quinta-feira, 30 de maio de 2013

Capítulo 5 – Parker Hayes (Parte 2/2)

Quando abri os olhos, vi no relógio que eram três da tarde. Peguei uma toalha e o roupão de banho e me arrastei até o banheiro. Assim que fechei a cortina do boxe, a porta se abriu e se fechou. Esperei que alguém falasse alguma coisa, mas o único som que ouvi foi o da tampa da privada batendo na porcelana.
— Joseph?
— Não, sou eu — falou Selena.
— Você tem que vir até aqui para fazer xixi? Você tem o seu próprio banheiro.
—Faz meia hora que o Nick está lá com diarreia. Não vou lá não.
— Que legal.
— Ouvi dizer que você tem um encontro hoje à noite. O Joseph está irritadíssimo — disse ela animada.
— Às seis! Ele é tão fofo, Selena. Ele simplesmente... — parei de falar, soltando um suspiro.
Eu estava toda empolgada falando do Parker, mas não era a minha cara fazer esse tipo de coisa. Continuei pensando em como ele tinha sido perfeito desde o momento em que nos conhecemos. Ele era exatamente aquilo de que eu precisava: o oposto do Joseph.
— Deixou você sem palavras? — ela me perguntou, dando uma risadinha.
Enfiei a cabeça para fora da cortina.
— Eu não queria voltar pra casa! Poderia ter ficado conversando com ele para sempre!
— Isso me soa promissor. Mas não é meio estranho o fato de você estar aqui?
Mergulhei a cabeça debaixo da água, enxaguando os cabelos.
— Expliquei a situação para ele.
Ouvi o barulho da descarga e a torneira se abrindo, o que fez com que a água ficasse fria por um instante. Soltei um grito e a porta foi escancarada.
— Flor? — falou Joseph.
Selena deu risada.
— Eu só dei descarga, Joe, calma!
— Ah. Está tudo bem com você, Beija-Flor?
— Estou ótima. Sai daqui!
A porta se fechou novamente e suspirei.
— É pedir demais que se tenha tranca nas portas?
Selena não respondeu.
— Sel?
— É realmente uma pena que vocês dois não tenham conseguido se entender. Você é a única garota que poderia ter... — ela soltou um suspiro.
— Não importa. Isso não vem ao caso agora.
Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha.
— Você é tão má quanto ele. É uma doença... Ninguém aqui consegue pensar direito. Você está brava com ele, lembra?
— Eu sei — ela assentiu.
Liguei meu secador novo e comecei a me arrumar para o encontro com Parker. Enrolei os cabelos, pintei as unhas e passei batom da mesma cor do esmalte: um tom forte de vermelho. Era um pouquinho demais para um primeiro encontro. Franzi a testa para meu reflexo no espelho. Não era o Parker que eu estava tentando impressionar. Eu não tinha o direito de me sentir insultada quando o Joseph me acusou de estar de joguinho com ele no fim das contas.
Dando uma última olhada no espelho, fui invadida pela culpa. Joseph estava se esforçando tanto, e eu estava agindo como uma criança teimosa. Saí do banheiro e fui para a sala de estar. Joseph sorriu — e não era essa, de jeito nenhum, a reação que eu esperava.
— Você... está linda.
— Obrigada — falei, perturbada com a ausência de irritação ou ciúme na voz dele.
Nicholas assobiou.
— Bela escolha, Demi. Os homens adoram vermelho!
— E os cachos estão lindos — completou Selena. A campainha tocou e Selena sorriu, acenando para mim com animação exagerada.
— Divirta-se!
Abri a porta. Parker segurava um pequeno buquê de flores, de calça social e gravata. Ele me analisou rapidamente de cima a baixo, depois voltou a olhar para o meu rosto.
— Você é a criatura mais linda que já vi na vida — disse, enamorado.
