorizantes me assombram ainda, e entrar em contato com Buck há alguns dias apenas ampliou a ameaça. Não seria a última vez que eu ia vê-lo. Ele estava na mesma fraternidade que Kennedy. Ele era amigo de Nick e Selena, e de todo o meu antigo círculo de amigos. Ele era quase inevitável.
— Uma namorada iria definitivamente colocar um obstáculo em nossos planos. — Selena refletiu.
Repentinamente, eu me peguntei se Jace Maxfield tinha uma namorada. Ele não havia mencionado uma, mas por que ele iria? Não havia nenhuma razão para ele inserir: "Ei, eu tenho uma namorada" em uma das nossas trocas de e-mail. Eu poderia encontrar alguma maneira de perguntar.
Ele parecia tão sincero que eu tinha certeza que ele iria responder.
— D? — A voz de Selena invadiu meus pensamentos.
— Hein? Sinto muito.
Ela arqueou uma sobrancelha, sorvendo até o fim de sua vitamina.
— O que você está pensando? Eu conheço esse olhar calculador, e como sua wing-woman¹ oficial, eu preciso saber o que você está planejando.
Peguei o sanduíche, puxando os tomates fora e empilhando-os no canto da minha bandeja. Eu não poderia dizer a ela sobre Buck. Mas eu poderia confessar o meu interesse em Jace.
— Você sabe o meu tutor de economia?
Ela assentiu com a cabeça, confusa, e, de repente, atrair-se apenas online enquanto participava de uma universidade, onde havia milhares de caras solteiros parecia como a coisa mais ridícula que já existiu na história das coisas ridículas.
— Bem, às vezes parece que estamos flertando. E uma vez, ele disse que Kennedy era um idiota.
Ela arqueou uma sobrancelha.
— Ele conhece Kennedy?
— Não, quero dizer, ele disse: “Seu ex é um idiota.” Eu não acho que ele realmente sabia. Foi mais uma declaração... De cortesia, para mim. — Eu mordi o meu sanduíche de peru-bacon-guacamole.
— Hmm. — Selena apoiou os cotovelos sobre a mesa entre nós. — Bem, é fato que ele não pode ser tão quente como Joseph. Mas ele é um professor, então ele deve ser inteligente, Deus sabe que ele é ideal para você. De qualquer forma, ele é bonito?
— Er... — Eu disse, ainda mastigando.
Ela estreitou os olhos.
— Oh meu Deus! Você nunca o conheceu, não é?
Fechei os olhos e suspirei.
— Não exatamente.
— Não exatamente?
— Ok, não em tudo. Eu não tenho nenhuma ideia de como ele é, certo? Mas ele é inteligente e engraçado. E ele tem sido muito bom, e me ajudou muito, eu quase coloquei em dia essa aula, exceto pelo projeto...
— Demetria, você não pode se apaixonar por um cara sem nunca vê-lo! E se você estiver lidando com um transgressor? Ele poderia parecer... — Ela esquadrinhou a praça de alimentação e se concentrou em um cara de aparência assustadora em uma camiseta surrada que, com suor e passos largos, passou pela nossa mesa. — Aquele cara.
Eu cruzei meus braços, ofendida em nome de Jace.
— Esse cara parece um pária social. Jace é inteligente demais para parecer como aquele cara.
Ela fechou os olhos e balançou a cabeça.
— Tudo bem. Nós vamos fazer de Jace um Plano B. — Ela me olhou, usando sua expressão-teoria-da-conspiração estreitou os olhos, lábios franzidos — O que você realmente sabe sobre esse cara Jace?
Eu ri.
— Muito mais do que eu sei sobre esse cara Joseph.
— Exceto a aparência e gosto. — Ela balançou as sobrancelhas.
— Ugh! Selena. Você tem uma mente obsessiva.
Ela sorriu tortuosamente.
— Eu prefiro pensar nisso como meta direcionada.
