segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CAPÍTULO 10 - AS SETE VAMPIRAS

“Não consigo Nem mais dormir
E onde quer que eu vá
Em qualquer lugar
Elas estão a me seguir”

Joseph se acostumou por tanto tempo com as relações onde não havia sentimentos envolvidos, ao menos de sua parte, que naquele momento estava perdido. Estava enganando intencionalmente a moça. Sabia que se falasse de seus desejos agora ela iria sair correndo. Seu plano era simples: seduzir a senhorita Lovato.
Propositalmente, apesar do acordo de colaboração mantinha uma tensão entre eles. Não queria se tornar seu amiguinho. Queria manter o controle de seus desejos. Simples assim. Mas a mulher era escorregadia.
Buscavam temas amenos para as conversas. Eram como dois guerreiros que mesmo despidos ainda conservavam armaduras invisíveis. Armaduras emocionais.
Demi em absoluto era o que Joseph imaginara. Conheciam-se há quase vinte anos, mas a cada dia que passava em sua companhia percebia o muito que tinha a aprender com e sobre aquela mulher. Em meio a tantos medos e questionamentos, algumas coisas penetravam a muralha que fortemente protegiam os sentimentos: Demi o divertia, o desconsertava, enraivava, o excitava e mais do que tudo, o surpreendia.
Talvez por isso a tensão agora. Era perfeito demais como as coisas se encaixavam. E perfeito demais nunca precedia boa coisa. Estava viciado, quanto mais tinha dela, mas queria, nunca tinha o suficiente, não apenas de sexo, mas de seu sorriso, seu cheiro, seu mau humor... Era divertida até mesmo quando se tornava rabugenta.
Demetria tinha segredos, Joseph sabia. Ele também tinha os seus. Teria ela condições de entender e aceitar tudo o que ele escondia? Ela amava seu pai, disso não havia dúvidas, portanto, quando a verdade fosse revelada que lado escolheria? Como seria a vida de Joseph então?
O dia estava amanhecendo e mais uma vez Joseph acordou primeiro. Preguiçosamente se arrastou da cama. Demi nem ao menos se mexeu, ainda dormiria mais algumas horas, não tomara remédios para dormir, porém, sua noite fora agitada.
E o dia anterior também.
Tomou um banho relaxante e mais uma vez pensou em sua situação. Tinha aceitado de bom grado ser o objeto sexual de uma mulher que tomava antidepressivos e remédios para dormir... E estava adorando cada segundo.
Sequestrado para o prazer de uma mulher mentalmente instável. Nunca havia se divertido tanto em sua vida. Vivia uma liberdade única de velho adolescente irresponsável.
30 dias de sexo sem compromisso. Estava louco.
Tudo bem, não era que Joseph fosse um cara puritano ou coisa assim, mas Demi também não era desconhecida, era alguém próxima, melhor amiga de sua irmã. Secretária e protegida de seu pai. As explicações futuras seria um terreno espinhoso. Mas não queria pensar nas coisas deixadas fora daquela casa. Queria ser irresponsável e viver o momento, como há muito não fazia.
Não queria pensar nos segredos bem guardados. Não queria falar de amor, era só sexo. Nada de trabalho, nada de família e preocupações, só sexo. Lazer e diversão irresponsável.
A tímida amiga de infância tinha sequestrado o jovem arquiteto para sexo, o que acabou de uma vez com sua falsa ilusão de conhecer as pessoas. Tímida? Só nas fantasias. O que mais o chocava é que a fantasia da mulher não era uma dessas copiada de filmes ou novelas, não havia imposições ou regras, a não ser uma: ela mandava. Era erótica a forma como ela mandava nele. Ele obedecia. Cegamente. Ou quase.
No começo fora interessante, mas logo Joseph sentia que precisava do controle. Para seduzir alguém era necessário exercer algum tipo de controle.
Entendia que estava diante da única pessoa com quem poderia ter uma chance de ser feliz, mas o refém precisava convencê-la disso. Conhecia bem as mulheres e sabia que estava diante de uma que não acreditava em finais felizes. Até ser sequestrado, ele também acreditava que não.
