quarta-feira, 17 de abril de 2013

Chapter 38

Joe

Se eu continuar olhando para essas pernas esguias, vou provocar um acidente.
— Como vai sua irmã? — pergunto, mudando de assunto.
— Está esperando para derrotar você, de novo, no jogo de Damas.
— É mesmo? Bem, diga a ela que vou ganhar, fácil, fácil... Sabe, naquele dia, eu só estava tentando impressionar você.
— Perdendo o jogo?
Eu encolho os ombros:
— Mas deu certo, não?
Percebo que Demetria está inquieta, pois fica arrumando o vestido o tempo inteiro... Será que é para me impressionar? Para deixá-la mais calma, acaricio seu braço, desde o ombro, e seguro sua mão.
— Diga a Shelley que voltarei, para uma revanche.
Demetria se vira para mim, com os olhos azuis brilhando:
— Verdade?
— Verdade absoluta.
Durante o trajeto, tento manter uma conversa leve. Não funciona. Sou péssimo nesse gênero. De qualquer modo, Demetria parece contente. E isso é bom.
Pouco depois, estaciono em frente a uma pequena casa de tijolos, de dois andares.
— O casamento não vai ser numa igreja?
— Minha prima, Elena, fez questão que o casamento fosse celebrado aqui, na casa de seus pais. — Pouso a mão nas costas de Demetria, na altura da cintura, enquanto caminhamos até a casa. Não me pergunte o motivo de querer mostrar, para todo mundo, que ela é minha. Talvez, no fundo, eu seja mesmo um homem de Neanderthal.
Quando entramos, a música dos Mariachi chega até nós, vinda do quintal. As pessoas lotam quase todos os espaços disponíveis. Fico de olho nas reações de Demetria, me perguntando se ela está se sentindo magicamente transportada a um recanto do misterioso México... se está reparando que minha gente não mora em casas grandes, com piscinas, como a dela e de suas amigas.
Enrique e um bando de outros primos gritam, para nos saldar. Todos falam Espanhol... E isso é normal. Mas a minha namorada só fala Inglês.
Estou acostumado a receber um monte de beijos das minhas tias um monte de tapinhas nas costas, dos meus tios... Demetria, não. Então eu a mantenho bem junto de mim, para mostrar que estou aqui, que não a esqueci... Começo a apresentá-la à minha família, mas logo desisto. Pois claro que ela não vai guardar tantos nomes diferentes, estranhos à sua cultura. Não vai conseguir se lembrar de todos eles.
— Ei, vocês...! — diz alguém, atrás de nós.
Eu me viro e deparo com Paco.
— E aí, cara? — digo, dando um tapinha nas costas do meu amigo. — Demetria, você já deve ter visto mi mejor amigo, lá no colégio. Não se preocupe, ele sabe que não deve contar a ninguém que você veio aqui.
— Prometo que não vou falar — diz Paco, fingindo trancar a boca e jogar a chave fora.
— Oi, Paco — diz Demetria rindo.
Jorge se aproxima de nós, usando um smoking branco e uma rosa vermelha na lapela. Dou um tapinha nas costas do meu futuro primo:
— Ei, rapaz, até que você conseguiu ficar bem bonito, hein?
— Você também não está nada mal... E aí? Não vai me apresentar sua nova amiga?
— Demetria, este é Jorge. Ele é o coitado... Quero dizer, o felizardo que vai se casar com minha prima Elena.
— Os amigos de Joe são nossos amigos — também diz Jorge, abraçando Demetria.
— Onde está a noiva? — Paco pergunta.
— No andar de cima, no quarto dos pais... chorando.
— De felicidade é claro...? — eu pergunto.
— Que nada, cara — diz Jorge. — Eu fui até lá, na maior inocência, para dar um beijo em Elena. E agora ela está como louca, tentando achar um jeito de esconjurar o tal beijo, anular seu efeito... Porque dizem que beijar o noivo, antes do casamento, dá azar — ele explica, meio que rindo. — O que posso fazer, se ela acredita nessas tolices?
— Boa sorte — eu digo. — Do jeito que Elena é supersticiosa, é bem capaz de obrigar você a fazer loucuras, para mandar esse azar embora.
Enquanto Paco e Jorge conversam sobre o assunto, dou a mão a Demetria e saímos da casa. Temos música ao vivo. Mesmo sendo pobres e ferrados, sabemos manter nossa cultura e nossas tradições bem vivas. Nossa comida é picante, nossas famílias são grandes e unidas... E gostamos de música que faz nossos corpos dançarem.
— Paco é seu primo? — Demetria pergunta.
— Não, mas ele pensa que é. — Vejo meu irmão e digo: — Josh, esta é Demetria.
— Sim, eu sei — Josh responde. — Lembra que eu vi vocês dois, num beijo de língua, lá em casa?
