Joe
A língua de Demetria
umedece seus lábios em forma de coração, que agora brilham... E são tão
sedutores.
— Não me provoque assim — eu peço, baixinho, com os lábios quase
colados aos dela.
Os livros de Demetria caem no carpete. Seus olhos acompanham a
queda. Sinto que se eu perder a atenção dela, neste momento, talvez nunca mais
possa recuperar... Meus dedos acariciam seu queixo, como se pedissem,
suavemente, que ela olhasse para mim.
Demetria ergue aqueles olhos sensíveis e me fixa.
— E se isso significar... alguma coisa... para nós? — ela
pergunta.
— E se isso acontecer?
— Prometa que será apenas um beijo, sem consequências.
Eu me recosto no sofá.
— Será um beijo e nada mais.
Mas não sou o único, aqui, a não querer compromissos permanentes?
— E será um beijo leve — ela acrescenta.
— Mi vida, se eu beijar você, será
um beijo de verdade.
Ela hesita.
— Prometo que não vai haver consequências — repito.
Realmente, não espero que Demetria me deixe fazer isso. Acho que
ela está me provocando, para ver até onde posso aguentar. Mas quando ela fecha
os olhos e se aproxima um pouco mais de mim, compreendo que vai acontecer...
A garota dos meus sonhos, a garota que significa mais para mim do
que todas as que já namorei, quer um beijo... Ela vira o rosto para mim. E eu
assumo o controle da situação. Nossos lábios se tocam por um breve momento;
mergulho os dedos em seus cabelos e continuo beijá-la, suave e delicadamente.
Acaricio o rosto dela, sentindo sua pele macia, de bebê, contra a palma da
minha mão, contra meus dedos calejados. Meu corpo está louco para tirar
vantagem da situação, mas minha cabeça, a de cima, consegue manter o controle.
Um suspiro de satisfação escapa da boca de Demetria, como se ela
estivesse feliz, como se quisesse ficar em meus braços para sempre.
Toco
seus lábios com a ponta da língua, numa carícia que é pura tentativa de
sedução, um convite para que eles se abram. Demetria experimenta tocar minha
língua com a dela... Nossas bocas e línguas começam a brincar, numa dança lenta
e erótica. Então alguém abre a porta... E Demetria recua, assustada. Droga.
Estou furioso. Primeiro, por me entregar desse jeito ao beijo. Seguindo, por
querer que esse momento durasse para sempre. E, por fim, estou furioso com
minha mãe e meus irmãos, que chegaram justamente agora, no melhor do momento.
Vejo Demetria tentando parecer muito ocupada, enquanto se inclina
para pegar seus livros. Minha mãe e meus irmãos estão imóveis, junto à porta,
com os olhos arregalados.
— Oi, mãe — digo, mais agitado do que deveria.
Pelo olhar severo de mi mamá, sei que ela não gostou nem um
pouco de nos flagrar aqui, em sua sala... Como se isso fosse uma amostra de uma
relação séria, com duração e consequência.
— Frankie e Josh, para o quarto — ela ordena, entrando na sala e
se recompondo. — Não vai me apresentar a sua amiga, Joseph?
Demetria se ergue, com os livros na mão.
— Oi, eu sou Demetria. — Apesar do seu cabelo despenteado por
minhas carícias e pelo vento, na garupa da moto, ela ainda é terrivelmente
bonita. Estendendo a mão, diz: — Joe e eu estávamos estudando Química.
— Não foi isso que eu vi — minha mãe responde, ignorando a mão
estendida.
Demetria estremece.
— Mamá, deixe a menina em paz — eu digo, rispidamente.
— Minha casa não é prostíbulo.
— Por favor, mamá! — digo, exasperado. — Nós só estávamos
nos beijando!
— Depois dos beijos veem os bebês, Joseph.
— Vamos embora — eu digo a Demetria, totalmente envergonhado. Pego
minha jaqueta e jogo no ombro.
— Sinto muito se eu a desrespeitei, de algum modo, Sra. Fuentes —
diz Demetria, bastante perturbada.
Ignorando o pedido de desculpas, minha mãe leva as compras para a
cozinha.
Quando saímos, escuto Demetria suspirar profundamente. Parece que
se mantém em pé, sustentada apenas por um fio muito fino... Juro que parece.
