“Nós dois pra lá
Bem pra lá de Nirvana
Numa cama voadora, fazedora de amor”
A cabeça latejava. Seus braços e pernas estavam pesados,
imóveis. Mas junto com esse desconforto vinha algo mais, era quente e úmido.
Agradável. Deslizando por sua pele...
Abdômen, lambendo seu umbigo, subiu pela trilha de pelos
até seu peito. Alcançou os mamilos. A sensação era incrível, prazerosa. Aquela
região de seu corpo era muito sensível.
Mas a boca deliciosa não parou, continuou subindo,
pescoço, queixo, orelha e finalmente para sua boca. Aquele foi o beijo mais
depravado que Joseph já recebera na vida.
Tinha gosto de vinho. A língua brincava com a sua, que
hora era mordida, ora tomada em toda a sua extensão.
Uma mulher muito excitada sentou-se no topo de suas
coxas, o surpreendendo. Um tremor involuntário atravessou o corpo do homem.
Tentou abrir os olhos, mas então se deu conta da venda sobre eles.
— O quê?!...
Preso a uma cama. Algemado. Nu. A consciência o
assaltou.
— Ssssh...
Um dedo encostou-se a sua boca.
— Quem... É você?
A criatura o ignorou. Voltou ao ataque, mordendo lhe a
orelha de leve, provocativa. Mechas de seus cabelos caíram sobre o rosto do
rapaz. Aquele cheiro... Morango! Apenas uma pessoa que ele conhecia usava
shampoo, sabonete, hidratante e tudo o que a indústria de cosméticos
conseguisse inventar de morango.
— Demetria... — meio que gemeu.
A moça paralisou por alguns instantes, mas então seu
ataque foi ainda mais feroz.
Outro beijo intenso. A seguir a mulher refez o caminho
deslizando por seu corpo, sempre para baixo. Em busca do seu ponto mais
sensível.
— Demetria... O quê...
Joseph tentou falar, mas a boca conseguiu alcançar o
seu objetivo, tomando-lhe o membro entre os lábios, assim o rapaz se perdeu no
contato com o real. Tornou-se perceptivo apenas das sensações que atravessavam
o seu corpo. A respiração ofegante, o corpo trêmulo, suado. No começo pensou
que se tratasse de mais um dos seus sonhos eróticos. Esperou pelo momento em
que ia acordar agitado em sua cama, ao lado da noiva, mas isso não aconteceu.
Ao invés disso, uma onda de prazer intenso nublou os
seus sentidos.
Depois só restou o silêncio quebrado por sua
respiração ruidosamente ofegante. A moça ainda estava sobre seu corpo.
Quando ela se mexeu, o corpo masculino reagiu. O
pânico ameaçou consumi-lo.
— Demetria?
Mas a mulher levantou e saiu; indiferente a seu desconforto.
Permaneceu próxima, entretanto, sua perna tocava na dele. A cabeça do rapaz
começou a trabalhar rapidamente analisando ângulos diversos. Que doideira era
aquela?
— Demetria, eu sei que é você. — Disse tentando assimilar
o choque. Dava-se conta de sua vulnerabilidade preso aquela cama, a mercê de
não se sabe o quê.
— Demi, que tipo de brincadeira é essa?
Não ter o controle sobre o próprio corpo era algo que ele
não estava acostumado. Além disso, Demetria tinha feito aquelas... Coisas! Sim,
a Demetria!
— Aparentemente uma brincadeira que o “Joe Jr.” gosta
muito! — a resposta soou fria, implacável. Deliciosamente autoritária.
“Pensa, homem, pensa! Quem diabos era “Joe Jr.”?”
Ela voltou a deslizar a mão por seu corpo. Bolivatto
então entendeu quem era o “Joe Jr.” quando ela o alcançou.
— Esse garotinho tem um entusiasmo incrível! Faz um
tempão que estamos brincando... Estava louca para saber como seria com você
acordado.
Joseph sentiu o ventre estremecer em resposta. Ficava
difícil pensar daquele jeito.
— Demetria... Vamos conversar...
— Para que conversar se podemos nos divertir? — A voz
da mulher era um convite ao pecado. Sexy. Insinuante. Sentiu os lábios macios
provocá-lo intimamente. E o pouco raciocínio do rapaz se mudou de uma vez para
marte.
Ainda tentando se prender a razão, lutou contra o
desejo de se deixar levar, precisou de toda concentração que conseguiu para
entender que merda era aquela. Nada fazia sentido algum e aquela mulher a
provocá-lo não facilitava a compreensão sobre nada.
Mas então, quando ele estava a ponto de se perder outra
vez, a mulher simplesmente levantou-se e ele perdeu o contato de sua pele.
Quase entrou em pânico.
Um suspiro profundo dela o acalmou. Ainda estava ali.
— Ok, cowboy, precisamos conversar. — arrancou-lhe a
venda num gesto brusco.
