— Santos fodidos
hambúrgueres! Quem era aquele cara gostoso? — Selena
cuidadosamente manobrou o sedã Volvo emprestado por seu pai em torno das
pessoas bêbadas que ondulavam pelo estacionamento. — Se eu não estivesse sóbria
como uma pedra, eu acharia que ele era o produto de minha imaginação esfomeada
por sexo.
— Psshh! — Eu murmurei,
de olhos fechados, minha cabeça girando apoiada para trás, contra o encosto de
cabeça. — Nem me fale sobre fome de sexo.
Selena agarrou a minha
mão e apertou. — Ah, merda. Sinto muito, D! Eu esqueci!
Fazia três semanas desde
meu rompimento, mas eu não estava a ponto de divulgar o fato de que tinha sido
mais como quatro semanas... Talvez cinco, desde a última vez que estivemos
realmente íntimos. Eu devia ter visto a falta de interesse de Kennedy como o
sinal do que era, ao invés de dar-lhe justificativas na minha cabeça, ele
estava ocupado com obrigações da fraternidade, enquanto eu tinha pelo menos
duas horas de ensaio por dia, mais ainda quando eu tinha os ensaios em grupo.
Ele tinha a sua média A de notas para manter, e eu tinha aulas de música para
dar.
Um minuto depois, Maggie
saltou do banco de trás.
— Você não respondeu a pergunta, Demetria! —
Seu discurso foi quase tão arrastado quanto o meu, o meu nome pronunciado em
três sílabas diferentes, como três palavras separadas. — Quem era aquele cara
bonito, e o mais importante, por que não resolveu sua fome de sexo com ele?
Santo inferno, acho que eu estaria disposta a chutar Will pra fora da cama por
uma noite com ele!
— Vagabunda! — Selena
disse, revirando os olhos em seu espelho retrovisor.
Maggie riu.
— Neste caso... Inferno!
Sim!
Ambas ficaram em
silêncio, olhando para mim, esperando que eu revelasse quem ele era. Eu
mentalmente ordenei tudo que eu sabia sobre ele. Ele me salvou do ataque de
Buck, o que eu não tinha dito a ninguém. Ele tinha dado uma puta surra em Buck,
o que eu também não tinha contado a ninguém. Ele me encarou durante toda a aula
de Economia na quarta-feira, e depois me ignorou completamente na sexta-feira,
o que eu não havia contado a ninguém. Ele trabalhava no Starbucks. E ele ficava
me perguntando se eu estava bem... Mas ele não tinha me perguntado isso hoje à
noite.
Hoje à noite tinha sido algo completamente diferente.
Num acordo silencioso, nós dançamos várias danças sem parar, lentas, rápidas e
tudo mais. Suas mãos nunca deixaram meu corpo, desencadeando uma onda de
saudade que eu não sentia por um longo tempo, mais de quatro ou cinco semanas
atrás. Suas mãos não tinham andado de forma inadequada, os dedos nem mesmo
tinham provocado sob o tecido da minha blusa na cintura, mas eles queimaram a
pele abaixo dela independentemente.
E então ele desapareceu.
Inclinando-se, seus lábios próximos ao meu ouvido, ele me agradeceu pelas
danças, me levou de volta à minha mesa, e desapareceu na multidão de pessoas.
Eu não tinha visto ele de novo, e só poderia supor que ele tinha deixado o
clube.
— O nome dele é Joseph.
Ele está na minha aula de Economia. E ele desenha coisas.
Maggie começou a rir e
bateu no banco de couro.
— Ele desenha coisas? Que
tipo de coisas? Garotas nuas? Isso é muito mais do que a medida dos esforços
para a maioria dos caras artísticos. Normalmente não são nem garotas inteiras.
Só peitos.
Selena e eu rimos junto
com ela.
— Eu não sei o que ele
desenha. Ele apenas... Estava rabiscando algo na turma, sexta-feira. Eu não
acho que ele nem ouviu a palestra.
