domingo, 26 de maio de 2013

MARATONA – Capítulo 4 – A Aposta (Parte 2/2)

Joseph sorriu e pegou o celular. Foi levando minha bagagem para a rua e, minutos depois, o Charger vintage preto do Nicholas estacionou.
A janela do lado do passageiro foi descendo e Selena enfiou a cabeça para fora.
— Oi, minha linda!
— Oi. As caldeiras estão funcionando de novo no Morgan. Mesmo assim você vai ficar no apartamento do Nick?
Ela deu uma piscadinha.
— É, pensei em ficar lá essa noite. Ouvi dizer que você perdeu uma aposta.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Joseph fechou o porta-malas e Nick acelerou, com Selena soltando gritinhos enquanto caía de volta dentro do carro.
Fomos andando até a Harley do Joseph, que esperou que eu me ajeitasse no banco. Quando coloquei os braços em volta dele, ele apoiou sua mão na minha.
— Fiquei feliz porque você estava lá hoje à noite, Flor. Nunca me diverti tanto numa luta em toda a minha vida!
Apoiei o queixo no ombro dele e sorri.
— É porque você estava tentando ganhar a nossa aposta.
Ele se virou para me olhar de frente.
— Pode crer, estava mesmo!
Não havia expressão alguma de diversão em seus olhos. Ele estava sério e queria que eu visse isso.
De repente, ergui as sobrancelhas.
— Era por isso que você estava com aquele tremendo mal humor hoje? Porque sabia que tinham consertado as caldeiras e que eu iria embora hoje à noite?
Joseph não respondeu, apenas sorriu enquanto dava partida na moto. A viagem até o apartamento foi lenta, de um jeito que não lhe era característico. A cada sinal vermelho, ele cobria minhas mãos com as dele ou colocava a mão no meu joelho. Os limites estavam ficando tênues de novo, e eu me perguntava como passaríamos um mês juntos sem arruinar tudo. As pontas soltas da nossa amizade estavam se enrolando de um jeito que eu nunca tinha imaginado.
Quando chegamos ao estacionamento do prédio, o Charger do Nicholas estava parado no local de costume.
Desci da moto e parei na frente dos degraus.
— Odeio quando os dois já estão em casa faz um tempinho. Sinto como se a gente fosse interrompê-los.
— Pode se acostumar. Este lugar vai ser seu durante as próximas quatro semanas — Joseph sorriu e se virou de costas para mim. — Sobe aí.
— O quê? — sorri.
— Vamos, vou carregar você até lá em cima.
Dei uma risadinha e pulei nas costas dele, entrelaçando os dedos em seu peito enquanto ele subia as escadas correndo. Selena abriu a porta antes de chegarmos lá em cima e sorriu
— Olhe só pra vocês dois. Se eu não soubesse...
— Para com isso, Sel — disse Nicholas do sofá.
Selena sorriu como se tivesse falado demais e abriu mais a porta para que pudéssemos passar. Joseph tombou na cadeira reclinável. Soltei um gritinho agudo quando ele se apoiou em cima de mim.
— Você está tão alegre hoje, Joe. Que foi? — Selena quis saber. Eu me inclinei para frente para ver o rosto dele. Nunca o tinha visto tão contente antes.
— Acabei de ganhar uma bolada de dinheiro, Sel. O dobro do que achei que tiraria nessa luta. Por que eu não estaria feliz?
Selena abriu um largo sorriso.
— Não, é alguma outra coisa — falou, olhando para a mão de Joseph enquanto ele dava uns tapinhas na minha perna.
Ela estava certa: ele parecia diferente. Havia uma aura de paz em volta dele, quase como se uma profunda satisfação tivesse tomado conta de sua alma.
— Sel — Nicholas chamou atenção.
— Tudo bem, vou falar de outra coisa. O Parker não te convidou para ir à festa da Sig Tau nesse fim de semana, Demi?
O sorriso de Joseph desapareceu e ele se virou para mim, esperando a resposta.
— Hum... convidou. Mas não vamos todos nós?
— Eu vou — disse Nicholas, distraído com a televisão.
— O que quer dizer que eu também vou — falou Selena, olhando para Joseph com ar de expectativa. Ele me encarou por um instante, depois me cutucou de leve na perna com o cotovelo.
— Ele vem te buscar ou algo assim?
