Demetria
No
sábado à tarde, depois do jogo — que ganhamos, graças a um touchdown de
Nick, quatro segundos antes do final —, converso com Selena e as três “M” ao
lado do campo. Estamos tentando decidir o local onde comemoraremos a vitória.
— Que tal no Lou Malnati’s? — Morgan sugere.
Todo mundo concorda, porque lá se come a melhor pizza da cidade.
Megan, que está fazendo dieta, mal pode esperar pela salada especial da casa.
Então, está combinado. Enquanto tratamos da questão logística, ou seja, quem
vai com quem, vejo Miley ali por perto, conversando com Maria Ruiz. Resolvo
convidar as duas.
— Ei, meninas, vocês querem ir ao Lou Malnati’s com a gente?
Maria franze a testa, com ar confuso. Mas, Miley, não. Ao
contrário:
— Claro — ela responde.
Maria olha de Miley para mim... Depois se volta de novo para Miley
e fala alguma coisa em Espanhol. Só então responde que irá nos encontrar no
restaurante.
— O que Maria disse? — pergunto.
— Ela queria saber por que você nos convidou.
— E o que você respondeu?
— Que eu e você somos amigas... Embora meus amigos mais próximos
me chamem de Mi, não de Miley.
— Venha... — Puxo Miley para perto de minhas amigas. Então olho
para Selena, que há pouco tempo confessou ter ciúmes de minha relação com ela.
Mas ao invés de agir com frieza, Selena sorri para Miley. E pede
que ela mostre como faz o double back flip, naquela sequência da nossa
coreografia. Essa atitude só vem confirmar a razão pela qual Selena é minha
melhor amiga... E uma grande pessoa. Madison também reage, surpresa, quando
anuncio que Maria e Miley vão se juntar a nós, no Lou Malnati’s. Mas não
faz comentário algum.
Talvez, apenas talvez, este seja um pequeno passo em direção ao
que o Dr. Aguirre chama de “estender uma ponte sobre as diferenças”. Não sou
ingênua a ponto de pensar que posso mudar Fairfield apenas com um gesto ou em
apenas uma noite. Mas, nas últimas semanas, minha visão sobre algumas pessoas
mudou muito. Espero que a visão delas, a meu respeito, também...
Decido me sentar entre Miley e Selena, no Lou Malnati’s. Os
rapazes do time de futebol também vieram. E, assim, o restaurante foi
praticamente invadido pelos estudantes do Colégio Fairfield. Darlene e Colin
acabam de entrar, abraçados, como se fossem um casal. Selena, a meu lado, diz:
— Por favor, diga que Darlene não está com a mão no bolso
de trás do Colin... Isso é tão ridículo.
— Não me importo — digo, para tranquilizá-la. Pois Selena parece
preocupada com minha reação. — Se eles querem namorar, que sejam muito felizes.
— Ela só está fazendo isso por inveja, pois sempre desejou tudo o
que você tinha. Darlene tem uma necessidade doentia de competir. Primeiro tomou
sua posição, como líder da torcida. E agora resolveu estender suas garras sobre
Colin. Aposto que seu próximo passo será mudar o nome... De Darlene para
Demetria.
— Isso é muito engraçado.
— Você fala assim, agora — Selena comenta e, chegando mais perto,
acrescenta, baixinho: — Mas não seria nada engraçado se ela de repente
resolvesse conquistar o Joe.
— Não mesmo.
Nick entra no restaurante. Todas as mesas e cadeiras estão
ocupadas. Selena acena para ele, levanta-se e cede o seu lugar. Depois se senta
no colo de Nick. Os dois se acariciam, riem, namoram... E esta é minha deixa
para voltar a conversar com Miley.
— Como estão indo as coisas com... você-sabe-quem? — eu
pergunto. Não posso pronunciar o nome de Paco. Pois é claro que Miley não quer
que Marie saiba de sua paixão por ele.
— Não estão... — ela suspira.
— Por que não? Você não teve uma conversa com Paco, tal como
sugeri?
—Não. Ele está agindo como um pendejo, ignorando
completamente o que aconteceu naquela noite. E se não falou sobre isso, é
porque não quer levar a coisa adiante.
Penso em mim, rompendo com Colin e começando com Joe. A cada vez
que ajo de acordo com o que sinto, sem me preocupar em cumprir as expectativas
das pessoas, a meu respeito, fico mais forte.
—Corra o risco, Mi... Exponha seus sentimentos. Garanto que vale a
pena.
—Você acabou de me chamar de Mi.
—Eu sei... Posso?
— Claro, Demi. — Ela me empurra, de leve, brincando. — Tudo
bem!
Falar com Mi sobre Paco faz com que eu me sinta corajosa... E essa
coragem me faz pensar em Joe.