Nós pulamos o Starbucks, parte do palno de Selena lamentou os sacrifícios que ela estava fazendo em um nome quando nós esgasgamos com o café da cafeteria. Deixando-me com instruções restritas para não mandar SMS ou e-mail ou qualquer um deles, ela me deu um abraço rápido, antes de ser engolida por um gropo de irmãs da sua irmandade, todas elas agiram como se fôssemos conhecidas distantes, no máximo — como configuraram uma venda de bolos à tarde.
Um mês atrás, eu tinha sido aprovada como a namorada de Kennedy GDI, agora eu era só a pobre colega de quarto não grega de Selena.

***

A área da lavanderia estava localizada em cada andar do dormitório, mas já que todos no meu andar decidiram usar ao mesmo tempo, as lavadoras estavam todas ocupadas. Levantei a bolsa de malha da escada, saltei para baixo nos degraus de concreto, um de cada vez, esperando que os residentes do andar de baixo estivessem menos movidos para limpeza, pelo menos esta noite.
Dez minutos depois, eu coltei lá em cima com a minha bolsa vazia. Parando logo na escada quando meu celular tocou, eu respondi a um SMS de Maggie lembrando-me a mandar o e-mail com o link que ela precisava do trabalho de Espanhol que estávamos fazendo juntas. Louca por um SMS de Joseph ou um e-mail de Jace, enfiei meu telefone no bolso da frente. Eu tinha prometido que eu não mandaria nenhum. Ela sabia como a mente dos rapazes trabalhavam, enquanto meus anos com Kennedy deixaram-me completamente despreparada para esses tipos de manobras complexas. Francamente, as regras para ligar não me pareciam muito menos complicadas que as regras para encontrar um relacionamento sério, mas o que eu sei.
A porta abaixo de mim abriu e fechou quando eu dobrava a esquina, e passos subindo soaram atrás de mim. Havia centenas de residentes no meu prédio, e embora todos nós usássemos o elevador ou a escada principal para ir e vir do edifício, a maioria de nós utilizava constantemente a fria e úmida escada quando se deslocava entre os andares. Assustada com a sensação claustrofóbica, algo que eu sentia toda vez, eu me forcei a não correr para a porta no topo. Eu empurrei uma trava, percebendo que eu estava indo para frente, mas a minha bolsa de roupas não estava. Supondo que ela estava enganchada no corrimão, eu virei para libertá-la e estava quase cara a cara com Buck. O fim da bolsa estava presa em seu punho.
Engoli em seco e meu coração parou, como se o momento tivesse suspenso em câmera lenta, e então ele começou a bater como uma violenta máquina em meu peito. Ele subiu um degrau abaixo de mim — e zombou de mim.
— Hey Demi! — a bile subiu na minha garganta com o som da sua voz, e eu engoli. — Ou não. Eu acho que é Demetria agora, certo? Não é isso que você disse? Uma rosa por qualquer outro nome cheiraria como o doce... — Quando ele se inclinou mais perto, eu tentei voltar a subir as escadas e tropecei, esparramada. Eu usei a oportunidade de correr para trás e para cima em direção à porta, mas ele estendeu a mão e me levantou facilmente, as duas mãos segurando meus ombros.
— Não me toque! — Eu engasguei.
Ele sorriu como se estivesse hipnotizando a pequena presa. Brincando comigo.
— Vamos lá, Demetria, não seja assim. Você sempre foi muito legal comigo. Eu só quero que você seja um pouco mais agradável, isso é tudo.
Suas palavras não foram arrastadas neste momento. Ele estava sóbrio e firme, e a maldade em seus olhos me disse que eu pagaria por minha fuga na noite da festa. Eu pagaria pelo que Joseph tinha feito.
Eu balancei a cabeça.
— Não. Eu estou dizendo que não, Buck. Assim como da última vez.
Seus olhos se estreitaram, e eu mal podia ouvir a maldição que ele sibilou a partir do sangue pulsando em meus ouvidos. Corra. Corra. Corra, ele parecia dizer, e eu gostaria de obedecer. Eu soltei a bolsa, e caiu aos nossos pés.
