quarta-feira, 24 de abril de 2013

Chapter 43


Demetria

Demi, por favor, explique de novo por que estamos indo pegar Joe Fuentes, para levá-lo conosco a Lake Geneva — diz Selena.
— Minha mãe falou que não devo mais encontrar Joe, fora do colégio... E chegou a me ameaçar. Então, Lake Geneva é um lugar perfeito para estar com Joe. E ninguém saberá disso.
— Exceto nós.
— Mas sei que vocês, crianças, não vão me trair... Certo?
Vejo Nick desviando os olhos. A princípio, a ideia de passar o dia em Lake Geneva, junto com Joe e meus amigos, me pareceu boa.
Achei que seria divertido... Bem, só preciso esperar que Selena e Nick superem o choque inicial de nos ver juntos, como um casal.
— Por favor, não me fale mais sobre isso.
— O cara é um perdedor — diz Nick, guiando em direção ao estacionamento do colégio, onde Joe está esperando por nós. — Demi é sua melhor amiga, Selena... Tente colocar um pouco de bom senso na cabeça dela
— Já tentei, mas você conhece a Demi... Ela é tão teimosa.
Eu suspiro:
— Será que vocês podem parar de falar de mim, como se eu não estivesse presente? Gosto de Joe. E ele gosta de mim. Quero nos dar uma chance.
— E como você pretende fazer isso...? — pergunta Selena — Mantendo a relação de vocês em segredo, para sempre?
Graças a Deus, chegamos ao estacionamento e, assim, eu não preciso responder. Joe está sentado na calçada, ao lado de sua moto, com as longas pernas esticadas. Ansiosa, mordo o lábio inferior enquanto abro a porta traseira para ele.
Quando Joe vê Nick ao volante, com Selena ao lado, seu queixo se contrai.
— Entre, Joe — eu digo, chegando para o lado.
Ele obedece, mas comenta:
— Acho que não vai ser uma boa ideia.
— Não seja bobo. Nick prometeu ser legal... Não é mesmo, Nick?
Espero a resposta, com a respiração suspensa.
Nick balança a cabeça, de um modo impessoal, enquanto diz, num tom monótono:
— Claro.
Tenho certeza de que qualquer outro cara, no lugar de Joe, teria ido embora. Mas ele se acomoda ao meu lado e pergunta:
— Aonde vamos?
— Lake Geneva — respondo. — Você conhece?
— Não.
— Fica a uma hora de distância. Os pais de Nick têm uma cabana, lá.
Até parece que estamos numa biblioteca e não num carro. Ninguém diz uma palavra. Quando Nick para num posto, para abastecer, Joe desce e acende um cigarro.
Eu me afundo no banco. O dia está longe de ser o que eu havia imaginado. Selena e Nick, que geralmente são hilários, quando juntos, estão com cara de enterro.
— Você não pode ao menos tentar conversar um pouco? — pergunto à minha melhor amiga. — Puxa, você é capaz de passar horas falando da sua raça predileta de cachorro... Mas não consegue trocar nem duas palavras com o cara que eu gosto.
Selena se vira no assento, para me encarar:
— Sinto muito, Demi. Mas continuo achando que você merece coisa melhor... Muito melhor.
— Como Colin, você quer dizer?
— Como qualquer um. — Com um suspiro, Selena se vira para a frente.
Joe entra no carro e eu o recebo com um sorriso débil. Ele não me sorri de volta; pego sua mão e pressiono levemente. Joe não retribui o carinho, mas também não se afasta... Este é um bom sinal?
Depois que saímos do posto, Joe diz a Nick:
— Os parafusos da roda esquerda traseira estão soltos. Você não ouviu o barulho?
Nick dá de ombros.
— Faz tempo que esse barulho apareceu... Não é nada grave.
— Encoste que eu dou um jeito nisso. Se a roda sair, na pista, estamos fritos.
Vejo que Nick não confia na opinião de Joe, nem quer dar o braço a torcer. Mas, cerca de um quilômetro e meio depois, ele para, de má vontade, na beira da pista, em frente a uma livraria.
— Nick... — diz Selena, apontando para a livraria — você sabe que tipo de gente frequenta esse lugar?
— Neste momento, querida, eu realmente não estou ligando a mínima. — Ele se vira para Joe. — Ok, chefe. Vá em frente.
Os dois descem do carro.
— Desculpe a bronca — eu digo a Selena. — Sinto muito.
— Eu também... Muito, mesmo.
— Você acha que Joe e Nick podem começar uma briga?
— Talvez. É melhor a gente dar um jeito de distrair os dois.
Joe está tirando algumas ferramentas do porta-malas. Depois de erguer o carro com o macaco, ele pega a chave de rodas. Nick está com as mãos na cintura e o queixo erguido, com uma expressão de desafio.
— O que há, Jonas?
— Não gosto de você, Fuentes.
— E daí? Também não vou com a sua cara. — Joe rebate, ajoelhando ao lado do pneu e apertando os parafusos da roda.
Olho para Selena. Devemos intervir? Selena encolhe os ombros. Eu faço o mesmo. Os dois não chegaram a se pegar... ainda.
Um carro se aproxima e de repente freia, cantando os pneus, bem ao lado do carro de Nick.
Dentro dele, há quatro rapazes de origem hispânica. Joe os ignora, enquanto guarda o macaco de volta no porta-malas.
— Ei, gracinhas! — grita um deles, pela janela. — Deixem esses babacas e venham com a gente! Vamos mostrar a vocês o que é bom!
— Vão se danar! — Nick grita de volta.
Um dos rapazes sai do carro, cambaleante, e avança para Nick. Selena grita algo, mas não estou prestando atenção nela... E sim observando Joe, que tira a jaqueta e bloqueia o caminho do rapaz.
— Saia da frente, cara — o rapaz ordena. — Não vá se rebaixar, protegendo esse branquelo de merda.
Joe está cara a cara com o rapaz, segurando com força a chave de rodas que pende de sua mão.
— Se você ferrar com o branquelo de merda, eu ferro com você... Simples assim. Entendeu, amigo?
Outro rapaz sai do carro. Estamos realmente encrencados.
— Meninas, peguem as chaves e entrem no carro — Joe ordena, num tom firme.
— Mas...
Há uma calma letal nos olhos de Joe. Minha nossa... Ele está mesmo falando sério. Nick joga as chaves para Selena. E agora? Devemos sentar no carro e assistir à briga?
— Não vou a lugar algum — eu digo a Joe.
— Nem eu — diz Selena.
Um dos rapazes, que ficou no outro carro, põe a cabeça na janela:
— José, é você?
Sinto que Joe relaxa, ao vê-lo:
— Tiny? Que diabos você está fazendo com esses pendejos? [Em Espanhol, no original: “pentelho”. Figurativamente, e também no contexto, pessoa covarde, estúpida.]
O rapaz chamado Tiny diz algo em Espanhol a seus amigos que, imediatamente, voltam ao carro. Parecem quase aliviados por não terem que brigar com Joe e Nick.
— Só digo quando você me contar o que está fazendo com esse bando de gringos — diz Tiny.
Joe ri e diz:
— Caia fora daqui.
Quando voltamos ao carro, escuto Nick dizendo a Joe:
— Obrigado por livrar minha cara.
— Não foi nada — Joe resmunga.
Ninguém abre a boca, até que chegamos aos arredores de Lake Geneva. Nick estaciona em frente a um sports bar, para almoçarmos. Selena e eu pedimos salada; Nick e Joe preferem hambúrgueres.
O silêncio continua, enquanto esperamos. Ninguém conversa. Chuto a perna de Selena, por baixo da mesa.
— Hum... Bem... Joe... — ela começa — você viu algum filme bom, ultimamente?
— Não.
— Entrou em contato com alguma universidade?
Joe responde “não”, com um gesto de cabeça.
Para minha surpresa, Nick se levanta e assume o controle da situação.
— Com quem você aprendeu tanto, sobre carros?
— Com Enrique, meu primo — Joe responde. — Eu passava os fins de semana na casa dele, vendo Enrique consertar carros que pareciam não ter mais jeito.
— Meu pai tem um Karmann Ghia 72, na garagem. Ele acha que só mesmo um milagre pode fazer aquele carro voltar a funcionar.
— Qual é o problema com o Karmann Ghia?
Nick explica e Joe o ouve com atenção. Enquanto os dois discutem os prós e contras de comprar peças recondicionadas para o motor, pela internet, eu me recosto na cadeira e relaxo. A tensão de antes vai se desvanecendo ao longo da conversa.
Terminamos de comer e caminhamos pela avenida principal da Lake Geneva. Joe me dá a mão... E não consigo pensar em outra coisa que eu quisesse fazer, a não ser estar aqui, agora, com ele.
— Oh, lá está a nova galeria — diz Selena, apontando uma porta, ao longo da rua. — E parece que estão inaugurando! Vamos ver!
— Legal — eu digo.
— Vou cair fora — diz Joe, enquanto atravessamos a avenida, atrás de Selena e Nick. — Não sou do tipo que se liga em galerias.
Isso não é verdade. Quando será que Joe vai perceber que não precisa viver de acordo com um estereótipo? Se ele entrar numa galeria, é capaz de ficar bem surpreso... Pois vai entender que o ambiente não é nada do que ele imaginava. Joe pode até gostar e se sentir bem, como se estivesse numa oficina.
— Vamos — eu digo, empurrando-o para dentro. E sorrio, interiormente, quando ele entra.
Logo nos deparamos com uma grande mesa, arrumada com requinte, com vários tipos de alimentos. Cerca de quarenta pessoas estão presentes, observando as obras de Arte expostas.
Dou uma volta pela galeria com Joe, que parece tenso.
— Relaxe — eu digo.
— É fácil falar, não? — ele murmura.

~*~

Comecei a escrever uma fic que, provisoriamente, se chamará Bittersweet Symphony. Não sei se irei postá-la... vou ver no que vai dar, e se eu gostar do resultado final, postarei ela aqui depois da próxima Fic que já foi escolhida, ok?!

Answer:

Demetria Devone Lovato: Sim... as coisas vão se complicar um pouco depois -muito-, mas nada que não possa ser resolvido mais tarde... ^^ ~quase dando spoiler~ kkkkkk postei, bjos.

Um comentário:

  1. PERFEITO
    que bom que o Nick se entendeu com ele
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    Beijos

    Obs: eu não me importaria se você tivesse dado um spoiler kkkkkkkkkk

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