Divulgação: http://tati-joeedemi.blogspot.com.br/
~*~
“ Se ela quer o
sétimo céu
Vai ter de subir
degrau por degrau
Os melhores
momentos do mundo
Não são manchetes
de jornal...”
Antes...
Era muita coisa
para enfrentar de uma vez. Uma variação da mesma história que já vivera e pior,
sabia muito bem como aquilo acabava.
Joseph fugira
para pensar. Agora tudo fazia sentido, cada maldita coisa. A atitude do pai. A
forma como eles ficavam juntos. Deixou o quarto buscando reencontrar o próprio equilíbrio.
Atravessou a casa
e saiu insensível ao vento congelante lá fora. Inspirou profundamente, sentindo
as vias respiratórias reclamarem do ar frio. Deveria acabar com aquilo e dar um
jeito de ir embora. Ninguém o culparia. Demetria não poderia culpá-lo, pois não
lhe deu escolha entre estar ali ou não.
Por quê? Era tudo
o que conseguia se perguntar.
Refez mentalmente
cada pequena coisa que lhe aconteceu nos últimos dois dias. A surpresa, o medo,
o desejo... Deu-se conta de que não queria nada diferente. Se pudesse mudar, não
mudaria nada. Era como ser um adolescente inconsequente que de fato ele nunca
fora.
Lembrou que havia
uma mulher lá dentro. Poderia abrir mão dela e acabar com aquele jogo de uma
vez? A resposta cresceu em seu íntimo: não. Amor nunca fora algo para Joseph,
logo, aquilo ia acabar mal, mas ele sabia, havia se apaixonado uma quarta vez,
agora por uma mulher completamente diferente: real, não o fruto de uma fantasia
juvenil. Cheia de defeitos, humana e que sangrava como ele. Desiludida com a
vida e descrente com o amor.
Não queria e nem podia
abrir mão do que lhe era ofertado. Entendia as implicações de deixar aquela
criatura entrar em sua vida... Mas era tarde demais: ela já entrara. Invadira
na verdade.
A decisão se
fazia urgente: fugir ou ficar e se jogar de cabeça naquilo tudo. Não era
preciso resposta. Refez o caminho de volta para o quarto sabendo que naquele momento
sua vida tinha mudado para sempre.
Agora...
Foi apenas quando
a moça caminhou até o guarda-roupa que Joseph recordou-se de sua travessura.
Era como ser criança outra vez e estar com o Nicholas pregando uma peça em alguém.
Com infantil satisfação, posicionou-se para assistir em primeira mão a
expressão da mulher quando descobrisse o que ele havia feito. Não controlou a
gargalhada ao vê-la chocada por não encontrar roupa alguma. Como era doce o
sabor da vingança. Demetria procurou as roupas por todos os cantos possíveis da
casa. Desconfiava que ele as houvesse escondido na floresta, mas com o frio que
estava fazendo lá sem chance de colocar sua bunda despida para fora. Até mesmo
as roupas dele haviam desaparecido, a exceção da que estava usando no momento.
“Porco!”
Depois de muitas
e infrutíferas buscas pela cabana, Demetria se conformou: teria as roupas
quando ele quisesse.
Agora estava na
cozinha, fazendo pão, completamente nua. Inspirou fundo. E de novo... De
novo... De novo. Estava tentando afastar os pensamentos que associavam a cabeça
de Joseph a uma frigideira. Ou uma tábua de carne. Um pedaço da lenha do fogo.
E outras coisinhas da cozinha. A lista
era extensa.
Seu querido parceiro
sexual estava lá fora olhando o penhasco. O rapaz estava muito quieto e
pensativo. Apesar de brincalhão, havia um brilho estranho no olhar. Demetria,
furiosa demais para pensar nisso, voltou a socar massa. Com força.
Horas depois
estava inclinada para retirar a forma do pão do forno, quando sentiu uma mão
acariciar o seu bumbum. Quase derrubou tudo.
— Joseph! —
gritou. Segurou com firmeza a fôrma, antes de jogá-la sobre a pia — você quase
causa um acidente.
— Ora, quem manda
você ficar exibindo essa bunda deliciosa por aí?
Obviamente ele
não tinha noção alguma do perigo. Ela pegou uma faca.
