Joe
Como
está sua história com Demetria? Preciso de uma atualização... — diz Lucky.
Estamos do lado de fora do velho armazém, vadiando um pouco. — Os caras abriram
uma banca de apostas sobre o resultado. E a maioria está jogando em você...
Será que estou por fora? Será que eles estão sabendo de alguma coisa que não
sei?
Dou de ombros e então olho para Julio, que está brilhando. Também,
depois do trato que dei, hoje! Se minha moto falasse, ela me imploraria para
salvá-la do Lucky.
Mas não vou espalhar nenhuma informação sobre Demetria... Ao menos
por enquanto.
Hector se aproxima, fazendo um sinal a Lucky para dar o fora.
— Precisamos conversar, Fuentes — ele diz, num tom que significa
“negócios”. — É sobre aquele favor. Quero que você alugue um carro, na noite de
Halloween, para ir até o lugar combinado, receber o carregamento e entregar a
grana... Você acha que pode fazer isso?
Meu irmão Josh está certo. Tenho o sangue de papá correndo
em minhas veias. Se traficar, eu garanto meu futuro na Sangue... Essa é
a herança que meu pai me deixou. Geralmente, as pessoas herdam dinheiro, ou uma
empresa familiar. Já eu herdei a Sangue Latino.
— Não existe nada que eu não possa fazer — digo a Hector, apesar
de sentir um aperto no coração.
Terei que mentir para Demetria, com toda certeza.
Nossa, o rosto de Demetria se iluminou, quando ela falou da
possibilidade de entrarmos na faculdade juntos. E eu não pude dizer a verdade:
que continuarei na Sangue Latino, e mais ainda, que estou a um passo de
traficar.
Hector me dá um tapinha nas costas:
— Este é o meu irmão! Este é fiel! Eu sabia que, para você, a Sangue
Latino está acima de tudo... Até do medo. ¿Somos hermanos, no?
— ¡Seguro! — respondo, confirmando minha fidelidade a
Hector e à Sangue. Não tenho medo de traficar. Mas o tráfico significa o
fim de todos os meus sonhos. Quando entrar para o tráfico, estarei atravessando
a linha do perigo, ultrapassando o limite para me tornar, realmente, um
marginal... Assim como meu papá.
— Oi, Joe — diz Paco, se aproximando.
Puxa, Hector foi embora e eu nem notei.
— O que há?
— Preciso da sua ajuda, companheiro — ele responde.
— Você também?
Ele me lança aquele olhar do tipo “sou-seu-amigo-Paco-e-estou-com-problemas”
antes de dizer:
— Vamos dar uma volta.
Três minutos depois, estou num Camaro vermelho, emprestado.
— Você vai dizer que tipo de ajuda quer de mim, ou vai prolongar
esse suspense?
— Acho que vou manter o suspense.
Vejo uma placa ao lado da pista, com a inscrição: Bem-vindo
a...
— Winnetka? — digo, sem entender nada.
O que Paco veio fazer aqui?
— Confiança — diz Paco.
— Hein?
— É isso que precisa existir, entre dois bons amigos. Confiança,
sabe?
Eu me recosto no banco, bastante preocupado. Devo estar parecendo
um daqueles personagens de filmes de faroeste, bem ruins. Concordei em receber
um carregamento de drogas e agora estou chegando a uma cidade pequena, cheia de
gente rica, com um amigo meio maluco, da mesma gangue que eu. Aparentemente, eu
não teria motivos para estar aqui.
— Pronto — diz Paco. — Chegamos.
Olho para o lado, vejo outra placa e não acredito:
— Você deve estar brincando!
— Não...
— Se você está pensando em assaltar este lugar, Paco, não conte
comigo.
— Não viemos roubar um bando de jogadores de golfe — Paco explica,
impaciente.
— Então, por que você me trouxe aqui?
— Por que gosto de golfe. Agora, tire a bunda deste banco e venha
me ajudar.
— Estamos no meio de outubro, Paco... Deve estar fazendo uns doze
graus, aí fora.
— Tente aguentar o frio... Se eu trouxe você aqui, foi por um
motivo importante.
Continuo sentado, pensando em como vou voltar para casa. A pé,
demoraria muito. Não sei onde fica o ponto de ônibus mais próximo e... Acho que
vou dar uma dura no Paco, por ter me trazido a este maldito campo de golfe.
Saio do carro e vejo Paco tirando um taco de golfe e uma cesta
cheia de bolinhas, do porta-malas. Cara, deve ter umas cem delas.
— Onde você arranjou essas coisas?
— Com um cara que aluga... — Paco gira o taco no ar, como se fosse
uma hélice. — Quer um? Assim, você pode dar umas tacadas...
— Não.
— Então, fique ali. — Paco aponta para um banco verde, de madeira.
Eu me sento e olho em volta. Há vários caras treinando no gramado.
Eles olham para nós dois, meio de lado, meio com medo.
Sei que Paco e eu temos um visual bem
diferente deles. Jeans, camiseta, tatuagens e o lenço na cabeça. Quase todos
aqui usam camisas de mangas compridas e calças dockers...
E nenhum sinal de tatuagem.
Em
geral, eu não me importo com isso. Mas, depois daquela conversa com Hector,
tenho vontade de ir para casa, de não chamar a atenção. Apoio os cotovelos nos
joelhos e fico assistindo Paco bancando o perfeito idiota: ele pega uma pequena
bola branca e a coloca sobre um círculo de borracha, fincado no gramado falso.
Então gira o corpo, gira o taco... E eu me encolho. Não quero nem ver.
O
taco nem rela na bola... Em vez disso, vai se enroscar no gramado falso. Paco
solta um palavrão. O cara que está treinando perto dele resolve procurar outro
canto.
Paco
tenta de novo. Dessa vez consegue acertar, mas a bola apenas rola, alguns
centímetros, pelo gramado. Ele continua insistindo, mas, toda vez que gira,
parece um palhaço. Será que o Paco pensa que está jogando hóquei?
—
Acabou? — pergunto, quando a cesta de bolas já está pela metade.
—
Joe... — diz Paco, apoiando-se no taco de golfe, como se fosse uma bengala —
você acha que tenho vocação para esse esporte?
—
Não — respondo, olhando nos olhos dele.
—
Pois ouvi sua conversa com Hector, sabe... E acho que você não tem vocação para
traficante.
—
Foi por isso que você me trouxe aqui? Para me fazer sermão?
—
Foi... E ainda não terminei. — Paco insiste. — As chaves do carro estão no meu
bolso. E não vou a lugar algum, enquanto não acabar com todas essas bolas. Então,
trate de me ouvir. Não sou esperto como você. Não tenho escolhas a fazer, na
minha vida. Mas você é inteligente, pode entrar numa faculdade, pode ser um
doutor, um fera na computação, qualquer coisa desse tipo. Assim como não
tenho o menor jeito para o golfe, você não tem para as drogas. Então, me deixe
fazer isso no seu lugar.
—
Sem chance, cara — eu digo. — Obrigado por você vir até aqui e bancar o idiota,
só para me dar um conselho. Mas da minha vida cuido eu.
Paco
pega outra bola, gira o corpo e dá uma tacada... Mais uma vez, a bola apenas
sai rolando pelo gramado.
— Sabe,
Joe... Aquela garota, Demetria, é muito linda. Será que ela quer ir para a
faculdade?
Entendo
a boa vontade de Paco. Sei aonde ele quer chegar. Mas, infelizmente, meu melhor
amigo está apenas sendo óbvio.
—
Sim... Demetria vai para a Universidade do Colorado, para ficar perto da irmã,
a pessoa que ela mais ama.
Paco
assovia.
—
Tenho certeza de que Demetria vai conhecer muitos caras, no Colorado. Você
sabe... caras de verdade, com chapéus de caubói.
Isso me deixa nervoso. Mas não quero pensar
nessa possibilidade. Resolvo ignorar Paco, até que voltamos ao carro.
— Quando você vai parar de se meter nos meus
problemas? — pergunto.
Ele ri:
— Nunca.
— Então, acho que você não vai se importar se
eu me meter nos seus... O que aconteceu entre você e Mi, hein?
— Nós... brincamos um pouco. Mas já acabou.
— Para você, talvez. Mas acho que Mi não
pensa assim.
— Bem, isso é problema dela. — Paco liga o
rádio e aumenta o volume ao máximo. A música explode nas caixas de som.
Paco nunca namorou ninguém. Porque tem medo
de se envolver, de se sentir muito próximo de uma pessoa. Nem mesmo a Mi sabe
de todos os abusos que ele sofreu e ainda sofre em casa.
Entendo as razões de Paco para manter
distância de uma garota que é tão importante para ele. Entendo mesmo. Porque a
verdade é que se a gente chega muito perto do fogo... pode acabar se queimando.