Terminamos de comer e começamos a nos despedir. Caminhando até o
estacionamento, para pegar meu carro, ligo para Joe, do celular:
— Você sabe onde fica o Club Mystique?
—Sei.
— Então, me encontre lá às nove.
— Por quê? O que vai rolar?
— Você verá — eu respondo e desligo. Só então percebo que Darlene
está bem atrás de mim. Será que ela me ouviu, conversando com Joe?
— Vai
namorar, hoje à noite? — diz Darlene.
Isso
responde a minha pergunta.
— O
que fiz, para você me detestar desse jeito? Pensei que fôssemos amigas.
Darlene
dá de ombros e joga os cabelos para trás. O gesto, em si, já é um sinal muito
claro: não devo mais considerá-la como amiga.
— Acho
que me cansei de viver à sua sombra, Demi. E, agora, seu reinado chegou ao fim.
Você foi a rainha do Colégio Fairfield, por muito tempo. Chegou o momento de
passar a coroa.
— A
coroa é toda sua. Faça bom proveito — eu digo.
Darlene
nem imagina que nunca desejei essa posição... Ao menos não como uma prioridade,
em minha vida. Bem, usei essa posição para aprimorar minha imagem... Só isso.
Às
nove, chego ao Club Mystique. Joe, que já estava à minha espera, me
segue discretamente. Num dado momento, eu me viro e dou-lhe um caloroso abraço.
— Ei,
menina... — ele reage surpreso. — Nós não íamos manter essa história em
segredo? Detesto dizer, mas uns caras da zona norte estão bem ali, olhando pra
nós.
— Eu
não me importo. Não mais.
— Por
quê?
— A
gente só vive uma vez.
Acho
que Joe gostou da minha resposta, porque segura minha mão e a mantém junto à
sua, enquanto me conduz até o final da fila para entrar no Mystique.
Está
frio, aqui fora. Joe abre a jaqueta de couro e me protege com seu calor,
enquanto esperamos nossa vez de entrar.
Olho
para ele; nossos corpos estão juntinhos.
— Você
vai dançar comigo? — pergunto.
—
Claro.
—
Colin nunca dançou comigo. Ele não queria...
— Eu
não sou Colin, gracinha. E jamais serei.
—
Ótimo. Eu tenho você, Joe. E isso me basta. Estou pronta para compartilhar
nossa estória com o mundo inteiro.
Já
dentro do Mystique, seguimos diretamente para a pista de dança. Ignoro
os olhares do pessoal da zona norte, enquanto colo meu corpo ao de Joe... E,
assim, começamos a nos mover, ao ritmo da música.
Dançamos
em perfeita sintonia, como se tivéssemos passado a vida inteira fazendo isso...
Pela primeira vez, não tenho medo do que as pessoas possam pensar sobre nós. No
próximo ano estarei na faculdade, com outras pessoas, de outros lugares... E,
daí, essa estória de zona norte e zona sul não terá a menor importância.
Troy,
o cara com quem dancei na última vez em que estive aqui, me dá um tapinha no
ombro. A música está no auge. Até o chão parece vibrar.
— Quem
é o fera? — Troy pergunta.
— Troy,
este é o meu namorado, Joe... Joe, este é Troy.
— Oi,
cara — diz Joe, apertando a mão de Troy.
—
Tenho a impressão de que esse cara não vai vacilar como fez o outro — Troy me
diz.
Não
respondo, porque sinto as mãos de Joe na cintura, nas costas... E é tão bom que
ele esteja aqui, comigo.
Acho
que Joe gostou quando o apresentei como “meu namorado”. Eu também me senti
feliz por dizer isso em voz alta. De costas para ele, eu me aconchego em seu
peito, fecho os olhos e me entrego ao ritmo da música, ao movimento natural de
nossos corpos.
Dançamos
por muito tempo e então resolvemos fazer uma pausa, descansar um pouco. E,
assim, deixamos a pista de dança. Pego meu celular e peço a Joe:
— Faça
uma pose...
Na
primeira foto que bato, Joe está tentando posar como um simpático bad boy.
Começo a rir e tiro outra, antes que ele consiga fazer outra pose.
—
Agora, uma foto de nós dois — diz Joe, me puxando para bem perto... Encosto meu
rosto no dele, enquanto Joe pega meu celular, afastando-o o máximo possível...
E então registra este momento perfeito, com um clique. Depois de bater a foto,
ele me abraça com força e me beija.
Aconchegada
em Joe, dou uma olhada em torno. O Mystique está lotado. No primeiro
piso, bem junto ao balcão, está Colin — a última pessoa que eu esperava
encontrar aqui. Afinal, ele detesta este lugar. Detesta dançar.
