sábado, 5 de outubro de 2013

CAPÍTULO 4 - PEGA RAPAZ

“Nós dois pra lá
Bem pra lá de Nirvana
Numa cama voadora, fazedora de amor”

A cabeça latejava. Seus braços e pernas estavam pesados, imóveis. Mas junto com esse desconforto vinha algo mais, era quente e úmido. Agradável. Deslizando por sua pele...
Abdômen, lambendo seu umbigo, subiu pela trilha de pelos até seu peito. Alcançou os mamilos. A sensação era incrível, prazerosa. Aquela região de seu corpo era muito sensível.
Mas a boca deliciosa não parou, continuou subindo, pescoço, queixo, orelha e finalmente para sua boca. Aquele foi o beijo mais depravado que Joseph já recebera na vida.
Tinha gosto de vinho. A língua brincava com a sua, que hora era mordida, ora tomada em toda a sua extensão.
Uma mulher muito excitada sentou-se no topo de suas coxas, o surpreendendo. Um tremor involuntário atravessou o corpo do homem. Tentou abrir os olhos, mas então se deu conta da venda sobre eles.
— O quê?!...
Preso a uma cama. Algemado. Nu. A consciência o assaltou.
— Ssssh...
Um dedo encostou-se a sua boca.
— Quem... É você?
A criatura o ignorou. Voltou ao ataque, mordendo lhe a orelha de leve, provocativa. Mechas de seus cabelos caíram sobre o rosto do rapaz. Aquele cheiro... Morango! Apenas uma pessoa que ele conhecia usava shampoo, sabonete, hidratante e tudo o que a indústria de cosméticos conseguisse inventar de morango.
— Demetria... — meio que gemeu.
A moça paralisou por alguns instantes, mas então seu ataque foi ainda mais feroz.
Outro beijo intenso. A seguir a mulher refez o caminho deslizando por seu corpo, sempre para baixo. Em busca do seu ponto mais sensível.
— Demetria... O quê...
Joseph tentou falar, mas a boca conseguiu alcançar o seu objetivo, tomando-lhe o membro entre os lábios, assim o rapaz se perdeu no contato com o real. Tornou-se perceptivo apenas das sensações que atravessavam o seu corpo. A respiração ofegante, o corpo trêmulo, suado. No começo pensou que se tratasse de mais um dos seus sonhos eróticos. Esperou pelo momento em que ia acordar agitado em sua cama, ao lado da noiva, mas isso não aconteceu.
Ao invés disso, uma onda de prazer intenso nublou os seus sentidos.
Depois só restou o silêncio quebrado por sua respiração ruidosamente ofegante. A moça ainda estava sobre seu corpo.
Quando ela se mexeu, o corpo masculino reagiu. O pânico ameaçou consumi-lo.
— Demetria?
Mas a mulher levantou e saiu; indiferente a seu desconforto. Permaneceu próxima, entretanto, sua perna tocava na dele. A cabeça do rapaz começou a trabalhar rapidamente analisando ângulos diversos. Que doideira era aquela?
— Demetria, eu sei que é você. — Disse tentando assimilar o choque. Dava-se conta de sua vulnerabilidade preso aquela cama, a mercê de não se sabe o quê.
— Demi, que tipo de brincadeira é essa?
Não ter o controle sobre o próprio corpo era algo que ele não estava acostumado. Além disso, Demetria tinha feito aquelas... Coisas! Sim, a Demetria!
— Aparentemente uma brincadeira que o “Joe Jr.” gosta muito! — a resposta soou fria, implacável. Deliciosamente autoritária.
“Pensa, homem, pensa! Quem diabos era “Joe Jr.”?”
Ela voltou a deslizar a mão por seu corpo. Bolivatto então entendeu quem era o “Joe Jr.” quando ela o alcançou.
— Esse garotinho tem um entusiasmo incrível! Faz um tempão que estamos brincando... Estava louca para saber como seria com você acordado.
Joseph sentiu o ventre estremecer em resposta. Ficava difícil pensar daquele jeito.
— Demetria... Vamos conversar...
— Para que conversar se podemos nos divertir? — A voz da mulher era um convite ao pecado. Sexy. Insinuante. Sentiu os lábios macios provocá-lo intimamente. E o pouco raciocínio do rapaz se mudou de uma vez para marte.
Ainda tentando se prender a razão, lutou contra o desejo de se deixar levar, precisou de toda concentração que conseguiu para entender que merda era aquela. Nada fazia sentido algum e aquela mulher a provocá-lo não facilitava a compreensão sobre nada.
Mas então, quando ele estava a ponto de se perder outra vez, a mulher simplesmente levantou-se e ele perdeu o contato de sua pele. Quase entrou em pânico.
Um suspiro profundo dela o acalmou. Ainda estava ali.
— Ok, cowboy, precisamos conversar. — arrancou-lhe a venda num gesto brusco.