— Eu sei que o que aconteceu naquela noite não foi culpa sua. — ele deu de ombros. — Você é uma garota bonita, e, obviamente, o cara teve a mesma ideia que eu. Ele só conseguiu me atacar porque eu tinha bebido. — sua respiração caiu sobre meu rosto, quente, e não tinha um traço de álcool. Ele não tropeçaria se eu me soltasse de seu aperto e corresse. — Então ele te fodeu em sua caminhonete, ou você deixou ele levá-la de volta para o seu quarto? Eu sei que Selena estava com o Nick naquela noite. Assim como ela vai estar hoje à noite.
Eu vacilei por suas palavras vulgares. Eu não tinha conseguido um SMS de Selena ainda, mas não era impossível que ela estivesse ficando com Nick, esta noite, ou que Buck saberia antes que eu soubesse. Um braço serpenteou em volta e agarrou meu quadril, apertando-o dolorosamente. A dor não era nada comparado com a degradação de ser apalpada contra a minha vontade.
— A escada é malcheirosa e desconfortável, mas viável. Por que não vamos para o seu quarto, em vez disso? Eu vou fazer isso bom para você, baby.
Sua ameaça era óbvia. Se eu dissesse que não, ele iria me estuprar aqui.
— A-alguém poderia subir a escada em qualquer momento.
Ele riu.
— Verdade. Pena que você não está usando aquela saia curta que usava na outra noite. Eu poderia colocá-la contra esta parede e tomar você em dois minutos em tirar nada de você.
Minha cabeça girava. Esforcei-me contra ele, tentando me mover, mesmo que apenas um pouco, mas não consegui.
— Não seria a primeira vez que eu fui pego com algum pequeno capricho quente em uma posição contra a parede. E hey, bônus, se você deseja se vingar de Kennedy por acabar com você, então se transforme em uma garota que vai fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, com qualquer pessoa, iria deixá-lo louco. — Ele deu de ombros. — Você já começou com aquele pedaço de merda e sabe-se lá quem mais? Assim, podemos fazê-lo aqui, se é isso que você quer.
— Não! — Eu disse, e seus olhos brilharam. — No meu quarto. — Minha respiração ofegante, instável e espero confundida com tesão em sua avaliação no seu cérebro de ervilha. Ele sorriu, e eu quase vomitei. Eu nunca quis tanto vomitar, mas meu corpo lutava instintivamente.
Seu braço em volta da minha cintura, ele me virou em direção à porta no topo, agarrando a bolsa de roupa suja do chão. Eu me perguntei se eu estava disposta a fazer o que eu estava prestes a fazer. Se eu estava preparada para gritar, lutar e arranhar ele no corredor, me humilhando na frente de todos, na esperança de que ele não tivesse sucesso em me levar para o meu quarto. Se ele fizesse isso, eu estava perdida. As paredes não eram à prova de som, mas todos mundo estava acostumado a ouvir todos os tipos de ruídos provenientes dos vizinhos. Se alguém sequer ouvir qualquer coisa sobre a sua música, televisores e videogames, eles provavelmente achariam que não é nada.
Saímos para o corredor, e eu avaliei as pessoas que eu estava prestes a depender. Meu quarto era seis portas a partir da escada. Dois rapazes na extremidade oposta do salão estavam praticando kickflips em um skate. Olivia estava no meio do corredor, falando com um cara do quarto andar. Quando ela nos viu, sua boca caiu aberta antes dela a estalar fechada, e o cara, amigo dela, olhou por cima do ombro, ergueu o queixo para Buck, e se virou para ela com uma risada baixa. Isso era ruim.
Kimber, que dividia o dormitório duas portas para baixo, entrou no corredor com sua roupa. Eu parei. Era agora ou nunca. Buck deu um passo adiante antes de perceber que eu estava segurando o meu no chão. Ele se virou para mim.
