sábado, 26 de outubro de 2013

CAPÍTULO 17 – FULLGÁS

“Então venha me dizer o que será
da minha vida sem você
noites de frio dias não há
e um mundo estranho pra me segurar”

Uma música antiga tocava num radinho de pilhas que já tinha visto dias melhores. Ao fundo da música podia-se ouvir um zumbindo agudo e irritante. Mas isso não atrapalhava em nada Demi de acompanhar cantando a letra da música, em plenos pulmões.
— Como você canta mal. — Joseph zombou.
A resposta da mulher foi cantar mais alto. Eles vinham se provocando desde que acordaram. Mas então o homem ficou sério:
— Demi, eu queria lhe propor um jogo.
Ela parou. Não tinha condições de mais nada por pelo menos algumas horas.
— Joseph, eu estou meio doída. Você não pode me deixar descansar? É que eu ainda estou...
Sabe aqueles momentos em que você quer desaparecer? Joseph riu. O infeliz!
— Não é disso que estou falando. O que tenho em mente é tipo “verdades ou consequências”.
Ela o encarou com uma ruga de preocupação na testa. Estavam na cozinha, à mesa, cortando legumes para o almoço.
— O que você quer saber?
— Coisas...
— Tipo?
Ele pensou um pouco.
— Qual a coisa que você mais gostava de fazer quando era criança?
Ela sorriu com grande alívio.
— Isso é fácil: Brincar com Wilmer e com a Beth. Éramos grudados... E você?
— As aulas de piano. — respondeu o rapaz sem pestanejar.
— Carlos acreditava que você teria uma brilhante carreira profissional como músico.
— Ele me disse. — o semblante do rapaz ficou mais sério.
E Demi mudou de assunto rapidamente:
— Com quem e quando perdeu a virgindade? — preferiu desviar o assunto.
— Heidi, a empregada da casa, aos quinze.
— A da mesa?
Ele a olhou espantado, mas então deduziu:
— Beth-Boca-Grande-Bolivatto!
Ela riu.
— Sua avó pegou vocês mesmo em cima da mesa no ato?
— Pegou. Caramba, eu pensei que ela fosse morrer, ou me matar.
Ela riu de novo.
— Coitada da Heidi. Minha avó, aquela senhora tão distinta conhecia tantos nomes feios... Que choque!
Nesse momento o apito do forno soou interrompendo a conversa. Depois, Demetria voltou ao jogo.
— Tem uma pergunta que queima meu juízo desde quando eu tinha 15 anos.
Joseph tinha uma vaga ideia do que seria, mas se fez de desentendido:
— Qual?
— Por que você me beijou naquele verão?
O homem sorriu:
— Por que você estava irresistível naquele vestido branco. Estávamos sozinhos e eu pensava que não teria outra oportunidade...
Mais tarde, estavam na banheira deitados em oposição. Demi meio sonolenta, enquanto Joseph massageava seus pés lentamente. A água morna a fazia relaxar ao ponto de fechar os olhos.
— Você me seguia?
— O quê?
Ela não entendeu a pergunta.
— Você me seguia? Quer dizer, há algum altar com recortes meus e frases tipo Demetria Lovato Bolivatto? Ou Sra. Joseph Bolivatto. Ou coisas desse tipo?
— Pai do céu! Você acha que eu sou doida. — seu sono dispersou no mesmo instante.
— Não, eu só acho que você é uma garota que está passando por um momento difícil.
— Bem, para sua informação, eu não sou nenhuma psicopata com fixação em você. Eu sou só uma mulher que percebeu que nós poderíamos dar muita coisa boa um para o outro. Eu só não quis perder tempo em algum tolo jogo de sedução. Eu odeio e não levo jeito para essas coisas.
— Me chamar para jantar, um drink depois do trabalho estava fora de questão?
— E ter que competir com uma cacetada de mulher que baba por você? Sem falar que você podia educadamente me dizer não...
— Eu não diria não.
Ela parou e o encarou.
— Isso nós não sabemos.
— Eu sei.
A veemência de suas palavras deixou a mulher satisfeita.
— Eu não sabia... Seja como for o plano deu certo e nós estamos aqui, não é?
— É.
Ele não esqueceu sua satisfação.
— E não viaja Bolivatto, é só sexo.
O homem decidiu que não entraria naquela discussão.
— Uma transa inesquecível. — a moça falou de repente.
— O quê?
— Me conta de uma transa inesquecível.
— Você.
Demetria olhou torto para ele, não aceitaria aquela resposta.
O homem pensou um pouco então respondeu:
— Heidi e Irina. Sexo a três. Ficamos juntos por quase um ano.
— A empregada... Espera aí, você manteve duas namoradas ao mesmo tempo?
— Não. Eu tinha dezessete anos e era o brinquedinho sexual delas.
— Você era uma criança. Quantos anos essas vacas tinham? — levantou a cabeça para olhá-lo.