— Oh não, Selena! —
Maggie inclinou-se até onde o cinto de segurança permitiu. — Parece que aquele
deus de homem é um mau aluno. Nós sabemos o que isso significa para
Demetria.
Eu fiz uma careta.
— O que significa isso?
Selena sacudiu a cabeça,
sorrindo.
— Vamos, D, você alguma
vez em sua vida ficou atraída por um bad boy? Ou um garoto que é, hum,
academicamente deficiente? Em outras palavras, um garoto que não é — suspiro! —
Um crânio?
Meu queixo caiu.
— Cala a boca! Você está
dizendo que eu sou uma intelectual esnobe?
— Não! Nós não dissemos
que você é, e não quisemos dizer isso. Nós apenas dissemos... Você com certeza
não parecia indiferente com esse cara, Joseph, hoje à noite, quando vocês dois
dançaram juntos, tipo, para sempre, e parece que ele não é talvez o seu tipo
habitual.
— Meu único — tipo — foi
Kennedy nos últimos três anos! Quem sabe qual é o meu tipo?
— Não fique ofendida.
Você sabe o que eu quero dizer, você nem mesmo se atrai por caras
idiotas.
— Bem, quem sabe? — Eu me
rebelei contra a ideia de que Joseph era bobo. Talvez ele estivesse desmotivado
em Economia, mas nada sobre ele parecia não inteligente.
— Hello!? — Maggie chamou. — Vocês conhecem o
Will? — Nós todas desmontamos em ataques de risos. O namorado de Maggie era um
cara doce, e ele provavelmente poderia levantar um pequeno Honda, mas ele não
ganharia nenhum aplauso por seu GPA.
— Nick é mais inteligente
do que eu, mas isso não quer dizer muito. — Selena disse.
Eu tentei repetidamente
fazê-la desistir de criticar o seu intelecto de média B, mas em algum momento
de sua vida, ela se convenceu de que ela não é inteligente. Eu a empurrei no
braço, como eu faço a cada vez que ela irrompe nesse absurdo autodepreciativo.
— Ai! Eu só estou sendo
honesta!
— Não, você não está!
— De qualquer forma.
— Selena continuou. — Eu estou sendo conhecida por tirá-lo de um cortiço ou por
comprá-lo em um saco de vômito, acreditem ou não. — Maggie assoviou uma risada
atrás de nós quando Selena continuou. —Vocês já viram o cara que me levou para
o baile de formatura? — Nós todas vimos as fotos dela com aquele cara, um
Adônis de smoking, o braço em volta da cintura coberta com seda dela. — Que
corpo, minha nossa, eu só queria lamber seu abdômen. Ele estava em aulas de
reforço, mas deixe-me dizer-lhes, ele era talentoso e dotado com fartura
em muitas ocupações não acadêmicas.
Eu tinha certeza que meu rosto estava pegando fogo,
como ficava sempre que minha companheira de quarto desenvolvia as coisas de
forma tão explícita, e Maggie estava rindo tanto que ela estava com problemas
para respirar. As duas vieram para a faculdade solteiras e sexualmente experientes.
Kennedy e eu estávamos dormindo juntos desde as férias de inverno do último ano
do colégio, mas eu nunca estive com mais ninguém. Eu não tinha queixas sobre a
nossa vida sexual, embora o artigo da revista casual ou alguma coisa que Selena
disse me fez pensar se não havia mais do que eu sabia.
— E tudo isso prova?
Selena sorriu para mim.
— Isso prova que você
está pronta para uma longa e atrasada fase “Bad Boy”.
— Ooohhh! — Maggie
suspirou.
— Hum. Eu não acho...
— Exatamente! Não
ache. Você vai seduzir esse cara, Joseph, e se recuperar com ele, como o
inferno. Essa é a coisa com os bad boys, eles não têm quaisquer escrúpulos em
ser o cara rebote porque não esperam que dure muito tempo de qualquer maneira.