— Vamos, D. — Ele persuadiu.
— Não. Você não está indo para o meu quarto, Buck. Eu quero que você saia agora.
O choque registrado em seu rosto. Kimber, Olivia e o cara do quarto andar congelaram, esperando para testemunhar em primeira mão o que estava para se estabelecer.
A mão de Buck no meu cotovelo.
— Isso não é o que você disse a alguns minutos atrás, querida. Vamos ter esta conversa em privado. — Ele tentou me puxar para frente, mas eu torci meu braço de sua mão carnuda.
— Eu quero que você saia. Agora. — Eu o encarei, meu peito arfando.
Indecisão jogou em suas feições. Cinco pessoas estavam assistindo. Ele colocou as duas mãos com as palmas para fora.
— Não seja louca, ok? Tentei dizer-lhe que no tijolo seria frio e áspero. Não é minha culpa que você não podia esperar cinco minutos. — Jogando a bolsa de roupa no meu ombro, ele disse: — Chame-me mais tarde, quando você esfriar, garota bonita. — Ele caminhou até a escada, e eu esperei até que ele desapareceu pela porta para me mover.
Meu rosto queimando, eu abri minha porta, enquanto Olivia sussurrou não tão discretamente atrás de mim.
— Ohmeudeus, eles fizeram isso na escada? Ela teve outro cara em seu quarto, tipo, noite de sexta-feira! Eu me pergunto se ela estava trepando ao redor de Kennedy e é por isso que ele...
Eu fechei a porta, inclinei-me contra ela, e deslizei para o chão, tremendo. Lágrimas patinaram em trilhas pelo meu rosto e minha respiração estremeceu, deixando meu peito dolorido. Eu queria fugir. Ir para casa. Ser ignorante de ser abandonada, de ter meus sonhos frustrados, de estar constantemente me sentindo muito inexperiente e estúpida para lidar com a minha própria vida.
Eu enganei Buck dessa vez, tornando-se duas vezes que ele não tinha conseguido o que queria, e ele estava zangado. Popular e de boa aparência, que podia quase tomar a sua escolha as garotas, e do que eu tinha ouvido e testemunhado, ele usou essa vantagem ao máximo. Eu não era mais bonita do que as garotas como Olivia, que constantemente se lançavam em seu caminho. Não havia nenhuma razão para ele se fixar em mim.
Houve alguma rivalidade inicial entre Buck e Kennedy, mas eu não conseguia me lembrar o que era. Algo que aconteceu quando eles eram calouros. Será que ele me assedia assim por causa de algum rancor contra o meu ex?
Ele poderia, se ele achasse que poderia irritar Kennedy por fazê-lo. Eu ia ter que dizer a Selena. Ela ficaria furiosa comigo por manter isso para mim, e eu temia a reação dela, mas eu não tinha escolha. Não mais.

Eu: eu preciso falar com você.
Selena: Eu preciso falar com você também! Encontre-me em nosso quarto após sua aula.

— Demetria, você ficou com Buck na noite passada? — Selena sibilou quando a porta do nosso quarto se fechou atrás dela.
Eu imaginei que eu podia sentir o sangue drenando do meu rosto.
— Onde você ouviu isso?
Ela fez um barulho “pshh”.
— Onde foi que eu não ouvi isso? Por que você não me disse esta manhã, durante astronomia? E por que Buck de todas as pessoas? Quero dizer, ele é quente e tudo.
— Eu não! — Eu engoli com dificuldade, e meus olhos estavam marejando. — Eu não fiquei, Selena!
Ela piscou para minha expressão e atravessou o quarto em três passos, agarrando meus braços.
— D, qual é o problema? O que aconteceu?
Eu afundei na minha cama e ela sentou-se comigo, com os olhos arregalados.
— Eu... Tenho que lhe dizer algo.
— Tudo bem... Eu estou ouvindo...
Por onde começar? Ontem à noite? Duas semanas atrás?
— Quando eu deixei a festa de Halloween cedo, algumas semanas atrás, Buck me seguiu. — Eu mastiguei um pedaço de pele no meu lábrio e sabia que estava sangrando. O gosto de sangue trouxe de volta aquele noite mais viva e meu rosto ficou vermelho quente. — Ele estava bêbado. Ele empurrou-me para a minha caminhonete. — Eu segurei-me rigidamente, forçando as palavras quando o seu queixo caiu.
— Ele o quê? — Ela pegou nos meus braços apertados.
— Ele estava tentando m-me estuprar.
— Tentando...?
Eu fechei meus olhos. Lambi o sangue do meu lábio.
— Joseph apareceu do nada. Ele o parou.
— Oh meu Deus!
No silêncio que se seguiu, eu finalmente abri meus olhos. Selena ainda segurou um dos meus braços enquanto ela olhava para o tapete gasto debaixo dos nossos pés.
— Você acredita em mim? — As lágrimas não iriam ficar presas, embora eu tivesse certeza de que eu iria correr seca em breve. A última vez que chorei antes de Kennedy romper comigo, no mês passado, foi mais de um ano atrás, quando eu fraturei meu fêmur no snowboard. Antes disso, quando a nossa velha cachorra, Cissie, morreu.
— Demetria, como você pode, é claro que eu acredito em você! — Ela olhou para mim, insultada. — E, a propósito, por que diabos não me disse isso antes? Porque você não achou que eu iria acreditar em você? — Seu lábio tremeu, transformando sua expressão de ofendida para ferida.
— Nick e Buck são melhores amigos, e eu pensei que eu pudesse evitá-lo...
— Demetria, isso é exatamente o tipo de coisas que as mulheres precisam compartilhar umas com as outras! Eu não dou à mínima se ele estava bêbado!
— Há mais.
Ela sentou-se, olhando em silêncio.
— Na noite passada, ele me pegou na escada. — Os olhos de Selena cresceram redondos e eu balancei a cabeça. — Não aconteceu nada. Enganei-o para vir no andar de cima dizendo que poderia ir para o meu quarto. Quando chegamos ao corredor, com outras pessoas ao redor, eu disse-lhe para sair. — Eu cobri meu rosto com as minhas mãos e sufoquei com o resto. — Ele fez soar como se tivéssemos feito isso na escada. Olivia ouviu.
— Eu imagino. — Selena disse, pegando minhas mãos. — Aquela puta fofoqueira não tem o direito de espalhar boatos sobre alguém. Eu não me importo com ela. Mas seja honesta comigo, D. Ele machucou você? Ele fez? — Os olhos dela brilharam.
Eu balancei a cabeça.
— Ele só me assustou.
Ela suspirou, franzindo a testa em pensamento, e então ela se endireitou.
— Espere. Então esse bastardo mentiroso levou socos do Joseph várias vezes, não de uma dupla de bandidos sem teto?
— Sim.
A dor penetrou em seu rosto, eu podia ver em seus olhos.
— Por que você não me contou?
Meus ombros deslizavam para cima e para baixo, de forma quase imperceptível.
— Eu não sei. Sinto muito!
Sua resposta foi a de colocar os braços em volta de mim.
— E o Joseph? Você o conhecia antes de tudo isso?
Encostei-me a ela, enfiei a cabeça debaixo do seu queixo.
— Não. Eu nunca tinha visto ele antes daquela noite. Nossa turma de economia é enorme, e não é como se eu ficasse olhando em volta para os outros caras. Eu tinha Kennedy. — Minhas mãos caíram com a palma para cima no meu colo. — Ou, eu pensei que tivesse.
Selena me abraçou apertadamente.

____________
1 - Expressão utilizada para definir um amigo que dá conselhos e ajudam a arrumar um encontro.  

~*~

Adivinhem quem conseguiu resolver o problema com o microsoft office? 
u_u
Amanhã eu posto mais :*