— Escuta aqui. —
falou empunhando a “arma” — se você sabe o que é bom para a saúde, pare com
suas brincadeiras infames. Sente na porra da sua cadeira, cale sua boca e coma.
Ele fez
exatamente o que ela falou, na ordem em que ela falou.
Após ter cortado
o pão, a moça sentou a mesa. Tentou soar calma quando perguntou:
— Quando você vai
devolver minhas roupas?
— Eu fiquei vinte
e quatro horas pelado, então... Setenta e duas horas para você.
— O quê?!
— Lei do retorno
Demi, três vezes mais, eu preciso cumprir...
— Se você falar
mais uma vez em lei do retorno eu te mato! — gritou descontrolada.
Comeram em
silêncio. Joseph retirou a mesa enquanto ela permanecia sentada. Lavou os
pratos sem ser necessário pedir.
A raiva dela foi
diminuindo. Estava saindo da mesa quando ele falou.
— Eu aceito.
Ela a princípio,
não entendeu o que ele queria dizer. Mas logo o rapaz esclareceu.
— Seus 30 dias,
eu aceito.
Reprimindo a
alegria, para não deixá-lo perceber que não estava tão segura assim de seu
plano, ela retrucou:
— Isso eu já
sabia. Você não tem para onde ir, não consegue resistir a meu corpo...
— Vou ignorar
esse seu ataque de... Modéstia. O que eu quero dizer é: dou minha palavra que vou
ficar esse mês com você independente do que aconteça e não vou voltar atrás.
Ela ficou
emocionada, mas tratou de se controlar. Estendeu-lhe a mão direita para fechar
o acordo.
— Trinta dias de
sexo. Depois cada um segue o seu caminho.
— Não vamos fazer
planos.
— Vamos sim. Para
que isso dê certo, precisamos colocar regras em nosso acordo. 30 dias e nada
mais.
O homem hesitou,
mas então para sua decepção, ele lhe estendeu a mão:
— 30 dias.
Joseph apertou a
mão da mulher, mas a puxou dando-lhe um beijo apaixonado.
Suspendeu seu
corpo. A moça foi depositada sobre a mesa.
— Ainda devo
torturar você ou eu já fiz tudo três vezes mais?
— Não sei...
Ele riu diante da
óbvia mentira.
— Se você se
perdeu na contagem, melhor a gente voltar ao início. O que você acha?
— Eu acho isso
muito bom!
— Desconfiei
mesmo que não fosse se zangar por eu ter perdido a contagem.
— Eu sou uma
pessoa muito compreensiva.
— Agora a pouco
estávamos comprovando sua compreensão, por via das dúvidas vou esconder as
facas da casa. — ele riu e quando ela ia retrucar a beijou sofregamente. Ela se
derreteu em seus braços.
Quando terminou,
ele descansou a testa na dela.
— Demi... — ela
não respondeu, ainda não tinha condições. — nesse mês não vai haver regras.
— Como? —
perguntou confusa.
Joseph a puxou
para os seus braços, fazendo com que escorregasse sobre a mesa. Demi terminou
sentada em seu colo.
— Eu tenho um
pedido a fazer a você.
Carinhoso daquele
jeito, ele podia pedir que ela passasse tudo o que possuía para o seu nome que
naquele momento lhe daria de bom grado.
— Pede...
— Eu quero que
seja um mês sem regras. Sinceridade total. Nenhum assunto é proibido. Posso lhe
perguntar qualquer coisa e você a mim. Sem limites. O que acontecer entre a
gente, fica aqui.
Ele era louco?
Isso era tudo o que ela queria desde o começo. Explorar todas as possibilidades
do sexo. Com ele.
— Topo.
— Presta atenção.
Só sexo e verdades. Sem envolvimentos, sem sentimentos.
— Fechado.
A reação dele não
foi à esperada com a rápida concordância dela. Ele lhe premiou com uma careta
de desagrado.
— Que foi?
— Nada.
— Joseph... Você
já começou a quebrar a regra da sinceridade.
— Certo. Às vezes
me incomodo com a sua frieza perante essa nossa situação.
— Não é melhor
assim?
— É. Não ligue
para mim não. Eu sou bobo às vezes. — ele a pegou no colo — Outra coisa. A
gente dorme junto. Sempre...
E seguiram em
direção ao quarto para a primeira noite como parceiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário