Chegando um minuto antes da aula de Economia começar
na manhã de Quarta-feira, a última coisa que eu esperava ver era Kennedy,
encostado na parede do lado de fora da sala de aula, trocando números de
telefone com uma iniciada da Zeta. Rindo depois de tirar uma foto de si mesma,
ela entregou seu telefone de volta. Ele fez o mesmo, sorrindo para ela.
Ele nunca sorriria para mim assim de novo.
Eu não sabia que eu estava congelada no lugar até que
um colega de turma bateu com o ombro em mim, derrubando minha mochila pesada do
meu ombro.
— Desculpa! — Ele murmurou, seu tom mais “Saia do
caminho” do que “Desculpe, eu que trombei com você”.
Enquanto eu me abaixava para recuperar minha mochila,
rezando para que Kennedy e sua fã não tivessem me visto, uma mão segurou a alça
e pegou a mochila do chão. Eu endireitei-me e olhei em claros olhos
cinza-azulados.
— O cavalheirismo não está realmente morto, você sabe.
— Sua voz profunda e calma era a mesma como eu me lembrava da noite de sábado e
da tarde de segunda-feira, sobre o balcão da Starbucks.
— Ah?
Ele colocou a alça de volta em meu ombro.
— Nah. Esse cara é só um idiota! — Ele fez um gesto em
direção ao cara que tinha colidido em mim, mas eu podia jurar que seus olhos
passaram por meu ex, também, que estava atravessando a porta, rindo com a
garota. Sua brilhante calça de moletom laranja tinha ZETA escrito
através do traseiro. — Você está bem? — Pela terceira vez, essa pergunta, vinda
dele, tinha um significado mais profundo do que a costumeira implicação diária.
— Sim, tudo bem. — O que eu poderia fazer além de
mentir? — Obrigada! — Eu me virei e entrei na sala, sentando em minha nova
cadeira, e passei os primeiros 45 minutos de aula com minha atenção fixada
sobre o Dr. Heller, o quadro que ele preencheu e as anotações que fiz.
Obedientemente copiando gráficos de equilíbrio de curto prazo e de demanda
agregada, tudo aquilo parecendo tanta besteira, eu percebi que teria que
implorar pela ajuda de Jace Maxfield depois de tudo. Meu orgulho só iria fazer
com que eu me atrasasse ainda mais.
Minutos antes do final da aula, eu me virei e peguei
minha mochila como uma desculpa para dar uma olhada para o cara na fileira de
trás. Ele estava olhando para mim, um lápis preto solto entre os dedos, digitando
no notebook na frente dele. Ele se largou em seu assento, um cotovelo sobre as
costas dele, um pé com bota casualmente apoiado no suporte sob sua mesa.
Enquanto nossos olhos se prendiam, sua expressão mudou sutilmente de ilegível
para sem sorrisos, embora cauteloso. Ele não desviou o olhar, mesmo quando eu
olhei em minha bolsa e então de volta para ele.
Eu virei pra frente, meu rosto quente.
Rapazes tinham mostrado interesse em mim ao longo dos
últimos três anos, mas a não ser por dois de curta duração, certamente nunca se
revelaram ou assumiram a paixonite, um era meu próprio tutor de baixo com idade
de faculdade e outro, o meu parceiro de laboratório de química, eu não tinha me
sentido atraída por ninguém além de Kennedy.
A palestra de Economia tinha reduzido a tagarelice ao
fundo, eu não conseguia decidir se a minha resposta a este estranho era
constrangimento persistente, gratidão por ter me salvado de Buck, ou uma
simples atração. Talvez os três.
Quando a aula acabou, eu arrumei meu livro em minha
mochila e resisti ao impulso de olhar em sua direção novamente. Eu me ocupei
pelo tempo suficiente até que Kennedy e sua fã saíssem. Quando me levantei para
ir, o cara persistentemente sonolento que se sentava ao meu lado falou.