O quarto estava muito iluminado. Precisou de alguns momentos para se acostumar com a claridade. Era simples. Uma cama. Um guarda roupa de madeira maciça. Desses bem antigos, rústicos. O que havia de estranho no cenário? Joseph nu, preso pelos braços e pernas, e a Srta. Demetria usando apenas uma curta camisola de seda vermelha em pé a seu lado. Isso lhe provocou uma reação visível de seu corpo.
Pensou em perguntar o que estava acontecendo, mas se revestiu de frieza e esperou, detendo a enxurrada de perguntas que o sufocava.
— Como você sabia que era eu? — a mulher perguntou com a sobrancelha erguida, contrariada por não tê-lo enganado por muito tempo.
Hora de negociar.
— Me solta que eu te falo.
Ela sorriu com sarcasmo.
— Isso não vai rolar. Soltar você depende de alguns acertos.
A voz soou um pouco embolada. Uma desconfiança nasceu no refém. Olhou para a mulher com mais atenção. Edgar percebeu seu olhar um tanto desfocado.
— Você... Está bêbada?
Agora as coisas começavam a fazer algum sentido.
— Não... Só precisei tomar um pouquinho de coragem antes de... Bem, sabe do que eu estou falando. — completou um tanto ruborizada.
A situação toda era estranha, talvez até perigosa, mas o rapaz não deixou de notar algum humor nela:
— Isso que você tomou não se chama coragem, Demetria, é vinho.
Ela gargalhou. Sim, estava definitivamente bêbada.
— Mas serviu do mesmo modo. Agora somos só nós dois... Gostou da surpresa?
Não sabia o que responder. Precisava ser cauteloso antes de tudo.
— Demetria, eu não estou entendendo o que você quer dizer.
— Gostou da surpresa? — Insistiu contrariada.
Mudanças de humor repentinas? Sempre era um mau sinal.
— Gostaria mais se estivesse solto...
Tinha esperanças que pudesse manipulá-la para que o soltasse.
— Isso não vai rolar... Já disse. Você está exatamente onde eu quero. Para fazer o que quiser.
Talvez por que a lembrança dos últimos feitos da moça ainda estivesse vívida em sua mente, seu corpo reagiu positivamente àquela frase.
— Mas... Posso colaborar melhor solto.
A sequestradora não caiu em sua conversa:
— Cala a boca, está bem? Você não veio aqui para falar... Eu não quero ouvir você falar.
Camila começou a bater o pé, contrariada. Quase perdeu o equilíbrio, mas se recuperou rápido. Segurando-se na cabeceira da cama.
— Droga, Joseph você está estragando tudo... Não tem permissão de falar. A menos que responda as minhas perguntas. Entenda as regras: Eu falo. Eu mando.
Péssima hora para se lembrar de que adorava uma mulher mandona. Ele ainda tentou argumentar:
— Se você me soltar, a gente conversa e você me diz o que quer... E eu faço.
— Não, primeiro conversamos, eu te digo o que quero... Depois te solto. Se for conveniente.
Aquilo não o agradou. Os poucos dados que tinha não ajudavam a deduzir boa coisa daquilo tudo: fora sequestrado. Por uma amiga da família. O que ela poderia querer? Se fosse dinheiro, ele não ficaria vivo para relatar o ocorrido a alguém... Talvez tivesse um comparsa escondido em algum lugar... Enquanto ela se aproveitava da situação.
“Joseph Bolivatto, o objeto sexual.”
A outra possibilidade era ela o estar usando para se vingar de Carlos. Isso soava ainda pior.
— Demi...
— É a primeira vez que você me chama de Demi desde a adolescência. Não entendo por que você é sempre tão formal comigo...
Joseph era formal com ela? A moça pirou? Ela fazia de tudo para manter a formalidade entre eles.
— Eu nunca quis ser formal com você.
— Mas sempre é. Bem, acho que vamos superar isso logo, logo não? — gargalhou roucamente. — Talvez devêssemos ampliar a coisa toda. Sabe, as regras. — um delicioso brilho de excitação surgiu no olhar da mulher — Talvez eu só aceite a partir de agora que você me chame de senhora.
— Como?
Que conversa era aquela?
— Espera, eu estou atrapalhando tudo... Ok. Precisamos de regras. Você sabe... Para mediar essa nova relação nossa. Como eu estou no comando, lindinho, talvez queira algum título.
Joseph deveria está em coma. Caiu no estacionamento e bateu a cabeça. Só isso justificava o surrealismo daquela situação.
Era um sonho doido. Nada do que aquela criatura falava fazia algum sentido...
— Demi, você quer me soltar, por favor? — Começava a perder a paciência.
— A famosa arrogância Bolivatto não vai funcionar hoje.
Fique a vontade para gritar o quanto quiser, mas aviso que ninguém vai ouvir. Estamos exatamente no fim do mundo... Não que eu ache que você vá gritar, afinal, o senhor controladinho nunca perde as estribeiras, mas de qualquer forma, fique a vontade.
