“Reconheço
que ela me deixa inseguro
Sou louco
por ela e não sei o que falar
O que eu
quero é que ela quebre a minha rotina
Que fique
comigo e deseje me amar...”
Quando acordou,
Demetria estava parada diante da cama. Ficou excitado diante da possibilidade
de sexo matinal. Mas a moça preferiu café da manhã. Talvez fosse cansaço depois
da noite de intensas emoções.
Comeram a
refeição numa amistosa cumplicidade. Conversaram sobre varias besteiras. Ela
ignorou cada uma de suas insinuações sobre sexo e sobre a noite anterior. Lavou
os pratos recusando sua ajuda. Depois pegou um bendito livro, no qual leu até
ir preparar o almoço. Conversaram mais um pouco. E dessa vez ele não se animou
a fazer qualquer brincadeira.
Esperaria ela tomar
uma atitude, afinal era Demi, a sua ninfomaníaca pessoal. Com certeza ela não
aguentaria ficar mais duas horas sem sexo. Despediu-se dela e foi para o
quarto. Deitou-se nu, esperando ela chegar e atacá-lo. Pensava no que ela faria
quando entrasse e o visse pronto. Podia imaginá-la engolindo em seco, antes de
se jogar na cama. Imaginou-se atacando os seios, brincando com o seu umbigo,
mordiscando seu ventre. Sua imaginação voou alto...
Três horas depois
ao acordar, encontrou-a no jardim lendo o maldito livro.
— Amor no Ninho?
Que livro é esse?
— É de uma autora
nova, a Maribell Azevedo. Simplesmente lindo. Estou louca para saber o que vai
acontecer.
E voltou a
atenção ao livro.
Calma aí, ela
estava trocando sexo por um livro? Quem era aquela criatura e o que fizera com
a sua Demetria? Joseph continuou andando pela casa sem saber o que fazer. Depois
encarou o frio com suas roupas leves, indo explorar os arredores. Preso naquele
lugar infernal e sem nada para fazer, passou a maldizer sua sorte.
Bolivatto era um
homem essencialmente urbano. Ele só gostava de ver mato pela janela do carro,
ou de seu apartamento. Lá da sua cobertura. Estava realmente entediado com a
natureza bela e selvagem que os rodeava. Se tivesse um computador com internet
estaria trabalhando... Aquele fora o primeiro dia que realmente sentira falta
do que fazer. Engraçado como dona Demetria conseguira desligá-lo do mundo. Seu
vício pelo trabalho sempre fora um grande problema em suas relações. Nem sabia
há quantos dias estavam ali. E até aquela manhã de fato não se importara, nem
tinha pensando na sua vida fora daquele lugar.
Tudo o que queria
era entender a Srta. Lovato. Estaria ela com medo de algo? Talvez da intensidade
da relação dos dois, das coisas que eles sentiam ou faziam quando estavam
juntos. Começou a observá-la de longe só para perceber que realmente estava
atenta ao livro.
Quando o final do
dia chegou, sem saber o que fazer, as dúvidas faziam festa com o seu juízo:
será que ele tinha feito algo para ela se zangar? Será que estava machucada e
não tinha contado? Por que depois daquela noite não era possível que ela não
estivesse afim. Ele mesmo estava aceso.
Tentou assistir
um DVD, escutar um velho radio a pilha, ler um livro. Mas como podia se
concentrar de tão excitado? E quanto mais era ignorado, mais a queria. O dia
estava escurecendo quando a viu seguir para o banheiro. Joseph prometeu a si
mesmo que não iria atrás dela. Cumpriu a promessa por exatos 3 minutos. Imagens
de Demi na banheira invadiram sua mente. Seus olhos dourados o devorando!
Chegou ao banheiro
completamente nu. Demetria estava nua sob o chuveiro. Realmente havia algo
diferente, ela não adorava tomar banho de banheira?
— Posso entrar? —
perguntou receoso.
Demi, que estava
de costas, não se virou completamente.
— Claro. — e
voltou para seu banho.
Por essa ele não
esperava. Ela não o queria mais? Então ia mostrar o que ela estava perdendo...
Já chegou encostando completamente seu corpo no dela. A moça gemeu e ele sorriu
contra seu pescoço.
— Hoje você
deixou o pobre do Joe Jr. carente o dia todo.
— Que maldade a
minha...
— Acho que ele ia
ficar muito feliz se você lhe desse um pouco de atenção. — pressionou o corpo
feminino contra a parede de azulejo.
— Talvez eu possa
fazer algo. — disse virando-se para ficar frente a frente com ele.
