segunda-feira, 15 de abril de 2013

Chapter 35


Demetria


Boatos correm furiosamente por Fairfield.
Dizem que Joe foi preso. Preciso descobrir se isso é verdade.
Vejo Miley, no intervalo entre as aulas, conversando com suas amigas. Quando vê que estou por perto, ela se afasta das outras e me puxa para um lado. Então me conta que Joe foi preso ontem, mas já saiu, sob fiança. Não tem ideia de onde ele esteja, mas vai tentar descobrir. Ficamos de nos encontrar entre o terceiro e quarto períodos, perto do meu armário.
Corro até lá, na hora combinada, morrendo de ansiedade. Miley está à minha espera.
— Não conte a ninguém que lhe dei isto. — Ela me entrega uma folha de papel, dobrada.
Fingindo olhar dentro do armário, abro a folha, que traz um endereço escrito. Nunca, em toda minha vida, matei uma aula. Mas, também, Joe nunca esteve preso, antes.
É nisso que dá ser verdadeira... Verdadeira comigo mesma. E agora vou ser verdadeira com Joe, tal como ele sempre quis. É assustador, e não sei se estou fazendo a coisa certa. Mas não posso ignorar essa atração que Joe exerce sobre mim.
Pesquiso o endereço no meu GPS... Que me leva à zona sul, num lugar chamado Enrique’s Auto Body.
Um rapaz está em pé, junto à porta... E fica de queixo caído, ao me ver.
— Estou procurando por Joe Fuentes.
Ele não responde.
— Joe está aqui? — insisto, meio sem jeito. Talvez esse rapaz não fale Inglês.
— O que você quer com Joseph? — o rapaz finalmente pergunta.
Meu coração está tão acelerado, que posso ver minha blusa se movendo a cada batida.
— Preciso falar com ele.
— Deixe o Joseph em paz — diz o sujeito. — Será melhor para ele.
Está bien, Enrique — diz uma voz familiar.
Eu me viro e vejo Joe, apoiado ao batente da porta, com um pano pendurado no bolso e uma chave inglesa na mão. Com essa mecha de cabelos negros escapando do lenço, ele parece mais viril do que qualquer outro cara que já vi...
Tenho vontade de abraçá-lo, de dizer que está tudo bem, que ele não vai ser preso de novo.
Joe mantém os olhos fixos nos meus.
— Vou deixar vocês sozinhos.
Acho que foi isso que Enrique disse. Mas estou concentrada demais em Joe, para ouvir direito.
Meus pés parecem colados no chão. Não consigo me mover. Ainda bem que Joe chega mais perto de mim...
— Hum... — eu começo. Oh, por favor, tenho de conseguir levar isso adiante. — Ouvi falar que você foi preso. E vim para ver se você está bem.
— Você matou aula, só para ver se estou bem?
Respondo sim, com um aceno de cabeça, porque minha língua, não me obedece.
Joe recua um passo.
— Então... Agora que você já conferiu, já sabe que estou bem, volte para o colégio. Tenho trabalho a fazer, sabe. Minha moto foi apreendida, ontem à noite. Preciso levantar algum dinheiro para ir buscá-la.
— Espere! — Eu quase grito. E respiro fundo. É isso. Vou me abrir, falar tudo de uma vez: — Não sei quando comecei a me apaixonar por você, Joe, nem por quê. Mas eu me apaixonei... Desde aquele primeiro dia de aula, quando quase bati na sua moto, não consegui parar de pensar em como seriam as coisas, se ficássemos juntos. E aquele beijo... Nossa, juro que nunca experimentei nada parecido, em toda a minha vida. Nada mesmo. Se o sistema solar não perdeu o alinhamento, naquele instante, então não vai perder nunca mais. Sei que tudo isso é uma loucura, porque somos tão diferentes. Portanto, se alguma coisa acontecer entre nós, não quero que o pessoal do colégio fique sabendo. Não sei se você vai querer um relacionamento secreto, comigo. Mas, de qualquer forma, preciso saber se isso é possível. Terminei meu namoro com Colin, sabe? Era um relacionamento, por assim dizer, público. Agora, quero algo diferente. Algo mais... particular... entende? Quero dizer, íntimo e verdadeiro. Sei que estou tagarelando como uma idiota, mas se você não disser alguma coisa, ou se não me der uma pista do que está pensando, então eu...
— Diga isso de novo — ele pede.
— Repetir... tudo? — Sei que falei algo sobre o sistema solar, mas não estou com cabeça para recitar o discurso inteiro novamente.
Joe chega mais perto.
— Não... Aquela parte sobre ter se apaixonado por mim. — Meus olhos não conseguem se desprender dos dele.
— Eu penso em você o tempo inteiro, Joe. E, de verdade, de verdade mesmo, quero beijar você de novo.
Os lábios de Joe se curvam, num sorriso. E eu olho para o chão.
— Não ria de mim. — Posso aguentar qualquer coisa, menos isso.
— Não tire os olhos dos meus, gracinha. Eu não vou rir de você.
— Eu não queria gostar de você — digo, voltando a olhar para ele.
