Demetria
Demi, por favor,
explique de novo por que estamos indo pegar Joe Fuentes, para levá-lo conosco a
Lake Geneva — diz Selena.
— Minha mãe falou que não devo mais encontrar Joe, fora do
colégio... E chegou a me ameaçar. Então, Lake Geneva é um lugar perfeito para
estar com Joe. E ninguém saberá disso.
— Exceto nós.
— Mas sei que vocês, crianças, não vão me trair... Certo?
Vejo Nick desviando os olhos. A princípio, a ideia de passar o dia
em Lake Geneva, junto com Joe e meus amigos, me pareceu boa.
Achei que seria divertido... Bem, só preciso esperar que Selena e
Nick superem o choque inicial de nos ver juntos, como um casal.
— Por favor, não me fale mais sobre isso.
— O cara é um perdedor — diz Nick, guiando em direção ao estacionamento
do colégio, onde Joe está esperando por nós. — Demi é sua melhor amiga, Selena...
Tente colocar um pouco de bom senso na cabeça dela
— Já tentei, mas você conhece a Demi... Ela é tão teimosa.
Eu suspiro:
— Será que vocês podem parar de falar de mim, como se eu não
estivesse presente? Gosto de Joe. E ele gosta de mim. Quero nos dar uma chance.
— E como você pretende fazer isso...? — pergunta Selena — Mantendo
a relação de vocês em segredo, para sempre?
Graças a Deus, chegamos ao estacionamento e, assim, eu não preciso
responder. Joe está sentado na calçada, ao lado de sua moto, com as longas
pernas esticadas. Ansiosa, mordo o lábio inferior enquanto abro a porta
traseira para ele.
Quando Joe vê Nick ao volante, com Selena ao lado, seu queixo se
contrai.
— Entre, Joe — eu digo, chegando para o lado.
Ele obedece, mas comenta:
— Acho que não vai ser uma boa ideia.
— Não seja bobo. Nick prometeu ser legal... Não é mesmo, Nick?
Espero a resposta, com a respiração suspensa.
Nick balança a cabeça, de um modo impessoal, enquanto diz, num tom
monótono:
— Claro.
Tenho certeza de que qualquer outro cara, no lugar de Joe, teria
ido embora. Mas ele se acomoda ao meu lado e pergunta:
— Aonde vamos?
— Lake Geneva — respondo. — Você conhece?
— Não.
— Fica a uma hora de distância. Os pais de Nick têm uma cabana,
lá.
Até parece que estamos numa biblioteca e não num carro. Ninguém
diz uma palavra. Quando Nick para num posto, para abastecer, Joe desce e acende
um cigarro.
Eu me afundo no banco. O dia está longe de ser o que eu havia
imaginado. Selena e Nick, que geralmente são hilários, quando juntos, estão com
cara de enterro.
— Você não pode ao menos tentar conversar um pouco? — pergunto à
minha melhor amiga. — Puxa, você é capaz de passar horas falando da sua raça
predileta de cachorro... Mas não consegue trocar nem duas palavras com o cara
que eu gosto.
Selena se vira no assento, para me encarar:
— Sinto muito, Demi. Mas continuo achando que você merece coisa
melhor... Muito melhor.
— Como Colin, você quer dizer?
— Como qualquer um. — Com um suspiro, Selena se vira para a
frente.
Joe entra no carro e eu o recebo com um sorriso débil. Ele não me
sorri de volta; pego sua mão e pressiono levemente. Joe não retribui o carinho,
mas também não se afasta... Este é um bom sinal?
Depois que saímos do posto, Joe diz a Nick:
— Os parafusos da roda esquerda traseira estão soltos. Você não
ouviu o barulho?
Nick dá de ombros.
— Faz tempo que esse barulho apareceu... Não é nada grave.
— Encoste que eu dou um jeito nisso. Se a roda sair, na pista,
estamos fritos.
Vejo que Nick não confia na opinião de Joe, nem quer dar o braço a
torcer. Mas, cerca de um quilômetro e meio depois, ele para, de má vontade, na
beira da pista, em frente a uma livraria.
— Nick... — diz Selena, apontando para a livraria — você sabe que
tipo de gente frequenta esse lugar?
— Neste momento, querida, eu realmente não estou ligando a mínima.
— Ele se vira para Joe. — Ok, chefe. Vá em frente.
Os dois descem do carro.
— Desculpe a bronca — eu digo a Selena. — Sinto muito.
— Eu também... Muito, mesmo.
— Você acha que Joe e Nick podem começar uma briga?
— Talvez. É melhor a gente dar um jeito de distrair os dois.
Joe está tirando algumas ferramentas do porta-malas. Depois de
erguer o carro com o macaco, ele pega a chave de rodas. Nick está com as mãos
na cintura e o queixo erguido, com uma expressão de desafio.
— O que há, Jonas?
— Não gosto de você, Fuentes.
— E daí? Também não vou com a sua cara. — Joe
rebate, ajoelhando ao lado do pneu e apertando os parafusos da roda.
Olho para Selena. Devemos intervir? Selena
encolhe os ombros. Eu faço o mesmo. Os dois não chegaram a se pegar... ainda.
Um carro se aproxima e de repente freia,
cantando os pneus, bem ao lado do carro de Nick.
Dentro dele, há quatro rapazes de origem
hispânica. Joe os ignora, enquanto guarda o macaco de volta no porta-malas.