Chapter 47
Demetria
O
que você está fazendo aqui, Paco?
O melhor amigo de Joe é a última pessoa que eu esperava ver, em
minha casa.
— Eu... meio que preciso falar com você.
— Quer entrar?
— Posso, mesmo? — ele pergunta, evidentemente nervoso. — Você tem
certeza?
— Claro.
Bem, provavelmente meus pais não vão gostar... Mas isso é comigo.
Os dois não mudaram de ideia a respeito de Shelley. E estou
cansada de fingir, de contemporizar, só por medo dos chiliques da minha mãe.
Este cara, que é o melhor amigo de Joe, me aceita como sou. Tenho
certeza de que não foi nada fácil, para ele, vir até aqui.
Abrindo a porta totalmente, convido Paco a entrar. Se ele me
perguntar sobre Miley, o que direi? Ela me fez jurar que guardaria segredo.
— Quem está aí, Demi?
— Este é Paco — eu o apresento à minha mãe. — Um amigo do colégio.
— O jantar está na mesa — minha mãe lança a indireta, de um jeito
nada discreto. — Diga a seu amigo que não é de bom tom fazer visitas na hora do
jantar.
Eu me viro para Paco:
— Quer “beliscar” alguma coisa?
Estou sendo rebelde e me sinto ótima... Aliviada por estar falando
o que sinto e penso.
Minha mãe sai pisando duro, em direção à cozinha.
— Hum... não, obrigado — responde Paco, sufocando o riso. — Será
que a gente pode conversar? É sobre Joe, sabe?
Ele não me perguntou sobre Miley... Mas não sei se respiro de
alívio, ou se fico ainda mais nervosa. Pois se Paco veio até aqui... O assunto
é sério.
Conduzo Paco pela casa. Passamos por Shelley, que está na sala,
vendo uma revista.
— Shelley, este é Paco, amigo de Joe. Paco, esta é minha irmã,
Shelley.
Ao ouvir o nome de Joe, Shelley solta um som agudo, expressando
sua alegria.
— Oi, Shelley — diz Paco.
O sorriso de Shelley se torna ainda mais radiante.
— Shell-bell, preciso de um favor... — Como resposta,
Shelley sacode a cabeça. E eu digo, baixinho: — Quero que você mantenha a mamãe
ocupada, enquanto converso com Paco.
Shelley sorri de novo. Sei que posso contar com ela.
Minha mãe aparece na sala e nos ignora ostensivamente, enquanto
empurra a cadeira de Shelley em direção à cozinha.
Saio com Paco para o terraço, onde poderemos ter um pouco de
privacidade e ficar a salvo de mães bisbilhoteiras.
— O que há?
— Joe precisa de ajuda. E não adianta eu falar, porque ele não vai
me ouvir. Um grande carregamento de drogas está para chegar. E Joe vai ser o
cara, entendeu? O cara principal na transação. A peça-chave da estória.
— Joe nunca faria isso. Ele não mexe com drogas. Ele me prometeu.
Os olhos de Paco me dizem que as coisas não são bem assim...
— Tentei conversar com Joe, mas não adiantou nada. Essa história
está muito estranha, Demetria. O que pediram para Joe fazer... É coisa de
tubarões, de grandes traficantes. Não entendo. Juro que não entendo por que
Hector resolveu obrigar Joe a entrar nessa... Por que Joe?
— O que posso fazer? — pergunto.
— Diga a ele para achar um jeito de sair fora dessa roubada. É
difícil, mas Joe pode conseguir isso.
Diga a ele? Mas como? Joe não
aceita ordens de ninguém. Não consigo entender como ele pode concordar em fazer
parte dessa transação.
— Demetria, o jantar já esfriou! — minha mãe grita da janela da
cozinha. — E seu pai acaba de chegar. Vamos nos sentar e comer, todos juntos,
como uma família, só para variar!
Um som de louça se quebrando... E ela é obrigada a interromper a
bronca.
Brilhante jogada de Shelley, sem dúvida. Mas isso não vai me
impedir de dizer a verdade a meus pais.
— Espere aqui — eu digo a Paco. — A menos que você queira assistir
a uma briga da família Ellis.
Paco esfrega as mãos:
— Esta promete ser melhor do que as brigas lá de casa.
— Quem é o seu amigo? — pergunta meu pai, apreensivo.
