terça-feira, 13 de agosto de 2013

Easy - Capítulo 4 (Maratona 1/5)

Chegando um minuto antes da aula de Economia começar na manhã de Quarta-feira, a última coisa que eu esperava ver era Kennedy, encostado na parede do lado de fora da sala de aula, trocando números de telefone com uma iniciada da Zeta. Rindo depois de tirar uma foto de si mesma, ela entregou seu telefone de volta. Ele fez o mesmo, sorrindo para ela.
Ele nunca sorriria para mim assim de novo.
Eu não sabia que eu estava congelada no lugar até que um colega de turma bateu com o ombro em mim, derrubando minha mochila pesada do meu ombro.
— Desculpa! — Ele murmurou, seu tom mais “Saia do caminho do que “Desculpe, eu que trombei com você”.
Enquanto eu me abaixava para recuperar minha mochila, rezando para que Kennedy e sua fã não tivessem me visto, uma mão segurou a alça e pegou a mochila do chão. Eu endireitei-me e olhei em claros olhos cinza-azulados.
— O cavalheirismo não está realmente morto, você sabe. — Sua voz profunda e calma era a mesma como eu me lembrava da noite de sábado e da tarde de segunda-feira, sobre o balcão da Starbucks.
— Ah?
Ele colocou a alça de volta em meu ombro.
— Nah. Esse cara é só um idiota! — Ele fez um gesto em direção ao cara que tinha colidido em mim, mas eu podia jurar que seus olhos passaram por meu ex, também, que estava atravessando a porta, rindo com a garota. Sua brilhante calça de moletom laranja tinha ZETA escrito através do traseiro. — Você está bem? — Pela terceira vez, essa pergunta, vinda dele, tinha um significado mais profundo do que a costumeira implicação diária.
— Sim, tudo bem. — O que eu poderia fazer além de mentir? — Obrigada! — Eu me virei e entrei na sala, sentando em minha nova cadeira, e passei os primeiros 45 minutos de aula com minha atenção fixada sobre o Dr. Heller, o quadro que ele preencheu e as anotações que fiz. Obedientemente copiando gráficos de equilíbrio de curto prazo e de demanda agregada, tudo aquilo parecendo tanta besteira, eu percebi que teria que implorar pela ajuda de Jace Maxfield depois de tudo. Meu orgulho só iria fazer com que eu me atrasasse ainda mais.
Minutos antes do final da aula, eu me virei e peguei minha mochila como uma desculpa para dar uma olhada para o cara na fileira de trás. Ele estava olhando para mim, um lápis preto solto entre os dedos, digitando no notebook na frente dele. Ele se largou em seu assento, um cotovelo sobre as costas dele, um pé com bota casualmente apoiado no suporte sob sua mesa. Enquanto nossos olhos se prendiam, sua expressão mudou sutilmente de ilegível para sem sorrisos, embora cauteloso. Ele não desviou o olhar, mesmo quando eu olhei em minha bolsa e então de volta para ele.
Eu virei pra frente, meu rosto quente.
Rapazes tinham mostrado interesse em mim ao longo dos últimos três anos, mas a não ser por dois de curta duração, certamente nunca se revelaram ou assumiram a paixonite, um era meu próprio tutor de baixo com idade de faculdade e outro, o meu parceiro de laboratório de química, eu não tinha me sentido atraída por ninguém além de Kennedy.
A palestra de Economia tinha reduzido a tagarelice ao fundo, eu não conseguia decidir se a minha resposta a este estranho era constrangimento persistente, gratidão por ter me salvado de Buck, ou uma simples atração. Talvez os três.
Quando a aula acabou, eu arrumei meu livro em minha mochila e resisti ao impulso de olhar em sua direção novamente. Eu me ocupei pelo tempo suficiente até que Kennedy e sua fã saíssem. Quando me levantei para ir, o cara persistentemente sonolento que se sentava ao meu lado falou.
— Ei, quais foram às perguntas que ele falou para fazermos para o crédito extra? Devo ter nocauteado por alguns segundos, justo quando ele as discutiu, minhas anotações estão indecifráveis. — Eu olhei para o local que ele indicou em suas notas, e com certeza, os rabiscos tinham se tornado menos e menos legíveis. — Sou Benji, a propósito.
— Oh, hum, vamos ver... — Folheei meu caderno e apontei para os detalhes da tarefa escritos na parte superior da página. — Aqui está. — Enquanto ele copiava, acrescentei: — Eu sou Demetria.
Benji era um desses caras para quem a adolescência não tinha sido gentil. Uma dispersão de acne pontilhava sua testa. Seu cabelo era cheio e encaracolado, um cabelereiro experiente poderia domá-lo, mas ele era, provavelmente, um fã do lugar de oito dólares com telas planas com ESPN contínua. Dado a seu abdômen pastoso, eu duvidei que ele passasse muito tempo no moderno ginásio da faculdade. A camiseta esticada sobre sua barriga tinha uma espécie de instrução para “mano que era melhor não ser lida. Expressivos olhos castanhos, e um sorriso cativante que os enrugavam adoravelmente, eram sua graça salvadora no departamento dos olhares.
— Obrigado, Demetria! Isso vai salvar minha pele, eu preciso desses pontos do crédito extra. Vejo você sexta-feira. — Ele fechou seu notebook. — A menos que eu acidentalmente durma. — Acrescentou, dando-me um sorriso genuíno.
Voltei a sorrir quando me mudei para o corredor.
— Sem problema.
Talvez eu fosse capaz de fazer amigos fora do meu círculo com Kennedy. Essa interação, junto com a deserção da maioria de nossos amigos para Kennedy após o término, me fez perceber como dependente dele eu me tornei. Eu estava um pouco chocada. Por que isso nunca me ocorreu antes? Por que eu nunca tinha pensado que Kennedy e eu poderíamos terminar?
Suposição tola e ingênua. Obviamente.