O quarto estava muito iluminado. Precisou de alguns
momentos para se acostumar com a claridade. Era simples. Uma cama. Um guarda
roupa de madeira maciça. Desses bem antigos, rústicos. O que havia de estranho
no cenário? Joseph nu, preso pelos braços e pernas, e a Srta. Demetria usando
apenas uma curta camisola de seda vermelha em pé a seu lado. Isso lhe provocou
uma reação visível de seu corpo.
Pensou em perguntar o que estava acontecendo, mas se
revestiu de frieza e esperou, detendo a enxurrada de perguntas que o sufocava.
— Como você sabia que era eu? — a mulher perguntou com
a sobrancelha erguida, contrariada por não tê-lo enganado por muito tempo.
Hora de negociar.
— Me solta que eu te falo.
Ela sorriu com sarcasmo.
— Isso não vai rolar. Soltar você depende de alguns
acertos.
A voz soou um pouco embolada. Uma desconfiança nasceu
no refém. Olhou para a mulher com mais atenção. Edgar percebeu seu olhar um
tanto desfocado.
— Você... Está bêbada?
Agora as coisas começavam a fazer algum sentido.
— Não... Só precisei tomar um pouquinho de coragem
antes de... Bem, sabe do que eu estou falando. — completou um tanto ruborizada.
A situação toda era estranha, talvez até perigosa, mas
o rapaz não deixou de notar algum humor nela:
— Isso que você tomou não se chama coragem, Demetria,
é vinho.
Ela gargalhou. Sim, estava definitivamente bêbada.
— Mas serviu do mesmo modo. Agora somos só nós dois...
Gostou da surpresa?
Não sabia o que responder. Precisava ser cauteloso
antes de tudo.
— Demetria, eu não estou entendendo o que você quer
dizer.
— Gostou da surpresa? — Insistiu contrariada.
Mudanças de humor repentinas? Sempre era um mau sinal.
— Gostaria mais se estivesse solto...
Tinha esperanças que pudesse manipulá-la para que o
soltasse.
— Isso não vai rolar... Já disse. Você está exatamente
onde eu quero. Para fazer o que quiser.
Talvez por que a lembrança dos últimos feitos da moça
ainda estivesse vívida em sua mente, seu corpo reagiu positivamente àquela
frase.
— Mas... Posso colaborar melhor solto.
A sequestradora não caiu em sua conversa:
— Cala a boca, está bem? Você não veio aqui para
falar... Eu não quero ouvir você falar.
Camila começou a bater o pé, contrariada. Quase perdeu
o equilíbrio, mas se recuperou rápido. Segurando-se na cabeceira da cama.
— Droga, Joseph você está estragando tudo... Não tem
permissão de falar. A menos que responda as minhas perguntas. Entenda as
regras: Eu falo. Eu mando.
Péssima hora para se lembrar de que adorava uma mulher
mandona. Ele ainda tentou argumentar:
— Se você me soltar, a gente conversa e você me diz o
que quer... E eu faço.
— Não, primeiro conversamos, eu te digo o que quero...
Depois te solto. Se for conveniente.
Aquilo não o agradou. Os poucos dados que tinha não
ajudavam a deduzir boa coisa daquilo tudo: fora sequestrado. Por uma amiga da
família. O que ela poderia querer? Se fosse dinheiro, ele não ficaria vivo para
relatar o ocorrido a alguém... Talvez tivesse um comparsa escondido em algum
lugar... Enquanto ela se aproveitava da situação.
“Joseph Bolivatto, o objeto sexual.”
A outra possibilidade era ela o estar usando para se
vingar de Carlos. Isso soava ainda pior.
— Demi...
— É a primeira vez que você me chama de Demi desde a
adolescência. Não entendo por que você é sempre tão formal comigo...
Joseph era formal com ela? A moça pirou? Ela fazia de
tudo para manter a formalidade entre eles.
— Eu nunca quis ser formal com você.
— Mas sempre é. Bem, acho que vamos superar isso logo,
logo não? — gargalhou roucamente. — Talvez devêssemos ampliar a coisa toda.
Sabe, as regras. — um delicioso brilho de excitação surgiu no olhar da mulher —
Talvez eu só aceite a partir de agora que você me chame de senhora.
— Como?
Que conversa era aquela?
— Espera, eu estou atrapalhando tudo... Ok. Precisamos
de regras. Você sabe... Para mediar essa nova relação nossa. Como eu estou no
comando, lindinho, talvez queira algum título.
Joseph deveria está em coma. Caiu no estacionamento e
bateu a cabeça. Só isso justificava o surrealismo daquela situação.
Era um sonho doido. Nada do que aquela criatura falava
fazia algum sentido...
— Demi, você quer me soltar, por favor? — Começava a
perder a paciência.
— A famosa arrogância Bolivatto não vai funcionar
hoje.
Fique a vontade para gritar o quanto quiser, mas aviso
que ninguém vai ouvir. Estamos exatamente no fim do mundo... Não que eu ache
que você vá gritar, afinal, o senhor controladinho nunca perde as estribeiras,
mas de qualquer forma, fique a vontade.