Ele provavelmente vive de ser o cara rebote, especialmente numa situação como
esta, em que ele vai começar a ensinar-lhe todos os tipos de coisas maliciosas.
Maggie endossou a ideia
maluca de Selena com uma única palavra, suspirada pesadamente.
— Sortuda!
Pensei nas mãos de Joseph na minha cintura, sua boca
arranhando minha orelha, e eu tremi. Lembrei-me de seu olhar penetrante
quarta-feira durante a aula, e a respiração em meus pulmões ficou rasa. Talvez
eu estivesse experimentando a perspectiva do álcool, e tudo fosse diferente
amanhã, mas no momento, a ideia maluca de Selena estava começando a soar quase não
maluca.
Oh, inferno!
***
Eu era uma bola de nervos
quando me aproximei da sala de aula na segunda de manhã, sem saber se eu
deveria iniciar a estratégia de armadilha para homem que eu tinha concordado em
testar em meu colega desavisado, ou abandoná-la completamente enquanto eu ainda
podia. Ele entrou na sala antes de mim e eu vi seus olhos riscarem para o meu
lugar recentemente atribuído, e para a vaga ao lado de Kennedy, que já estava
sentado, graças a Deus. Eu tinha cerca de trinta segundos para reconsiderar a
coisa toda.
Selena e Maggie não tinham me dado uma trégua na
felizmente curta viagem até o dormitório, alimentando uma a outra com
entusiasmo e praguejando a inveja pelo o que eu estava prestes a fazer. Ou quem
eu estava prestes a fazer. Uma vez que Selena não tinha bebido nada no
Sábado, além de Dr. Pepper Diet, ela surgiu da cama domingo de manhã sem
ressaca e cheia de planos para a Operação Fase Bad Boy.
Fingi uma ressaca maior
do que eu realmente tinha, só para dissuadi-la, mas Selena com uma ideia não
era prontamente dissuadida. Determinada a dar-me uma aula de
como-seduzir-um-cara, querendo eu ou não, ela empurrou uma garrafa de suco de
laranja em minhas mãos enquanto eu resmungava e puxou-me para uma posição
sentada. Eu queria puxar as cobertas sobre minha cabeça e colocar meu fone de
ouvido, mas era tarde demais para isso.
Ela se jogou ao meu lado.
— Primeiro você tem de
abordá-lo sem medo. Sério, eles podem farejar o medo. Isso os coloca
totalmente fora do cheiro.
Eu fiz uma careta.
— Fora do cheiro? Isso é
tão... — Eu tentei pensar em uma palavra mais adequada do que aaauugh,
mas meu cérebro não tinha se reiniciado ainda.
— Isso é totalmente verdade, sabe? Olhe, caras
são cachorros. Mulheres sabem disso desde o início dos tempos. Os caras não
querem ser perseguidos; eles perseguem. Então, se você está querendo pegar um,
você tem que saber como fazer com que ele corra atrás de você.
Eu revirei os olhos para
ela. Arcaico, machista, humilhante meu cérebro declarou, preenchendo o aaauugh,
muito tarde. Este ponto de vista não deveria ter me surpreendido, eu já tinha a
ouvido dizer esse tipo de coisa antes. Eu nunca considerei que aqueles
comentários tão espontâneos faziam parte de um credo.
Eu suguei metade do suco
de laranja antes de comentar.
— Você está falando sério
sobre isso?
Ela levantou uma
sobrancelha.
— Este é o ponto onde eu não digo “como um
ataque cardíaco”, certo?
***
É agora.
Eu respirei fundo. Eu
tinha três minutos até a aula começar. Selena disse que eu precisava de um
minuto, não mais do que dois.
— Mas dois é pressionar.
— Ela insistiu. — Porque então você parece muito interessada. Só um é
melhor.
