“Não é preciso
apagar a luz
Eu fecho os olhos
e tudo vem
Num Caleidoscópio
sem lógica
Eu quase posso
ouvir a tua voz
Eu sinto a tua
mão a me guiar
Pela noite a
caminho de casa...”
Acordou sozinho.
Droga, ela estava sofrendo com a insônia outra vez. Levantou-se e a procurou
pela casa. Ela estava diante da janela da sala, concentrada na escuridão. Nem percebeu
sua aproximação. Envolveu-a em seus braços, as mãos penetrando em seu roupão,
para em seguida aquecer a pele de sua barriga. Sentiu seu desejo se renovar.
— Como eu posso
dormir com a cama fria? — ele sussurrou uma voz rouca em seu ouvido.
— Algo me diz que
o Joe Jr. não tem planos de dormir.
— Isso porque ele
como todo pequenino, precisa ser colocado para dormir. — disse mordendo de leve
a orelha da mulher.
— Ele não tem
nada de pequenino, mas talvez eu possa ajudar. — disse sorrindo e entrando na
brincadeira.
— Eu acho que
sim. — ele concordou.
E ao contrário do
que ela esperava, ao invés de virar-lhe o corpo, ele a pressionou contra a
janela de vidro. O tom de brincadeira foi substituído por outro mais urgente.
Ele arrancou-lhe o roupão com um pouco mais de brutalidade e rapidez que o
esperado. Seu corpo encostou-se ao dela. Tomou os seios em suas mãos querendo
ser capaz de afastar suas dúvidas.
— Isso não vai
ser suave. — o rapaz informou.
— Eu posso lidar
com o “não suave”.
Não foi mesmo. O
rosto da mulher foi prensado contra a parede a cada impulso do corpo masculino
dentro de si. Sobre si. Mas isso não o tornou mais delicado. Pegando-a pelos
cabelos para um beijo devastador, impregnado de desejo. Continuou bombeando em
seus quadris até que o orgasmo veio. Não houve tempo para recuperação. Ele saiu
do interior da moça e a virou para si:
— Agora quero ver
o prazer em seu rosto...
Largados no sofá.
Ainda ofegante
Joseph levantou-se um pouco e olhou nos olhos de Demetria.
— Sonhei com
você. — confessou.
— Sonhou? O quê?
— Eu não sei, foi
confuso e quente. Isso me deixou aceso. Quando acordei e você não estava lá,
achei um crime. — pegou o roupão e começou a enxugar o suor do corpo dela — Joe
Jr. não gostou nem um pouco. Eu nunca tenho o suficiente de você.
Não era possível.
Demetria estava com o corpo arrasado e ainda conseguia ficar excitada com as
palavras dele. Num futuro próximo ia precisar de tratamento em uma clínica para
viciados em sexo.
— Quero ouvir
você gritar meu nome agora, Demetria.
Tomou seus seios.
Abocanhou um, enquanto acariciava o outro. Ele estava voraz. Outra marca.
— Joseph! — ela
gritou num misto de dor e prazer.
— Quer que eu
pare?
— Não!
Ele riu.
— “Eu não ia
parar mesmo!”
Ela riu também da
citação, mas não por muito tempo. Ele seguiu por seu corpo, descendo em busca
do que mais queria: sua língua dentro dela. Os pensamentos se desarticularam na
cabeça da Srta. Lovato. Só podia agradecer a criatura divina que o ensinou a
fazer aquelas coisas.
— Joseph...
Aquele era o seu
lugar. Será que ele não via? Será que era tão burro que não percebia que eram
um do outro? Talvez ele soubesse...
Aquilo a
destruiu. Destruiu qualquer reserva que ela pudesse ter. A sensação era a perfeição.
Era tudo o que ela queria. Seu corpo, seu coração estavam cheios demais de sentimentos.
Sentimentos que ela era incapaz de controlar. Mordeu o lábio para não gritar.
Seu orgasmo veio num caleidoscópio de sensações intensas demais para ela
controlar. Seus olhos estavam abertos, mas ela não enxergava, sua pele
formigava sob as sucessivas ondas de prazer, sua garganta apertava o ar preso
ali. E um grito de alívio também. Sentia que ia sufocar. Logo percebeu que
Joseph a abraçava forte.
— Está tudo bem,
Demi, só me diz onde dói.
Porque ele estava
perguntando se ela sentia dor? Seu corpo tremia demais. Agradeceu por estar
deitada. Não teria condições de andar. Ela o abraçava forte, mesmo sem saber
como foi parar em seus braços. Não o tinha visto se levantar. Dor? Ela não
sentia dor. Talvez mais tarde. Então ouviu soluços. Seus próprios soluços.
— Me diz Demi,
onde dói? Fala o que eu fiz. — a voz dele era de pura preocupação.
Angústia.
Chorava. Nem
sabia o porquê chorava, só que não podia se conter. Precisava extravasar as
emoções de alguma forma.
— Me diz Demi,
onde dói, por favor...
Parecia que ele
ia chorar também. Ela tentou falar, mas os soluços não permitiam. Logo foi
levada para a cama. Como um médico, ele examinou cada centímetro de sua pele,
começando pelo sexo, pernas, braços, só parando em seu couro cabeludo. Quando percebia
alguma marca em sua pele, fazia uma careta. Depois do exame, saiu do quarto.
Não demorou muito a retornar. Entrou no quarto trazendo uma camisa onde
enrolara umas pedras de gelo.
Demetria já
estava mais controlada, embora ainda não confiasse na própria voz. Tinha enxugado
o rosto. Ele começou a pressionar as marcas vermelhas e roxas em sua pele. A
frieza do gelo afez ficar excitada novamente.
Ela gemeu. Queria
mais. Não era possível, mas ela queria por para fora todos os seus sentimentos,
já que não podia verbalizá-lo.
— Dói? — ele
perguntou, achando que seu gemido vinha do “machucado”.
— Não Joseph, eu
estou bem. — falou num fio de voz.
— Mas...
Ela precisou se
explicar:
— Eu não chorei
por que estou machucada. — falou com mais firmeza — Eu chorei porque essa foi a
coisa mais intensa de minha vida e a única forma de extravasar a sensação era
chorando. Mas eu estou bem. Estou ótima.
Joseph olhava
para ela com a camisa cheia de gelo nas mãos. Boquiaberto.
— Sabe o que é
pior? Eu ainda quero mais. Muito mais.
Puxou o corpo
masculino para o seu abraço. Dessa vez ficaram próximos, os corpos completamente
colados. Ele a olhava nos olhos. Puxou a mulher para si. As pernas encaixadas, sua
boca na testa dela e os cabelos longos espalhados no travesseiro. Deitou de
lado sem soltá-la. O tempo passou silenciosamente. Joseph, satisfeito, inspirou
profundamente:
— Morangos. — ele
resmungou antes de cair no sono.
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