— Heidi tinha vinte e quatro, e Irina, ou dona Irina, como ela gostava de ser chamada, tinha mais de trinta. Nunca soube ao certo.
— Caramba. Você comia duas mulheres mais velhas ao mesmo tempo aos dezessete?!
Ele riu.
— Não tem graça. Bem que Beth falou que você era o maior “come-quieto”. É verdade que você participava de orgias? É verdade que você é um dominador? — sua voz ia ficando alta à medida que fazia as perguntas.
— Sim e não. Eu já participei de sexo grupal uma ou duas vezes na vida, acontece quando você descobre que não pode ficar com quem gosta e decidi substituir amor por sexo.
A confissão incomodou a ambos, por isso Joseph continuou:
— Já me fiz de dom algumas vezes e gostei, mas isso não me atrai muito. — ele continuou explicando como se fosse uma coisa corriqueira e não algo tipo: “Entenda, eu sou o deus do sexo”.
— Sei. — voltou a deitar na borda da banheira.
— O que foi agora?
— Nada.
— Demi... Sinceridade, lembra?
— Estou digerindo o Joseph-Safado-Dom-Juan-de-Quinta.
Ele gargalhou mais uma vez.
— Em primeiro lugar eu não sou um Dom Juan de Quinta. Eu sou um amante habilidoso como você mesma já comprovou mais de uma vez. Em segundo lugar, eu já não tenho espaço na minha vida para nada mais disso. A Blanda foi o meu passaporte de acomodação. Com ela eu já estava sossegado.
— Ok, você desfilava para cima e para baixo com uma deusa do sexo e me diz que já estava sossegado? E depois reclama quando eu fico insegura com relação ao nosso futuro.
— Você não precisa ter medo do futuro Demetria. Eu estou aqui com você. E já disse que não vou embora.
— Fácil falar.
Não discutiram mais. Momentos depois a moça foi para a varanda com uma caneca de chocolate quente em suas mãos. Estava com medo novamente. Bem, sabia desde o início que ele não era nenhum virgem. Sabia que ele já tinha participado de algumas aventuras. Mas ela não estava pronta para um discípulo de Baco. Como ela ia acreditar nas promessas de um cara que aos dezessete anos tinha na cama duas mulheres ao mesmo tempo?
Demetria acordou de madrugada. Demorou para perceber que tinha alguma coisa errada. Estava muito frio. Demi se encolheu junto ao corpo de Joseph e puxou o edredom. Cobrindo a cabeça. Suas orelhas estavam geladas.
— Demi!
O Bolivatto reclamou e puxou o edredom de volta. Ao sentir o frio intenso em suas costas a moça abriu os olhos. A luminosidade do dia entrava pelas fendas das cortinas, mas dentro da casa estava tudo escuro.
— Joseph?
— Hum?
— Estou com frio...
— Hum. — ele gemeu — Agora não Demetria. — e alisou a perna da moça que o envolvia.
— Joseph, eu estou com frio. — falou meio chorosa.
Como resposta o cara virou o corpo abraçando-a com firmeza. Depois foi escorregando as mãos entre suas coxas.
— Ô tarado! — bateu de leve em sua testa — não é esse tipo de frio.
Com um suspiro e sem abrir os olhos, ajeitou sob os lençóis e abraçou seu corpo outra vez. Demetria apenas suspirou exasperada.
— Joseph, acorda...
A vontade era empurrá-lo da cama, mas se conteve. Era a responsável pela preguiça matinal do Bolivatto. Se não fosse o frio, ela mesma estaria dormindo como uma pedra. Afinal de contas, há pouco se jogaram na cama, exaustos.
O homem abriu os olhos sonolentos. Ninguém podia ter autorização para ser tão bonito. Ela mesma deveria estar parecendo um papel amassado.
— Ué? Não queria me acordar? Conseguiu, agora desembucha.
— Está fazendo frio, acho que o aquecedor quebrou.
O homem olhou em volta.
— Não, acho que foi o gerador. Vê como a casa está escura...
— Droga, o freezer está cheio.
Não conseguiram descobrir qual era o problema. Demetria reclamava o tempo inteiro sobre o fato de estar num porão escuro. Sobre os bichos asquerosos que viviam ali...
— Vai, sai daqui.
A reação da mulher foi estranha. Algo no rosto dela fez com que percebesse fora manipulado. Só por isso a seguiu. Acompanhou do lado de fora, pelas janelas seus movimentos. O piso falso. O telefone. Percebeu sua preocupação em esconder o telefone outra vez ao terminar a chamada. E se sentiu traído. Não era só sobre os sentimentos dele que ela não confiava. Nele como homem também. Isso fez Joseph perigosamente consciente, de que apesar de todos os seus esforços, a fragilidade e instabilidade da relação dos dois continuavam. No final era só sexo. Não importava o quanto ele se doasse a relação deles estava pautada em puro desejo físico.