Olhei para trás para acenar para Selena, cujo sorriso era tão largo que eu conseguia ver cada um de seus dentes. Nicholas tinha uma expressão de pai orgulhoso, e Joseph continuava com os olhos pregados na televisão.
Parker estendeu a mão e me levou até seu Porsche reluzente. Assim que entramos, ele soltou o ar que vinha prendendo.
— Que foi? — perguntei.
— Tenho que confessar que estava um pouco nervoso de vir buscar a mulher por quem Joseph Jonas está apaixonado... e no apartamento dele. Você não sabe quanta gente me acusou de insanidade hoje.
— O Joseph não está apaixonado por mim. Às vezes ele mal aguenta ficar do meu lado.
— Então é uma relação de amor e ódio? Porque, quando falei para o pessoal da fraternidade que levaria você para sair hoje à noite, todos eles me disseram a mesma coisa. Ele vem se comportando de um jeito tão instável... mais que de costume... que todos chegaram à mesma conclusão.
— Eles estão errados — insisti.
Parker balançou a cabeça, como se eu fosse completamente ingênua, e colocou a mão sobre a minha.
— É melhor a gente ir. Temos uma mesa à nossa espera.
— Onde?
— No Biasetti. Eu me arrisquei... Espero que você goste de comida italiana.
Ergui uma sobrancelha.
— Não estava muito em cima da hora para conseguir uma mesa? Aquele lugar vive lotado.
— Bom... o restaurante é da minha família. Metade dele, pelo menos.
— Adoro comida italiana.
Parker foi dirigindo até o restaurante na velocidade limite, dando seta quando ia virar e desacelerando a cada sinal amarelo. Quando ele falava, mal tirava os olhos do caminho. Quando chegamos ao restaurante, dei uma risadinha.
— Que foi? — ele perguntou.
— É só que... você é um motorista muito cuidadoso. Isso é bom.
— Diferente de sentar na garupa da moto do Joseph? — ele perguntou com um sorriso.
Eu deveria ter dado risada, mas a diferença não parecia algo bom.
— Não vamos falar sobre o Joseph hoje à noite, tudo bem?
— Bastante justo — disse ele, saindo do carro para abrir a porta para mim.
Fomos conduzidos imediatamente a uma mesa, perto da janela da sacada. Embora eu estivesse de vestido, meu visual parecia pobre em comparação ao das outras mulheres, cheias de joias e com vestidos de festa. Eu nunca tinha comido num lugar tão chique.
Fizemos o pedido e Parker fechou o cardápio, sorrindo para o garçom.
— E, por favor, nos traga uma garrafa de Allegrini Amarone.
— Sim, senhor — disse o garçom, recolhendo os cardápios.
— Este lugar é incrível — sussurrei, apoiando-me na mesa.
Seus olhos verdes se suavizaram.
— Obrigado. Vou falar para o meu pai.
Uma mulher se aproximou da nossa mesa. Os cabelos loiros estavam puxados em um apertado coque francês, e uma mecha de cabelos grisalhos interrompia a onda suave da franja. Tentei não ficar encarando as joias cintilantes ao redor do pescoço ou as que balançavam nas orelhas, mas elas eram feitas para ser notadas. O alvo de seus olhos azuis, apertados para enxergar melhor, era eu.
Ela desviou rapidamente o olhar para voltá-lo ao meu acompanhante.
— Quem é sua amiga, Parker?
— Mãe, essa é Demi Lovato. Demi, essa é minha mãe, Vivienne Hayes. Estendi a mão e ela me cumprimentou rapidamente. Em um movimento bem pensado, o interesse iluminou suas feições distintas, e ela olhou para Parker.
— Lovato?
Engoli em seco, preocupada com a possibilidade de ela ter reconhecido o sobrenome.
Parker assumiu uma expressão impaciente.
— Ela é de Wichita, mãe. Você não conhece a família dela. A Demi estuda na Eastern.
— Ah — Vivienne olhou para mim de novo. — O Parker vai embora no ano que vem. Para Harvard.
— Ele me contou. Acho ótimo. A senhora deve estar muito orgulhosa.