Eu deslizei para o assento ao lado dele, mas me sentei
na beirada, tornando-se óbvio que eu não tinha a intenção de ficar. Seus olhos
se bateram aos meus imediatamente, as sobrancelhas escuras desaparecendo
naquele cabelo bagunçado caindo sobre a testa. Seus olhos eram quase incolores.
Eu nunca tinha visto ninguém com os olhos tão claros.
Ele definitivamente
estava assustado com a minha aparição ao lado dele. Bom, de acordo com Selena e
Maggie.
— Hey! — Eu disse, com um
sorriso sutil em meus lábios, esperando que eu parecesse algo entre interessada
e indiferente. De acordo com Selena e Maggie, essa impressão era uma parte
vital da estratégia.
— Hey! — Ele abriu seu
texto de Economia, escondendo o caderno de desenho aberto na frente dele. Antes
que ele o ocultasse, eu peguei uma ilustração detalhada do antigo carvalho
venerado no centro do campus e da grade ornamental de ferro forjado em torno
dele.
Eu engoli. Interessada
e indiferente.
— Então, me passou pela
cabeça que eu não me lembro do seu nome da outra noite. Margaritas demais, eu
acho.
Ele molhou os lábios e me
encarou um momento antes de responder, e eu pisquei, me perguntando se ele
estava propositadamente fazendo minha indiferença vagamente sustentada
mais difícil de manter.
— É Joseph. E eu não acho
que eu o falei.
No momento seguinte, o Dr. Heller entrou ruidosamente
perto do pódio, prendendo sua maleta de mão na porta. Um sonoro “Droga!”
ecoou pelo anfiteatro, graças à acústica planejada da sala. Lucas e eu sorrimos
um para o outro enquanto nossos colegas de turma gargalhavam.
— Então... Você, hum, me
chamou de Demi, antes? — Eu disse, e sua cabeça ligeiramente inclinada. — Eu
realmente prefiro Demetria, agora.
Suas sobrancelhas se
inclinaram ligeiramente para baixo.
— Ok.
Eu limpei minha garganta
e fiquei, surpreendendo-o novamente, a julgar pela sua expressão.
— Prazer em conhecê-lo,
Joseph! — Eu sorri novamente antes de me virar e me mover rapidamente para o
meu lugar determinado.
Manter minha atenção na palestra e desafiar a
compulsão de espreitar por cima do meu ombro era insuportável. Eu tinha certeza
de que eu sentia os olhos de Joseph perfurando a minha nuca. Como uma coceira
fora de alcance, a sensação me incomodou por 50 minutos diretos, e foi um
esforço hercúleo me controlar em não me virar. Inconscientemente, Benji ajudou,
fazendo observações sobre o Dr. Heller que me distraíam, como a contagem do
número de vezes que ele disse — Uuummm, — durante a palestra, com marcas
na parte superior do seu caderno, e apontando o fato de que nosso professor
estava usando uma meia azul marinho e uma meia marrom.
Em vez de me demorar no
final da aula para ver o que Joseph faria (falar comigo ou me ignorar?), em vez
de esperar por Kennedy para sair (engraçado, eu tinha prestado pouca atenção
nele na última hora, pela primeira vez), eu balancei a minha mochila no meu ombro
e praticamente corri da sala sem olhar para nenhum deles. Emergindo da porta
lateral para o ar de outono, eu suguei em uma respiração profunda. Programação:
Aula de Espanhol, Almoço, Starbucks.
Erin: Como foi a OFBB?
Eu: Consegui que ele me
dissesse o seu nome. Voltei para o meu lugar. Não olhei para ele de novo.
Erin: Perfeito! Encontro você depois da próxima aula
seguinte para mais estratégias antes do café. ;)
***
Quando Erin e eu entramos
na fila do Starbucks, eu não vi Joseph.
— Traidor. — Ela esticou
o pescoço, certificando-se de que ele não era uma das pessoas por trás do
balcão. — Ele estava aqui na segunda-feira, certo?