— Ei, quais foram às perguntas que ele falou para
fazermos para o crédito extra? Devo ter nocauteado por alguns segundos, justo
quando ele as discutiu, minhas anotações estão indecifráveis. — Eu olhei para o
local que ele indicou em suas notas, e com certeza, os rabiscos tinham se
tornado menos e menos legíveis. — Sou Benji, a propósito.
— Oh, hum, vamos ver... — Folheei meu caderno e
apontei para os detalhes da tarefa escritos na parte superior da página. — Aqui
está. — Enquanto ele copiava, acrescentei: — Eu sou Demetria.
Benji era um desses caras para quem a adolescência não
tinha sido gentil. Uma dispersão de acne pontilhava sua testa. Seu cabelo era
cheio e encaracolado, um cabelereiro experiente poderia domá-lo, mas ele era,
provavelmente, um fã do lugar de oito dólares com telas planas com ESPN
contínua. Dado a seu abdômen pastoso, eu duvidei que ele passasse muito tempo
no moderno ginásio da faculdade. A camiseta esticada sobre sua barriga tinha
uma espécie de instrução para “mano”
que era melhor não ser lida. Expressivos olhos castanhos, e um sorriso
cativante que os enrugavam adoravelmente, eram sua graça salvadora no
departamento dos olhares.
— Obrigado, Demetria! Isso vai salvar minha pele, eu preciso
desses pontos do crédito extra. Vejo você sexta-feira. — Ele fechou seu
notebook. — A menos que eu acidentalmente durma. — Acrescentou, dando-me um
sorriso genuíno.
Voltei a sorrir quando me mudei para o corredor.
— Sem problema.
Talvez eu fosse capaz de fazer amigos fora do meu
círculo com Kennedy. Essa interação, junto com a deserção da maioria de nossos
amigos para Kennedy após o término, me fez perceber como dependente dele eu me
tornei. Eu estava um pouco chocada. Por que isso nunca me ocorreu antes? Por
que eu nunca tinha pensado que Kennedy e eu poderíamos terminar?
Suposição tola e ingênua. Obviamente.
***
A sala estava quase vazia, incluindo o cara da fila de
trás. Senti uma pontada de decepção irracional. Então ele me encarou em sala de
aula, grande coisa.
Talvez ele estivesse apenas entediado. Ou facilmente
distraído.
Mas quando eu saí da sala, eu o localizei do outro
lado do corredor lotado, conversando com uma garota da turma. Seu comportamento
era relaxado, da camisa da marinha, aberta sobre uma camiseta cinza lisa, até a
mão enfiada no bolso da frente da calça jeans. Músculos não se mostravam sob as
mangas longas não abotoadas da camisa, mas seu abdômen parecia plano, e ele
colocou Buck no chão e sangrando bastante facilmente na noite de sábado. Seu lápis
preto colocado sobre uma orelha, só a borracha rosa da ponta se mostrando, o
resto desaparecido em seu cabelo escuro e bagunçado.
— Então, é uma coisa de monitoria em grupo? — A garota
perguntou, girando e girando um longo cacho de cabelo loiro ao redor de seu
dedo. — E ela dura uma hora?
Ele engatou sua mochila, tirando a franja rebelde de
seus olhos.
— É. De uma para duas.
Quando ele olhou para ela, ela inclinou a cabeça e
balançou seu peso um pouco de lado a lado, como se estivesse prestes a dançar
com ele.
Ou para ele.
— Talvez eu dê uma passada. O que vai fazer depois?
— Trabalhar.
Ela bufou um suspiro irritado.
— Você está sempre trabalhando, Joseph. — Seu tom
aborrecido atingiu meus ouvidos como unhas-em-um-quadro-negro, como sempre
acontece quando usado por qualquer garota acima de seis anos de idade. Mas
bônus, eu fiquei sabendo o nome dele.
Ele olhou para cima então, como se ele tivesse
percebido que eu estava parada ali, espiando e eu girei no sentido oposto e
comecei a andar rapidamente, tarde demais para fingir que eu não estava
intencionalmente ouvindo a conversa. Eu me entrelacei através das pessoas
apressadas no corredor lotado, mergulhando na saída lateral.