O primeiro passo do seu grande plano de sedução foi se tornar sua única necessidade. Sem que a mulher percebesse foi tomando o lugar dos remédios. Quando caiam na cama à noite, ela estava tão cansada que não precisava mais da ajuda para dormir.
Outra particularidade de sua sequestradora: seu humor matinal era péssimo. Não importava o quanto à noite fosse divertida, ela sempre acordava querendo café e matar um. Joseph não conseguia se lembrar de uma única pessoa em toda a sua existência que fosse tão ranzinza como Demetria pela manhã. Mais um mito morto: ela não era tão doce quanto aparentava. Analisando bem, Demetria nunca parecera melosa. Essa era uma leitura sua.
Apenas duas coisas eram capazes de melhorar seu mau humor: café e/ou sexo. No café estava tudo bem, ele acordava cedo e antes mesmo dela sair da cama já estava na mão. Sexo também não fora problema, até ele começar a provocá-la propositalmente. Seu plano era que ela percebesse o quanto sentia falta dele. Surgiu numa noite enquanto a observava dormir.
Na manhã seguinte Joseph pulou da cama cedo para preparar um café bem forte e seus acompanhamentos. Estava preparando as torradas e olhando a névoa que cobria o vale em frente a casa, pensando em como seria aquele dia, já que começaria a brincar um pouco com sua carcereira.
— Inferno!
Escutou quando ela derrubou algo no quarto.
Bem, o cara já estava se habituando ao “bom dia” da moça. Terminou calmamente de preparar a bandeja e só então foi para o quarto. Demetria estava tentando voltar do banheiro, mas sonolenta, batia cotovelo, joelho e principalmente dedo mindinho em todos os lugares. Joseph depositou a bandeja sobre o criado mudo, sentou-se na cama e esperou.
— Que inferno.
Ele riu. Isso não foi algo inteligente.
— O quê?!
A pergunta da mulher cuspiu toda a sua raiva matutina o encarando como se fosse fulminá-lo com o olhar.
— Nada.
Demetria deitou-se na cama e se cobriu. O homem lhe entregou a xícara. Ela aceitou e tomou pequenos goles e só então deixou seu corpo relaxar sob o cobertor.
— De onde vem tanto mau humor?
A pergunta escapou antes que Joseph percebesse. A primeira resposta foi um olhar atravessado. A segunda um suspiro.
A terceira o surpreendeu.
— Eu sempre acordo com dores no corpo e sem ânimo... São sintomas da depressão. Antes eu não era assim. Vou tentar me controlar.
Tanta sinceridade o surpreendeu. Joseph não soube o que dizer no primeiro momento. Ela sempre evitava falar de seus problemas. Talvez ele devesse desistir de seus planos...
— Ah, não vai dar uma de sentimental. E nem invente de ficar com pena de mim. Você está aqui apenas para me garantir alguns orgasmos... Só isso.
Bem, talvez ela pudesse aprender uma coisa ou outra.
— Será que as dores não são por que a gente tem feito sexo demais? Talvez devêssemos fazer uma pausa...
No mesmo instante ela ficou rígida.
— Não! Isso não tem nada a ver com sexo. O sexo está ótimo. Não seja idiota.
Quando percebeu que tinha alterado a voz a mulher se calou e tratou de relaxar.
— Enfim, não se preocupe com isso. — tentou soar indiferente — Convivo com essa dor há tempo suficiente para ignorar. O sexo continua.
Autoritária! A mulher era dominatrix nata, ou tinha fortes inclinações.
Joseph reprimiu um sorriso. Os próximos dias seriam interessantes...
— O que essa porcaria está fazendo aqui?!
A “porcaria” era uma pequena estante de livros que ficava no corredor. Demetria tinha batido o pé ali, pela milésima vez.
Mas seu mau humor não vinha disso. Demi estava frustrada com outra coisa, mas era orgulhosa demais para admitir.
No dia em que confessara que sentia dores no corpo, Joseph mudou de atitude. A primeira coisa que fez foi colocar uma distância entre eles. Naquela mesma manhã fez uma massagem relaxante na “Senhora”, mas quando esta tentou puxá-lo para cama, o cara escapou.