Logo Demetria apareceu dizendo que recordara que o dono da casa a avisara sobre a necessidade de colocar diesel no gerador. Não comentou nada sobre o celular. O refém passou resto do dia em silêncio, pensando. Foi fazer o almoço, isso sempre o relaxava. Estava ponderando sobre suas opções. Poderia confrontá-la. Mas isso daria um ultimato à situação. Talvez os 30 dias fossem encerrados naquele momento. Estava pronto para abrir mão do trato? Estava pronto para abrir mão de Demetria?
Via-se obrigado a pensar nas coisas lá fora. No que faria quando retornasse. Se antes ele estava preso a um amor sem esperanças, agora a coisa se complicava ainda mais. Estava viciado em uma mulher que estava fechada para as emoções mais profundas.
Como ele permitiu que isso acontecesse? Não bastavam os anos sofrendo? Ele estava bem onde estava. Não exatamente feliz, mas já tinha aberto mão de sua felicidade duas vezes. Fora um adolescente sem esperanças, um adulto sem grandes expectativas no campo amoroso. Então, não era justo ele se envolver tanto com alguém que só o estava usando como vibrador personalizado. Por outro lado, o Bolivatto percebia que ela estava apreensiva com o seu silêncio. Mas estava tomado por tantas emoções conflituosas, que não era capaz de verbalizar nada. Tinha medo de falar demais, de se expor demais. E machucar ainda mais a ambos.
O dia tornou-se noite sem que ele percebesse, não se importou quando Demi preparou o jantar. Comeu calado. Depois de muito pensar, optou pela opção mais covarde: ignorar o ocorrido. Ia viver os dias que lhe restava e deixar que o futuro se resolvesse por si só. Se sofresse no final, ao menos teria boas lembranças.
Levantou-se e foi à sala. Ia ligar a TV quando o maldito telefone tocou. Aquilo encerrava a sua opção de jogar algo mais sob o tapete.
— Alô? — a voz do Bolivatto involuntariamente saiu irritadiça.
— Demetria Lovato, por favor.
O Bolivatto pacientemente foi até o quarto, abriu a porta, para encontrar a moça acordada.
— É para você...
Agora ele estava de volta à sala. Esperando. Demi apareceu algum tempo depois. O celular já não estava com ela.
— O celular era para nossa segurança. Ele é do Jackson. Funciona em qualquer lugar do planeta.
Joseph continuou calado sem olhar em sua direção.
— Joseph. Eu sou doida, mas nem tanto. Nós precisávamos de uma segurança, caso acontecesse algum acidente ou um imprevisto. Eu só queria ter certeza que...
— Você ter ou não um celular Demetria, não me incomoda. O que me irrita é saber que apesar de tudo o que eu tenho feito você ainda não confia em mim. Eu tenho tentado lhe dar a segurança de que estarei com você em qualquer situação. Que estaremos juntos quando sairmos daqui, mas tudo está sendo inútil...
— Eu...
— Você não confia em mim Demetria. Não importa eu tentar, porque você está fechada para a nossa relação. E eu não sei se quero continuar com isso...
— Você que ir embora?
— Demetria, eu lhe dei a minha palavra. 30 dias. É o que você terá. Mas eu preciso de uma decisão agora. Chega de jogos. Não somos crianças. Se você acha que podemos ficar juntos, que você pode abrir seu coração para mim. Abra de uma vez. Mas se você acha que tudo que deseja de mim são esses 30 dias de sexo... Eu vou respeitar sua vontade e quando nós sairmos daqui, cada um segue seu caminho.
— Eu quero...
— Não responda agora. Pense com calma. Vou esperar o tempo que for necessário. Mas saiba que sua decisão será definitiva. Chega de brincadeiras.
Foi para o quarto, pegou a manta de urso e seguiu para a varanda. Era tudo ou nada. Esperava estar fazendo o certo. Nervoso, alternava-se entre o orgulho por sua coragem de enfrentar a situação e a repreensão por sua burrice. Demi era louca. Amava ela desesperadamente, mas tinha que admitir, era a criatura mais insana que já conhecera. Então qualquer coisa poderia sair daquela mente. Por exemplo: agora ela poderia estar lá preparando o seu assassinato por atrapalhar sua farra de um mês. Ou pensando na próxima vítima a ser sequestrada, já que a primeira opção estava dando trabalho. Mas também podia estar pensando no que tinham...
A sequestradora apareceu quase duas horas depois. Com uma bandeja. Seu rosto sério não revelava sua decisão. Talvez o café estivesse envenenado. A moça colocou a bandeja no chão próximo ao banco onde Joseph estava sentado. Ajoelhou-se ali. Serviu-se de uma xícara e lhe entregou outra. O rapaz esperou que ela bebesse.