De jeito nenhum eu iria a essas sessões de monitoria
se Joseph estivesse nelas. Eu não tinha certeza do que ele queria dizer,
se é que ele queria dizer alguma coisa, afinal, olhando para mim daquele jeito
durante a aula, mas a evidente intensidade do seu olhar me deixou inquieta.
Além disso, eu ainda estava em um período de luto por meu relacionamento
recém-destruído. Eu não estava pronta para começar algo novo. Não que ele
estivesse interessado em mim dessa forma. Eu totalmente revirei meus olhos para
o curso dos meus próprios pensamentos. Eu tinha ido de uma quantidade limite de
interesse para um possível relacionamento em um salto.
De uma perspectiva puramente empírica, ele
provavelmente estava acostumado com garotas como a loira no corredor,
atirando-se a seus pés. Assim como os títulos de turma do meu ex- Kennedy, e em
seguida, de presidente do corpo estudantil lhe davam o status banal de
celebridade, e ele adorava isso. Eu passei os últimos dois anos do ensino médio
ignorando as garotas invejosas que atrapalhavam a nossa relação, só esperando
para ele terminar comigo. Quando eu deixei a cidade e fui para a faculdade, eu
tinha tanta certeza dele.
Eu me perguntava quando eu iria parar de se sentir
como uma boba inocente com aquela confiança equivocada.
Jace,
Estou tendo mais problemas com a matéria atual do que
eu falei, mas eu não tenho certeza se eu alguma vez vou ser capaz de ir a uma
de suas sessões de monitoria. Uma pena para nós dois que o meu ex não tenha me
largado logo no início do semestre para que eu abandonasse essa aula!
(Sem ofensa. Você provavelmente estuda para ser um
especialista em Economia e gosta dessas coisas.)
Eu comecei a pesquisar jornais on-line para o projeto.
Obrigado por decodificar as anotações do Dr. Heller antes de enviá-las para
mim. Se você as tivesse encaminhado sem tradução, eu estaria procurando por um
prédio alto/viaduto/caixa d’água de onde eu gritaria: adeus mundo cruel!
DL
Demetria,
Por favor, sem saltos de estruturas gigantescas. Você
tem alguma ideia do dano que isso faria a minha reputação de tutor?? No mínimo,
pense no efeito sobre mim. ;)
Eu criei planilhas para as sessões de monitoria.
Anexei as importantes das últimas três semanas. Use-as como guias de estudo, ou
as preencha e envie de volta para mim, e vamos ver onde você está se
confundindo.
Na verdade, eu sou estudante de Engenharia, mas temos
que fazer Econ. Acho que todo mundo deveria, de qualquer forma, é um bom ponto
de partida para explicar como o dinheiro, a política e o comércio funcionam em
conjunto para criar o caos total que é o nosso sistema econômico.
JM
PS - Como foram as competições regionais? E a
propósito, o seu ex é, obviamente, um idiota!
Eu baixei as planilhas, revirando sua última declaração
em minha mente. Se Jace conhecia Kennedy ou não, improvável, dado o tamanho da
faculdade e suas carreiras diferentes, ele tinha escolhido o meu lado. Eu, uma
garota tão absurdamente desequilibrada por um rompimento que ela tinha perdido
as aulas por duas semanas.
Ele era inteligente e engraçado, e depois de apenas
três dias eu já estava ansiosa por seu nome em minha caixa de entrada, o nosso
vai-e-vem provocador. De repente, eu me perguntava como ele se parecia. Deus.
Ainda ontem, eu tinha deixado a turma dizendo a mim mesma para ignorar os
olhares pensativos de um cara na sala de aula, porque eu precisava de tempo
para superar o abandono de Kennedy, e aqui estava eu sonhando acordada com um
tutor que podia parecer Chace Crawford. Ou... Benji.
Não importava. Eu precisava de tempo para me
recuperar, mesmo que Jace estivesse certo. Mesmo que Kennedy fosse um idiota.