Eu dei de ombros.
— Sim, mas o seu horário
de trabalho é provavelmente imprevisível.
Ela me deu uma cotovelada
de leve.
— Não muito. É ele lá,
certo?
Ele veio através de uma
porta na parte de trás com um saco de tamanho industrial de café. Minha reação
física a ele foi enervante. Era como se todo o meu interior tivesse se apertado
ao vê-lo, e quando se soltou, tudo se reiniciou de uma só vez, meu ritmo
cardíaco acelerou, os pulmões bombeando de ar, ondas cerebrais funcionando com
fúria.
— Ooh, D, ele tem tatoo,
também! — Selena murmurou apreciativa. — Justo quando eu achei que ele não
poderia ficar mais gostoso...
Meus olhos caíram para
seus antebraços flexionados quando ele cortou o saco, abrindo-o. Desenhos
tatuados envolviam seus pulsos, símbolos contíguos e escritos correndo acima de
ambos os braços e desaparecendo nas mangas da camisa cinza de malha, que foram empurradas
acima dos cotovelos. Eu nunca tinha visto ele sem as mangas puxadas até os
pulsos. Mesmo na noite de sábado, ele tinha usado mangas compridas, uma camisa
preta desbotada, aberta sobre uma camiseta branca.
Eu nunca tinha me atraído por caras com tatuagens. A
noção de agulhas injetando tinta sob a pele e a confiança de fazer impressões
permanentes de palavras e símbolos era estranha para mim. Agora, eu me
perguntava por quão longe as tatuagens se espalhavam, apenas as mangas em seus
braços? Suas costas? Seu peito?
Selena puxou meu braço
quando a fila avançou.
— Você está estragando
nosso ato fabricado cuidadosamente indiferente, a propósito. Não que eu
possa culpá-la. — Ela suspirou. — Talvez devêssemos fugir agora, antes que
ele...
Eu olhei para ela quando
ela ficou em silêncio, e vi um sorriso diabólico em seu rosto quando ela se
virou para mim.
— Continue olhando para
mim. — Ela disse, rindo como se estivéssemos tendo uma conversa divertida. —
Ele está encarando você. E eu quero dizer encarando! Esse menino está
despindo você com os olhos. Você pode sentir isso? — Sua expressão era
triunfante.
Eu poderia sentir o seu
olhar? “Agora eu posso, obrigada!” pensei. Meu rosto se aqueceu.
— Oh, meu Deus, você está
corando! — Ela sussurrou, seus olhos escuros arregalados.
— Nem vem! — Meus dentes
estavam cerrados, a voz firme. — Pare de me dizer ele, ele...
— Está despindo você com seus olhos? — Ela riu de novo
e eu nunca quis tanto chutá-la. — Ok, ok, mas D, não se preocupe. Você
conseguiu. Eu não sei o que você fez para ele, mas ele está pronto para sentar
e implorar. Confie em mim. — Ela olhou em sua direção. — Ok, ele está começando
um novo lote de café agora. Você pode encará-lo agora.
Nós chegamos mais perto,
havia apenas duas pessoas na nossa frente. Eu assisti Joseph substituir o
filtro, medir o café, e definir os controles. O avental verde estava amarrado a
esmo nas costas, mais de um nó do que um laço. As faixas levaram meus olhos
para os seus quadris em seu desgastado jeans de cintura baixa, um bolso
segurando uma carteira onde uma corrente frouxa estava presa. Ela desaparecia
sob o avental, ligada a um cinto na frente, sem dúvida.
Ele virou-se, então, os
olhos na segunda registradora enquanto ele apertava botões e a trazia à vida.
Eu me perguntei se ele planejava me ignorar como eu tinha feito durante a aula.
Isso me serviria bem, jogar este jogo. Assim que o cara na minha frente começou
seu drinque detalhado para a garota na primeira registradora, o olhar de Joseph
virou-se para encontrar os meus.