***

A sala estava quase vazia, incluindo o cara da fila de trás. Senti uma pontada de decepção irracional. Então ele me encarou em sala de aula, grande coisa.
Talvez ele estivesse apenas entediado. Ou facilmente distraído.
Mas quando eu saí da sala, eu o localizei do outro lado do corredor lotado, conversando com uma garota da turma. Seu comportamento era relaxado, da camisa da marinha, aberta sobre uma camiseta cinza lisa, até a mão enfiada no bolso da frente da calça jeans. Músculos não se mostravam sob as mangas longas não abotoadas da camisa, mas seu abdômen parecia plano, e ele colocou Buck no chão e sangrando bastante facilmente na noite de sábado. Seu lápis preto colocado sobre uma orelha, só a borracha rosa da ponta se mostrando, o resto desaparecido em seu cabelo escuro e bagunçado.
— Então, é uma coisa de monitoria em grupo? — A garota perguntou, girando e girando um longo cacho de cabelo loiro ao redor de seu dedo. — E ela dura uma hora?
Ele engatou sua mochila, tirando a franja rebelde de seus olhos.
— É. De uma para duas.
Quando ele olhou para ela, ela inclinou a cabeça e balançou seu peso um pouco de lado a lado, como se estivesse prestes a dançar com ele.
Ou para ele.
— Talvez eu dê uma passada. O que vai fazer depois?
— Trabalhar.
Ela bufou um suspiro irritado.
— Você está sempre trabalhando, Joseph. — Seu tom aborrecido atingiu meus ouvidos como unhas-em-um-quadro-negro, como sempre acontece quando usado por qualquer garota acima de seis anos de idade. Mas bônus, eu fiquei sabendo o nome dele.
Ele olhou para cima então, como se ele tivesse percebido que eu estava parada ali, espiando e eu girei no sentido oposto e comecei a andar rapidamente, tarde demais para fingir que eu não estava intencionalmente ouvindo a conversa. Eu me entrelacei através das pessoas apressadas no corredor lotado, mergulhando na saída lateral.
De jeito nenhum eu iria a essas sessões de monitoria se Joseph estivesse nelas. Eu não tinha certeza do que ele queria dizer, se é que ele queria dizer alguma coisa, afinal, olhando para mim daquele jeito durante a aula, mas a evidente intensidade do seu olhar me deixou inquieta. Além disso, eu ainda estava em um período de luto por meu relacionamento recém-destruído. Eu não estava pronta para começar algo novo. Não que ele estivesse interessado em mim dessa forma. Eu totalmente revirei meus olhos para o curso dos meus próprios pensamentos. Eu tinha ido de uma quantidade limite de interesse para um possível relacionamento em um salto.
De uma perspectiva puramente empírica, ele provavelmente estava acostumado com garotas como a loira no corredor, atirando-se a seus pés. Assim como os títulos de turma do meu ex- Kennedy, e em seguida, de presidente do corpo estudantil lhe davam o status banal de celebridade, e ele adorava isso. Eu passei os últimos dois anos do ensino médio ignorando as garotas invejosas que atrapalhavam a nossa relação, só esperando para ele terminar comigo. Quando eu deixei a cidade e fui para a faculdade, eu tinha tanta certeza dele.
Eu me perguntava quando eu iria parar de se sentir como uma boba inocente com aquela confiança equivocada.