Eu cliquei na primeira planilha e abri o meu texto
economia, e dei um suspiro de alívio.
Jace,
As planilhas definitivamente vão me ajudar. Eu já me
sinto com menos medo de reprovar nesta matéria. Eu fiz as duas primeiras,
quando você tiver tempo, você pode dar uma olhada nelas? Obrigada novamente por
desperdiçar seu tempo comigo. Vou tentar me recuperar rapidamente. Eu não estou
acostumada a ser a aluna que é um pé no saco.
Eu tinha dois calouros de escolas rivais competindo um
contra o outro nas regionais. Ambos me perguntaram, separadamente graças a
Deus, quem era o meu favorito. (Eu disse a cada um deles: — Você é, é claro! —
Isso foi errado?) Eles estavam muito convencidos um com o outro quando eles
vieram pegar os seus baixos na minha caminhonete, e eu rezei para que nenhum
deles mencionasse o status de favorito na frente do outro. MENINOS.
Engenharia? Uau. Não é de admirar que você parece ser
tão inteligente.
DL
Demetria,
As planilhas estão excelentes. Marquei um par de pequenos
erros que poderiam fazer você tropeçar em um exame, então dê uma olhada neles.
Ah, parece que os seus calouros têm uma queda por
você? Não estou surpreso. Uma garota de faculdade que toca baixo teria me
deixado sem fala aos 14.
É claro que eu sou inteligente! Sou o tutor
onisciente. E caso você esteja se perguntando, sim, você é a minha favorita! ;)
JM
Sábado à noite, Selena estava mais uma vez ameaçando
me arrastar para fora do nosso quarto, ignorando meus protestos e relutância.
Desta vez, nós três estávamos indo para o centro comercial, acertar alguns
clubes com nossas identidades falsas.
— Você não se lembra como a festa do último fim de
semana foi para mim? — Eu perguntei quando ela empurrou um vestido preto
pegajoso em meus braços estendidos. É claro que ela não se lembra, eu não tinha
lhe contado. Tudo que ela sabia era que eu tinha saído cedo.
— Demetria, querida, eu sei que é difícil. Mas você
não pode deixar Kennedy ganhar! Você não pode deixar que ele faça de você uma
eremita, ou a mantenha com medo de gostar de alguém novo. Deus, eu amo essa
parte, a caça de um cara novo, tudo desconhecido, não experimentado, a grande
quantidade de perspectivas quentes na sua frente, esperando para serem
descobertas. Se eu não desejasse tanto o Nick, eu estaria com inveja de você!
A maneira como ela descreveu o processo parecia uma
expedição a um continente exótico. Eu não compartilhava seus sentimentos, nem
de longe. A ideia de encontrar um cara novo soou cansativa e deprimente.
— Selena, eu não acho que estou pronta.
— Isso é o que você disse na semana passada, e você
fez muito bem! — Ela franziu a testa, pensando, e pela centésima vez eu quase
disse a ela sobre Buck. — Mesmo que tenha saído mais cedo. — Ela dependurou o
vestido preto que eu não tinha a intenção de usar, e eu segurei minha língua,
perdendo a chance novamente. Eu não tinha certeza do por que eu não poderia
dizer a ela. Eu, na maior parte, tinha medo que ela se enfurecesse. Mais
injustificadamente, eu tinha medo dela não acreditar.
Nenhuma das duas reações era algo que eu queria
enfrentar, eu só queria esquecer.
Pensei em Joseph, irritada que sua presença em
Economia estivesse fazendo esse processo ser impossível, porque ele estava
irremediavelmente ligado ao horror daquela noite. Ele não olhou para mim por
toda a sexta-feira, até onde eu sabia. Toda vez que eu escapava para olhar para
ele, ele parecia estar desenhando ao invés de tomar notas, o seu lápis preto
apertado, baixo entre os dedos, uma expressão concentrada no rosto. Quando a aula
acabou, ele enfiou o lápis atrás da orelha, virou-se e saiu da sala de aula sem
olhar para trás, o primeiro a sair pela porta.
