— Pode entrar — falei, ao
ouvir alguém batendo à porta.
Joseph ficou paralisado na
entrada.
— Uau!
Sorri e olhei para o meu
vestido, um tomara que caia curtinho que, admito, era a roupa mais ousada que
eu já tinha usado. O tecido do vestido era fino, preto e transparente, com um
forro cor da pele. Parker estaria na festa, e eu queria chamar atenção.
— Você está incrível — disse
ele, quando coloquei os sapatos de salto alto.
Fiz um aceno com a cabeça,
aprovando o visual dele também — camisa social branca e calça jeans.
— Você também está legal.
As mangas da camisa dele
estavam dobradas até os cotovelos, deixando à mostra as tatuagens intricadas
dos antebraços. Quando ele colocou as mãos nos bolsos, notei que usava seu
bracelete de couro preto predileto.
Selena e Nicholas esperavam
por nós na sala de estar.
— O Parker vai ter um treco
quando vir você — disse Selena, dando risadinhas enquanto Nicholas seguia na
frente até o carro.
Joseph abriu a porta e entrei
no banco detrás do Charger do Nicholas. Embora já tivéssemos nos sentado lá
inúmeras vezes antes, de repente pareceu esquisito ficar ao lado dele.
Havia várias filas de carros
na rua; alguns estavam estacionados até no gramado da frente. A Casa estava a
ponto de explodir com tantas pessoas, e ainda havia mais gente descendo a rua,
vindo dos dormitórios. Nicholas estacionou nos fundos da Casa, e Selena e eu
seguimos os meninos.
Joseph me trouxe um copo de
plástico vermelho cheio de cerveja, e então se inclinou para sussurrar algo ao
meu ouvido.
— Não aceite cerveja de
ninguém além de mim e do Nick. Não quero que ninguém coloque nada na sua
bebida.
Revirei os olhos.
— Ninguém vai colocar nada na
minha bebida, Joseph.
— Só não beba nada que não
venha de mim, tá? Você não está mais no Kansas, Flor.
— Já ouvi essa antes — falei
em tom de sarcasmo, bebendo um gole da cerveja.
Uma hora havia se passado e nada
de o Parker aparecer. Selena e Nicholas dançavam ao som de uma música lenta na
sala de estar quando Joseph me cutucou a mão.
— Quer dançar?
— Não, obrigada — respondi.
Ele fez cara de decepção. Pus
a mão no ombro dele e disse:
— Só estou cansada, Joe.
Ele colocou sua mão na minha e
começou a falar, mas, quando olhei para frente, vi o Parker. Joseph notou a
mudança na minha expressão e se virou.
— Oi, Demi! Você veio! —
Parker abriu um sorriso.
— É, já estamos aqui faz mais
ou menos uma hora — falei, puxando a mão que estava debaixo da do Joseph.
— Você está incrível! — ele
gritou, mais alto que a música.
— Obrigada!
Abri um largo sorriso, olhando
de relance para Joseph, que estava com os lábios tensos. Uma linha tinha se
formado entre as sobrancelhas. Parker fez um aceno com a cabeça, indicando a
sala de estar, e sorriu:
— Quer dançar?
Torci o nariz e balancei a
cabeça.
— Não, estou meio cansada.
Então ele olhou para Nicholas.
— Achei que você não viria.
— Mudei de ideia — disse Joseph,
irritado por ter que se explicar.
— Estou vendo — disse Parker,
olhando para mim. — Quer tomar um pouco de ar?
Fiz que sim com a cabeça e
subi as escadas atrás dele, que fez uma pausa nos degraus, esticando a mão para
pegar a minha enquanto subíamos até o segundo andar. Quando chegamos ao topo da
escada, abrimos a porta dupla que dava para a varanda.
— Está com frio? — ele me
perguntou.
— Um pouquinho — falei,
sorrindo quando ele tirou a jaqueta para cobrir meus ombros. — Obrigada.
— Você veio com o Joseph?
— Viemos no mesmo carro.
Parker abriu um largo sorriso
e olhou para o gramado. Um grupo de garotas se aninhava, de braços dados para
se proteger do frio. A grama estava cheia de papel crepom e latas de cerveja,
além de garrafas vazias de bebidas destiladas. Em meio àquela bagunça, os
integrantes da Sig Tau rodeavam sua obra-prima: uma pirâmide de barris de
cerveja decorada com luzinhas brancas.
Parker balançou a cabeça.
— Esse lugar vai estar
detonado de manhã. A equipe de limpeza vai ter muito que fazer.
— Vocês têm uma equipe de
limpeza?
— É — ele sorriu —, que
chamamos de calouros.