Joseph tomou-lhe
a boca com voracidade. Com gestos desesperados, ajudou que enlaçasse as pernas
femininas em seus quadris. Depois ainda prendendo-a contra a parede pôs a mão
entre os dois corpos para acariciá-la intimamente. Ficou extremamente
satisfeito com a reação de puro deleite da moça. A mulher estava úmida e
quente, pronta. Estocou rápido e furiosamente, como se houvesse se passado dias
sem tê-la e não apenas horas. Nem mesmo quando o clímax chegou ele parou.
Queria mais, muito mais daquela mulher. Demetria por fim fez menção de
desprender as pernas, mas ele as segurou firmemente.
— Ainda não.
Ela riu do seu
rosnado.
— Mas eu quero
cumprimentar o Joe Jr.
Ele se pôs ainda
mais excitado em menos de um segundo.
— Daqui a pouco
eu deixo vocês dois baterem um papo. Agora Joe Jr. está conversando com a
Demizinha, deixa as crianças se entenderem.
Deu um impulso
forte para “iniciar a conversar entre as crianças”, fazendo a cabeça de Demi
bater contra parede. Envolvidos no prazer, ele não percebeu, ela não se
importou.
A água continuou
a cair sobre eles. Os corações descompassados foram se acalmando aos poucos
após o segundo clímax. Joseph a abraçava como se não fosse soltá-la mais. Algum
tempo depois ele permitiu que as pernas dela o desprendessem. Pegando sua cabeça
com uma rudeza estranhamente suave, mas potencialmente masculina, colocou a mulher
sob a água. Começou a massagear seu couro cabeludo, o que a deixou ainda mais
mole.
Não demorou muito
a moça sentiu o cheiro de xampu de morango. Joseph estava lavando os cabelos
dela! E fazia isso com muita concentração. Terminaram o banho com o rapaz já
pensando na noite que teriam pela frente. Dona Demetria, entretanto, tinha
outros planos. Planos estes que incluíam o livro e não ele. Deitou-se diante da
lareira com uma taça de vinho, usando uma camisa masculina de botão na frente
“e possivelmente nada por baixo”, pegou o livro e esqueceu-se dele, do banheiro
e da promessa de “conversar” com o Joe Jr.
— Demi?
— Hum?
— Acabou o jogo?
— Que jogo? — ela
perguntou mais concentrada no livro que nele.
— “Só para o seu
prazer”.
— Hum... Vamos
deixar para outro dia. Que tal? Assim você descansa um pouco.
— MAS EU NÃO
ESTOU CANSADO!
Em seus próprios
ouvidos aquilo soou como birra, mas a mulher aparentemente não o ouviu. Como
era possível? Outro dia? Outro dia?! Ele não estava cansado. Saiu da sala pisando
duro, e para seu desespero e raiva, a moça nem percebeu.
Foi à cozinha.
Preparou uma carne que era a sua especialidade. Esperou que o cheiro a chamasse,
mas ela continuou com a droga do livro enfiado no nariz.
— Demi, vamos
comer?
— Já vou.
Dez minutos
depois.
— Demi. Está
esfriando.
— Já estou indo.
Mais dez minutos.
— Demi, você pode
largar a porra desse livro e vir comer? — ele gritou, mas parou diante do olhar
assustado da moça — Eu estou com fome. — informou suavizando a voz.
— Faz assim, vai
comendo que eu estou chegando.
A paciência do
homem foi para o quinto dos infernos. Agarrou o livro da mão da moça e o jogou
longe.
— Porra eu estou
aqui! — reclamou preparando-se para a briga.
Demetria apenas o
olhou com altiva fúria, depois se afastou e foi apanhar o livro, fechou, colocou
sobre o sofá e seguiu em direção a cozinha, sem falar uma única palavra. Nessa
hora Joseph se sentiu como uma criança extremamente mimada cuja mãe acabou de
dar uma lição.
Jantaram em
silêncio por algum tempo.
— Desculpe. — ele
pediu fazendo sua melhor cara de cachorro abandonado.
— Tudo bem.
— Não, eu fui um
grosso...
— Joseph, lido
com seu pai há anos, sei como é um Bolivatto quando não tem o que quer. Fazem
birra que nem criança.
— Eu não sou o
meu pai. — falou como sempre muito sério.
— Eu jamais
confundiria você com seu pai. Porém, vamos falar sério, um Bolivatto é sempre
um Bolivatto. E isso não é um elogio. — levantou-se da mesa e saiu.
Naquela noite ela
trancou a porta do quarto para ele.
Apenas no meio da
manhã seguinte ele encontrou oportunidade para se desculpar. Não foi algo
fácil. Demetria simplesmente o ignorava. Se antes era por que estava
concentrada no livro, agora o fazia propositalmente e nem disfarçava. Ela tinha
voltado para a lareira. Visivelmente ainda furiosa com a grosseria. Querendo se
desculpar, Joseph deitou-se ao seu lado, beijou-lhe o ombro.