— Eu sou medrosa. — ela falou por fim — E insegura. E tomo remédios de tarja preta. Então definitivamente essa história de “... E foram felizes para sempre” não vai ser fácil.
— Eu nunca quis nada Demetria...
— Eu ainda não terminei!
Tão educada o amorzinho dele.
— Eu estou dizendo que quando sairmos daqui, antes de um mês você vai estar querendo me matar. Ou eu terei tentado te matar. Ou a alguma louca que tente dar em cima de você. Você é um cara bonitão. Eu não sou a rainha da beleza...
— Demi. — A puxou para si — Você é perfeita! — Beijou seu pescoço. Mordeu seu ombro e sussurrou em seu ouvido baixinho. — Perfeita.
— Não, espera. Tem dias que eu só levanto com ajuda de remédios. Tem dias que eu acordo de mau humor e não quero ver ninguém. Se você for embora, se você não suportar viver desse modo... Eu não sei o que vai ser de mim...
— Só o tempo dirá que é para sempre, você vai ver...
Depois de algum tempo aconchegada a Joseph, Demetria comentou:
— Wilmer foi meu primeiro amor. O primeiro namorado, o primeiro amante.
Ele tentou não reagir.
— A minha adolescência inteira foi um sonho por causa dele. Nós nos completávamos de um jeito... Não éramos apenas namorados, éramos amigos.
— Por que terminaram então?
— Não terminamos. Na verdade quando fomos para a faculdade íamos nos casar, Wilmer queria estudar em outra cidade. Nossos pais foram contra. O pai do Wilmer nos fez uma proposta: Irmos para a faculdade e conhecermos outras pessoas. Se nós não nos interessássemos por ninguém. Casaríamos quando nos formássemos.
— E depois?
— Nós conhecemos outras pessoas. Na primeira vez que ele me ligou para dizer que conheceu uma moça foi doloroso. Ele estava tão nervoso! E mesmo tendo o meu consentimento ele ainda atravessou o país só para saber se era isso mesmo que eu queria. Eu nem senti ciúmes. Só medo. Sabia que o estava perdendo. Eu já estava atraída por um cara também, então tudo coincidiu. A primeira vez que aprontaram comigo, ele veio e quase acabou com o sujeito e aí eu descobri: Nossa relação tinha se transformado em algo fraternal. Nós nos falávamos toda semana e nos encontrávamos sempre que podíamos. Quando se formou ele foi convidado para trabalhar na Inglaterra. O fim nunca foi oficializado. Às vezes penso que se estivéssemos casados, seriamos felizes. Nossa relação era perfeita... Eu me pergunto, se isso não deu certo, como as outras coisas darão?
— Eu não tenho resposta para isso, Demetria.
— Nem eu. Seja como for o passado ficou no passado. Somos amigos. Mais do que isso, somos irmãos. Ele prometeu me dar um filho esse ano, quando completasse trinta. Se eu não arranjasse alguém.
O Bolivatto a segurou firme em seus braços.
— Não. Seus filhos serão meus, todos eles...
Admitia que estava sendo possessivo. Muito possessivo com relação à Demetria. Mas isso era algo que estava além do seu controle. Sentiu a moça estremecer e buscar seu olhar. Estremeceu também. Havia... Ternura e amor. Havia amor no olhar de Demetria Lovato!
Seu coração parou por um segundo inteiro e então adotou a pulsação limite para um ser humano em alta velocidade. Ele seria capaz de qualquer coisa para merecer aquele olhar cada dia de sua vida. Buscou seus lábios com desespero, afastando os pensamentos nebulosos. Precisava dela agora, para ter forças, para que ela percebesse o quanto eram bons juntos e que nada deveria separá-los. Bebeu de seus lábios como um peregrino sedento após uma viagem no deserto.

5 comentários:

  1. Ficou perfeito o Capitulo
    Poste logo!! Bjs

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  2. Perfeiiiito, posta logooo, ta lindo demais

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  3. amei, ansiosa para o proximo.
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  4. Oi, andei desaparecida, eu sei, mas o tempo não está sendo generoso comigo, só agora estou conseguindo ler as fic direito. E eu nunca vou me perdoar por nãoo ter comentado antes, os capítulos estão perfeitos!!!!!!!!!!!
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    bjssss

    p.s.: Aqui, tem como você divulgar, estou começando com uma fic nova e vai tar ajuda dos leitores, se você quiser participar :) http://fanmadehistorias.blogspot.com.br/

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