— Não, ele só me falou da festa.
Selena abriu um sorriso quase zombeteiro.
— Mas ele disse que ia te encontrar lá. Ele é uma gracinha.
Joseph olhou irritado para Selena, depois voltou a olhar para mim.
— Você vai?
— Falei pra ele que iria — dei de ombros. — Você vai?
— Vou — disse ele sem hesitar.
Foi então que a atenção de Nicholas se voltou para Joseph.
— Você disse na semana passada que não ia a essa festa.
— Mudei de ideia, Nick. Qual é o problema?
— Nada não — ele resmungou, indo para o quarto.
Selena franziu a testa para Joseph.
— Você sabe qual é o problema — disse ela. — Por que você não para de deixá-lo maluco e resolve isso logo?
Ela foi se juntar a Nicholas no quarto, e as vozes dos dois foram reduzidas a murmúrios atrás da porta fechada.
— Bom, fico feliz que todo mundo, menos eu, saiba qual é o problema — falei.
Joseph se levantou.
— Vou tomar uma ducha.
— Tem alguma coisa acontecendo com eles? — eu quis saber
— Não, ele só é paranoico.
— É por causa de nós dois — adivinhei.
Os olhos de Joseph ganharam um brilho e ele assentiu.
— Que foi? — perguntei, olhando para ele com ar de suspeita.
— Você está certa. É por causa de nós dois. Não vá dormir, tá? Quero conversar com você sobre uma coisa.
Ele deu uns passos para trás e então sumiu atrás da porta do banheiro. Eu torcia o cabelo em volta do dedo, refletindo sobre a forma como ele tinha enfatizado as palavras “nós dois”, além da expressão em seu rosto quando disse isso. Eu me perguntava se já haviam existido limites algum dia, e se eu era a única que ainda considerava minha relação com Joseph só de amizade.
Nicholas saiu do quarto como um raio, e Selena foi correndo atrás dele.
— Nick, não! — ela suplicou.
Ele olhou para trás, para a porta do banheiro, e depois para mim. A voz dele estava baixa, mas com raiva.
— Você me prometeu, Demi. Quando te falei para ter paciência e saber perdoar, não quis dizer que era para vocês dois se envolverem! Achei que vocês fossem apenas amigos!
— Mas nós somos! — falei, abalada com o ataque surpresa.
— Não são, não! — ele exclamou, furioso.
Selena pôs a mão no ombro dele.
— Baby, eu disse que vai ficar tudo bem.
Ele se soltou dela.
— Por que você está forçando a situação, Sel? Eu já falei pra você o que vai acontecer!
Ela segurou o rosto dele nas mãos.
— E eu falei que não vai ser assim! Você não confia em mim?
Nicholas suspirou, olhou para ela, para mim, depois entrou no quarto pisando duro.
Selena tombou na cadeira reclinável ao meu lado e bufou.
— Eu não consigo enfiar na cabeça dele que não importa se você e o Joseph vão dar certo juntos ou não, isso não vai afetar a gente. Mas ele já se deu mal muitas vezes e não acredita em mim.
— Do que você está falando, Sel? Eu e o Joseph não estamos juntos. Somos apenas amigos. Você ouviu o que ele disse... que não tem interesse em mim desse jeito.
— Você ouviu isso?
— Bom, ouvi.
— E acreditou?
Dei de ombros.
— Não importa. Nunca vai rolar nada entre a gente. Ele me disse que não me vê desse jeito. Além disso, ele morre de medo de se comprometer, seria impossível arrumar uma amiga além de você com quem ele não tenha dormido, e também não consigo lidar com as mudanças de humor dele. Não acredito que o Nick acha que vai acontecer alguma coisa.
— É que ele não só conhece o Joseph... como conversou com o Joseph, Demi.
— O que você quer dizer?
— Sel — Nicholas chamou lá do quarto.
Selena soltou um suspiro.
— Você é minha melhor amiga. Acho que te conheço melhor do que você mesma às vezes. Quando vejo vocês dois juntos, a única diferença entre o relacionamento de vocês e o meu com o Nick é que você e o Joseph não estão transando. Fora isso, não tem diferença nenhuma.