— Coitado do Nick.
— Ele não faz parte da equipe.
Ele tem passe livre por ser primo do Joseph, além de não morar na Casa.
— Você mora na Casa?
Ele assentiu.
—Eu não ia falar nada, mas
vocês dois parecem ser o assunto do momento.
—Que ótimo. — murmurei.
— É que é algo fora do comum
para o Joseph. Ele não faz amizade com mulheres. Ao contrário, tende a
transformá-las em inimigas.
— Ah, não sei não. Já vi
várias sofrerem de perda de memória ou serem tolerantes demais em se tratando
dele.
Parker riu. Os dentes brancos
brilhavam em contraste com a pele bronzeada.
— As pessoas só não entendem o
relacionamento de vocês. Você tem que admitir que a coisa é um pouco ambígua.
— Você está me perguntando se
transo com ele?
Ele sorriu.
— Se transasse você não estaria
aqui com ele. Conheço o Joseph desde os catorze anos e sei muito bem como é que
ele funciona, curioso em relação à amizade de vocês.
— Ela é o que é — dei de
ombros. — Saímos juntos, comemos, vemos televisão, estudamos e discutimos. É
basicamente isso.
Parker riu alto, balançando a
cabeça com a minha honestidade sobre o assunto.
— Ouvi dizer que você é a
única pessoa que tem permissão de pôr o Joseph no lugar dele. É um título
honrável.
— Seja lá o que isso
signifique, ele não é tão mau quanto todo mundo pensa.
O céu ficou púrpura e então
cor-de-rosa quando o sol irrompeu no horizonte. Parker olhou para o relógio e
depois de relance por cima do parapeito da varanda, para a multidão que se
dispersava no gramado.
— Parece que a festa acabou.
— É melhor eu ir ver onde
estão o Nick e a Sel.
— Algum problema se eu levar
você até em casa? — ele me perguntou.
Tentei controlar a animação.
— Problema nenhum. Vou avisar
a Selena. — Cruzei a porta e depois me encolhi, receosa, antes de me virar —
Você sabe onde o Joseph mora?
Parker juntou as espessas e
castanhas sobrancelhas.
— Sei sim, por quê?
— Porque estou ficando lá por
um tempo — falei, esperando para ver qual seria a reação dele.
— Você está ficando no
apartamento do Joseph?
— Eu meio que perdi uma
aposta, então vou passar um mês lá.
— Um mês?
— É uma longa história — dei
de ombros, envergonhada.
— Mas vocês são só amigos?
— Sim.
— Então eu levo você até o
apartamento do Joseph — ele disse e sorriu.
Desci as escadas rapidinho
para encontrar Selena e passei por Joseph, que estava mal-humorado,
aparentemente irritado com a garota bêbada que conversava com ele. Joseph me
seguiu até o corredor quando dei um puxão no vestido de Selena.
— Vocês podem ir na frente. O
Parker me ofereceu carona até em casa.
— O quê? — Selena disse com o
olhar animado.
— O quê? — Joseph bufou.
— Algum problema? — Selena
perguntou para ele.
Ele olhou furioso para ela e
depois me puxou para o canto, sem parar de mexer o maxilar.
— Você nem conhece o cara.
Soltei o braço da pegada dele.
— Isso não é da sua conta,
Joseph.
— É lógico que é! Não vou
deixar você pegar carona com um completo estranho. E se ele tentar fazer alguma
coisa com você?
— Vai ser ótimo! Ele é uma
graça.
A expressão contorcida no
rosto de Joseph passou de surpresa para raiva, e me preparei para o que ele
poderia dizer em seguida.
— Parker Hayes, Flor? Mesmo?
Parker Hayes — ele repetiu com desdém. — Que nome é esse?
Cruzei os braços.
— Para com isso, Joe. Você
está sendo um imbecil.
Ele se inclinou na minha
direção, parecendo perturbado.
— Mato o cara se ele encostar
um dedo em você.
— Eu gosto dele — falei,
enfatizando cada palavra.
Joseph parecia perplexo com a
minha confissão, e então suas feições ganharam um ar sério.
— Tudo bem. Se ele acabar
agarrando você no banco traseiro do carro e te forçar a fazer alguma coisa, não
venha chorar para mim depois.
Fiquei boquiaberta, ofendida e
furiosa.
— Não se preocupe, não farei
isso — falei, empurrando-o com o ombro. Joseph agarrou meu braço e suspirou,
olhando para mim por cima do ombro.
— Eu não quis dizer isso,
Flor. Se ele te machucar, se ele fizer com que você se sinta só um pouquinho
constrangida, você me fala.