Jace,
Estou tendo mais problemas com a matéria atual do que eu falei, mas eu não tenho certeza se eu alguma vez vou ser capaz de ir a uma de suas sessões de monitoria. Uma pena para nós dois que o meu ex não tenha me largado logo no início do semestre para que eu abandonasse essa aula!
(Sem ofensa. Você provavelmente estuda para ser um especialista em Economia e gosta dessas coisas.)
Eu comecei a pesquisar jornais on-line para o projeto. Obrigado por decodificar as anotações do Dr. Heller antes de enviá-las para mim. Se você as tivesse encaminhado sem tradução, eu estaria procurando por um prédio alto/viaduto/caixa d’água de onde eu gritaria: adeus mundo cruel!
DL

Demetria,
Por favor, sem saltos de estruturas gigantescas. Você tem alguma ideia do dano que isso faria a minha reputação de tutor?? No mínimo, pense no efeito sobre mim. ;)
Eu criei planilhas para as sessões de monitoria. Anexei as importantes das últimas três semanas. Use-as como guias de estudo, ou as preencha e envie de volta para mim, e vamos ver onde você está se confundindo.
Na verdade, eu sou estudante de Engenharia, mas temos que fazer Econ. Acho que todo mundo deveria, de qualquer forma, é um bom ponto de partida para explicar como o dinheiro, a política e o comércio funcionam em conjunto para criar o caos total que é o nosso sistema econômico.
JM
PS - Como foram as competições regionais? E a propósito, o seu ex é, obviamente, um idiota!

Eu baixei as planilhas, revirando sua última declaração em minha mente. Se Jace conhecia Kennedy ou não, improvável, dado o tamanho da faculdade e suas carreiras diferentes, ele tinha escolhido o meu lado. Eu, uma garota tão absurdamente desequilibrada por um rompimento que ela tinha perdido as aulas por duas semanas.
Ele era inteligente e engraçado, e depois de apenas três dias eu já estava ansiosa por seu nome em minha caixa de entrada, o nosso vai-e-vem provocador. De repente, eu me perguntava como ele se parecia. Deus. Ainda ontem, eu tinha deixado a turma dizendo a mim mesma para ignorar os olhares pensativos de um cara na sala de aula, porque eu precisava de tempo para superar o abandono de Kennedy, e aqui estava eu sonhando acordada com um tutor que podia parecer Chace Crawford. Ou... Benji.
Não importava. Eu precisava de tempo para me recuperar, mesmo que Jace estivesse certo. Mesmo que Kennedy fosse um idiota.
Eu cliquei na primeira planilha e abri o meu texto economia, e dei um suspiro de alívio.