A fala da mulher parecia algo que ela havia ensaiado exaustivamente diante do espelho. Joseph ficou ainda mais preocupado. Testou as algemas, eram fortes embora finas.
— Elas são resistentes, você só vai conseguir se machucar se insistir nisso.
Joseph não se incomodou em ouvir a moça. Tentou forçar as algemas até que a pele ficou marcada e avermelhada.
— Pare.
Estava quase desistindo, mas a ordem o compeliu a desobedecer.
— Pare. — ela segurou seu braço com força. Não foi a força utilizada que o surpreendeu, mas a voz autoritária. De quem seria capaz de tudo. A expressão grave. Precisava admitir que a sua sequestradora era a síntese da sensualidade quando adotava aquela postura.
“Inferno!”
— O que você pretende afinal?
Joseph olhou em volta preocupado. Ele era grande e pesado, ela nunca poderia carrega-lo até ali sozinha. Havia um comparsa em algum lugar. Seu pai ia sofrer um duro golpe quando soubesse... Se soubesse. Seus planos talvez incluíssem não devolvê-lo vivo.
— Seu dinheiro não me interessa. — disse adivinhando-lhe os pensamentos — Não vou pedir resgate a sua família. Não se trata de dinheiro. Seu pai me paga muito bem.
— E o que você quer, então? — perguntou entre os dentes.
Um cansaço inusitado o acometeu. Ele estava realmente impaciente com tudo.
— Sua colaboração.
— Em quê? — perguntou brusco.
Demetria não pareceu muito segura, desviou o olhar por um momento. Era sua deixa.
— Olha só, ainda dá tempo você voltar atrás, eu prometo que não dou queixa.
Esquecemos tudo e voltamos para casa agora mesmo.
O rosto da mulher transformou-se numa máscara de sarcasmo. Ele nunca percebera o quanto ela era expressiva. Riu, debochada, antes de desafiá-lo:
— Vai sonhando.
Ele começava a se irritar.
— O que você quer?
— Algo que vai lhe dar muito prazer. — olhou com um sorriso safado para seu sexo semirrígido e na mesma hora o “semi” deixou de existir. O sorriso da moça se ampliou — Posso garantir.
O rapaz fechou os olhos numa tentativa de se concentrar. Era para estar com medo, não excitado.
— Vou lhe deixar a par dos fatos. — falou enquanto o acariciava displicentemente, deslizando a mão até o seu sexo — Estamos muito distantes de qualquer lugar meramente habitável, se conseguir se soltar pode até arriscar a sair, mas está muito frio lá fora... Morte por hipotermia garantida.
Apesar de sentir o sangue ferver o rapaz inspirou profundamente.
Ela estava conseguindo o que queria, fosse o que fosse e as carícias estavam sendo uma forma de desestabilizá-lo. Estava em clara desvantagem, precisava dar um jeito de controlar a situação. Seus pés também estavam presos, seus movimentos muito limitados. E com aquela mão lhe provocando lentamente era difícil manter a concentração. Precisava convencê-la a soltá-lo ou a lhe contar o que pretendia de verdade.
— Já entendi dona Demetria Lovato. Diga de uma vez que porra você realmente quer, estou cansado para suportar qualquer tipo de jogo. — falou entre os dentes. Não queria demonstrar raiva, mas era isso ou ele começaria a gemer.
— Nossa, fico tensa só de ouvir você falar meu nome assim. Com raiva. Imagino fazendo malvadezas comigo. — Terminou o comentário num sussurro.
Ele também sofreu o efeito daquela confissão. O cara ainda tentou manter a compostura.
— Nossa, acho que o “Joe Jr.” gosta de mim. — falou antes de dar uma gargalhada.
— Isso não... Tem graça... Diz de uma... Vez o que... Você pretende. — falou, dessa vez não por raiva. Estava perdendo o foco outra vez, não queria, mas também não poderia controlar.
Ela continuou manipulando o corpo dele ao seu bel prazer e quando o rapaz trancou os dentes sendo consumido pela tentativa de controle, revelou seus planos:
— Eu quero o seu... O meu prazer.
As palavras foram compreendidas aos poucos.
— O quê?!
— Joseph, o que eu peço para te libertar é uma coisa bem simples: 30 dias de sexo.
Muito sexo.

~*~ 

Consegui postar a tempo hahaha preciso sair em 10 minutos e eu aqui postando pra vocês kkkkkk enfim, postarei outro amanhã, ok?! Bjos.

2 comentários:

  1. ai meus Deus, eu amo uma Demi safada mas amo mais ainda quando o Joe colabora, espero que ele colabore bastante ou não kkkk consegui entender um pouco mais a história..
    bjos

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