— Agora, isso vai exibir a mercadoria. — Selena
disse, interrompendo meus devaneios. O próximo era um top decotado roxo de elástico.
Arrancando-o do cabide, ela o jogou para mim. — Coloque seus jeans skinny e
suas botas duronas, aquelas que fazem você parecer a namorada de um cara de
gangue. Isso combina melhor com o seu rígido humor eu-sou-um-desafio, seja como
for. Você tem que se vestir para atrair os caras certos, e se eu te deixar
muito bonita, você os espanta com seus olhares irritados e revirando os seus
grandes olhos castanhos.
Eu suspirei e ela riu, puxando o vestido preto sobre a
própria cabeça. Selena me conhecia muito bem.
***
Eu perdi a conta do número de bebidas que Selena tinha
pressionado na minha mão, dizendo-me que já que ela era a motorista, eu era
obrigada a beber por duas.
— Eu não posso tocar em nenhum desses gostosos,
também, então eu tenho que viver isso indiretamente por você. Agora termine
essa margarita, pare de fazer essa cara amarrada, e encare um desses caras, até
que ele saiba que não vai perder um membro se ele lhe pedir para dançar.
— Eu não estou de cara amarrada! — Eu fiz uma
carranca, obedecendo e jogando a bebida para dentro. Eu fiz uma careta. Tequila
barata se recusava a ser escondida por uma abundância de mix de margarita ainda
mais barata, mas isso é o que você ganha sem taxa de couvert e bebidas de cinco
dólares.
Ainda era relativamente cedo, o pequeno clube onde
decidimos passar a noite ainda não estava superlotado com as centenas de
estudantes universitários e moradores da cidade que iriam chegar em breve.
Selena, Maggie e eu reivindicamos um canto da pista quase vazia. Tendo engolido
as bebidas e vestido o papel, eu me movia pela música, me soltando aos poucos
enquanto ria das poses animadas de Selena e dos movimentos de balé de Maggie. O
primeiro cara a nos interromper aproximou-se de Selena, mas ela balançou a
cabeça enquanto os lábios murmuravam a palavra namorado. Ela virou-o
para mim e eu pensei: “Sou eu, sem namorado. Não tem mais relacionamento.
Não tem mais Kennedy. Não tem mais ‘Você é minha Demi’”.
— Quer dançar? — O cara gritou sobre a música,
incomodado como se estivesse pronto para escapulir se eu recusasse. Eu balancei
a cabeça, sufocando a dor inútil, quase física. Eu era a namorada de ninguém,
pela primeira vez em três anos.
Nós nos movemos para um espaço aberto a poucos metros
de Selena e Maggie, que também tinha namorado. Não demorou muito para que eu
descobrisse que as duas planejaram apontar cada rapaz e pedir a cada um deles
para dançar comigo. Eu era o seu projeto de estimação para a noite.
Duas horas depois, eu tinha dançado com caras demais
para lembrar, desviando-me de mãos bobas e recusando quaisquer bebidas não
entregues a mim por Selena. Amontoadas em torno de uma mesa alta perto da
pista, com os quadris inclinados nas banquetas que a cercavam, observamos a
atividade dos casais a nossa volta. Quando Maggie voltou dançando e dando
piruetas em seu caminho de volta do banheiro, perguntei se já poderíamos ir, e Selena
me encarou com um olhar que ela geralmente reservava para os clientes mal-educados
do restaurante. Eu sorri para ela e tomei um gole da minha bebida.
Eu soube quando o próximo cara se aproximou por trás
de mim, que Selena e Maggie tinham aprovado, porque os seus olhos se
arregalaram simultaneamente, com foco sobre o meu ombro. Dedos roçaram a parte
de trás do meu braço, e eu respirei fundo e expirei lentamente antes de me
virar. Boa coisa, também, porque era Joseph quem estava lá, seus olhos caindo
para meu decote por uma fração de segundo. Ele curvou uma sobrancelha e olhou
em meus olhos com um leve sorriso, sem remorsos por ter olhado. Os saltos de
minhas botas estavam matando os meus pés, mas eles não eram altos o suficiente
para que eu fizesse contato olho-no-olho.
Ao invés de levantar a voz como todo mundo, ele se
inclinou para perto do meu ouvido e perguntou:
— Dança comigo? — Eu senti seu hálito quente e inalei
o aroma de sua loção pós-barba, algo básico e masculino, antes dele se afastar,
seus olhos nos meus, esperando pela minha resposta. Uma cutucada entusiasmada
entre meus ombros me indicou o voto de Selena: vá dançar com ele.
Eu concordei e ele pegou minha mão, e fez o seu
caminho para a pista, manobrando no meio da multidão, que se separou facilmente
para ele. Quando chegamos ao piso de carvalho gasto, ele se virou e me puxou
para perto, sem nunca soltar minha mão. Quando descobrimos o ritmo da música
lenta, balançando juntos, ele pegou minha outra mão na sua e moveu ambas as
mãos atrás das minhas costas, gentilmente me prendendo. Meus seios roçaram
contra seu peito e eu me esforcei para não engasgar com o contato sutil.
Eu mal deixei alguém me tocar por toda a noite,
recusando veementemente todas as músicas lentas. Tonta das margaritas
fracas-mas-muitas, fechei os olhos e deixei-o me levar, dizendo a mim mesma que
a diferença era o álcool em meu sangue, nada mais. Um minuto depois, ele soltou
os meus dedos e estendeu as mãos na parte mais baixa de minhas costas, e minhas
mãos se moveram para seus bíceps. Sólidos, como eu sabia que seria. Seguindo um
caminho, minhas palmas encontraram ombros igualmente rígidos. Finalmente,
juntei meus dedos atrás do pescoço e abri meus olhos.
Seu olhar era penetrante, não hesitando por um
momento, e meu pulso martelou sob seu olhar examinador e silencioso.
Estiquei-me em direção ao seu ouvido, e ele se
inclinou para baixo para acomodar a minha pergunta.
—E-então qual é o seu curso? — Eu respirei.
Pelo canto do meu olho, eu vi sua boca se contorcer de
um lado.
— Você realmente quer falar sobre isso? — Ele manteve
a proximidade, nossos torsos apertados do peito à coxa, aparentemente esperando
pela minha resposta. Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu tinha
estado tão cheia de desejo, puro e irrestrito.
Eu engoli.
— Ao contrário, vamos falar sobre o que?
Ele riu, e eu senti as vibrações de seu peito contra o
meu.
— Ao contrário, não vamos falar. — Suas mãos na
minha cintura seguraram um pouco mais apertadas, os polegares se pressionando
em meu peito, com os dedos ainda em minhas costas.
Eu pisquei, por um momento sem entender o que estava
implícito em suas palavras, e no próximo, sabendo completamente.
— Eu não sei o que você quer dizer. — Eu menti.
Ele se inclinou ainda mais perto, seu rosto macio
sussurrando contra o meu quando ele murmurou:
— Sim, você sabe. — Golpeada novamente por seu aroma
limpo e sutil, ao contrário das colônias da moda preferidas por Kennedy, que
sempre pareciam superar todo o perfume que eu usava, eu senti um impulso de
trazer meus dedos para o rosto dele e prendê-los sobre sua mandíbula barbeada,
sem a barba sexy de ontem. Sua pele não faria a minha corar agora, se ele me
beijasse forte. Eu não sentiria nada além de sua boca na minha, e talvez essa
argola fina na borda de seu lábio...
O pensamento errante me fez perder o fôlego.
Quando seus lábios tocaram o lóbulo da minha orelha,
eu pensei que eu poderia desmaiar.
— Vamos só dançar. — Ele disse. Puxando-me para trás
apenas o suficiente para olhar nos meus olhos, ele atraiu o meu corpo contra o
dele e minhas pernas obedeceram para onde as suas disseram para ir.
Demi toda derretida pelo Joe...
ResponderExcluirkkkkkkkkk
Qm é esse Jace?
Ta meio estranho..
kkkkkkkk
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