— Próximo? — O cinza aço
da camisa dele realçava o cinza em seus olhos, o azul desapareceu. — Demetria.
— Ele me cumprimentou com um sorriso, e eu me preocupei que ele pudesse ler
minha mente, e os planos tortuosos que Selena tinha implantado nela. —
Americano hoje, ou algo mais?
Ele se lembrou da minha bebida de uma semana atrás.
Eu concordei, e ele deu
um meio sorriso para meu espanto, registrando o pedido e escrevendo no copo com
uma caneta permanente. Em vez de passá-lo para um colega de trabalho, porém,
ele mesmo fez a bebida.
Ele acrescentou uma capa
protetora e uma tampa e entregou-me o copo. Eu não podia ler o seu traço de um
sorriso.
— Tenha um bom dia! —
Olhando por cima do meu ombro, ele disse. — Próximo?
Encontrei Selena no
balcão elevado, confusa e de mau humor.
— Ele fez a bebida para
você? — Ela pegou sua bebida e me seguiu até o balcão de temperos.
— Sim. — Tirei a tampa e
adicionei açúcar e leite, enquanto ela balançava a canela por cima do café com
leite. — Mas ele entregou como se eu fosse qualquer outro cliente e pegou o
pedido do próximo cara. — Nós o assistíamos interagir com os clientes. Ele não
olhou nenhuma vez em minha direção.
— Eu poderia jurar que ele estava tão afim de você que
ele não podia ver direito. — Ela meditou quando saímos, virando a esquina para
se juntar à massa de pessoas que fluíam através do centro estudantil.
— Ei, baby! — A voz de
Nick tirou ambas de nossos pensamentos. Ele apanhou Selena para fora do fluxo
de pessoas e eu segui, rindo de seu grito alegre até que percebi o cara de pé
ao lado dele.
Meu rosto ficou quente,
sangue pulsando em meus ouvidos. Enquanto nossos amigos se beijaram e começaram
a falar sobre a hora em que cada um sairia do trabalho hoje à noite, Buck olhou
para mim, sua boca se erguendo em um dos lados. Minha respiração ficou ofegante
e eu lutei para manter o pânico crescente e a náusea sob controle.
Eu queria virar e correr,
mas estava imobilizada.
Ele não podia me tocar
aqui. Ele não podia me machucar aqui.
— Hey, Demi! — Seu olhar
penetrante vagou sobre mim e minha pele se arrepiou. — Parece linda, como
sempre. — Suas palavras jorravam flerte, mas tudo o que eu sentia era a ameaça
por debaixo delas, intencional ou não.
As contusões estavam
desbotadas em seu rosto, mas não tinham desaparecido completamente. Uma linha
amarelada circulava seu olho esquerdo, e outra roçava ao longo do lado direito
de seu nariz como uma mancha pálida. Joseph tinha lhe feito aquilo, e só nós
três sabíamos. Eu olhei para trás, muda, agarrando o café em minha mão.
Eu uma vez pensei que este rapaz era bonito e
charmoso, o verniz todo americano que ele usava me enganando completamente como
ele enganava a todo mundo. Eu levantei meu queixo, ignorando a minha reação
física a ele, e o medo que causava isso.
— É Demetria!
Ele levantou uma
sobrancelha, confuso.
— Hein?
Selena agarrou meu
cotovelo.
— Vamos, gostosona. Você
não tem História da Arte em cinco minutos?
Eu tropecei um pouco
quando virei e a segui, e ele deu uma risada suave e ridícula quando passei por
ele.
— Vejo você por aí, Demetria.
— Ele provocou.
Meu nome em sua boca enviou um tremor por mim, e eu
segui atrás de Selena no mar de estudantes. Logo que eu pude me mover, quis
escapar dele rápido o suficiente.
Affz...
ResponderExcluirMesmo esTando bebado ele sabe o que ocorreu..
FDP...
Sera que ele vai apronta com a Demi de novo?
"/