E foi assim o resto do dia.
Naquele dia o refém não “procurou” a sequestradora.
Resolveu cozinhar. Inventou um prato bem complicado e depois uma faxina na cozinha...
— Embora eu adore a fantasia de escravo doméstico, eu prefiro que o escravo se dedique a cuidar mais do meu corpo...
Sutileza não era o nome do meio daquela mulher. Talvez arrogância. Sim, a doce secretária de seu pai era arrogante.
— Bem, a gente tem feito isso demais. Seu corpo já está pifando.
— O quê?!
— Eu sou um pouco “avantajado”. — o rapaz quase riu quando ela ficou boquiaberta — acho melhor a gente fazer uma pausa, para você se recuperar... Não quero que você se machuque.
— Mas eu não estou machucada!
Joseph sabia que ela estava sensível, mas também sabia que só por birra ela não ia admitir. Além do mais o objetivo era provocá-la sem que percebesse. Então tratou de ser diplomático:
— Bom, então, mais tarde a gente volta a...
Fez um gesto vago. Não completou a frase. Ambos haviam compreendido. Se com sexo a mulher era mal humorada, sem sexo então...
A boa notícia era que ela não tinha apresentado tendências homicidas, até aquele momento.
Joseph poderia dizer que a mulher mostrou sua indignação silenciosamente, uma vez que ela não usou palavras, mas isso era uma mentira técnica, uma vez que portas e gavetas eram batidas a todo instante.
Conseguiu escapar outras vezes dos ataques da mulher até que na hora de dormir, ficou impossível:
— Você quer me explicar que inferno está acontecendo?
— Bem, achei que seria bom a gente fazer uma pausa. Mas ainda podemos nos beijar e trocar algumas carícias. Vamos brincar de adolescentes por uns dias.
— Vamos ver quanto tempo isso dura...
Foi a resposta atravessada da mulher.
Dois dias havia se passado... Dois dias de “abstinência”.
Foram muitas as brincadeirinhas que fizeram no sofá. Na cama. No banheiro. Tudo muito quente. Joseph sempre a agradava muito, mas nunca ia até o fim. Por mais que sua companheira o provocasse. E ela era uma especialista em provocar.
Demetria estava furiosa. Se frustração sexual matasse, ela ia cair dura. Já verbalizara isso mais de uma vez. Não que ele não lhe tivesse garantido alguns bons orgasmos... Mas ela dizia estar viciada no “Joe Jr.”. E a recíproca era verdadeira.
Podia dizer que ele também estava tão viciado nela, já que a atendia pelo nome. Bastava falar nele e o rapaz já batia continência. Então Demetria não entendia o porquê deles não chegarem aos finalmente. E mostrava seu desagrado da forma mais que eloquente. Porém suas birras não faziam Joseph mudar de atitude.
Naquela fase da convivência dos dois, o rapaz descobriu que além de autoritária e bipolar, a criatura ainda deveria sofrer de algum transtorno de múltiplas personalidades. Desde o momento em ela percebera “seus cuidados”, Joseph teve que lidar com pelo menos sete criaturas infernais:
1. Demetria Teimosa (Ninfomaníaca) Lovato:
— Querida, assim não pode, você ainda...
— Posso. Eu quero, pode deixar que com meu corpo eu me preocupo... Vamos deixar de bobagem. Deixa, vai...
2. Demetria Resmungona (Ninfomaníaca) Lovato:
— Se eu soubesse que ele ia ficar assim não deixava aceitar o acordo... Porque eu não o deixei preso? E amordaçado? E vendado?
— Disse alguma querida?
— Nada não. Estou falando sozinha... — Inferno, eu agora era pra tá transando horrores e esse estúpido não deixa...
Essa em especial era muito irritante, passava o dia todo pela casa como uma velha rabugenta, reclamando. Aí não tinha jeito, era jogar a criatura em cima da primeira superfície plana “ou não” e atacar seu corpo furiosamente, mas sem chegar aos finalmente, pois, ela estava muito sensível, porque ele abusou dela por vários dias...
3. Demetria Distraída (Ninfomaníaca) Lovato:
— Querida, aí não pode, você sabe...
— Desculpa benzinho, nem percebi...
Era para desconfiar de algo errado quando ficava tão carinhosa.
— Então por que você ainda está colocando?...
4. Demetria Insistente (Ninfomaníaca) Lovato:
— Por que você não me quer?
— Claro que quero, mas, você sabe que está sensível...
— A gente coloca devagarzinho.
— Demi...
— Só um pouquinho...
— Demi...
— Só mais um pouquinho...
— Demi... Demi... Para de se mexer...
5. Demetria. — Vítima. — Incompreendida. — Que sofre muito. (Ninfomaníaca) Lovato.
— Eu sei. Sou feia. É por isso que você não me quer. Por isso que eu estou há tanto tempo sem namorado. Os homens devem olhar para mim e ficar com pena...
— Demi, você é linda...
— Mas você não me quer, eu sei você tem pena de mim.
— Demi...
— Agora cansou de fazer o sacrifício, eu vou ter que me contentar. Oh, meu Deus, como a vida é injusta...
— Demi...
6. Demetria Terrorista (já foi falado Ninfomaníaca?) Lovato:
— Olha aqui, eu vou logo te avisando, amanhã você pode acordar com o Joe Jr. desmembrado de seu corpo, afinal acho que ele sozinho é melhor do que junto com você. Posso mandar empalhar e usar sempre que tiver vontade...
7. Demetria Autoritária (Ninfomaníaca) Lovato:
— Escuta aqui Joseph Adam Bolivatto, acho bom o senhor enfiar logo esse negócio em mim, ouviu?!
O grande problema da história (além das constantes ameaças de mutilação ao Joe Jr.) era que ele também estava sofrendo com a abstinência sexual. Por isso mesmo estava resolvido que três dias sem atividades sexuais eram suficientes para uma recuperação adequada (e também para comprovar que ele poderia ter o controle da situação quando quisesse).
Se não fosse, estava perdido por que ele mesmo já não era capaz de controlar o amiguinho. Ia ter um infarto na próxima investida da moça. Já imaginava o atestado de óbito: “Causa da morte: membro sexual enrijecido.”
E com certeza o velório ia ser um momento muito embaraçoso para sua família. A menos que cortassem... Melhor deixar em testamento que queria ser enterrado inteiro.
Na manhã do terceiro dia, ao contrário dos outros, não se levantou antes dela, mas ficou esperando que espertasse. Percebeu o momento exato em que Demi começou a acordar. Ela espreguiçou-se com um gemido de frustração. Só para ver o que ela faria, fingiu dormir.
— Joe? — ela chamou suavemente. — Joseph?
Ele continuou com o corpo relaxado e virou rosto de lado para escondê-lo no travesseiro, mas deixando o corpo livre. Sentiu sua cueca ser baixada lentamente, se mexeu um pouquinho para ela não achar que seria fácil. A moça congelou, mas tão logo ele suspirou mais profundamente voltou ao ataque. Com mais cuidado ainda passou a peça íntima por entre as pernas do rapaz, até retirá-la por completo. Ela já tinha dormido nua. Sim, a criatura gostava de torturá-lo.
A seguir, começou com carícias bem suaves. Esfregou-se nele suavemente. A mulher sabia como enlouquecê-lo. Se conseguisse sair vivo desses trinta dias, ia ser um herói.
Demetria continuou com a tortura por mais algum tempo, antes de numa investida só tomá-lo. Daí por diante, Joseph foi incapaz de continuar fingindo. Inverteu o corpo dos dois, ficando por cima. Ela trançou as pernas firmemente em sua cintura, talvez por medo que ele tentasse fugir. Mas ele não tinha essa intenção. Pretendia afogar-se naquele corpo até não sobrar nada mais de si. Até estar não fundido nela, que nenhum dois conseguisse distinguir um do outro.
Se não tivesse a mente nublada pelo desejo, possivelmente aqueles pensamentos o assustariam, mas no momento seu lado primitivo o dominava, e esse lado queria Demi. Apenas ela. Pretendia que os impulsos prosseguissem por muito tempo, queria provocá-la levando a beira do prazer e retrocedendo no último momento, porém, bastou a primeira contração de seu sexo, e ele soube que estava perdido.
Pouco depois quando as respirações se acalmavam e Demetria displicentemente acariciava as costas do parceiro deitado entre seus seios, ela o provocou:
— Eu disse que te aguentava.
— Isso por que você pensa que acabou...
Joseph não se moveu. Ficou por um momento apreciando a beleza da mulher que tinha sob si. Os olhos castanhos claros. A pele clara. Os cabelos escuros. Os seios nem fartos, nem pequenos demais. Perfeitos para suas mãos. Que subiam e desciam no ritmo da sua respiração ofegante. Aquela boca que tantas vezes o levara ao paraíso “e o levaria muitas vezes mais”.
— O que foi?
— Você é linda!
Ela corou e ele riu. Claro, no escritório ela corava muito, por qualquer motivo, mas ali naquela cabana assumira uma personalidade exuberante, desinibida, arrogante. Então agora ter de volta um pouco dessa personalidade tímida o fascinava, quase tanto quanto a personalidade ninfomaníaca. Quase.
— Não acredito que a mulher que me proporcionou o melhor sexo de minha vida seja capaz de corar.
— Eu? — Ela corou ainda mais.
— Acordar algemado e vendado foi a sensação mais incrível que já tive.
— Mas a Blanda... Ela exalava sexo.
— A Blanda era ótima, mas você...
Ela sorriu envergonhada. Não era possível aquilo. Onde estava a mulher que o sequestrara para fins sexuais?
— Já disse que adoro o seu gosto? Sua pele, seu toque? — Perguntou deixando que a moça percebesse o que provocava nele. Demi quase saltou da cama quando ele lhe fez uma carícia mais íntima.
— Calma moça. O dia nem começou. Eu ainda nem fiz isso...
Começou a distribuir beijos ao longo do corpo feminino. A mulher gemeu.
— Joseph...
A provocação continuou. Queria tudo ao mesmo tempo.
Tão ensandecida quanto ele, Demetria entrelaçou as pernas no seu pescoço puxando-o mais para si. Seu corpo estremecia, implorando por mais. E ele dava. Daria qualquer coisa que ela quisesse.
Sentia-se envaidecido por ser capaz de provocar aquelas respostas na controlada e tímida Srta. Demetria, se bem que vira pouco desse controle e timidez desde que lhe tirara a venda naquela madrugada louca.
— Fala meu nome Demi. — Implorou, querendo que ela comprovasse que era nele em que pensava. Quase não reconheceu a própria voz naquele tom de desespero. Nem sabia o porquê de precisar ouvir seu nome dito por aquela boca, mas precisava.
— Joseph... Ai!
O corpo dela. Ali era sua casa, não precisava pedir licença. Iniciou os impulsos lentamente, tentando afastar aqueles pensamentos absurdos. Ignorou a sintonia perfeita que eles tinham, concentrando-se apenas nas sensações.
Mais uma vez sentiu os músculos internos de seu sexo se contraindo. Era cedo, ele queria mais. Parou.
— Joseph! — Sua vampira manhosa protestou.
— Calma, amor, eu quero que a gente chegue junto.
Ela mordeu os lábios, numa clara tentativa de concentrar-se. Ele recomeçou, movendo-se mais rápido. A expressão de agonia da moça o revirou pelo avesso. Ainda tentou prolongar um pouco mais o ato, mas era impossível.
— Agora Demi, vem!
Sentiu-se leve. Seu corpo estremecia. Não havia lucidez ali, só sensações. Teve forças o suficiente para inverter a posição dos corpos antes de cair no sono.
Acordou horas mais tarde. A mulher ainda dormia profundamente, ele agora estava sem sono. Desistindo de dormir, levantou-se com cuidado. Pegou uma caneca de café, um cobertor e sentou-se num velho banco de madeira da varanda, o dia amanhecia. O local era lindo. Cercado por vales, a casa ficava no alto de um penhasco. Só mesmo um aventureiro para construir...
“Como você é burro Joseph.“ É claro: Jackson. Biólogo e fotógrafo da natureza. Seu cunhado. De quem mais poderia ser aquela casa? Agora tudo fazia sentido. Aquele plano mirabolante com certeza era patenteado por sua irmã: Beth. As duas não eram grandes amigas? Demetria jamais teria uma ideia dessa sozinha. Já a mente totalmente pervertida de sua irmã adotiva... Era capaz até de ter coagido a moça a fazer aquilo. Ele mais do que ninguém sabia como a irmã podia ser insuportável quando queria algo. Ele agora não tinha dúvidas de quem era à mentora intelectual daquela situação toda.
Teria que comprar um presente bem grande para ela. Talvez uma viagem de segunda lua de mel, emendando com a primeira. Provavelmente o Jackson ia ter um infarto, mas a baixinha merecia. Sorridente, voltou para dentro. Encontrou Demetria saindo do quarto.
— Hum, você está com cara de quem comeu o gato. — Falou esfregando os olhos.
— Errado, vou comer a gata. Agora.
A moça deu um grito quanto foi jogada em seu ombro e carregada até a cozinha.
— Joseph! Na mesa?!
— Ué, nunca lhe disseram que as refeições devem ser servidas a mesa? Pois bem.
Dessa vez foi mais calmo. Conquistando centímetro por centímetro da pele. Queria seu olhar no dele, mas era incapaz de verbalizar aquilo. Com certa rudeza provocada pelo desejo, segurou seu queixo. A moça o olhou refletindo o mesmo desejo, portanto nem um pouco assustada. Apenas passou a língua nos lábios. Joseph deu-se conta que precisava daquela língua em sua boca. E sem deixar de se mover, puxou o corpo feminino para um beijo apaixonado. A fome aumentou. Os impulsos também.
— Demi. — gemeu num clímax que acompanhou o dela.
Muito tempo depois, ela estava largada sobre a mesa. Ele sentado na cadeira, indeciso entre continuar o que estava fazendo ou alimentá-la.
— Eu preciso agradecer ao Carlos. Mas isso seria tão absurdo...
— Por quê? — perguntou fazendo uma careta. Não queria falar do pai, não agora. Nem do absurdo de falarem dele após terem feito amor.
— Por ter feito você. Ele caprichou.
A reação do rapaz assustou Demi: ele estava irritado.
— Agradeça a ele da próxima vez que o encontrar.
Disse se levantando e rumando para o banheiro. Entrou de cabeça sob o chuveiro. Percebeu quando a porta do banheiro se abriu.
— Joseph... Sinceridade máxima, certo?
Ele congelou, mas então relaxou:
— Sim, sinceridade máxima.
— Você age estranho quando o seu pai é mencionado. Melhor, você continua agindo estranho quando está perto dele. Sempre quis saber o motivo.
Ela não fez a pergunta que devia. O rapaz pensou em mentir.
— É difícil falar dele.
Rezou para que suas evasivas a inibissem.
— Ele se ressente com seu distanciamento.
— Eu sei. Mas são coisas naturais na vida.
— Pare de enrolar.
Ele hesitou.
— Sem mentiras Joseph, você instituiu as regras. Porque você faz questão de se afastar da família?
— É o melhor para todo mundo.
— Não pode ser. Se afastar de quem te ama não pode ser bom.
— É o melhor para todos. — Insistiu querendo que ela entendesse sua resistência em tocar no assunto.
— Por quê?
Ele respirou fundo e soltou:
— Evito meu pai por que sou apaixonado pela mulher dele.

3 comentários:

  1. Puttz... caracaaaa posta logoooo.. poxa pensava q ele era apaixonado pela Demi..mas sera q ele quer dizer mulher dele .. Demi ? Supeer confusa ... esqueci o.nome da mulher do pai dele.. mas ta perfeito

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  2. "Ah, não vai dar uma de sentimental. E nem invente de ficar com pena de mim. Você está aqui apenas para me garantir alguns orgasmos... Só isso." xjnxjd melhor parte para mim, eu estou apaixonada por essa história e começei a ler pelo livro de minha prima até ela chegar jjxjzjd li o final hehe não vou estragar a surpresa até porque com jemi a história fica mais interessante

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