— Eu sei.
— Provavelmente, isso não vai dar certo — eu digo.
— Provavelmente, não.
— Minha vida em casa não é nada perfeita.
— A minha também não — ele diz. — Nesse ponto, somos iguais.
— Quero muito descobrir o que é isso que está acontecendo com a gente... E você?
— Se não estivéssemos aqui fora... — diz Joe — eu mostraria...
Não deixo que ele termine a frase. Agarro seus cabelos, perto da nuca, e puxo essa cabeça linda para mais perto de mim. Já que não temos privacidade neste lugar, vou exercer minha vontade e meu direito de ser verdadeira. Além do mais, as pessoas que não podem saber do nosso segredo estão no colégio... Ou seja: bem longe daqui.
Joe solta as mãos ao longo do corpo. Mas, quando abro meus lábios, ele geme baixinho... E a chave inglesa cai no chão, com um baque bastante alto.
As mãos fortes de Joe me envolvem... E eu me sinto protegida. Sua língua de veludo encontra a minha, provocando uma sensação desconhecida, uma sensação que cala fundo em todo meu corpo, como se nossas línguas se fundissem em uma só. Isso é mais que fazer sexo, isso é... Bem, ao menos eu penso que significa muito mais.
As mãos de Joe não param; uma me acaricia as costas, em círculos, enquanto a outra brinca nos meus cabelos.
Mas Joe não é o único a agir assim... Minhas mãos também estão passeando por ele, sentindo seus músculos firmes, que reagem a cada toque, aumentando minha consciência sobre seu corpo... Toco seu queixo e sinto a aspereza da barba por fazer.
Enrique pigarreia alto. E nós nos separamos.
Joe me olha com intensa paixão.
— Preciso voltar ao trabalho — ele diz, com a respiração acelerada.
— Oh. Claro. — De repente, me sinto embaraçada por nossa Demonstração Pública de Afeto... e recuo um passo.
— Podemos nos ver mais tarde? — ele pergunta.
— Minha amiga Selena vai jantar lá em casa.
— Aquela que estava com você, no estacionamento do colégio?
— Hum... sim. — Preciso mudar de assunto, para não me sentir tentada a convidar Joe para jantar. Seria uma cena e tanto assistir a minha mãe se acabando de desgosto, ao ver suas tatuagens.
— Minha prima, Elena, vai se casar no domingo. Quer ir comigo ao casamento? — ele propõe.
Baixando os olhos, respondo:
— Não posso deixar que meus amigos saibam sobre nós... Nem meus pais.
— Não vou contar a eles.
— Mas as pessoas, no casamento... Elas vão nos ver juntos.
— Ninguém, do colégio estará lá... Só minha família, e posso garantir que todos ficarão de boca fechada.
Não posso. Mentir, ficar me esquivando, pelos cantos... Essas coisas nunca foram o meu forte. Afasto Joe de mim:
— Escute, eu não consigo pensar com você assim, tão perto.
— Tudo bem. Mas vamos falar do casamento...
Deus, só de olhar para ele já tenho vontade de ir.
— A que horas?
— Meio-dia. Será uma experiência inesquecível, pode acreditar. Pegarei você às onze.
— Eu ainda não disse sim.
— Ah, mas estava quase dizendo — ele responde, com sua voz grave e muito suave.
— Bem... Por que não nos encontramos aqui, às onze? — eu sugiro, apontando a porta da oficina. Se minha mãe descobrir sobre nós, será o fim do mundo.
Ele ergue meu queixo, para que eu o olhe de frente, e diz:
— E por que você não tem medo de estar comigo?
— Medo!? Estou apavorada! — Meu olhar percorre as tatuagens, nos braços de Joe.
— Não posso fingir que minha vida é toda certinha e dentro dos padrões. — Ele ergue a minha mão, encostando sua palma contra a minha. Será que está comparando a cor de sua pele e a minha... Ou seus dedos calejados e os meus, de pontas finas e unhas delicadas? — De certa forma, somos tão opostos — ele conclui.
Entrelaço meus dedos aos dele:
— Sim, mas, “de certa forma”, também somos bastante parecidos. Minhas palavras fazem Joe sorrir. E então Enrique pigarreia novamente.
— Estarei aqui às onze, no domingo — eu digo.
Joe se afasta, acena e pisca um olho para mim:
— E, dessa vez, será um encontro de verdade.

~*~

E aí, gostaram? hahahaha Comentem, amores *-*

Answer:

Demetria Devone Lovato: So... matou sua curiosidade? kkkkkkk tudo bem ^^ o que importa é que você ainda lê e me faz feliz comentando hahaha bjos 

Um comentário:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
    QUE PERFEIÇÃO!!!!
    eles se beijaram to tão feliz!!!
    vocês vai postar logo??? né???
    por favor não me faça esperar!! Eu imploro
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    eles são tão fofos MEU DEUS!!!
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    BeiJemi

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