— Tem uma diferença enorme, colossal, Sel. O Nick traz uma garota diferente pra casa toda noite? Você vai a uma festa amanhã para se encontrar com um cara que tem grande potencial para ser seu namorado? Você sabe que não posso me envolver com o Joseph, Sel. Não sei nem por que estamos discutindo esse assunto.
A expressão no rosto dela era de decepção.
— Não estou imaginando coisas, Demi. Você passou quase todos os segundos com ele no último mês. Admita, você sente algo por ele.
— Deixa quieto, Sel — disse Joseph, apertando com força a toalha enrolada em volta da cintura.
Tanto Selena quanto eu demos um pulo ao ouvir a voz de Joseph. Quando nossos olhares se encontraram, pude ver que toda aquela sua felicidade tinha ido embora. Ele atravessou o corredor sem falar mais nem uma palavra, e Selena olhou para mim com tristeza.
— Acho que você está cometendo um erro — ela sussurrou. — Você não precisa ir àquela festa para conhecer um cara. Tem um que é louco por você bem aqui — ela disse e me deixou sozinha.
Fiquei balançando na cadeira reclinável e repassei na minha cabeça tudo que tinha acontecido na última semana. Nicholas estava com raiva de mim, Selena estava decepcionada comigo, e Joseph... passou de estar mais feliz do que nunca a tão ofendido que ficou sem palavras. Nervosa demais para ir me deitar na cama ao lado dele, fiquei olhando para o relógio enquanto os minutos se arrastavam.
Tinha se passado uma hora quando Joseph saiu do quarto e cruzou o corredor. Quando entrou na sala, eu esperava que ele fosse me chamar para ir me deitar, mas ele estava vestido e com a chave da moto na mão. Os óculos de sol escondiam seus olhos, e ele colocou um cigarro na boca antes de segurar a maçaneta da porta.
— Vai sair? — perguntei, erguendo meio corpo na cadeira. — Aonde você vai?
— Sair — disse ele, puxando a porta com força para abri-la e depois batendo-a atrás de si.
Tombei de volta na cadeira reclinável e soltei o ar preso. De alguma forma eu tinha me tornado a vilã, e não fazia a mínima ideia de como havia conseguido essa façanha.
Quando o relógio acima da televisão marcou duas da manhã, me conformei em ir para a cama. O colchão era um lugar solitário sem Joseph, e a ideia de ligar para o celular dele se insinuava em minha mente. Eu tinha quase caído no sono quando ele parou a moto no estacionamento. Duas portas de carro se fecharam logo depois, e então ouvi vários pés subindo as escadas. Joseph ficou mexendo na fechadura por uns instantes e logo a porta se abriu. Ele deu risada e falou algo que não entendi. Então ouvi não uma voz feminina, mas duas. As risadinhas delas foram interrompidas pelo distinto som de beijos e gemidos. Meu coração afundou no peito e, na hora, fiquei com raiva por me sentir daquele jeito. O gritinho agudo de uma das garotas fez com que meus olhos se fechassem com tudo, e depois tenho certeza de que o som era dos três caindo no sofá.
Cheguei a pensar em pedir que Selena me emprestasse a chave do carro, mas a porta do quarto de Nicholas ficava em uma linha de visão direta para o sofá, e eu não aguentaria ver as imagens que acompanhavam os ruídos naquela sala de estar. Enterrei a cabeça debaixo do travesseiro e fechei os olhos quando a porta se abriu de repente. Joseph atravessou o quarto, abriu a gaveta de cima da mesa de cabeceira, pegou algo no pote de camisinhas e voltou pelo corredor meio rápido. As garotas ficaram dando risadinhas pelo que pareceu uma meia hora, depois veio o silêncio.
Segundos mais tarde, gemidos, gritos e sussurros encheram o apartamento. Parecia que um filme pornô estava sendo gravado na sala de estar. Cobri o rosto com as mãos e balancei a cabeça. Quaisquer limites que tivessem ficado obscuros ou sumido na semana passada agora eram substituídos por uma parede impenetrável de pedra. Deixei de lado minhas ridículas emoções, forçando-me a relaxar. O Joseph era o Joseph, e nós dois éramos, sem sombra de dúvida, apenas amigos.
Os gritos e outros ruídos nojentos foram ficando mais baixos até cessar por completo depois de uma hora, seguidos de lamúrias e murmúrios descontentes das mulheres quando foram dispensadas. Joseph tomou banho e caiu na cama, de costas para mim. Mesmo depois do banho, o cheiro que vinha dele indicava que tinha bebido uísque o suficiente para sedar um cavalo, e fiquei furiosa por ele ter dirigido naquele estado até o apartamento.