— Ei, gracinhas! — grita um deles, pela
janela. — Deixem esses babacas e venham com a gente! Vamos mostrar a vocês o
que é bom!
— Vão se danar! — Nick grita de volta.
Um dos rapazes sai do carro, cambaleante, e
avança para Nick. Selena grita algo, mas não estou prestando atenção nela... E
sim observando Joe, que tira a jaqueta e bloqueia o caminho do rapaz.
— Saia da frente, cara — o rapaz ordena. —
Não vá se rebaixar, protegendo esse branquelo de merda.
Joe está cara a cara com o rapaz, segurando
com força a chave de rodas que pende de sua mão.
— Se você ferrar com o branquelo
de merda, eu ferro com você... Simples assim. Entendeu, amigo?
Outro
rapaz sai do carro. Estamos realmente encrencados.
—
Meninas, peguem as chaves e entrem no carro — Joe ordena, num tom firme.
—
Mas...
Há uma
calma letal nos olhos de Joe. Minha nossa... Ele está mesmo falando sério. Nick joga as chaves para Selena. E agora? Devemos sentar no carro e assistir à
briga?
—
Não vou a lugar algum — eu digo a Joe.
—
Nem eu — diz Selena.
Um
dos rapazes, que ficou no outro carro, põe a cabeça na janela:
—
José, é você?
Sinto
que Joe relaxa, ao vê-lo:
—
Tiny? Que diabos você está fazendo com esses pendejos? [Em Espanhol, no original:
“pentelho”. Figurativamente, e também no contexto, pessoa covarde, estúpida.]
O
rapaz chamado Tiny diz algo em Espanhol a seus amigos que, imediatamente,
voltam ao carro. Parecem quase aliviados por não terem que brigar com Joe e Nick.
— Só
digo quando você me contar o que está fazendo com esse bando de gringos —
diz Tiny.
Joe
ri e diz:
—
Caia fora daqui.
Quando voltamos ao carro, escuto Nick dizendo
a Joe:
— Obrigado por livrar minha cara.
— Não foi nada — Joe resmunga.
Ninguém abre a boca, até que chegamos aos
arredores de Lake Geneva. Nick estaciona em frente a um sports
bar, para almoçarmos. Selena e eu pedimos salada; Nick e Joe
preferem hambúrgueres.
O
silêncio continua, enquanto esperamos. Ninguém conversa. Chuto a perna de
Selena, por baixo da mesa.
—
Hum... Bem... Joe... — ela começa — você viu algum filme bom, ultimamente?
—
Não.
— Entrou
em contato com alguma universidade?
Joe
responde “não”, com um gesto de cabeça.
Para
minha surpresa, Nick se levanta e assume o controle da situação.
—
Com quem você aprendeu tanto, sobre carros?
—
Com Enrique, meu primo — Joe responde. — Eu passava os fins de semana na casa
dele, vendo Enrique consertar carros que pareciam não ter mais jeito.
—
Meu pai tem um Karmann Ghia 72, na garagem. Ele acha que só mesmo um
milagre pode fazer aquele carro voltar a funcionar.
—
Qual é o problema com o Karmann Ghia?
Nick
explica e Joe o ouve com atenção. Enquanto os dois discutem os prós e contras
de comprar peças recondicionadas para o motor, pela internet, eu me recosto na
cadeira e relaxo. A tensão de antes vai se desvanecendo ao longo da conversa.
Terminamos
de comer e caminhamos pela avenida principal da Lake Geneva. Joe me dá a mão...
E não consigo pensar em outra coisa que eu quisesse fazer, a não ser estar
aqui, agora, com ele.
—
Oh, lá está a nova galeria — diz Selena, apontando uma porta, ao longo da rua.
— E parece que estão inaugurando! Vamos ver!
—
Legal — eu digo.
—
Vou cair fora — diz Joe, enquanto atravessamos a avenida, atrás de Selena e
Nick. — Não sou do tipo que se liga em galerias.
Isso
não é verdade. Quando será que Joe vai perceber que não precisa viver de acordo
com um estereótipo? Se ele entrar numa galeria, é capaz de ficar bem
surpreso... Pois vai entender que o ambiente não é nada do que ele imaginava.
Joe pode até gostar e se sentir bem, como se estivesse numa oficina.
—
Vamos — eu digo, empurrando-o para dentro. E sorrio, interiormente, quando ele
entra.
Logo
nos deparamos com uma grande mesa, arrumada com requinte, com vários tipos de
alimentos. Cerca de quarenta pessoas estão presentes, observando as obras de
Arte expostas.
Dou
uma volta pela galeria com Joe, que parece tenso.
— Relaxe — eu digo.
— É fácil falar, não? — ele murmura.
~*~
Comecei a escrever uma fic que, provisoriamente, se chamará Bittersweet Symphony. Não sei se irei postá-la... vou ver no que vai dar, e se eu gostar do resultado final, postarei ela aqui depois da próxima Fic que já foi escolhida, ok?!
Answer:
Demetria Devone Lovato: Sim... as coisas vão se complicar um pouco depois -muito-, mas nada que não possa ser resolvido mais tarde... ^^ ~quase dando spoiler~ kkkkkk postei, bjos.
PERFEITO
ResponderExcluirque bom que o Nick se entendeu com ele
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Beijos
Obs: eu não me importaria se você tivesse dado um spoiler kkkkkkkkkk