— Paco, este é papai. Papai, este é meu amigo Paco.
— Oi — diz Paco.
Meu pai responde com um aceno de cabeça. Minha mãe fecha a cara. E
eu anuncio:
— Vou sair com Paco.
— Aonde vocês vão? — pergunta meu pai, totalmente confuso.
— Vamos ver Joe.
— Nada disso — diz minha mãe. — Você não vai.
Meu pai ergue as mãos, com cara de quem está realmente boiando.
— Quem é Joe?
— É o outro garoto
mexicano de quem lhe falei — minha mãe responde ríspida. — Você não se lembra?
—
Não tenho conseguido me lembrar de coisa alguma, nesses dias, Patricia.
Minha
mãe se levanta, com o prato na mão, e joga-o dentro da pia. O prato se
quebra... E a comida voa para todos os lados.
—
Nós sempre lhe demos de tudo, Demetria — diz minha mãe. — Um carro novo, roupas
de grife...
Minha
paciência chega ao fim:
—
Tudo isso é muito superficial, mãe. Claro que, para todos os efeitos, vocês são
pais maravilhosos, um casal bem-sucedido... Ao menos é isso que todo mundo
pensa. Mas, como pais, vocês realmente são uma lástima. Eu daria um “C”
negativo, para o desempenho de vocês. E olhe que vocês têm sorte... Pois, se eu
fosse a Sra. Peterson, reprovaria os dois. Por que esse medo, esse horror de
ter problemas? Todo mundo tem!
Estou
embalada e não consigo parar.
—
Escutem, Joe está precisando de ajuda. E se tem uma coisa que faz parte do meu
caráter, é minha lealdade com as pessoas a quem amo. Se isso ofende, se isso
assusta vocês, sinto muito.
Shelley
fica agitada e todos nos voltamos para ela.
—
Demetria... — A voz vem do computador acoplado à cadeira de rodas da minha
irmã.
Os
dedos de Shelley estão ocupados em bater no teclado, buscando as palavras:
—
Boa... menina.
Cubro
a mão de Shelley com a minha, antes de continuar meu discurso:
— Se
vocês quiserem me expulsar de casa, ou me deserdar, por eu ser quem sou...
Fiquem à vontade, façam isso de uma vez por todas.
Estou
cansada de sentir medo... Medo por Joe, medo por Shelley, medo por mim mesma.
Chegou a hora de encarar todos os meus fantasmas, ou acabarei me entregando à
aflição e à culpa, pelo resto da minha vida. Não sou uma pessoa perfeita. E é
bom que o mundo inteiro saiba disso.
—
Mãe, estou indo até o colégio para conversar com a orientadora pedagógica.
Minha
mãe contrai o rosto, mostrando seu desagrado.
—
Isso é o máximo da estupidez! E ficará registrado em seu histórico escolar,
pelo resto da vida. Você não precisa de orientação nenhuma!
—
Preciso, sim — eu rebato irredutível. — E você também precisa. Todos nós
precisamos.
—
Escute bem, Demetria: se você sair por aquela porta... Não precisa voltar.
—
Você está sendo rebelde — meu pai intervém.
— Eu
sei. E estou gostando de ser. — Pego minha bolsa: é tudo o que tenho... A menos
que eu inclua minhas roupas, no inventário. Sorrindo, estendo a mão a Paco. —
Você está pronto?
— Sim — ele responde, prontamente, tomando a
minha mão. Já no carro, me diz: — Você é valente, menina. Nunca pensei que
fosse tão boa de briga.
Paco dirige até a região mais sombria da
cidade... E me leva até um velho armazém, num lugar triste e desolado. Olho
para o céu, carregado de nuvens pesadas, ameaçadoras. Uma brisa fria começa a
soprar. É como se a Mãe-Natureza quisesse nos dar um aviso.
Um cara grandalhão, parado à entrada do
armazém, barra a nossa passagem.
— Quem é a garota branca? — ele pergunta.
— Ela está limpa —
diz Paco.
O
rapaz me olha de cima a baixo, antes de abrir a porta.
— Se
ela aprontar vou mandar a conta pra você, Paco — ele avisa.
Tudo
o que eu quero é tirar Joe daqui, levá-lo para longe deste lugar onde o perigo
parece palpável.
— Oi
— diz uma voz masculina, sombria. — Se você quiser alguma coisa para subir o
astral, me procure, garota!
—
Venha — diz Paco, agarrando meu braço e me conduzindo por um corredor.
Ouço
vozes, vindas do lado oposto do armazém... E consigo reconhecer a de Joe.
—
Deixe-me falar com Joe... sozinha — eu peço.
—
Não é uma boa ideia. Espere até que Hector termine de conversar com ele — Paco
me avisa, mas eu não ouço.
Caminho
na direção da voz de Joe, que está falando com dois homens. Obviamente, a
conversa é séria. Um deles pega uma folha de papel e entrega a Joe... Que só
então nota minha presença.
Joe
diz algo em Espanhol, ao homem, antes de dobrar o papel e guardá-lo no bolso do
jeans. Sua voz soa dura e cruel, tal como sua expressão ao me ver:
—
Que diabos você está fazendo aqui? — ele pergunta.
—
Eu... realmente...
Não
consigo terminar a frase, porque Joe me segura com força pelo braço.
—
Você realmente está de saída, agora mesmo. Quem trouxe você aqui, porra?
Estou
tentando pensar numa resposta, quando Paco sai da penumbra.
—
Joe, por favor. Paco me trouxe, mas a ideia foi minha.
— Seu
desgraçado! — diz Joe, me soltando e partindo para cima de Paco.
—
Não é este o seu futuro, Joe? — Paco pergunta. — Não é aqui que você vai se
esconder, quando as coisas se complicarem? Por que está com vergonha de
mostrar, à sua novia, o seu segundo lar?
Joe
acerta um murro no queixo de Paco, derrubando-o.
Corro
até Paco e então me viro para Joe:
—
Não acredito que você fez isso! Ele é seu melhor amigo!
—
Não quero você aqui — diz Joe.
Um
filete de sangue escorre da boca de Paco.
— Você não deveria ter trazido Demetria. — A
voz de Joe soa um pouco mais calma, neste momento. — Ela não pertence a este
lugar.
— Nem você, meu irmão — Paco responde, em voz
baixa. — Agora leve sua garota embora. Ela já viu o bastante.
— Venha — Joe ordena, estendendo a mão para
mim.
Em vez de obedecer, seguro o rosto de Paco
entre as mãos, para ver a extensão do estrago.
— Minha nossa, você está sangrando — digo,
sabendo que estou prestes a surtar. Ver sangue é uma coisa que me deixa doente.
Sangue e violência sempre me deram nos nervos, muito além do limite.
Paco afasta, levemente, a minha mão.
— Eu vou ficar bem. Vá com Joe.
Uma voz autoritária soa na penumbra: um homem
fala com Joe e Paco, em Espanhol. O autoritarismo impregnado nessa voz me faz
estremecer.
Se eu antes não estava com medo, agora estou.
O homem é o mesmo que estava conversando com
Joe, quando cheguei. Ele usa um terno escuro, com uma camisa branca por baixo.
Vi esse homem rapidamente, no casamento da prima de Joe. Lembro-me de seus
cabelos escuros e lisos, penteados para trás. Sua aparência é sombria. Basta um
olhar, e já dá para concluir que o cara é poderoso, na Sangue
Latino. Dois grandalhões, de cara fechada, o acompanham... Um de
cada lado.
—
Nada, Hector — Joe e Paco dizem, em uníssono.
—
Leve a menina embora, Fuentes.
Joe
me dá a mão. Juntos, andamos rápido, em direção à porta do velho armazém.
Quando finalmente saímos, um suspiro de alívio me escapa do peito.
~*~
Como amanhã meu dia vai estar cheio e teve dois comentários, postei de novo 2 chapters yaaaay \O/ hahaha
Quarta eu posto o 48, ok?!
E eu só acho que você não vão gostar do que vai acontecer...
E eu só acho que você não vão gostar do que vai acontecer...
Comentem, chuchus <33
Answer:
Demetria Devone Lovato: Exato!!! u_u A Darlene e o Colin se merecem, são dois idiotas. A próxima fic se chamará Beautiful Disaster... acho que bastante gente já ouvir falar nesse livro. Eu li e achei que deveria postar aqui pra vocês sofrerem de raiva, as vezes, comigo ^^ hahaha bjos
vick: Sim, eles são *--* Cara, eu não conheço não, mas se quiser me falar eu aceito kkkk só não garanto que eu realmente faça a fic, porque tenho surtos de não conseguir desenvolver a história, então... Mas vai que dá certo? ^^ kkkkkk