Jace,
As planilhas definitivamente vão me ajudar. Eu já me sinto com menos medo de reprovar nesta matéria. Eu fiz as duas primeiras, quando você tiver tempo, você pode dar uma olhada nelas? Obrigada novamente por desperdiçar seu tempo comigo. Vou tentar me recuperar rapidamente. Eu não estou acostumada a ser a aluna que é um pé no saco.
Eu tinha dois calouros de escolas rivais competindo um contra o outro nas regionais. Ambos me perguntaram, separadamente graças a Deus, quem era o meu favorito. (Eu disse a cada um deles: — Você é, é claro! — Isso foi errado?) Eles estavam muito convencidos um com o outro quando eles vieram pegar os seus baixos na minha caminhonete, e eu rezei para que nenhum deles mencionasse o status de favorito na frente do outro. MENINOS.
Engenharia? Uau. Não é de admirar que você parece ser tão inteligente.
DL

Demetria,
As planilhas estão excelentes. Marquei um par de pequenos erros que poderiam fazer você tropeçar em um exame, então dê uma olhada neles.
Ah, parece que os seus calouros têm uma queda por você? Não estou surpreso. Uma garota de faculdade que toca baixo teria me deixado sem fala aos 14.
É claro que eu sou inteligente! Sou o tutor onisciente. E caso você esteja se perguntando, sim, você é a minha favorita! ;)
JM

Sábado à noite, Selena estava mais uma vez ameaçando me arrastar para fora do nosso quarto, ignorando meus protestos e relutância. Desta vez, nós três estávamos indo para o centro comercial, acertar alguns clubes com nossas identidades falsas.
— Você não se lembra como a festa do último fim de semana foi para mim? — Eu perguntei quando ela empurrou um vestido preto pegajoso em meus braços estendidos. É claro que ela não se lembra, eu não tinha lhe contado. Tudo que ela sabia era que eu tinha saído cedo.
— Demetria, querida, eu sei que é difícil. Mas você não pode deixar Kennedy ganhar! Você não pode deixar que ele faça de você uma eremita, ou a mantenha com medo de gostar de alguém novo. Deus, eu amo essa parte, a caça de um cara novo, tudo desconhecido, não experimentado, a grande quantidade de perspectivas quentes na sua frente, esperando para serem descobertas. Se eu não desejasse tanto o Nick, eu estaria com inveja de você!
A maneira como ela descreveu o processo parecia uma expedição a um continente exótico. Eu não compartilhava seus sentimentos, nem de longe. A ideia de encontrar um cara novo soou cansativa e deprimente.
— Selena, eu não acho que estou pronta.
— Isso é o que você disse na semana passada, e você fez muito bem! — Ela franziu a testa, pensando, e pela centésima vez eu quase disse a ela sobre Buck. — Mesmo que tenha saído mais cedo. — Ela dependurou o vestido preto que eu não tinha a intenção de usar, e eu segurei minha língua, perdendo a chance novamente. Eu não tinha certeza do por que eu não poderia dizer a ela. Eu, na maior parte, tinha medo que ela se enfurecesse. Mais injustificadamente, eu tinha medo dela não acreditar.
Nenhuma das duas reações era algo que eu queria enfrentar, eu só queria esquecer.
Pensei em Joseph, irritada que sua presença em Economia estivesse fazendo esse processo ser impossível, porque ele estava irremediavelmente ligado ao horror daquela noite. Ele não olhou para mim por toda a sexta-feira, até onde eu sabia. Toda vez que eu escapava para olhar para ele, ele parecia estar desenhando ao invés de tomar notas, o seu lápis preto apertado, baixo entre os dedos, uma expressão concentrada no rosto. Quando a aula acabou, ele enfiou o lápis atrás da orelha, virou-se e saiu da sala de aula sem olhar para trás, o primeiro a sair pela porta.
— Agora, isso vai exibir a mercadoria. — Selena disse, interrompendo meus devaneios. O próximo era um top decotado roxo de elástico. Arrancando-o do cabide, ela o jogou para mim. — Coloque seus jeans skinny e suas botas duronas, aquelas que fazem você parecer a namorada de um cara de gangue. Isso combina melhor com o seu rígido humor eu-sou-um-desafio, seja como for. Você tem que se vestir para atrair os caras certos, e se eu te deixar muito bonita, você os espanta com seus olhares irritados e revirando os seus grandes olhos castanhos.
Eu suspirei e ela riu, puxando o vestido preto sobre a própria cabeça. Selena me conhecia muito bem.