Atordoada, Demetria fica em silêncio.
— Veja lá como fala— eu digo, estalando um tapa na nuca de Josh.
Demetria põe a mão em meu peito:
— Calma, Joe. Você não tem que me proteger de tudo.
Josh assume uma pose arrogante:
— É isso aí, mano. Você não tem que proteger a princesa... A não ser, talvez, da nossa mamá.
Estava demorando, mesmo... Troco uns palavrões com Josh, em Espanhol, para que Demetria não entenda.
Vete, cabrón, no molestes. (n/t: em Espanhol, no original: “Vai, cara, não enche.”)
Será que ele está tentando arruinar meu encontro com Demetria? Resmungando mais um palavrão, Josh resolve ir procurar alguma coisa para comer.
— Onde está seu outro irmão? — ela pergunta.
Olho para os lados, procurando por Frankie, enquanto levo Demetria até uma das várias mesas espalhadas pelo quintal. Nós nos acomodamos e coloco o braço na guarda da cadeira de Demetria, quase tocando seus ombros.
— Veja... Frankie está bem ali. — Aponto um canto do quintal, onde meu irmão caçula é o centro das atenções, com suas imitações de animais.
Tenho de contar a ele que só o talento não basta para se dar bem nos estudos.
A atenção de Demetria se concentra nos quatro filhos de um primo meu, todos com menos de sete anos, correndo à nossa volta. Marissa, que tem dois anos, achou que seu vestido de festa estava atrapalhando a brincadeira. Com naturalidade, livrou-se dele... E agora lá está o vestido, jogado num canto.
— Provavelmente você está achando que eles parecem um bando de mojados, não é?
Demetria sorri:
— Não... Eles parecem um grupo de pessoas se divertindo, num casamento ao ar livre. Quem é esse? — ela pergunta, quando um rapaz, usando uniforme militar, passa perto de nós. — Outro primo?
— Sim... E seu nome é Paul. Acredite ou não, ele já fez parte de uma gangue da pesada, a Python Trio, de Chicago. E mergulhou fundo nas drogas, antes de entrar para a Marinha.
Demetria me olha de um jeito...
— Ei, já falei que não uso drogas... Não mais. E não me envolvo com o tráfico — digo, com firmeza, querendo muito que ela acredite em mim.
— Você jura?
— Sim — eu respondo, me lembrando daquela noite, na praia, quando fumei com Carmen. Foi a última vez. — Não importa o que você possa ouvir, por aí... Estou limpo. E faço questão de ficar longe da coca, porque essa coisa não é brincadeira. Acredite ou não, quero manter meu cérebro com todas as células que ele tinha, quando nasci.
— E Paco? — ela pergunta. — Ele usa drogas?
— Às vezes.
Demetria olha para Paco, rindo e brincando com minha família. Ele tenta, desesperadamente, fazer parte dela e esquecer a sua. A mãe de Paco foi embora, alguns anos atrás... Ele ficou sozinho, com o pai, numa situação desgraçada. E não condeno Paco por querer uma válvula de escape, um jeito de fugir de tudo isso.
Minha prima Elena finalmente aparece, num vestido branco, rendado... E o casamento começa.
Enquanto o padre vai recitando os votos, eu abraço Demetria por trás, mantendo-a bem pertinho de mim. Como será que ela vai se vestir, quando se casar? Provavelmente terá um bando de profissionais fotografando e filmando tudo, para a posteridade.
Ahora los declaro marido y mujer — diz o padre.
Os noivos se beijam. E todo mundo aplaude.
Demetria aperta minha mão.

~*~

Eu estou tão cansada, cês num fazem ideia!!
A escola está, literalmente, me deixando louca. 
Nunca fiz tanta prova, tanto trabalho e nunca dei tão duro em um Sarau na vida!! E o Pior é que isso não vai não vai melhor depois... ):
Só o que me anima é que eu estou no ultimo ano, porque senão eu pularia na frente do primeiro caminhão que passasse na rua. kk
To sem tempo pra tudo, mas não quero, e não vou deixar de postar aqui...

Enfim... COMENTEM, porque sem comentário eu desisto do blog esse ano. 

Answer:

Demetria Devone Lovato: Yaayyy \O/ que bom que está amando *-* já já o Joe esquenta um pouco a relação deles hahaha Postei ^^ bjos

2 comentários:

  1. Amei o seu blog, a sua fic, enfim ameiii TUDO! Ta lindo!!!

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  2. PERFEITO
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    estou ansiosa por isso: "já já o Joe esquenta um pouco a relação deles"
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    Beijos

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