Minha raiva diminuiu, e meus
ombros ficaram mais relaxados.
— Eu sei que você não quis
dizer nada disso, mas você precisa dar um tempo nesse lance super-protetor e
parar de bancar meu irmão mais velho.
Joseph deu risada.
— Não estou bancando o irmão
mais velho, Flor. Nem de longe.
Parker apareceu e colocou as
mãos nos bolsos, oferecendo-me o braço.
— Pronta?
Joseph cerrou o maxilar, e fui
ficar do outro lado de Parker para distraí-lo da expressão no rosto de Joseph.
— Sim, vamos.
Entrelacei meu braço no dele e
caminhei um pouco a seu lado antes de me virar para me despedir de Joseph, que
olhava com raiva para a nuca de Parker. Ele voltou rapidamente o olhar para mim
e então ficou com uma expressão mais suave.
— Para com isso — falei entre
dentes, seguindo Parker até o carro dele, em meio ao que restava dos convidados
na festa.
— O meu é o prateado.
Os faróis dianteiros piscaram
duas vezes quando ele destravou o carro sem usar chave.
Ele abriu a porta do lado do
passageiro, e eu dei risada.
—Você tem um Porsche?
— Não é só um Porsche. É um
Porsche 911 GT3. Tem uma diferença.
— Deixe-me adivinhar... Ele é
o amor da sua vida? — falei, citando a declaração de Joseph sobre a moto dele.
— Não, isso aqui é um carro. O
amor da minha vida será uma mulher com meu sobrenome.
Eu me permiti abrir um leve
sorriso, tentando não ficar tocada além da conta com o que ele tinha acabado de
dizer. Ele segurou minha mão para me ajudar a entrar no carro e, quando se
sentou atrás do volante, inclinou a cabeça na minha direção e sorriu.
— O que você vai fazer hoje à
noite?
— Hoje à noite? — perguntei.
— Ainda é de manhã. Quero
convidar você para jantar antes que alguém passe na minha frente.
Um sorriso surgiu em meu
rosto.
— Não tenho planos para hoje à
noite.
— Pego você às seis, então?
— Tudo bem — falei, olhando
enquanto ele entrelaçava seus dedos nos meus.
Parker me levou
direto até o apartamento de Joseph, no limite da velocidade, com a minha mão na
dele. Estacionou atrás da Harley, e como tinha feito antes, abriu a porta para
mim. Assim que chegamos ao patamar da escada, ele se inclinou para me dar um
beijo no rosto.
— Descanse um pouco. A gente
se vê hoje à noite — ele sussurrou ao no meu ouvido.
— Tchau — falei, girando a
maçaneta.
Quando empurrei, a porta se
abriu e fui com tudo para frente. Joseph me segurou pelo braço antes que eu
caísse.
— Vai com calma aí, menina.
Eu me virei e vi Parker nos encarando
com uma expressão de desconforto. Ele se inclinou e olhou para dentro do
apartamento.
— Alguma garota humilhada e
largada por aí precisando de carona?
Joseph olhou com ódio para
ele.
— Não começa.
Parker sorriu e deu uma
piscadinha.
— Estou sempre provocando o
Joseph. Não consigo fazer isso mais com tanta frequência desde que ele percebeu
que fica mais fácil se elas vierem de carro.
— Acho que isso simplifica as
coisas — falei, brincando com o Joseph.
— Não tem graça, Flor.
— Flor? — Parker perguntou.
— É, hum... abreviação de
Beija-Flor. É só um apelido, não sei nem de onde surgiu — falei.
Foi a primeira vez que me
senti estranha em relação ao apelido que Joseph havia me dado na noite em que
nos conhecemos.
— Você vai ter que me contar
quando descobrir. Parece uma boa história — Parker sorriu. — Boa noite, Demi.
— Você não quer dizer “bom
dia”? — falei, olhando enquanto ele descia rápido as escadas.
— Isso também — ele falou, com
um doce sorriso.
Joseph bateu a porta com
força. Tive que tirar rápido a cabeça do caminho, antes que a porta a
prendesse.
— Que foi? — perguntei,
irritada.
Joseph balançou a cabeça e foi
andando até o quarto. Fui atrás dele, dando pulinhos com um pé só para tirar o
sapato de salto.
— Ele é legal, Joe.
Ele soltou um suspiro e veio
andando até mim.
— Você vai se magoar— disse,
enganchando o braço na minha cintura com uma das mãos e tirando meus sapatos
com a outra. Ele jogou os sapatos no armário, depois tirou a camiseta e foi
para a cama.
Abri o zíper do vestido e fui
deslizando-o até o quadril, depois o chutei no canto. Enfiei uma camiseta e
abri o fecho do sutiã, tirando-o pela manga da blusa. Quando estava prendendo o
cabelo em um coque no alto da cabeça, notei que ele me encarava.
— Tenho certeza que não há
nada aqui que você já não tenha visto — falei, revirando os olhos. Entrei
debaixo das cobertas e me ajeitei no travesseiro, encolhendo-me como uma bola.
Ele abriu a fivela do cinto e
se livrou da calça jeans. Esperei um tempo enquanto ele ficava lá parado, sem
falar nada. Eu estava de costas para ele e me perguntava o que ele estaria
fazendo, em pé ao lado da cama, em silêncio. A cama balançou quando ele enfim
se deitou ao meu lado. Senti meu corpo ficar tenso quando ele colocou a mão no
meu quadril.
— Perdi uma luta essa noite —
ele me disse. — O Adam ligou e eu não fui.
— Por quê? — perguntei, me
virando de frente para ele.
— Quis me certificar de que
você chegaria bem em casa.
Torci o nariz.
— Você não tem que bancar
minha babá.
Ele fez um traço imaginário
com o dedo na extensão do meu braço, o que me deu arrepios na espinha.
— Eu sei. Acho que ainda me
sinto mal pela outra noite.
—
Eu já falei que não me importava.
Ele
apoiou a cabeça no cotovelo, com uma expressão dúbia e a testa franzida.
—
Foi por isso que você dormiu na sala? Porque não se importava?
—
Eu não conseguia dormir depois que suas... amigas foram embora.
—
Você dormiu muito bem na sala. Por que não conseguiu dormir comigo?
—
Você quer dizer... do lado de um cara que fedia como as duas bêbadas que ele
tinha acabado de mandar embora? Não sei! Que egoísta da minha parte!
Joseph
se encolheu.
—
Eu disse que sentia muito.
—
E eu disse que não ligava. Boa noite — falei, virando-me para o outro lado.
Um
bom tempo se passou em silêncio. Ele deslizou a mão por cima do meu travesseiro
e a colocou sobre a minha. Acariciou a pele delicada entre os meus dedos,
depois senti a pressão de seus lábios nos meus cabelos.
—
Eu estava preocupado que você não fosse nunca mais falar comigo... Mas pior
ainda é ver que você não liga.
Fechei
os olhos.
—
O que você quer de mim, Joseph? Você não quer que eu fique chateada com o que
você fez, mas quer que eu me importe. Você disse à Selena que não quer me
namorar, mas fica irritado quando digo a mesma coisa... tão irritado que sai
feito um raio e fica ridiculamente bêbado. Não dá pra te entender.
—
Foi por isso que você disse aquelas coisas para a Selena? Porque falei que não
ia ficar com você?
Cerrei
os dentes. Ele tinha acabado de insinuar que eu estava fazendo joguinhos com
ele. Formulei a resposta mais direta em que pude pensar.
—
Não, eu realmente quis dizer cada palavra que disse. Só não tive a intenção de
te ofender
—
Eu só disse aquilo porque... — ele coçou os cabelos curtos, nervoso. — Não
quero estragar nada. Eu nem saberia ser a pessoa que você merece. Só estava
tentando trabalhar isso na minha cabeça.
—
Seja lá o que você quer dizer com isso... eu tenho que dormir um pouco. Tenho
um encontro hoje à noite.
—
Com o Parker? — ele quis saber, a voz transbordando de raiva.
—
Sim. Por favor, posso dormir agora?
—
Claro — ele disse, levantando com tudo da cama e batendo a porta ao sair do
quarto.
A
cadeira reclinável rangeu com o peso dele, depois ouvi vozes abafadas vindo da
televisão. Forcei os olhos a se fecharem e tentei me acalmar para conseguir
pegar no sono, nem que fosse por poucas horas.
~*~
Alguém quer me recomendar um filme de terror de seja BOM, tipo, bom de verdade.
Mas sem ser de possessão ou demônios, porque não sei se vocês sabem, mas nesses filmes contém rituais de verdade, tipo, eles contratam satânicos pra isso, e não é bom assistir esse tipo de filme...
Enfim, alguém quer me indicar um? *-* Sim?
Se me indicarem um filme que eu nunca vi, eu posto 2 capítulos quinta-feira u_u
*pinky swear*
Comentem, amores <33
Answer:
Demetria Devone Lovato: Tá vendo?? Tem muita coisa ainda que vai te dar MUITA raiva. kkkkkkkkk Postei ^^ Bjos
AMEI
ResponderExcluirPosta Logo
mais raiva?? é possível??
Posta Logo
Beijos
OBS: merda eu não vejo filme de terror...