— Desculpe. Não
faço mais...
Ela não
respondeu. Nem mesmo olhou para ele.
— Escuta. — falou
próximo ao seu ouvido e a sentiu estremecer. Nem tudo estava perdido — Eu sou
um imbecil mimado. Ontem acordei sonhando em ter você... E quando você ficou o
dia todo com a cara enfiada nesse livro eu fiquei frustrado.
— E por que você
não me falou isso antes?
— Porque sou um
imbecil mimado que pensa que todo mundo tem que adivinhar minhas vontades. —
beijou-lhe o pescoço.
A moça estremeceu
outra vez e fechou os olhos. É claro que ele aproveitou. Pegando o livro de
suas mãos, com delicadeza nesta oportunidade, marcou a página dobrando a ponta antes
de colocá-lo de lado. Inclinando-se, tomou-lhe os lábios. Num beijo suave.
Quando se afastou percebeu em seu olhar que ela esperava que ele tomasse conta
da situação. Bem, não se fez de rogado. Virou o corpo feminino para que
deitasse de costas. A seguir foi abrindo lentamente os botões da camisa que ela
ainda usava. Como desconfiava: nua.
O Bolivatto enterrou
o rosto nos cabelos da Srta. Lovato. Apertou sua cintura puxando-a para si.
Depois daquela manhã, tinha certeza, dona Demetria não voltaria a olhar para
aquele livro maldito...
Demi acordou na
madrugada seguinte. Estava moída. Desceu da cama sentido os excessos do dia
anterior. E o pior querendo mais. Ignorar Joseph não era uma tarefa fácil, mas
precisara colocar seus sentimentos em ordem. Estava de fato amedrontada com o
efeito daquele homem na sua vida. Como seriam as coisas quando tudo acabasse?
Encheu a banheira
e entrou na água quente.
— Maldade sua não
me acordar para o banho...
Ai, senhor, ela
ia precisar de forças...
Joseph nunca quis
tanto queimar um livro. Afinal o que havia de tão especial naquela coisa para
Demetria não largar dele? Ela estava há dois dias concentrada naquela porcaria.
Seu único consolo era que já estava acabando. Ele fora sequestrado para ser
escravo sexual e não para ficar sem fazer nada.
— Lindo! —
exclamou ao terminar a leitura.
— O que tem de
tão especial neste livro?
— Uma dessas
histórias de amor que deixa a gente boba e sonhadora. Pena que não exista na
vida real.
Com isso deixou o
livro sobre a mesa e foi olhar pela janela. Pensamento longe. Joseph se
aproximou sem saber o que dizer.
— Acho que amanhã
vou começar a ler Entre a Nobreza e o Crime, estou precisando de uma coisa mais
dark. Dizem que o mafioso, que é o protagonista desse livro é o sonho de consumo
erótico de qualquer mulher. A Beth me emprestou e o livro está todo marcado nas
partes mais... Intensas.
Conhecendo a mente
distorcida de sua irmã, ele não gostou nem um pouco do rumo daquela conversa. O
único homem que deveria povoar os sonhos de Demetria era um bem real: ele.
Por curiosidade
foi até a estante buscar o livro que tinha várias etiquetas coloridas de marcação
de paginas. Grande e grosso.
— De jeito algum,
isso vai voar sobre o penhasco ainda hoje!
Só por
curiosidade, abriu uma das páginas marcadas... E seu desejo de jogar o livro fora
acabou ali. De fato, o mafioso era bem criativo. Quem poderia imaginar usar um
revolver daquele jeito? Ia guardá-lo para algum momento futuro. Bem guardado.
À noite quando
terminou o jantar ele foi para o quarto dormir. Era a vez dele de se fazer de
difícil. Demetria entrou no quarto e parou diante do closet. Pegou uma
camisolinha azul-mamãe-nunca-fui-santa e foi para o banheiro. De lá de dentro
perguntou:
— Joseph, você
viu o meu xampu de morangos?
Em pouco tempo
estava no chão do banheiro sendo estocada furiosamente. Acordou no dia
seguinte, sentindo-se cansada. Nem conseguia mexer os braços. Abriu os olhos e
percebeu que estava algemada a cama. De novo.
— Joseph...
— Demetria, me
trocar por um livro foi uma coisa muito feia. Você tem certas responsabilidades,
afinal me sequestrou para fins sexuais. Por isso, acho que o lance do “Só para
o seu prazer” agora é para mim, não?
~*~
Comentem <3 (:
Eiiiita, kkkkk Joe na vontade, posta logo to adorando kkkk
ResponderExcluirsempre perfeito, a abstinencia do Joe melhor parte fjnfjd
ResponderExcluirdesculpa não estar comentando tava de castigo, entrava super rapido nao dava para comentar :)