Eu ainda não conseguia dormir, nem depois que a estranheza da situação e a raiva foram diminuindo. Quando a respiração de Joseph ficou profunda e uniforme, me sentei e olhei para o relógio. O sol nasceria em menos de uma hora. Sai de debaixo das cobertas, atravessei o corredor e peguei uma manta no armário. A única prova do ménage à trois de Joseph eram duas embalagens vazias de camisinha que estavam no chão. Pisei nelas e me joguei na cadeira reclinável.
Fechei os olhos. Quando os abri de novo, Selena e Nicholas estavam sentados no sofá, em silêncio, vendo televisão sem som. O sol iluminava o apartamento, e me contorci quando senti as costas reclamarem de qualquer tentativa de movimento.
Selena voltou rapidamente a atenção para mim.
— Demi? — ela veio correndo para o meu lado.
Ela me olhava preocupada. Estava esperando raiva, lágrimas ou alguma outra explosão emocional da minha parte.
Nicholas parecia desolado.
— Sinto muito pela noite passada, Demi. A culpa é minha.
Eu sorri.
— Está tudo bem, Nick. Não precisa se desculpar.
Selena e Nicholas trocaram olhares de relance, e então ela me segurou pela mão.
— O Joseph foi até o mercado. Ele... argh, não vem ao caso como ele está. Arrumei suas malas e vou te levar até o dormitório antes que ele chegue, para você nem ter que lidar com a presença dele.
Foi só naquele instante que tive vontade de chorar — eu tinha sido expulsa dali. Fiz um grande esforço para que minha voz saísse tranquila antes de falar:
— Dá tempo de tomar um banho?
Selena balançou a cabeça em negativa.
— Vamos embora, Demi. Não quero que você tenha que ver o Joseph de novo. Ele não merece...
A porta se abriu com tudo e Joseph entrou, cheio de sacolas. Foi direto para a cozinha e começou a colocar latas e caixas nos armários.
— Quando a Flor acordar, vocês me avisam, tá? — ele disse, baixinho.
— Eu trouxe espaguete, panquecas e morangos, além daquele treco de aveia com chocolate. E ela gosta do cereal Fruity Pebbles, não é, Sel? — ele perguntou e se virou.
Quando me viu, ficou paralisado. Depois de uma pausa sem graça, sua expressão se derreteu. Sua voz estava doce e suave.
— Oi, Beija-Flor.
Eu não teria ficado mais confusa se tivesse acordado num país estrangeiro. Nada fazia sentido. Primeiro achei que estava sendo expulsa, agora Joseph chegava em casa com sacolas cheias das minhas comidas prediletas.
Ele deu alguns passos e entrou na sala de estar, nervoso, enfiando as mãos nos bolsos.
— Está com fome, Flor? Vou preparar umas panquecas. Ou tem... hum... aveia. Também trouxe pra você aquela espuma cor-de-rosa que você usa pra se depilar, além de um secador de cabelos, e um... um... só um segundo — disse ele, correndo até o quarto.
Quando voltou, ele estava pálido. Inspirou fundo e as sobrancelhas se encolheram.
— Suas malas estão feitas.
— Eu sei — falei.
— Você está indo embora — ele disse, derrotado.
Olhei para Selena, que o encarava com raiva, como se pudesse matá-lo com o olhar.
— Você esperava mesmo que ela fosse ficar aqui?
— Baby — Nicholas sussurrou.
— Não começa, Nick. Nem se atreva a defender esse cara na minha frente — disse Selena, furiosa. Joseph parecia desesperado.
— Desculpa, Flor. Não sei nem o que dizer
— Vamos, Demi — disse Selena.
Ela se levantou e me puxou pelo braço. Joseph deu um passo na minha direção, mas Selena apontou o dedo para ele e disse:
— Que Deus me ajude, Joseph. Se você tentar impedir a Demi de ir embora, vou encher você de gasolina e botar fogo enquanto você estiver dormindo!
— Selena — disse Nicholas, soando um pouco desesperado.
Eu podia ver que ele estava dividido entre o primo e a mulher que amava, e me senti muito mal por ele. Aquela situação era exatamente o que ele tinha tentado evitar o tempo todo.
— Estou bem — falei, exasperada pela tensão na sala.
— O que você quer dizer com “estou bem”? — Nicholas me perguntou, num tom de quase esperança.
Revirei os olhos.
— O Joseph trouxe umas mulheres pra casa ontem à noite, e daí?
Selena parecia preocupada.
— Tudo bem, Demi. Você está me dizendo que está de boa com o que aconteceu?
Olhei para eles.
— O Joseph pode trazer pra casa quem ele quiser. O apartamento é dele.
Selena me encarava como se eu tivesse enlouquecido, Nicholas estava quase abrindo um sorriso, e Joseph parecia pior do que antes.
— Você não fez suas malas? — ele quis saber.
Fiz que não com a cabeça e olhei para o relógio: já passava das duas horas da tarde.
— Não, e agora vou ter que tirar tudo delas. Ainda tenho que comer, tomar banho, me vestir... — falei, enquanto entrava no banheiro.
Assim que fechei a porta, me apoiei nela e fui deslizando até o chão. Eu tinha certeza de que havia irritado a Selena de um jeito irreparável, mas tinha feito uma promessa ao Nicholas e pretendia manter minha palavra.
Ouvi um som baixinho de alguém batendo na porta.
— Flor? — disse Joseph.
— O quê? — falei, tentando soar normal.
— Você vai ficar?
— Eu posso ir embora se você quiser, mas aposta é aposta.
A porta vibrou com o som baixo e oco da testa dele batendo do outro lado.
— Não quero que você vá embora, mas não te culparia se você fosse.
— Você está me dizendo que estou liberada da aposta?
Seguiu-se uma longa pausa.
— Se eu disser que sim, você vai embora?
— Bem, vou. Eu não moro aqui, seu bobo — falei, forçando um sorrisinho.
— Então não, a aposta ainda está valendo.
Olhei para cima e balancei a cabeça, sentindo as lágrimas arderem nos olhos. Eu não fazia ideia do motivo pelo qual estava chorando, mas não conseguia parar.
— Posso tomar um banho agora?
— Pode — ele suspirou.
Ouvi o som dos sapatos de Selena pisando duro no corredor e parando perto de Joseph.
— Você é um canalha egoísta! — ela grunhiu, batendo a porta do quarto de Nicholas com força depois de entrar.
Eu me forcei a me levantar do chão, abri o chuveiro e tirei a roupa, puxando a cortina do boxe.
Depois de bater mais uma vez na porta, Joseph pigarreou e disse:
— Flor? Trouxe algumas coisas suas.
— É só colocar aí na pia que eu pego.
Ele entrou no banheiro e fechou a porta.
— Eu fiquei louco de raiva. Ouvi você falando pra Selena tudo que havia de errado comigo e isso me deixou furioso. Eu só queria sair, tomar umas e pensar, mas, antes que me desse conta, eu estava pra lá de bêbado, e aquelas garotas... — ele fez uma pausa. — Acordei hoje de manhã e você não estava na cama, e quando te vi na cadeira reclinável e as embalagens de camisinha no chão, eu fiquei com nojo.
— Você podia ter me perguntado, em vez de gastar todo aquele dinheiro no mercado só para tentar me fazer ficar.
— Não ligo para o dinheiro, Flor. Fiquei com medo de você ir embora e nunca mais falar comigo.
Eu me encolhi ao ouvir a explicação dele. Não tinha parado para pensar em como ele se sentiria me ouvindo falar de como ele era errado para mim, e agora a situação tinha chegado a um ponto complicado demais para consertar.
— Eu não queria magoar você — falei, debaixo do chuveiro.
— Sei que você não queria. E não importa o que eu diga agora, porque ferrei com tudo... como sempre faço.
—Joe?
— O quê?
— Não dirija mais bêbado daquele jeito, tá?
Esperei um minuto até que, por fim, ele respirou fundo e respondeu:
— Tá bom — e fechou a porta ao sair.  

~*~

Acabou a maratona ^^ haha
E aí, gostaram?

Comentem, amores <33

Um comentário:

  1. AMEI
    as emoções de raiva já começaram, que odio que eu fiquei do Joseph, como ele pode fazer isso??
    Posta Logo
    Beijos

    ResponderExcluir