Não era bem assim que as coisas deveriam acontecer: trazer
garota para casa - beijar garota - mamãe insulta garota - garota sai chorando.
Não era mesmo para ser assim.
— Não ligue para isso — eu digo. — É que minha mãe não está
acostumada a me ver trazer garotas para casa.
Os olhos azuis e expressivos de Demetria parecem distantes e
frios.
— Isso não deveria ter acontecido — ela diz, rígida como uma
estátua.
— O que não deveria ter acontecido... O beijo, ou o fato de você
ter gostado tanto dele?
— Tenho um namorado — ela responde, enquanto lida, impaciente, com
as alças de sua mochila de marca.
— Você está tentando me convencer ou se convencer
disso? — pergunto.
— Não comece a distorcer o que estou falando.
Eu não quero magoar meus amigos. Não quero magoar minha mãe. E, quanto a
Colin... Bem, estou realmente confusa, neste momento.
Ergo as mãos e o tom da voz. E isso é uma
coisa que evito fazer porque, como diz o Paco, mostra que estou realmente
aflito. Mas não estou... Estou? Por que deveria? Minha mente me manda calar,
enquanto as palavras me escapam pela boca:
— Eu não entendo... Aquele cretino do Colin
Adams trata você como se fosse um troféu.
— Você nem mesmo sabe como é minha relação
com ele...
— Então, me conte, porra — digo, com uma
aspereza que não consigo evitar. Eu devia me preservar, não falar nada do que
realmente sinto. Mas digo tudo a ela, direto e reto. — Porque aquele beijo, lá
na sala... significou alguma coisa. Você sabe disso, tanto quanto eu. Desafio
você a dizer que estar com seu namorado é melhor...
Ela desvia os olhos, rapidamente:
— Você não entenderia.
— Tente me explicar.
— Quando as pessoas me veem ao lado de Colin,
elas comentam sobre o quanto somos perfeitos, comentam que fomos feitos um para
o outro. Somos o Casal de Ouro, sabe? Você entende isso?
Olho para ela, desacreditando... Cara, essa
história é o fim do fim:
— É, eu entendi. Só não posso acreditar que
estou ouvindo isso. Então ser perfeita é
tudo o que importa? É tudo para você?
Um
longo e frágil silêncio cai entre nós. Percebo um lampejo de tristeza em seus
olhos de safira. Mas então a tristeza desaparece e, de um momento para o outro,
Demetria se torna mais calma e mais séria.
—
Não tenho feito muita questão disso, ultimamente. Mas a resposta é sim...
Significa muito para mim — ela por fim admite. — Minha irmã é deficiente e,
então, eu tenho que ser perfeita.
Esta
é coisa mais patética que já ouvi. Balanço a cabeça, com desgosto, e aponto
para Julio.
—
Suba, vou levar você até o colégio. Você deixou o seu carro lá, não é?
Em
silêncio, Demetria se acomoda na garupa da moto. Parece que faz questão de
ficar o mais longe possível de mim... Tanto, que mal consigo sentir seu corpo
junto às minhas costas. Quase erro o caminho, de propósito, só para tornar o
trajeto mais longo.
Demetria
trata a irmã com paciência e dedicação. Deus sabe que eu nunca seria capaz de
cuidar de meus irmãos desse jeito, dando comida na boca e limpando a bagunça
toda. A garota que eu uma vez acusei de egocêntrica não é nada do que eu
pensava.
Nossa,
eu admiro essa menina. De algum modo, estar com Demetria me trouxe de volta
alguma coisa que eu tinha perdido, na vida. Alguma coisa... boa. Mas como fazer
com que ela acredite nisso?
~*~
comentem, comentem, comentem, comentem *---*
Answers:
Demetria Devone Lovato: Parei pra deixar o suspense... MUAAHAHAHA kkkkkkkkk Postei *-* bjos
Fã Forever: Não, tudo bem kkkkkk Pronto, aconteceu o beijo, satisfeita? kkkkkkk bjos
Simm mas a mae do joe podia ter sido mais legal com a minha Demi ne... POSTA LOGO
ResponderExcluirPEREFEITO
ResponderExcluirprimeiro beijo de Jemi <3!!
POSTA LOGO
Beijos