***

Eu perdi a conta do número de bebidas que Selena tinha pressionado na minha mão, dizendo-me que já que ela era a motorista, eu era obrigada a beber por duas.
— Eu não posso tocar em nenhum desses gostosos, também, então eu tenho que viver isso indiretamente por você. Agora termine essa margarita, pare de fazer essa cara amarrada, e encare um desses caras, até que ele saiba que não vai perder um membro se ele lhe pedir para dançar.
— Eu não estou de cara amarrada! — Eu fiz uma carranca, obedecendo e jogando a bebida para dentro. Eu fiz uma careta. Tequila barata se recusava a ser escondida por uma abundância de mix de margarita ainda mais barata, mas isso é o que você ganha sem taxa de couvert e bebidas de cinco dólares.
Ainda era relativamente cedo, o pequeno clube onde decidimos passar a noite ainda não estava superlotado com as centenas de estudantes universitários e moradores da cidade que iriam chegar em breve. Selena, Maggie e eu reivindicamos um canto da pista quase vazia. Tendo engolido as bebidas e vestido o papel, eu me movia pela música, me soltando aos poucos enquanto ria das poses animadas de Selena e dos movimentos de balé de Maggie. O primeiro cara a nos interromper aproximou-se de Selena, mas ela balançou a cabeça enquanto os lábios murmuravam a palavra namorado. Ela virou-o para mim e eu pensei: “Sou eu, sem namorado. Não tem mais relacionamento. Não tem mais Kennedy. Não tem mais ‘Você é minha Demi’”.
— Quer dançar? — O cara gritou sobre a música, incomodado como se estivesse pronto para escapulir se eu recusasse. Eu balancei a cabeça, sufocando a dor inútil, quase física. Eu era a namorada de ninguém, pela primeira vez em três anos.
Nós nos movemos para um espaço aberto a poucos metros de Selena e Maggie, que também tinha namorado. Não demorou muito para que eu descobrisse que as duas planejaram apontar cada rapaz e pedir a cada um deles para dançar comigo. Eu era o seu projeto de estimação para a noite.
Duas horas depois, eu tinha dançado com caras demais para lembrar, desviando-me de mãos bobas e recusando quaisquer bebidas não entregues a mim por Selena. Amontoadas em torno de uma mesa alta perto da pista, com os quadris inclinados nas banquetas que a cercavam, observamos a atividade dos casais a nossa volta. Quando Maggie voltou dançando e dando piruetas em seu caminho de volta do banheiro, perguntei se já poderíamos ir, e Selena me encarou com um olhar que ela geralmente reservava para os clientes mal-educados do restaurante. Eu sorri para ela e tomei um gole da minha bebida.
Eu soube quando o próximo cara se aproximou por trás de mim, que Selena e Maggie tinham aprovado, porque os seus olhos se arregalaram simultaneamente, com foco sobre o meu ombro. Dedos roçaram a parte de trás do meu braço, e eu respirei fundo e expirei lentamente antes de me virar. Boa coisa, também, porque era Joseph quem estava lá, seus olhos caindo para meu decote por uma fração de segundo. Ele curvou uma sobrancelha e olhou em meus olhos com um leve sorriso, sem remorsos por ter olhado. Os saltos de minhas botas estavam matando os meus pés, mas eles não eram altos o suficiente para que eu fizesse contato olho-no-olho.
Ao invés de levantar a voz como todo mundo, ele se inclinou para perto do meu ouvido e perguntou:
— Dança comigo? — Eu senti seu hálito quente e inalei o aroma de sua loção pós-barba, algo básico e masculino, antes dele se afastar, seus olhos nos meus, esperando pela minha resposta. Uma cutucada entusiasmada entre meus ombros me indicou o voto de Selena: vá dançar com ele.
Eu concordei e ele pegou minha mão, e fez o seu caminho para a pista, manobrando no meio da multidão, que se separou facilmente para ele. Quando chegamos ao piso de carvalho gasto, ele se virou e me puxou para perto, sem nunca soltar minha mão. Quando descobrimos o ritmo da música lenta, balançando juntos, ele pegou minha outra mão na sua e moveu ambas as mãos atrás das minhas costas, gentilmente me prendendo. Meus seios roçaram contra seu peito e eu me esforcei para não engasgar com o contato sutil.
Eu mal deixei alguém me tocar por toda a noite, recusando veementemente todas as músicas lentas. Tonta das margaritas fracas-mas-muitas, fechei os olhos e deixei-o me levar, dizendo a mim mesma que a diferença era o álcool em meu sangue, nada mais. Um minuto depois, ele soltou os meus dedos e estendeu as mãos na parte mais baixa de minhas costas, e minhas mãos se moveram para seus bíceps. Sólidos, como eu sabia que seria. Seguindo um caminho, minhas palmas encontraram ombros igualmente rígidos. Finalmente, juntei meus dedos atrás do pescoço e abri meus olhos.
Seu olhar era penetrante, não hesitando por um momento, e meu pulso martelou sob seu olhar examinador e silencioso.
Estiquei-me em direção ao seu ouvido, e ele se inclinou para baixo para acomodar a minha pergunta.
—E-então qual é o seu curso? — Eu respirei.
Pelo canto do meu olho, eu vi sua boca se contorcer de um lado.
— Você realmente quer falar sobre isso? — Ele manteve a proximidade, nossos torsos apertados do peito à coxa, aparentemente esperando pela minha resposta. Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu tinha estado tão cheia de desejo, puro e irrestrito.
Eu engoli.
— Ao contrário, vamos falar sobre o que?
Ele riu, e eu senti as vibrações de seu peito contra o meu.
— Ao contrário, não vamos falar. — Suas mãos na minha cintura seguraram um pouco mais apertadas, os polegares se pressionando em meu peito, com os dedos ainda em minhas costas.
Eu pisquei, por um momento sem entender o que estava implícito em suas palavras, e no próximo, sabendo completamente.
— Eu não sei o que você quer dizer. — Eu menti.
Ele se inclinou ainda mais perto, seu rosto macio sussurrando contra o meu quando ele murmurou:
— Sim, você sabe. — Golpeada novamente por seu aroma limpo e sutil, ao contrário das colônias da moda preferidas por Kennedy, que sempre pareciam superar todo o perfume que eu usava, eu senti um impulso de trazer meus dedos para o rosto dele e prendê-los sobre sua mandíbula barbeada, sem a barba sexy de ontem. Sua pele não faria a minha corar agora, se ele me beijasse forte. Eu não sentiria nada além de sua boca na minha, e talvez essa argola fina na borda de seu lábio...
O pensamento errante me fez perder o fôlego.
Quando seus lábios tocaram o lóbulo da minha orelha, eu pensei que eu poderia desmaiar.
— Vamos só dançar. — Ele disse. Puxando-me para trás apenas o suficiente para olhar nos meus olhos, ele atraiu o meu corpo contra o dele e minhas pernas obedeceram para onde as suas disseram para ir.

Um comentário:

  1. Demi toda derretida pelo Joe...
    kkkkkkkkk
    Qm é esse Jace?
    Ta meio estranho..
    kkkkkkkk
    Posta logoo....

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