A tensão ao redor de seus olhos se suavizou um pouco, e os cantos de sua boca se viraram para cima, num sorriso afetado.
— Estamos sim. Obrigada.
Fiquei impressionada pelas palavras dela serem tão educadas e, ainda assim, transbordarem desprezo. Não foi um talento que ela desenvolveu da noite para o dia. A Sra. Hayes devia ter passado anos enfatizando aos outros sua superioridade.
— Foi bom ver você, mãe. Boa noite.
Ela o beijou no rosto, tirou com o polegar a marca de batom que havia deixado ali e voltou para sua mesa.
— Sinto muito por isso, não sabia que ela estaria aqui.
— Tudo bem. Ela parece... legal.
Parker riu.
— Sim, para uma predadora.
Contive uma risadinha, e ele abriu um sorriso como que se desculpando.
— Ela vai ficar mais amigável. É só uma questão de tempo.
— Sendo otimista, quando você for para Harvard.
Conversamos sem parar sobre comida, a Eastern, cálculo e até mesmo sobre o Círculo. Parker era charmoso, divertido e dizia todas as coisas certas. Várias pessoas se aproximaram para cumprimentá-lo, e ele sempre me apresentava com um sorriso orgulhoso. Ele era visto como uma celebridade lá no restaurante, e, quando fomos embora, senti os olhares avaliadores de todos no salão.
— E agora, o que vamos fazer? — perguntei.
— Tenho prova de anatomia comparativa de vertebrados logo na segunda de manhã. Tenho que estudar um pouco — disse ele, cobrindo mina mão com a dele.
—Antes você do que eu — falei, tentando não parecer tão decepcionada. Ele me levou até o apartamento, conduzindo-me na escada pela mão.
— Obrigada, Parker. — Eu estava ciente do sorriso ridículo em meu rosto. — Foi ótimo.
— É cedo demais para convidar você para sair de novo?
— De jeito nenhum — falei, irradiando alegria.
— Ligo pra você amanhã?
— Perfeito.
E então chegou o momento do silêncio constrangedor. O elemento que eu mais temia nos encontros. Beijar ou não beijar, eu odiava essa questão.
Antes que eu tivesse a chance de imaginar se ele ia me beijar ou não, Parker segurou meu rosto e me puxou para perto, pressionando os lábios nos meus. Lábios macios, quentes e maravilhosos. Ele se afastou um pouco, depois me beijou de novo.
— A gente se fala amanhã, Dems.
Acenei em despedida, observando enquanto ele descia os degraus direção ao carro.
— Tchau.
Mais uma vez, quando girei a maçaneta, a porta se abriu com tudo e caí para frente. Joseph me segurou, e consegui voltar a ficar em pé.
— Quer parar com isso? — falei, fechando a porta depois de entrar.
— Dems? Que tipo de apelido é esse? — disse ele com desdém.
— E Beija-Flor? — respondi com o mesmo desdém. — Um pássaro que fica voando e fazendo um barulho esquisito?
— Você gosta de Beija-Flor — disse ele, na defensiva. — É um pássaro lindo, que nem você. Você é meu beija-flor.
Eu me segurei no braço dele para tirar os sapatos de salto e depois entrei no quarto. Enquanto trocava de roupa e colocava o pijama, fiz o melhor que pude para continuar brava com ele. Joseph se sentou na cama e cruzou os braços.
— Foi bom?
— Sim — suspirei —, foi fantástico. Perfeito. Ele é... — não consegui pensar em uma palavra adequada para descrever Parker, então só balancei a cabeça.
— Ele beijou você?
Pressionei os lábios um no outro e fiz que sim com a cabeça.
— Ele tem lábios muito macios.
Joseph ficou horrorizado.
— Não me interessa que tipo de lábios ele tem.
— Vai por mim, é importante. Fico tão nervosa com o primeiro beijo, mas esse até que não foi ruim.
— Você fica nervosa com um beijo? — ele me perguntou, com ar divertido.
— Só com o primeiro. Odeio primeiro beijo.
— Eu também odiaria, se tivesse que beijar o Parker Hayes.
Dei uma risadinha e fui até o banheiro tirar a maquiagem. Joseph foi atrás de mim e se apoiou no batente da porta.
— Então vocês vão sair de novo?
— Vamos. Ele vai me ligar amanhã.
Sequei o rosto e cruzei o corredor, pulando na cama para me deitar.
Joseph tirou a roupa e ficou só de cueca, sentando-se na cama de costas para mim. Um pouco curvado, parecia exausto. Olhou de relance para trás por um instante, para me ver, e os músculos perfeitos de suas costas se retesaram.
— Se vocês estavam curtindo tanto, por que você voltou tão cedo pra casa?
— Ele tem uma prova importante na segunda-feira.
Joseph torceu o nariz.
— Quem se importa com isso?
— Ele está tentando entrar em Harvard. Precisa estudar.
Ele bufou e deitou de bruços. Vi quando enfiou as mãos debaixo do travesseiro, parecendo irritado.
— É, é isso que ele fica dizendo pra todo mundo.
— Não seja idiota. Ele tem prioridades... Acho responsável da parte dele.
— A mina dele não deveria estar no topo das prioridades?
— Não sou a mina dele. Saímos uma vez, Joe — falei em tom de bronca.
— E o que vocês fizeram? — Olhei para ele com um ar meio hostil e ele riu. — Que foi? Estou curioso!
Vendo que ele estava sendo sincero, descrevi tudo, desde o restaurante, passando pela comida e depois pelas coisas doces e divertidas que o Parker dissera. Eu sabia que minha boca estava congelada em um ridículo sorriso, mas não conseguia evitá-lo enquanto descrevia minha noite perfeita.
Joseph me observava com um sorriso entretido enquanto eu tagarelava, e até me fez perguntas. Embora parecesse frustrado com a situação, eu tinha a distinta sensação de que ele gostava de me ver tão feliz.
Ele se ajeitou na cama e bocejei. Ficamos nos encarando por um instante antes de ele soltar um suspiro.
— Fico contente que você tenha se divertido, Flor. Você merece.
— Obrigada — abri um sorriso.
Meu celular tocou na mesa de cabeceira, e me levantei, um pouco torta, para olhar o número de quem ligava.
—Alô?
— Já é amanhã — disse Parker.
Olhei para o relógio e ri. Era meia-noite e um.
— E.
— Então, que tal na segunda-feira à noite? — ele me perguntou.
Cobri a boca por um instante e inspirei fundo.
— Ah, tudo bem. Segunda à noite está ótimo.
— Que bom! A gente se vê na segunda — disse ele.
Dava para ouvir o sorriso em sua voz. Desliguei o celular e olhei de relance para Joseph, que observava a cena com uma leve irritação. Desviei do olhar dele e me encolhi como uma bolinha, tensa de animação.
— Você é uma menininha mesmo — disse Joseph, dando as costas para mim.
Revirei os olhos. Ele se virou e me puxou, para que ficássemos cara a cara.
— Você gosta mesmo do Parker?
— Não estrague as coisas para mim, Joseph!
Ele ficou me encarando por um instante, balançou a cabeça e desviou o olhar de novo.
Parker Hayes — disse.

~*~

Ninguém sabe nenhum filme de terror pra me indicar?? ): Que triste
Ok, então se quiserem me indicar livros legais, sem ser de romance, eu aceito u_u

Comentem, amores!

Answer:

Demetria Devone Lovato: Sim, mais raiva!!!!!! hahah tanto dela, quanto dele. Como assim não vê filme de terror??? É o melhor kkkkkk Postei, bjos.

Um comentário:

  1. Perfeito
    Por enquanto o Parke não ta sendo odiado por mim, mas a Mae dele sim!!!
    O Joe com ciúmes é tão lindo!!
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    Beijos

    Eu tenho medo de filme de terror kkkk

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