A fala da mulher parecia algo que ela havia ensaiado
exaustivamente diante do espelho. Joseph ficou ainda mais preocupado. Testou as
algemas, eram fortes embora finas.
— Elas são resistentes, você só vai conseguir se
machucar se insistir nisso.
Joseph não se incomodou em ouvir a moça. Tentou forçar
as algemas até que a pele ficou marcada e avermelhada.
— Pare.
Estava quase desistindo, mas a ordem o compeliu a
desobedecer.
— Pare. — ela segurou seu braço com força. Não foi a
força utilizada que o surpreendeu, mas a voz autoritária. De quem seria capaz
de tudo. A expressão grave. Precisava admitir que a sua sequestradora era a
síntese da sensualidade quando adotava aquela postura.
“Inferno!”
— O que você pretende afinal?
Joseph olhou em volta preocupado. Ele era grande e
pesado, ela nunca poderia carrega-lo até ali sozinha. Havia um comparsa em
algum lugar. Seu pai ia sofrer um duro golpe quando soubesse... Se soubesse.
Seus planos talvez incluíssem não devolvê-lo vivo.
— Seu dinheiro não me interessa. — disse
adivinhando-lhe os pensamentos — Não vou pedir resgate a sua família. Não se
trata de dinheiro. Seu pai me paga muito bem.
— E o que você quer, então? — perguntou entre os
dentes.
Um cansaço inusitado o acometeu. Ele estava realmente
impaciente com tudo.
— Sua colaboração.
— Em quê? — perguntou brusco.
Demetria não pareceu muito segura, desviou o olhar por
um momento. Era sua deixa.
— Olha só, ainda dá tempo você voltar atrás, eu
prometo que não dou queixa.
Esquecemos tudo e voltamos para casa agora mesmo.
O rosto da mulher transformou-se numa máscara de
sarcasmo. Ele nunca percebera o quanto ela era expressiva. Riu, debochada,
antes de desafiá-lo:
— Vai sonhando.
Ele começava a se irritar.
— O que você quer?
— Algo que vai lhe dar muito prazer. — olhou com um
sorriso safado para seu sexo semirrígido e na mesma hora o “semi” deixou de
existir. O sorriso da moça se ampliou — Posso garantir.
O rapaz fechou os olhos numa tentativa de se
concentrar. Era para estar com medo, não excitado.
— Vou lhe deixar a par dos fatos. — falou enquanto o
acariciava displicentemente, deslizando a mão até o seu sexo — Estamos muito
distantes de qualquer lugar meramente habitável, se conseguir se soltar pode
até arriscar a sair, mas está muito frio lá fora... Morte por hipotermia
garantida.
Apesar de sentir o sangue ferver o rapaz inspirou
profundamente.
Ela estava conseguindo o que queria, fosse o que fosse
e as carícias estavam sendo uma forma de desestabilizá-lo. Estava em clara
desvantagem, precisava dar um jeito de controlar a situação. Seus pés também
estavam presos, seus movimentos muito limitados. E com aquela mão lhe
provocando lentamente era difícil manter a concentração. Precisava convencê-la
a soltá-lo ou a lhe contar o que pretendia de verdade.
— Já entendi dona Demetria Lovato. Diga de uma vez que
porra você realmente quer, estou cansado para suportar qualquer tipo de jogo. —
falou entre os dentes. Não queria demonstrar raiva, mas era isso ou ele
começaria a gemer.
— Nossa, fico tensa só de ouvir você falar meu nome
assim. Com raiva. Imagino fazendo malvadezas comigo. — Terminou o comentário
num sussurro.
Ele também sofreu o efeito daquela confissão. O cara
ainda tentou manter a compostura.
— Nossa, acho que o “Joe Jr.” gosta de mim. — falou
antes de dar uma gargalhada.
— Isso não... Tem graça... Diz de uma... Vez o que...
Você pretende. — falou, dessa vez não por raiva. Estava perdendo o foco outra
vez, não queria, mas também não poderia controlar.
Ela continuou manipulando o corpo dele ao seu bel
prazer e quando o rapaz trancou os dentes sendo consumido pela tentativa de
controle, revelou seus planos:
— Eu quero o seu... O meu prazer.
As palavras foram compreendidas aos poucos.
— O quê?!
— Joseph, o que eu peço para te libertar é uma coisa
bem simples: 30 dias de sexo.
Muito sexo.
~*~
Consegui postar a tempo hahaha preciso sair em 10 minutos e eu aqui postando pra vocês kkkkkk enfim, postarei outro amanhã, ok?! Bjos.
ai meus Deus, eu amo uma Demi safada mas amo mais ainda quando o Joe colabora, espero que ele colabore bastante ou não kkkk consegui entender um pouco mais a história..
ResponderExcluirbjos
Aiiie safadeza adorooi posta logo
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