Seus
olhos, irados, encontram os meus. E então Colin resolve dar um show, beijando,
em grande estilo, a garota ao seu lado: Darlene. Ela retribui o beijo, em
grande estilo, enquanto Colin pressiona o corpo contra o dela, Darlene sabia
que eu estaria aqui, nesta noite, com Joe. E, obviamente, planejou tudo isso.
— Quer
ir embora? — pergunta Joe, ao ver os dois.
Eu me
viro para ele e, mais uma vez, fico sem fôlego diante de sua beleza, de seus
traços fortes.
— Não.
Mas está muito quente, aqui. Tire sua jaqueta.
Ele
hesita, antes de dizer:
— Não
posso.
— Por
que não?
Agora
ele parece assustado.
— Fale
a verdade, Joe.
Ele
afasta uma mecha de cabelos do meu rosto, ajeitando-a delicadamente atrás da
minha orelha.
— Mujer,
este território não pertence à Sangue Latino e sim à Fremont 5,
uma gangue rival. Seu amigo, Troy, é um deles.
Como?
Quando sugeri que viéssemos aqui, nem pensei em territórios ou gangues. Queria
apenas dançar.
—
Nossa, Joe! Fiz você correr perigo! — digo, freneticamente. — Vamos embora!
Joe me
puxa para perto e sussurra em meu ouvido:
— A
gente só vive uma vez... Não foi isso que você disse? Dance comigo de novo.
—
Mas...
Ele me
interrompe com um beijo tão intenso, que esqueço o medo e o nervosismo. Depois,
voltamos à pista de dança. Desafiamos o perigo e dançamos loucamente, bem perto
dos tubarões... Mas saímos ilesos. O perigo, à espreita, acabou nos
tornando ainda mais próximos.
No
banheiro feminino, diante do espelho, Darlene retoca a maquiagem. Eu a vejo.
Ela me vê.
— Oi —
digo.
Darlene
passa por mim, sem uma palavra. Esta é só uma pequena amostra do preço que
estou pagando, por ser da zona norte e por ter desafiado os padrões. Mas não me
importo.
No
final da noite, enquanto Joe me acompanha até o carro, pego sua mão e, olhando
para o alto, contemplo as estrelas.
— Se
você pudesse fazer um pedido a uma estrela, agora, qual seria? — eu pergunto.
— Eu
pediria que o tempo parasse.
— Por
quê?
Ele
encolhe os ombros.
—
Porque assim este momento duraria para sempre. E você, o que pediria?
— Que
fôssemos juntos para a faculdade. Enquanto você tenta parar o futuro, eu quero
que ele chegue depressa. Não seria maravilhoso, se estudássemos juntos? Estou
falando sério, Joe.
Ele se
afasta de mim.
— Para
quem disse que desejava que as coisas andassem devagar, você está bem
adiantada...
— Eu
sei. Desculpe, mas não posso evitar. Já escolhi a Universidade do Colorado,
para poder estar perto da minha irmã. A clínica para onde meus pais querem
mandá-la fica a poucos quilômetros do campus. E não seria nada mal se eu
conseguisse conciliar as coisas... Você não acha?
— Sim.
—
Verdade?
Ele
pressiona minha mão.
— Sou
capaz de concordar com qualquer coisa, só para ver você sorrir desse jeito.
Fui me tocar agora que a fic está quase acabando... deve ter só mais uns 12 chapters e aí acaba.
Cês estão gostando dessa fic?
A próxima fic que eu vou postar, ~uma adaptação de um livro~ eu confesso que fiquei com raiva muitas vezes enquanto lia kkkkkk
E quero que vocês sofram tanta quanto eu, querendo dar um tapa na casa dos personagens u_u
hahaha Ou eu que sou idiota e mudo de humor fácil demais lendo livros '-'
Enfim, Comentem suas lindas <33
ps: cadê vocês?? queria que falassem comigo, e comentassem o que estão achando da fic e do blog e sei lá... ):
Answer:
Demetria Devone Lovato: Geralmente as pessoas odeiam spoilers kkkkk mas não vou mais dar dicas porque senão vai perder a graça u_u bjos
awn!!! <3 ta MUITO Perfeito esse capitulo
ResponderExcluirPosta Logo!!
e eu to pouco me fudend* para o que a put* da Darlene faz da vida dela, pq a Demi e Joe estavam juntos então ela não era nada nesse capitulo!
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Beijos
qual vai ser o nome da proxima história??
Awn o Joe e a Demi são tããão fofos. Vc conhece alguem que queira ideias para fics, sei lá eu tenho uma, mas eu n escrevo e acho que estragaria a ideia! :-(
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